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O que pensam e o que querem os Europeus, os Britânicos e os Portugueses

5. Predisposição para a mudança

5.3. O que pensam e o que querem os Europeus, os Britânicos e os Portugueses

Portugueses

Numa sondagem coordenada pela Universidade de Maryland (Programa de Atitude perante Políticas Internacionais), revelada pelo Jornal Guardian59 do Reino Unido, conclui que dos 18578 inquiridos, em 19 Países, cerca de 73% considera que o seu governo deve tornar as Alterações Climáticas numa prioridade na agenda política nacional. Os resultados por país indicam claramente que a opinião pública não está convencida que os seus países estejam a fazer o suficiente e que parece haver mais apoio dos cidadãos para a acção. Segundo Steven Kull, responsável pela sondagem “Há uma tendência entre os legisladores para subestimar a prontidão das pessoas para a acção”.

Na tabela seguinte são apresentadas, as principais conclusões das atitudes dos Europeus, dos Britânicos e dos Portugueses face às Alterações Climáticas obtidas pelos resultados dos inquéritos do Eurobarómetro.

Tabela 7 – Resultados dos inquéritos realizados pelo Eurobarómetro (entrevistas directas pessoais) relativa à atitude dos Europeus (UE27 – 26661 inquiridos), Britânicos (1306 inquiridos) e Portugueses (1001 inquiridos)

face às alterações climáticas

Questão País de

Origem

Maior Percentagem de Respostas

Gravidade do problema das alterações climáticas.

Opções:

 Não é um problema muito grave  É um problema grave

 É um problema muito grave

Europa 75% Considera que é um problema muito grave

Reino Unido 59% Considera que é problema mais grave

Portugal 75% Considera que é um problema muito grave

Gravidade das alterações climáticas foi exagerada. Opções:  Concorda totalmente  Tende a concordar  Tende a discordar  Discorda totalmente

Europa 34% Tende a discordar

Reino Unido 33% Discorda totalmente

Portugal 38% Tende a discordar

Lugar ocupado pelas ACs perante os outros problemas do mundo

Opções:

 Pobreza, falta de comida e água

Europa 2º lugar com 62% (1º lugar para pobreza, falta de comida e água potável)

Reino Unido 2º Lugar com 47% (1º lugar para pobreza, falta de comida e água potável)

Questão País de Origem

Maior Percentagem de Respostas

potável

 Aquecimento global/alterações climáticas

 Terrorismo internacional  Conflitos armados

 Uma queda global da economia  A propagação de uma doença

infecciosa

 A proliferação de armas nucleares  O aumento da população mundial

Portugal 2º Lugar com 57% (1º lugar para terrorismo internacional)

Esforços dos diversos agentes para a luta contra as ACs – Empresas e Indústria

Opções:

 Fazem muito

 Fazem na medida certa  Não fazem o suficiente

Europa 76% Não fazem o suficiente

Reino Unido 70% Não fazem o suficiente

Portugal 74% Não fazem o suficiente

Esforços dos diversos agentes para a luta contra as ACs – Os próprios cidadãos

Opções:

 Fazem muito

 Fazem na medida certa

 Não fazem o suficiente

Europa 67% Não fazem o suficiente

Reino Unido 60% Não fazem o suficiente

Portugal 66% Não fazem o suficiente

Esforços dos diversos agentes para a luta contra as ACs – o Governo (nacionalidade)

Opções:

 Fazem muito

 Fazem na medida certa

 Não fazem o suficiente

Europa 64% Não fazem o suficiente

Reino Unido 54% Não fazem o suficiente

Portugal 68% Não fazem o suficiente

Esforços dos diversos agentes para a luta contra as ACs – A União Europeia

Opções:

 Fazem muito

 Fazem na medida certa

 Não fazem o suficiente

Europa 58% Não fazem o suficiente

Reino Unido 49% Não fazem o suficiente

Portugal 60% Não fazem o suficiente

Levar a cabo acções de combate às alterações climáticas pessoalmente

Opções:

