• Nenhum resultado encontrado

F REQUÊNCIAS ALÉLICAS E GENOTÍPICAS DO POLIMORFISMO A870G CCND

I

INNDDIIVVÍÍDDUUOOSSCCOONNTTRROOLLOO

As frequências genotípicas do polimorfismo A870G no gene CCND1 nos indivíduos controlo estão descritas no quadro IV.

O grupo de indivíduos controlo total, constituído por 187 indivíduos, dos quais 103 mulheres e 84 homens, possuiu frequências genotípicas de 28,9%, 56,1% e 15,0% relativamente aos genótipos AA, AG e GG, respectivamente. Relativamente ao modelo recessivo, as frequências obtidas foram de 85,0% para os genótipos AA/AG e de 15,0% para o genótipo homozigótico GG.

O sub-grupo controlo constituído pelas 103 mulheres possuiu uma distribuição genotípica constituída por 37,9% relativamente ao genótipo AA, 53,4% relativamente ao genótipo AG e 8,7% relativamente ao genótipo GG. No modelo recessivo, a frequência dos genótipos AA/AG foi de 91,3% e 8,7% para o genótipo GG.

Relativamente ao sub-grupo controlo constituído pelos 84 homens, as frequências dos genótipos AA, AG e GG observadas foram respectivamente 17,9%, 59,5% e 22,6%. No que respeita ao modelo recessivo, as frequências obtidas foram de 77,4% para os genótipos AA/AG e de 22,6% para o genótipo homozigótico GG.

P

PAACCIIEENNTTEESSCCOOMMLLEESSÕÕEESSDDOOCCOOLLOODDOOÚÚTTEERROO

A distribuição dos alelos e genótipos do polimorfismo A870G no gene CCND1 entre o grupo controlo e o grupo de pacientes com lesões do colo do útero (casos), incluindo lesões de alto grau (HSIL) e carcinoma espinocelular do colo do útero (ICC) está descrita no quadro V.

A frequência do alelo G foi superior no grupo de pacientes com lesões do colo do útero (46,9%) relativamente ao grupo controlo (35,4%) e esta diferença é estatisticamente significativa (p=0,011). A frequência dos genótipos AA, AG e GG foi de 37,9, 53,4 e 8,7%, respectivamente, no grupo controlo e de 30,8, 44,7 e 24,5%, respectivamente, no grupo dos casos. A distribuição das frequências genotípicas de ambos os grupos está de acordo com o esperado segundo os princípios de Hardy-Weinberg para populações em equilíbrio (P=0,672 no grupo dos casos e P=0,461 no grupo controlo).

A análise das frequências dos genótipos CCND1 indica que mulheres portadoras do genótipo GG possuem um risco cerca de 3,4 vezes superior no desenvolvimento de lesões do colo do útero (OR=3,38; 95% CI 1,55-7,41; p=0,001). A estratificação da análise de acordo com a mediana das idades dos pacientes indicou que o grupo de mulheres com idade superior a 46 anos portadoras do genótipo GG, possui um risco aumentado de cerca de 3 vezes no desenvolvimento de lesões do colo do útero (OR=3,20; 95% CI 1,25-8,16; p=0,017).

No caso dos pacientes com carcinoma do colo do útero, a proporção de casos de cancro do colo uterino atribuível à influência do genótipo GG foi de 17,26%.

Na figura 11 estão representadas as distribuições genotípicas do polimorfismo A870G no gene CCND1 no grupo controlo e grupos de lesões

do colo uterino, incluindo lesões de alto grau (HSIL) e carcinoma espinocelular do colo do útero (ICC).

As frequências genotípicas no grupo controlo, no grupo de pacientes com lesões de alto grau e carcinoma espinocelular do colo do útero e resultados da análise estatística tendo em conta o grau de lesão estão descritas no quadro VI.

AA/AG GG AA/AG GG AA/AG GG 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pe rc e n ta g e m

Controlos HSIL ICC

GG AA/AG

Figura 11 – Representação gráfica da distribuição das frequências do

polimorfismo A870G no gene CCND1 nos grupos controlo, pacientes com lesões de alto grau do colo uterino (HSIL) e no grupo de pacientes com carcinoma espinocelular do colo do útero (ICC).

Através da análise dos resultados observou-se que mulheres portadoras do genótipo GG possuem um risco 3,67 vezes superior para o desenvolvimento de lesões de alto grau do colo do útero (OR=3,67; 95% CI 1,45-9,31; p=0,007) e de 3,24 vezes superior para o desenvolvimento de carcinoma espinocelular do colo do útero (OR=3,24; 95% CI 1,41- 7,46; p=0,006).

VARIÁVEIS CLÍNICO-PATOLÓGICAS

Foi analisado o estádio do tumor com o objectivo de avaliar a influência do polimorfismo A870G no na agressividade e progressão tumoral.

Foi efectuada uma re-codificação do estádio, de forma a avaliar diferenciadamente os estádios menos agressivos (I, IIa) e os estádios mais agressivos com invasão e envolvimento dos paramétrios (IIb, III e IV).

