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Subescala III Linguagem e Raciocínio 25 4.67 (1.58) 2.50 7

D. Expressão Musical

O domínio da expressão musical nas OCEPE

“A expressão musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que a criança produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a produzir, com base num trabalho sobre os diversos Aspetos que caracterizam os sons (…).” (ME, 1997, p.63,64).

As artes nas brochuras

“Na música, em particular, a repetição torna-se fundamental uma vez que se trata de uma arte que vive no tempo (…) convém portanto que uma obra musical trabalhada num dia seja ouvida posteriormente várias vezes, para que passe a ser melhor preservada e representada na mente e na memória” (ME, 2010, p.13).

São destacadas as palavras-chave: escutar, cantar, dançar, tocar.

O domínio da expressão musical neste grupo de jardins de infância

Na área da música, o panorama das salas observadas difere consideravelmente em termos do nível de qualidade geral encontrado. Uma percentagem considerável das salas (44%) apresenta condições abaixo do nível de qualidade mínimo. Seis destas salas não proporcionam às crianças qualquer tipo de experiência de música ou de movimento. Apenas quatro jardins apresentam condições adequadas, ou seja, as crianças têm um contacto regular com vários tipos de música e são disponibilizados muitos instrumentos e acessórios musicais. Destes, apenas uma sala promove a compreensão das crianças sobre a música e encoraja a criatividade neste tipo de atividades.

114 As educadoras, segundo os resultados do questionário, consideram ter algumas

necessidades de formação nas áreas das expressões, salientando a áreas de expressão Musical e Dramática.

Relativamente à brochura “As Artes no jardim de infância”, esta é uma das que é conhecida por menos educadoras. As que referem conhecê-la, consideram razoável o seu conhecimento bem como a sua adequação e aplicabilidade na prática.

Quadro 40. Síntese dos aspetos fortes e a melhorar relativos à área de expressão e comunicação Área de Expressão e Comunicação

Aspetos Fortes Aspetos a melhorar

Expressão motora Supervisão centrada na segurança e na interação

social entre adultos e crianças

Incrementar e diversificar os equipamentos para motricidade global e promover o seu uso regular através de atividades adequadas*.

Expressão dramática Área atribuída para jogo dramático regularmente

estabelecida.

Muitos materiais para jogo dramático para

representação de papéis ligados à casa e à família. Materiais com organização conveniente e

acessíveis diariamente às crianças.

Disponibilizar uma maior diversidade de materiais que permitam a representação de diferentes profissões, outras culturas, ou permitam fantasiar histórias.

Expressão plástica Existência de variedade de materiais de expressão

plástica de diferentes tipos.

Algum espaço para a expressão individual das crianças.

Incluir mais regularmente materiais de arte diversificados e técnicas variadas

Desenvolver atividades de arte relacionadas com outras vivências das crianças.

Expressão musical

Algum material com diferentes tipos de música

Disponibilizar instrumentos musicais de forma a que as crianças os possam usar diariamente. Desenvolver atividades de movimentação corporal e dança com regularidade.

Promover as experiências musicais de apreciação, criação e execução*

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4. AVALIAÇÃO DO ENVOLVIMENTO INDIVIDUAL DAS CRIANÇAS

Para avaliação do envolvimento das crianças procedemos ao cálculo da percentagem de tempo passado em cada um dos quatro níveis de envolvimento - Envolvimento Ativo (EA), Envolvimento Passivo (EP), Não envolvimento Ativo (NA) e Não Envolvimento Passivo (NP), calculando a soma das percentagens de tempo de envolvimento para cada tipo em cada um dos seis ciclos. Em seguida calculamos a percentagem de tempo para cada nível de envolvimento em função do tipo de atividade (livre ou estruturada). Estes resultados são apresentados sequentemente.