 Concorda totalmente  Tende a concordar

 Tende a discordar

 Discorda totalmente

Europa 47% Tende a concordar

Reino Unido 54% Tende a concordar

Portugal 47% Tende a concordar

Questão País de Origem

Maior Percentagem de Respostas

3 mais votadas das 11 Opções:

 Separar os resíduos para reciclagem

 Reduzir o consumo de energia

 Reduzir o consumo de água

64% Energia 55% Água

Reino Unido 87% Reciclagem 62% Energia 37% Água

Portugal 60% Reciclagem 52% Água 50% Energia

Razões para não combater as ACs

Opções

 É o governo, as empresas e as indústrias que devem mudar os seus comportamentos, não os cidadãos  Gostaria de fazer algo, mas não sabe

o que poderia fazer para combater as ACs

 Pensa que mudar o seu

comportamento não terá impacto real nas ACs

 Pensa que seria demasiado caro tomar acções que combatam as ACs

Europa 1º Lugar - 42% São os governos, as empresas e indústrias (…)

2º Lugar - 34% não saberia o que fazer (…)

3º Lugar - 26% o comportamento individual não vai ter real impacto (…)

Reino Unido 1º Lugar - 28% o comportamento individual não vai ter real impacto (…)

2º Lugar - 27% São os governos, as empresas e indústrias (…)

3º Lugar - 24% não saberia o que fazer (…)

Portugal 1º Lugar - 40% São os governos, as empresas e indústrias (…)

2º Lugar - 29% não saberia o que fazer (…) 3º Lugar - 21% o comportamento individual não vai ter real impacto (…)

Fonte: Resultados dos inquéritos efectuados entre Março e Maio de 2008 pelo Eurobarómetro disponíveis em http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/eb_special_en.htm - acedido a 25 de Outubro de 2009

Estes resultados indicam que a maioria dos inquiridos Europeus considera que as alterações climáticas são um problema muito grave e tendem a discordar que esta gravidade tenha sido exagerada, aliás a maioria dos inquiridos Britânicos discordam totalmente. Por todos eles, em comparação com outros problemas mundiais, as Alterações Climáticas, vem em segundo lugar.

Quanto ao esforço que cada entidade (empresas e indústria, cidadãos, o Governo e a União Europeia) faz para combater as alterações climáticas, a maioria dos Europeus, Britânicos e Portugueses são da opinião que nenhuma das entidades faz o suficiente. No caso do Reino

Unido, porém, menos pessoas acham que as suas entidades não fazem o suficiente e mais pessoas acham que as entidades actuam na medida certa (comparando com os europeus e portugueses). É o Governo que na opinião dos inquiridos britânicos mais faz na medida certa (32%).

A percentagem de portugueses que considera que nem o Governo nem a União Europeia fazem o suficiente, é superior à média europeia.

Relativamente à acção individual no combate às alterações climáticas, a média dos europeus e portugueses considera que tendem a concordar (47%) seguida de uma tendência para discordar. Em comparação com os Europeus e Portugueses, mais Britânicos (54%) tendem a concordar seguidos de 21% que totalmente concordaram. Ou seja, os Britânicos parecem ser os que mais acham que fazem algo para combater as alterações climáticas

Os cidadãos europeus e portugueses que não tomam acções com o objectivo de combater as alterações climáticas, consideram são os governos, as empresas e indústrias que devem mudar os seus comportamentos e não os cidadãos (42% Europeus e 40% Portugal), mas o motivo para não agir, para os britânicos mais invocado não é porque não atribui aos governos a responsabilidade mas sim porque considera que a sua acção individual não tem significado estatístico, ou seja não terá impacto real nas alterações climáticas, sendo seguida da opinião de que tomaria alguma acção se soubesse melhor o que fazer.

Estes dados sugerem que os Britânicos, comparados com os Portugueses confiam um pouco mais nas políticas governamentais nesta área, e a sua maior percepção sobre a dimensão do problema os mobiliza mais para a acção.

Será que se as Alterações Climáticas tivessem um maior destaque na sua agenda política influenciaria uma maior predisposição para a mudança, ou será a predisposição para a mudança que irá convencer o governo Português a colocar as Alterações Climáticas na agenda política?