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Explicações Preliminares

No documento 3824163 O Arqueometro SaintYves Dalveydre (páginas 168-172)

É importante, antes de abordar o estudo do Arqueômetro, estabelecer claramente o caráter peculiar desta descoberta. O Arqueômetro é um conjunto de equipamentos de construção de uma casa completamente edificada. Antes de construir uma casa, estuda-se cada setor do corpo da construção, utilizando as ferramentas de trabalho mais apropriadas para cada área, assim o pedreiro leva sua colher, seu prumo, etc, o arquiteto, sua régua e seu compasso, e assim sucessivamente para cada corpo da construção.

O Arqueômetro é um aparelho que tem a qualidade particular de ser usado com várias finalidades. Assim, pode ser útil em todas as modalidades das artes; ser ao mesmo tempo a chave da balança sonométrica do músico, pode determinar as cores necessárias ao pintor, ou ser a chave dos padrões construtivos do arquiteto.

É indispensável estabelecer a diferença fundamental que faz com que este aparelho sintético funcione como um simples instrumento e não como uma adaptação feita para muitos usos. Ele não serve numa casa completamente construída, mas certamente poderão ser construídas muitas casas com ele, conforme as regras harmônicas da natureza. Não é um prêmio para a preguiça, muito pelo contrário, é um convite para o trabalho; com o Arqueômetro pode ser ampliada e esclarecida a originalidade do artista, dando-lhe uma sólida base científica. É um aparelho que possui qualidades especiais que resumiremos da melhor forma possível:

O ARQUEÔMETRO Adamique = Adâmico Nombres = Números Français = Francês Syríaque = Siríaco Assyríen = Assírio Samaritain = Samaritano Kaldeen = Caldeu Soubba = Soubba Árabe = Árabe

1°: É o mesmo para todas as Artes;

2°: Reintegra todas as Artes numa síntese comum e, ao mesmo tempo dá a chave das adaptações religiosas e científicas da Antigüidade;

3º: Reintegra todas as medidas às unidades métricas atuais: o metro e o círculo; mil milímetros e 360°.

I

O Arqueômetro é um equipamento comum a todas as artes; o pintor determina com ele as cores compostas, que são combinações das três cores primitivas: o amarelo, o vermelho e o azul, que se localizam em torno do círculo de 360°, de tal forma que a cor branca teoricamente sempre é constituída por duas cores opostas em 180°. É possível, pois, determinar, graças ao Arqueômetro, pelo menos uma escala de 360 matizes de cores, tendo cada um seu número e não um nome de fantasia. Esse número permite determinar não só cada um desses matizes, mas também a composição de cada uma dessas tintas, em relação às cores primitivas.

O músico encontra no Arqueômetro as relações das notas com as cores, com as formas, com as letras e, mais ainda, as escalas sonométricas que reintegram as duas séries: a série verbal e a série física, inversamente proporcionais ao padrão corrente do metro, com a nota Ré bemol, igual a 100.000 ou a um metro; esta cifra de 100.000 representa a multiplicação de 625 por 160. (Para os detalhes e as adaptações, ver mais adiante o estudo do padrão arqueométrico.)

O arquiteto encontra no Arqueômetro a chave do Cânon universal, que permite a construção das formas, segundo um nome. uma idéia ou uma cor determinada; estabelecendo-se, assim, estreitas relações entre a altura e a largura de um edifício, de uma parte, e entre sua adaptação industrial, religiosa ou estética, de outra parte.

Mas o que mais surpreenderá aos artistas contemporâneos é a adaptação do Arqueômetro à literatura. As relações das letras e das cores, como foi percebido intuitivamente por Rimbaud e seus imitadores, são cientificamente determinadas pelo Arqueômetro; mais ainda, esse instrumento determina as relações entre as palavras, as idéias, as cores e as formas.

Se esse instrumento é útil aos criadores das novas adaptações, reveste-se de um caráter todo especial em relação ao estudo das ciências da Antigüidade. O pesquisador das coisas ocultas e o historiador são colocados ao alcance de um instrumento usado nas antigas iniciações e em todas as suas adaptações na arte e nas descobertas científicas. De agora em diante, são necessárias algumas palavras de esclarecimento.

