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“Exploração dos aspectos paratextuais da obra” Justificação da actividade:

Planificação da actividade:

Actividade 7: “Exploração dos aspectos paratextuais da obra” Justificação da actividade:

Esta actividade foi apresentada como uma segunda actividade antes da leitura, sendo feita a exploração dos aspectos paratextais da obra. Por um lado pretendemos testar os conhecimentos que estas crianças teriam, ou não, a este nível, completando-os sempre que necessário; por outro lado apelar à imaginação e criatividade de cada criança.

Objectivos:

- Apreciar, em livros, aspectos materiais e paratextuais (capa, contracapa ou outras) - Interpretar ilustrações de obras (capa, ilustração, mancha gráfica)

- Imaginar possibilidades narrativas sugeridas pelo título de uma obra que não foi lida

Relato da actividade:

1ª Fase: Começámos por visualizar a capa (imagem, cores, grafismo..). As crianças sabiam que aquela parte do livro se chama capa, e descreveram as suas imagens, à semelhança do que tinham já feito na actividade anterior quando viram a obra pela primeira vez. Quando lhe perguntámos “Quem serão este senhor e esta senhora?”, continuaram a identificar o casal de velhinhos como os mesmos que tinham saído anteriormente de dentro da casinha das surpresas, mas desta vez atribuindo-lhe

nome: “a Mimi e o senhor Zé” (tinham sido estes os nomes que lhes tinham dado na história por eles inventada anteriormente). Perante a pergunta “O que estão a

fazer?”, continuaram ainda a afirmar: “a Mimi e o senhor Zé estão sentados em cima de uma grande abóbora!... Contudo, quando lhe lemos o título da obra “O

Nabo Gigante”, logo concluiram: “Ah! Não é uma abóbora é um grande nabo! A

Mimi e o senhor Zé estão sentados em cima de um grande nabo”.

2ª Fase: De seguida passámos à observação da contracapa, e também desta vez, a maioria das crianças sabia que aquela parte do livro se chama contracapa. Começaram por identificar e descrever as imagens (os diversos legumes da história) e relativamente à informação contida, quizeram saber o que estava escrito. Quando referimos o nome de Alexis Tolstoi como a pessoa que escreveu a obra, souberam identificá-lo como escritor; quando referimos o nome de Niamh Sharkey como a pessoa que fez os desenhos, a parte da ilustração, muitas das crianças afirmaram ser o “desenhador”, mas logo uma outra criança contrapôs dizendo que não era “desenhador” mas “ilustrador”. Reforçámos a opinião desta criança, como a forma mais correcta de identificar a pessoa que faz a parte da ilustração (desenhos) dos livros, tendo o cuidado de não desvalorizar a opinião das outras crianças (desenhador poderá ser aquele que faz desenhos, mas neste caso referimo-nos à

parte da ilustração da obra, pelo que é mais correcto dizer ilustrador).

Aproveitámos ainda para informar as crianças, que ambos (Alexis Tolstoi e Niamh Sharkey) são os autores da obra, o primeiro na qualidade de escritor e o segundo na qualidade de ilustrador.

Quanto à sinopse existente na contracapa, negociámos com as crianças que seria lida apenas no final da leitura da obra, de forma a não desvendar o seu conteúdo. 3ª Fase : Passámos à exploração da lombada, também esta correctamente identificada pelas crianças. Mostrámos que os nomes que estavam lá escritos eram iguais aos que estavam na contracapa, pelo que as crianças concluiram ser o nome do escritor e o do ilustrador. Quanto aos seus verdadeiros nomes, tivémos que os ler de novo, por serem nomes estrangeiros e de difícil memorização por parte das crianças. Também isso lhes foi explicado, para que não se sentissem tristes.

Outra característica da lombada desta obra, foi a identificação da Biblioteca Municipal do Cacém. Propositadamente optámos por requisitar a obra numa Biblioteca, como pretexto para informar e incentivar as crianças a frequentarem Bibliotecas e usufruirem dos seus serviços, nomeadamente o empréstimo

domiciliário, incentivando desta forma também à leitura partilhada em família. Explicámos que qualquer pessoa se pode inscrever e ter um cartão de leitor, o que lhe dará o direito não só a usufruir da utilização da Biblioteca, como a requisitar livros e levá-los periódicamente para casa, podendo desta forma fazer a sua exporação com a família.

