CONSIDERAÇÕES FINAIS
5) Fabricando corpos pela e para a dança contemporânea: As questões
discutidas no capítulo três apontam para uma construção específica dos corpos, corpos que se definem como contemporâneos. Mesmo para os/as bailarinos/as que optam mais evidentemente por técnicas de improvisação, como para os/as que enfatizam o princípio de que cada corpo se movimenta de maneira peculiar, assim como para aqueles/as que defendem uma naturalidade de movimentos em cena, há toda uma preparação e fabricação dos corpos para a dança. Este processo revela corpos que também são disciplinados e submetidos a técnicas corporais - no sentido do termo em Mauss - particulares da dança que fazem, ou seja, mesmo um corpo “natural” precisa passar por uma construção específica de corpo.
Talvez o que distinguisse esta fabricação de corpos na dança contemporânea da presente no balé clássico ou no jazz seria o fato de ela apontar para o uso de técnicas corporais apreendidas ao longo das experiências dos/as dançarinos/as, em diálogo com as técnicas de dança e de outras práticas corporais. Trazer elementos de seus cotidianos, tais como temas, movimentos, vivências, músicas, sonoridades, dentre outros aspectos, acaba sendo uma característica comum entre os/as bailarinos/as com os/as quais trabalhei e entre as mesclas que fazem de diversas experiências corporais.
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