Na figura 12 está representada a distribuição dos genótipos CCND1 nos diferentes estádios dos casos de carcinoma espinocelular do colo uterino.

AA/AG GG AA/AG GG 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pe rc e n ta g e m <II b ≥ II b GG AA/AG

Figura 12 – Representação gráfica da distribuição das frequências do

polimorfismo A870G no gene CCND1 nos diferentes estádios tumorais.

No quadro VII estão descritos os resultados da análise estatística referente às frequências dos genótipos CCND1 nos diferentes estádios. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas nas frequências genotípicas nestes dois grupos de casos (p=0,49).

P

PAACCIIEENNTTEESSCCOOMMCCAANNCCRROODDAANNAASSOOFFAARRIINNGGEE

A distribuição dos alelos e genótipos do polimorfismo A870G no gene CCND1 entre o grupo controlo e o grupo de pacientes com cancro da nasofaringe está descrita no quadro VIII.

No grupo de pacientes com carcinoma da nasofaringe, as frequências de ambos os alelos, A e G, foi de 50,0%. A frequência dos genótipos AA, AG e GG foi de 28,9, 56,1 e 15,0%, respectivamente no grupo controlo e 27,7, 44,6 e 27,7%, respectivamente no grupo dos pacientes com cancro da nasofaringe. A percentagem de indivíduos portadores do genótipo GG foi superior no grupo dos pacientes, relativamente ao grupo controlo (figura 13).

AA/AG GG AA/AG GG 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Pe

rc

e

n

ta

g

e

m

NPC Controlos GG AA/AG

Figura 13 - Representação gráfica da distribuição das frequências do

polimorfismo A870G no gene CCND1 nos grupos controlo e pacientes com cancro da nasofaringe.

A distribuição das frequências genotípicas de ambos os grupos está de acordo com o esperado segundo os princípios de Hardy-Weinberg para populações em equilíbrio (P=0,804 no grupo dos casos e P=0,357 no grupo controlo).

A análise das frequências dos genótipos CCND1 indica que indivíduos portadores do genótipo GG possuem um risco acrescido no desenvolvimento de cancro da nasofaringe (OR=2,17; 95% CI 1,19-3,98;

No quadro IX estão descritas as frequências genotípicas no grupo controlo e no grupo de pacientes com carcinoma indiferenciado da nasofaringe (UCNT). A análise estatística dos resultados tendo em conta este tipo histológico demonstra um risco ainda superior no desenvolvimento de UCNT em indivíduos portadores do genótipo GG (OR=2,32; 95% CI 1,20-4,17; p=0,018).

A proporção de casos de cancro da nasofaringe atribuível à influência do genótipo GG foi de 14,94%.

VARIÁVEIS CLÍNICO-PATOLÓGICAS

O grupo de pacientes com cancro da nasofaringe foi estratificado de acordo com o estádio do tumor e presença/ausência de metástases ganglionares, com o intuito de analisar uma possível influência do polimorfismo A870G na agressividade tumoral.

Na figura 14 estão representadas as distribuições dos genótipos CCND1 nas diferentes variáveis clínico-patológicas analisadas no grupo de pacientes com cancro da nasofaringe. Novamente, foi efectuada uma re- codificação do estádio do tumor, com o objectivo de comparar os estádios menos agressivos (I, II e III) e o estádio de maior agressividade (IV).

AA/AG GG AA/AG GG 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pe rc e n ta g e m I/II/III IV GG AA/AG AA/AG GG AA/AG GG 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pe rc e n ta g e m Não Sim GG AA/AG A B

Figura 14 – Representação gráfica da distribuição das frequências do

polimorfismo A870G no gene CCND1 nos diferentes estádios tumorais (A) e referente à presença/ausência de metastização ganglionar (B).

No quadro X apresentam-se os resultados da análise estatística referente às distribuições dos genótipos CCND1 nos diferentes estádios e referentes à metastização ganglionar. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas frequências genotípicas dos sub-grupos definidos tendo em conta as variáveis clínico-patológicas analisadas (para a variável estádio do tumor, p=0,795 e presença/ausência de metastização ganglionar, p=0,788).

Nos últimos anos a investigação oncológica tem demonstrado que o cancro é uma doença que envolve alterações dinâmicas no genoma. Alterações no controlo de mecanismos e vias chave da regulação da proliferação celular são eventos necessários para o estabelecimento de um tumor.

O gene CCND1 é um proto-oncogene envolvido na regulação do ciclo celular e alterações neste gene têm sido descritas em vários tumores. O polimorfismo A870G no gene CCND1 tem sido analisado em alguns tipos de neoplasias, com resultados controversos.

Os objectivos deste estudo consistiram na análise da frequência do polimorfismo no codão 870 no gene CCND1 em indivíduos sem qualquer patologia, em mulheres com lesões do colo uterino e indivíduos com cancro da nasofaringe e avaliar a existência de associações entre a frequência do polimorfismo estudado e a susceptibilidade para cancro do colo do útero e cancro da nasofaringe.

Documentos relacionados