Os ancestrais tomaram realmente como uma chave geral de adaptação o céu e sua constituição. De forma que, embora todos os arquivos terrestres viessem a desaparecer, era sempre possível reconstituí-los com o instrumento que formava a base de todas as artes e de todas as ciências, traçando em um papiro ou sobre uma

tábua de madeira a constituição do céu. E por isso que o conhecimento da antiga astrologia é indispensável aos verdadeiros pesquisadores, como também ao historiador digno desse nome. O céu foi dividido pelos ancestrais em doze grandes divisões, cada uma delas correspondia a um astro: estes, por sua vez, tinham domicílios positivos ou negativos, quer dizer, diurnos ou noturnos, em cada uma dessas casas. Se lembrarmos, na antiga astrologia, cada signo do Zodíaco tinha uma letra, a mesma coisa para cada planeta, de tal forma que o céu era constituído por um verdadeiro alfabeto em movimento, no qual as letras planetárias se apresentavam em frente a cada uma das letras fixas zodiacais; eles inscreveram no céu nomes que encontraremos novamente em todas as grandes religiões. Ichwa-ra ou Jesus Rei, Mariah ou Mayah, Maha-maia ou a Virgem das grandes águas celestes; possuem seus nomes inscritos com letras de fogo no céu desde a constituição dos primeiros elementos terrestres. A mesma coisa acontece com os nomes de Pho, de Shiva, de Brahma, etc.

Temos que insistir aqui, mostrando o duplo caráter do Arqueômetro. É um instrumento que deverá renovar toda a arte moderna por meio das mãos e do gênio dos artistas por uma parte, e, por outra, é o testemunho e a chave de todas as ciências da Antigüidade, das quais as ciências ocultas são apenas uma pequena deformação. Os ocultistas geralmente consideram o Arqueômetro somente sob este último ponto de vista, e os comentários que geralmente são feitos sobre este admirável instrumento de adaptação, até a presente data, são infantis; eles são aplicados quase exclusivamente a este último aspecto. Então, a Astrologia nos dá as chaves das ciências da Antigüidade e será um dos grandes méritos de Saint-Yves d'Alveydre ter restabelecido as relações entre as cartas, as cores e os planetas; porém, esse instrumento continuará sendo uma evocação dos cemitérios intelectuais, se o seu autor não tivesse feito dele uma forma de síntese e de regeneração de toda a intelectualidade futura.

II

Esse instrumento é o mesmo para todas as artes; estabelece a síntese delas, determina suas relações. O mesmo círculo de 360° nos dá, entre elas: (1°) uma escala dupla de números; (2°) as relações das cores e das formas; das notas musicais; das letras dos antigos alfabetos sagrados. Como acabamos de ver acima, sintetiza estas chaves artísticas com os dados da Antigüidade. Graças ao Arqueômetro, o céu sai do seu silêncio para pronunciar nomes, e estes nomes são aqueles contidos em todas as revelações religiosas de todos os tempos, da mesma forma como os revelamos no momento certo. Saint-Yves d'Alveydre consagrou grande parte de seu trabalho a esse estudo das adaptações religiosas, que não podemos mais do que pressenti-las aqui.

III

Visualizando as lâminas e figuras coloridas do Arqueômetro, tudo está inscrito em um círculo de 360°, divididos em triângulos com 12 seções de 30° cada uma. Serão notadas então duas escalas de números: uma de 0ºa 360°, e a outra de 360° a 0º. Encontraremos ao longo do livro numerosos modelos de adaptação; estes modelos forçosamente são incompletos, mesmo que forneçam informações valiosas, pois, se um autor é competente numa determinada arte, é compreensível que possua uma prodigiosa capacidade cerebral que a domine completamente, isso não quer dizer que seja igualmente competente em todas as artes e em todas as ciências conhecidas. Acrescentamos ainda que, quando a família herdeira do marquês de Saint-Yves, a condessa Keller e o conde Alexandre Keller, concederam a grande honra de escolher o doutor Encausse para que viessem à luz a publicação do Arqueômetro, o trabalho de Saint-Yves estava longe de estar terminado. Foram muitos meses de pesquisas, de dedicação e trabalhos delicados; sendo necessário reunir todos os colaboradores do brilhante autor para poder terminar esta obra. Ficou comprovado o grande conhecimento e, especialmente, a capacidade musical de Saint-Yves, sendo esta a sua arte predileta. Será vista também a relevante importância que apresentam as informações e os dados relativos à arquitetura. Cada uma dessas matérias foi revisada por um dos colaboradores especializados, cujo nome está na lista dos amigos de Saint-Yves.

C

APÍTULO

T

ERCEIRO

A Palavra e os Alfabetos —

No documento 3824163 O Arqueometro SaintYves Dalveydre (páginas 168-172)