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2. Enquadramento teórico – Planeamento de Sistemas de Informação

2.3. Gestão de Sistemas de Informação

2.3.3. Exploração de Sistemas de Informação

A Exploração ou Utilização de Sistemas de Informação (ESI ou USI), onde o principal objectivo é a satisfação dos utilizadores, acontece pela utilização de aplicações e serviços pelos diversos elementos da organização e, ainda, pelo desenvolvimento de soluções locais suportadas por TI.

Varajão (2005) refere que o PSI e o DSI produzem um conjunto de acções de SI/TI de suporte à organização, para que o SI funcione correctamente e permita atingir os objectivos do planeamento estratégico. Mas os sistemas, após a sua implementação, não são estáticos e não funcionam para sempre, pelo que é necessário realizr supervisão, manutenção e suporte contínuo.

Segundo Varajão (2005), sendo a ESI a actividade responsável por assegurar o bom funcionamento do sistema, também ocupa um papel fundamental na definição de estratégias futuras, restringindo ou facilitando o PSI e o DSI.

A GSI, para ser bem sucedida, deverá compreender os aspectos envolvidos na ESI (figura 12), para assegurar que os recursos são devidamente distribuídos, organizados e utilizados no melhor interesse da organização, refere Ward (1995), perspectivando que as actividades de ESI devem ter em atenção normas, políticas e directivas estabelecidas no PSI.

Figura 12 – Actividades de Exploração de Sistemas de Informação Fonte: Adaptado de Varajão (2005, p.99)

A Exploração de Sistemas de Informação assenta nas seguintes fases: Operação do Sistema, Administração das Tecnologias de Informação, Administração dos Recursos Humanos, Actividades de Carácter Diversificado e Aquisição de Serviços e Recursos.

2.3.3.1. Operação do Sistema

Terminada a instalação do novo sistema, é necessário efectuar o acompanhamento contínuo para assegurar o bom funcionamento e utilização, não só para a resolução de problemas, mas também no suporte à exploração, Varajão (2005).

Nesta fase, é necessário garantir o bom funcionamento do Sistema ou Sub-Sistemas, assegurando que o que foi especificado foi de facto construído e instalado e satisfaz os requisitos identificados.

Existem algumas actividades essenciais para garantir a correcta operação do sistema:

Administração de Dados - consiste na manutenção das bases de dados, onde estão armazenadas as entidades de dados relevantes à organização. O dicionário de dados, contendo a identificação das entidades e respectivos atributos, a descrição e a identificação das relações entre as entidades, arrola todos estes elementos.

Segurança e Controlo - consistem num conjunto de procedimentos para garantir que os sistemas não são “atacados”.

Procedimentos de Sistema – compreendem as actividades que se ocupam das tarefas como a programação e a execução de procedimentos periódicos, cópias de segurança, recuperação de dados e emissão de relatórios específicos.

Suporte à Organização - consiste nas actividades de esclarecimento de dúvidas dos utilizadores do sistema, na resolução de problemas, no desempenho de tarefas complexas que sejam pontuais ou que envolvam conhecimentos mais completos da forma global como a informação se encontra interligada, sendo uma das tarefas essenciais do suporte à organização, a formação contínua dos utilizadores do sistema.

2.3.3.2. Administração das Tecnologias de Informação

Para Varajão (2005), a Administração das Tecnologias de Informação é a actividade responsável por assegurar o bom funcionamento das TI com vista a garantir a operação do sistema, procurando resolver os problemas que surgem com a sua exploração.

A gestão do parque de TI envolve a inventariação, actualização e controlo de todos equipamentos. Com registos rigorosos é possível efectuar uma melhor gestão e detecção de vulnerabilidades, segundo Varajão (2005).

Considerando que, actualmente, as TI se encontram na realidade concreta das organizações, não detectar problemas no seu funcionamento poderá implicar graves problemas para a própria organização, e até, numa situação extrema, a possibilidade de paragem de toda a actividade. Considerando um sistema de cartões electrónicos numa escola, para registo de entradas e saídas, aquisição de alimentos no bar, registo de entrada nas aplicações, levantamento de material no armazém, utilização do cartão para tirar fotocópias e utilização do cartão para entrar e sair de elevadores, a falha do software de sistema de cartões poderá paralisar toda a escola.

2.3.3.3. Administração de Recursos Humanos

A capacidade da organização de obter, desenvolver e manter recursos humanos qualificados e capacitados irá ser determinante para o retorno do seu SI a longo prazo, refere Ward (1995), sendo o sucesso obtido pela qualidade dos Recursos Humanos (RH) envolvidos no seu planeamento, desenvolvimento, exploração e gestão. Esta actividade gere os recursos humanos de acordo com as necessidades de recursos identificadas aquando da especificação, não só para a actividade de ESI, mas também para as actividades de PSI e DSI.

Segundo Varajão (2005), a administração dos RH pretende assegurar que a Função de Sistemas de Informação (FSI) esteja bem preparada, tanto para os requisitos existentes, como para enfrentar as necessidades futuras.

Para McKeown e Leitch (1993), os RH da área de SI devem considerar que a sua actividade é diferente dos restantes trabalhadores da organização, podendo ser considerados os membros da “profissão de SI”, o que implica maior responsabilidade e maior complexidade. A importância da Administração de Recursos Humanos é vital para qualquer organização em qualquer ramo de actividade, dado que o sucesso do SI está ligado à eficiência dos RH envolvidos na GSI, devendo estes ter formação contínua, ser avaliados e recompensados e as suas carreiras devem ser acompanhadas, referencia O´Brien (1993).

2.3.3.4. Aquisição de Serviços e Recursos.

Para Varajão (2005), a Aquisição de Serviços e Recursos envolve diversas actividades como, por exemplo: pesquisa de soluções no mercado, pesquisa de novas tecnologias (hardware e software), planeamento de necessidades de equipamento, controlo de stocks (garantindo stocks mínimos), contactos com os fornecedores, análise e comparação de propostas, requisição e aquisição de consumíveis e verificação de encomendas.

As actividades englobadas neste item não são actividades de grande escala, mas são fundamentais para o funcionamento do sistema.

Neste item, o factor tempo é fundamental no apoio à decisão, pois a atenção aos mercados informáticos em constante flutuação pode implicar diferenças de custos significativos, assim como oportunidades perdidas em termos de modernização ou substituição de equipamentos.

2.3.3.5. Actividades de Carácter Diversificado

Neste item, encontram-se as actividades relacionadas com aspectos burocráticos e a cultura da organização. Existem também actividades que podem ser identificadas, como por exemplo: gestão de correspondência, gestão de contactos telefónicos, gestão de correio electrónico, gestão de transportes e logística, gestão de eventos (desportivas, culturais e sociais), participações e parcerias.

Segundo Varajão (2005), uma organização que possui uma postura global de liderança tecnológica, investindo em Investigação e Desenvolvimento, deve ser considerada como uma actividade de ESI e não no âmbito das Actividades de Carácter Diversificado.