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Organização do meio institucional A organização do meio institucional nas OCEPE

Subescala III Linguagem e Raciocínio 25 4.67 (1.58) 2.50 7

43. Desenvolvimento profissional 25 3.32 (1.41) 1

3.4.1 Organização do ambiente educativo

3.4.1.4 Organização do meio institucional A organização do meio institucional nas OCEPE

“Cada modalidade de educação pré-escolar tem características organizacionais próprias e uma especificidade que decorre da sua dimensão e dos recursos materiais e humanos de que dispõe.” (ME, 1997, p.41).

“Qualquer que seja a modalidade organizacional, trata-se de um contexto que permite o trabalho em equipa dos adultos que, na instituição ou instituições, têm um papel na educação das crianças. As reuniões regulares, entre educadoras, entre educadoras e auxiliares de ação educativa, entre educadoras e professores, são um meio importante de formação profissional com efeitos na educação das crianças.” A equipa pode ainda beneficiar “do apoio de diferentes profissionais, tais como professores de educação especial, psicólogos, trabalhadores sociais e outros que, enriquecendo o trabalho da equipa, facilitam a procura de respostas mais adequadas às crianças e às famílias. “(ME, 1997, p.41).

São destacadas as palavras-chave: trabalho em equipa, apoio de diferentes profissionais, espaço educativo alargado.

86 A organização do meio institucional neste grupo de jardins de infância

No que diz respeito às necessidades individuais das educadoras e restante pessoal educativo, verifica-se que as condições são muito diversas nos diferentes jardins. Numa percentagem significativa de casos, existe uma sala de estar disponível com mobiliário de adulto, existe espaço de arrumação adequado e seguro para guardar bens pessoais, bem como casa de banho separada para adultos. É menos vulgar encontrar-se jardins com uma sala de estar sem dupla função e com mobiliário confortável, que permitam mais do que uma pausa diária e em que o pessoal tenha flexibilidade para decidir quando fazer as pausas.

No que se refere às condições para necessidades profissionais das educadoras e assistentes operacionais, existe igualmente uma grande diversidade de situações: em pelo menos 16% dos jardins de infância, os profissionais não têm espaços para arquivar ou guardar materiais necessários às atividades nem espaços para realizar reuniões individuais durante o tempo de frequência das crianças. Em 32% dos casos, os jardins dispõem de espaços amplos para arquivar e guardar materiais bem como gabinetes destinados a trabalho administrativo e espaço de reuniões em que existem condições de privacidade e em que o uso partilhado não interfere com o horário.

No que diz respeito ao trabalho em equipa, aspeto particularmente valorizado nas OCEPE, de uma maneira geral, as condições nos jardins promovem a cooperação e a interação entre o pessoal. As interações entre os elementos da equipa educativa são positivas, com partilha adequada de responsabilidades nas atividades de rotina e de jogo e partilha diária de informação acerca das crianças (nomeadamente sobre como correm as rotinas e atividades de jogo). Em pelo menos 28% dos jardins, está previsto um tempo de planificação conjunta (pelo menos quinzenal) entre os elementos da equipa que trabalham com o mesmo grupo de crianças e promove-se a interação positiva entre os seus elementos, havendo também responsabilidades claramente definidas.

Relativamente aos procedimentos de supervisão e de avaliação do pessoal, verifica-se que em cerca de um terço dos jardins observados, não é realizada qualquer tipo de supervisão ou de avaliação do desempenho, nem é fornecido feedback acerca do trabalho desenvolvido pela equipa educativa. Pelo contrário, em 12% dos jardins, o pessoal participa na sua própria avaliação, sendo dado feedback frequentemente de forma útil e positiva.

87 No que diz respeito às oportunidades para desenvolvimento profissional, na grande

maioria dos jardins de infância observados existe algum tipo de orientação dirigido ao pessoal novo que entra para a instituição, é fornecida alguma formação em serviço e são realizadas algumas reuniões para resolver problemas administrativos.

No questionário, as 24 educadoras indicaram realizar reuniões com a equipa de jardim de infância, sendo variada a periodicidade destas reuniões.

Quanto às reuniões para planificação do trabalho, a grande maioria das educadoras refere envolver a equipa da sala e a equipa do jardim de infância. De realçar que um quinto das educadoras (n = 5) refere também haver a colaboração de um observador externo para a avaliação do ambiente educativo das suas salas.

No que se refere ao desenvolvimento profissional das educadoras, a maioria das educadoras referiu ter recebido algum tipo de formação nos dois últimos anos. Esta formação direcionou-se quer para as OCEPE quer para outras áreas. No que diz respeito às OCEPE, estas educadoras referem ter tido, em média, 6 horas de formação, embora se tenha verificado uma variabilidade muito grande, quanto à sua duração (Máx. 34h - Min. 0h). Em média, o tempo de formação foi superior nas áreas Formação Pessoal e Social, Linguagem Oral e Escrita e Expressões. No que se refere à formação relativa às brochuras, somente 4 educadoras indicaram ter tido formação, embora com duração muito variável.

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Quadro 34. Síntese dos aspetos fortes e a melhorar relativos à organização do ambiente institucional Organização do ambiente educativo – Organização do ambiente institucional

Aspetos Fortes Aspetos a melhorar

Alguns espaços e mobiliário adequados para as necessidades individuais dos profissionais. Espaços adequados para arquivar e guardar. Espaços satisfatórios para reuniões e encontros em grupo.

Comunicação frequente entre os profissionais acerca da informação relacionada com as crianças. Interações positivas e responsabilidades

partilhadas entre profissionais.

Criar oportunidades para o desenvolvimento profissional do pessoal, nomeadamente, cursos, conferências ou oficinas, com particular incidência no pessoal com menos formação em educação de infância*

Criar bibliotecas profissionais com materiais atualizados*

Instituir mecanismos de avaliação que identifique áreas fortes e a melhorar e fornecer um feedback regular, útil e positivo*

* Item acrescentado comparativamente ao estudo desenvolvido em 2006.