Não podemos deixar de retomar Lourdes Mata (2008), quando se refere aos benefícios da prática de leitura de histórias, não só para o desenvolvimento das concepções emergentes de literacia, como também para a aprendizagem e desenvolvimento de competências de leitura, apontando algumas razões para este grande potencial da leitura de histórias,

…envolver as famílias nas suas práticas de leitura, incentivando a continuidade, diversidade e regularidade de diferentes leituras na família e da leitura de histórias. Nas famílias onde essas práticas são menos frequentes e consistentes, deve promover hábitos de leitura de histórias e a compreensão da importância da participação da criança nas leituras familiares do dia-a-dia. (Mata, 2008:88)

No seguimento deste alerta lançado às crianças através da exploração da lombada da obra, relembrámos também a actividade que começou a ser desenvolvida no segundo período e que foi já por nós registada como uma actividade desenvolvida no âmbito da articulação com o Plano Anual de Actividades e do incentivo à leitura, “Leitura em Vai Vem”, e que tem sido igualmente uma forma de fomentar a leitura partilhada em família.

Avaliação da actividade:

Fazendo uma avaliação desta actividade, e tendo como referência as intervenções feitas pelas crianças ao longo da mesma, mais uma vez concluímos que as crianças demonstram possuir já muitos conhecimentos neste âmbito, o que revela que tem vindo a ser desenvolvido um bom trabalho com o grupo no âmbito da leitura. Na nossa opinião, quando um grupo de crianças de pré-escolar identifica os elementos paratextuais de uma obra, certamente houve já todo um trabalho prévio neste âmbito. Relembramos Mata (2008) quando nos recomenda proporcionar, com frequência, momentos de leitura de histórias, devendo estes ser ricos em interacções, proporcionando às crianças a oportunidade de identificarem o seu autor, o ilustrador e de, a partir do título da história, anteciparem o seu conteúdo.

nos referimos à organização do ambiente educativo existente na sala deste grupo de crianças, mais especificamente no que diz respeito ao espaço e ao tempo, terão grande importância nestes resultados. A existência de um espaço destinado à leitura em contexto livre, a chamada zona da biblioteca, assim como a implementação da “Hora do Conto”, diariamente, são quanto a nós sem sombra de dúvida excelentes estratégias.

Outro factor a ter em consideração foi o diálogo estabelecido entre as crianças, em que partilharam conhecimentos.

No anexo XXI do corpo dos anexos do nosso trabalho,temos algumas imagens que mostram como decorreu a actividade.

3.4.6.2.2. Actividades durante a leitura

Concluídas as actividades realizadas antes da leitura, o entusiasmo dos alunos era evidente, cumprindo-se assim, a nosso ver, o objectivo de os motivar para a leitura e de lhes proporcionar a definição de objectivos para uma leitura posterior, pois todos queriam saber se as suas inferências coincidiam ou não com a informação contida no livro que, por sua vez, continuava a ser um objecto misterioso.

Com as actividades durante a leitura temos como objectivo central que as crianças percebam o texto e as relações que estabelecem com ele, facilitar a compreensão do texto, munindo as crianças de “instrumentos” que lhes permitam compreendê- lo, questioná-lo, focalizar a sua atenção para que não se dispersem na presença de informações variadas, encorajar reacções/participação/partilha para o surgimento de novas ideias e respostas pessoais que surjam do cruzamento da informação textual com os conhecimentos que já possuem sobre a temática, colaborando na construção de sentidos e interpretações.

During-reading activities that invite students to bring themselves to the literary experience, listen to the points of view of others, reflect on their own responses, and make conections between their lives and ideas in the text are critical to supporting aesthetich stances to reading. (Yopp & Yopp, 2006: 60)

Actividade 8: “Leitura da obra”