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3 METODOLOGIA

3.2 CARACTERIZANDO AS ATIVIDADES PARA CONSTRUÇÃO

3.2.1 Experimentos químicos em cena

O estudo foi desenvolvido em duas etapas:

1 – Seleção de um periódico e livros que abordassem propostas de atividades experimentais;

2 – Seleção e categorização das propostas experimentais encontradas.

Inicialmente foram selecionados os livros: (L1) Dez anos de “Fanáticos da Química” (SOUZA, et. al., 2011); (L2) Contém Química: pensar, fazer e aprender com experimentos (FERREIRA, et. al., 2011) e a revista Química Nova Na Escola.

Uma justificativa para escolha dos livros (L1 e L2) é a possibilidade de muitas atividades experimentais serem realizadas com baixo custo e material de fácil acesso, e outra é a linguagem ou a temática, enfatizando aqui o fato de num deles ser trabalhado o teatro científico.

Essa revista é indexada no portal de periódicos da CAPES que, por meio do sistema Qualis, “avalia” os periódicos. Possuindo também indexação no Chemical

Abstracts, Latindex e Directory of Open Access Journals.

Um espaço aberto ao educador, suscitando debates e reflexões sobre o ensino e a aprendizagem em química, buscando “subsidiar o trabalho, a formação e a atualização de professores e professoras”, mostrando relevância aos termos professores e formação. A QNEsc possue expressividade e acessibilidade junto aos estudantes e formadores, motivo que levou a escolha desse periódico.

Seguindo à análise proposta por Bardin (1977), foi feita análise dos livros (L1 e L2) e de artigos da revista QNEsc, essa proposta é orientada por três fases: 1) pré- análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

A pré-análise é a fase em que se organiza o material a ser analisado com o objetivo de torná-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais. Trata-se da organização propriamente dita por meio de quatro etapas: (a) leitura flutuante, que é o estabelecimento de contato com os documentos da coleta de dados, momento em que se começa a conhecer o texto; (b) escolha dos documentos, que consiste na demarcação do que será analisado; (c) formulação das hipóteses e dos objetivos; (d) referenciação dos índices e elaboração de indicadores, que envolve a determinação de indicadores por meio de recortes de texto nos documentos de análise (BARDIN, 1977).

A exploração do material constitui a segunda fase, que consiste na exploração do material com a definição de categorias (sistemas de codificação) e a identificação das unidades de registro (unidade de significação a codificar corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando à categorização e à contagem frequencial) e das unidades de contexto nos documentos (unidade de compreensão para codificar a unidade de registro que corresponde ao segmento da mensagem, a fim de compreender a significação exata da unidade de registro). A exploração do material consiste numa etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e inferências. Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus (qualquer material textual coletado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas nesta fase (BARDIN, 1977).

A terceira fase diz respeito ao tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Esta etapa é destinada ao tratamento dos resultados; ocorre nela a

condensação e o destaque das informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da intuição, da análise reflexiva e crítica (BARDIN, 1977).

Os critérios pré-estabelecidos foram: materiais e reagentes utilizados mais baratos e que oferecessem poucos riscos no manuseio, procedimentos de fácil entendimento, conceitos químicos presentes no experimento, uso de problematização, se apresentava observações referentes a possíveis riscos de acidentes aos alunos e, por fim, se traziam métodos de tratamentos dos resíduos químicos gerados.

Foi feita uma busca na QNEsc desde a primeira publicação, no ano de 1995 até as publicações de novembro de 2012. A escolha dos artigos se deu mediante a leitura do título, resumo e palavras-chave em cada artigo, nos quais foram buscadas as palavras: experimentação, práticas experimentais para formação de professores e material alternativo. Os textos que apresentaram o termo “propostas experimentais para o ensino de química” foram lidos na íntegra - esse assunto como estudo pedagógico, já que o objetivo da pesquisa foi selecionar propostas experimentais para serem adaptadas e incorporadas em textos de teatro científico.

Foram encontrados noventa e três artigos da QNEsc referentes a atividades experimentais no ensino de química, deste total foram escolhidos oito (Tabela 3) para serem analisados, seguindo as seguintes categorias : estratégia/nível de ensino; experimento/material alternativo; experimento/tratamento para os rejeitos gerados.

Na leitura desses artigos foi dada ênfase aos materiais e reagentes utilizados, procedimentos experimentais, análise e aplicação dos conceitos químicos no experimento, uso de problematização, facilidade de acesso aos materiais utilizados, observações referentes a possíveis riscos de acidentes nos experimentos e métodos de tratamentos dos resíduos químicos gerados.

Isso é importante por que os materiais utilizados nas práticas podem transforma- se em aparatos danosos, tornando-se nocivo ao meio ambiente devido suas características. Machado e Mól (2008) afirmam que estes materiais não devem ser descartados diretamente na rede de esgoto, nem tão pouco no lixo, defendem o planejamento das aulas com a redução da escala dos processos laboratoriais, adotando experimentos que possam ser reutilizados em outras práticas.

Tabela 3 – Artigos da QNEsc analisados nesse trabalho sobre experimentação no ensino de química.

Legenda Titulo do Artigo Autor N. Ano

A1 Reação relógio iodeto/lodo com material alternativo de baixo

custo e fácil aquisição

TÉOFILO, R. F.; BRAATHEN, P. C.; RUBINGER, M. M.

M.

16 2002

A2 Chafariz de amônia com material do dia-a-dia: uma causa inicial...Quantos efeitos?

SIMONE, J. A.; TUBINO, M.

16 2002

A3 Chuva ácida:

Um experimento para introduzir conceitos de equilíbrio químico e

acidez no ensino médio

MAIA, D.J.; GAZOTTI, W.A.; CANELA, M. C.; SIQUEIRA, C. A.

21 2005

A4 Fluorescência e estrutura atômica: experimentos simples para abordar o tema

NERY, A. L. P., FERNANDEZ, C.

19 2004

A5 Um experimento simples envolvendo oxido-redução e diferença de pressão

com materiais do dia-a-dia

ERNESTO, F. J. W.; DOCHI, R. S.

23 2006

A6 Entalpia de decomposição do peroxido de hidrogênio: uma experiência simples de calorimetria com material de baixo custo e fácil

aquisição BRAATHEN, P. C.; LUSTOSA, A. A.; FONTES, C. A.; GUIMARÃES, K. S. 29 2008

A7 Atividades experimentais simples envolvendo adsorção sobre carvão

MIMURA, A. M. S.; SALES, J. R. C.; PINHEIRO, P. C.

1 2010

A8

Uma experiência didática sobre viscosidade e densidade VAZ, E. L. S.; ACCIARI, A. H.: ASSIS, A.; CODARO, E. N. 3 2012 Fonte: Própria

Assim, a identificação e seleção dos experimentos nos livros e na revista

Química Nova Na Escola revelaram adequação para uso no ensino médio e superior,

bem como sinalizou características importantes para adaptação, sendo possível testa-los e incorpora-los nos espetáculos.

Os experimentos selecionados foram testados no laboratório de ensino da Universidade do Estadual do Rio Grande do Norte (Figura 8) e no Laboratório de Química Orgânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Trabalhamos com experimentos de baixa periculosidade, cuidando para não causar danos ao meio ambiente.

Figura 8: Experimento fogo que não queima.

Fonte: Própria

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