Relativamente ao envolvimento individual das crianças em contexto de Jardim de Infância, como avaliado pelo ICER-R, verificou-se que as crianças passavam, em média, 91.18% do tempo em envolvimento ativo ou passivo, isto é, em interação adequada com o ambiente de aprendizagem (ver quadro 41). Salientamos, no entanto, uma elevada variabilidade em ambos os níveis de envolvimento, verificando-se que em alguns casos as crianças passavam menos de metade do seu tempo em envolvimento ativo. Relativamente ao envolvimento passivo, as crianças passavam cerca de um quarto do tempo em 115 interações com o ambiente sem manipulação ou vocalizações. Também aqui a dispersão é elevada, verificando-se um máximo de envolvimento passivo próximo de metade do tempo observado. Salientamos que em média, as crianças passavam cerca de 13% do tempo em não envolvimento, ativo ou passivo. De realçar a elevada variabilidade, com um máximo de cerca de 21% de não envolvimento ativo, isto é 115 interações com o ambiente de forma desadequada através da manipulação de materiais, movimentação e/ou de vocalizações e um máximo de cerca de 11% em não envolvimento passivo, indicando momentos em que a criança não interage com o ambiente e não faz o que é esperado dela durante a atividade.

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Quadro 41. Proporções de tempo passadas nos diferentes níveis de envolvimento (N = 50)

Níveis de Envolvimento Escala Média (DP) Mínimo Máximo

Envolvimento Ativo % intervalos de tempo 66.60 (11.94) 43.75 92.00 Envolvimento Passivo % intervalos de tempo 24.58 (9.99) 6.72 50.83

Não envolvimento ativo % intervalos de tempo 6.57 (5.23) 0.42 20.83 Não envolvimento passivo % intervalos de tempo 2.25 (2.41) 0.00 11.25

Considerando que a qualidade do envolvimento da criança depende da forma como as atividades estão organizadas (Nunes, 2004), apresentamos de seguida a análise dos níveis de envolvimento em função do tipo de atividade. Verificou-se que, de um total de 298 atividades observadas, 50.3% (150) eram livres e 49.6% (148) estruturadas. No entanto, em algumas salas predominavam atividades estruturadas, sendo que somente em apenas 40% dos casos observados se verificou a proporção estabelecida (4 atividades livres e 2 estruturadas por sala). No quadro 42 são apresentados os resultados relativos ao envolvimento das crianças em função do tipo de atividade. Considerando que os pressupostos subjacentes à utilização de testes paramétricos não estavam cumpridos, nomeadamente a não normalidade das distribuições, optámos pela realização de testes não-paramétricos. Foram realizadas análises de estatística inferencial (Mann-Whitney) que permitem concluir se as associações ou diferenças detetadas na amostra estudada estarão (ou não) presentes na população-alvo.

Quadro 42. Proporções de tempo passadas nos diferentes níveis de envolvimento em função do tipo de atividade (N = 50)

Níveis de envolvimento Atividades livres Atividades estruturadas

M (DP) M (DP) U1

Envolvimento Ativo 82.11 (9.58) 51.48 (16.39) 12.50***

Envolvimento Passivo 13.72 (7.59) 34.30 (13.30) 1.26***

Não Envolvimento Ativo 3.12 (4.28) 9.76 (8.96) 993.00***

Não Envolvimento Passivo 1.05 (1.94) 3.46 (3.95) 783.00***

117 Os dados indicam que, durante as atividades livres, as crianças permanecem em média mais

tempo em envolvimento ativo e menos tempo em envolvimento passivo ou não envolvidas. As diferenças são estaticamente significativas para todos os níveis de envolvimento (ver quadro 42).

5. AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DAS CRIANÇAS

Nesta seção são apresentados os resultados da avaliação dos conhecimentos de 147 crianças a nível da literacia e da matemática. É de salientar que em nenhuma das provas utilizadas se constaram diferenças entre rapazes e raparigas.

5.1. Conhecimentos a nível da literacia

5.1.1. Escrita do nome

Na prova de escrita do nome, as crianças obtiveram uma média de 4.33 (DP = 1.53), com resultados a variar entre 1 e 7.

A figura 27 representa a percentagem de crianças que respondeu com sucesso aos diferentes níveis de exigência desta prova.