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Fui assistir a um ensaio do SKR, espetáculo que já tinha visto na apresentação de estréia, e sobre o qual havia comentado que era preciso assisti-lo mais umas 10 vezes para assim realmente discorrer sobre.

Todos os integrantes encontravam-se no ensaio, era um ensaio geral que estava preparando para a apresentação em São Paulo dias 24, 25 e 26 de junho. Não só os dançarinos, mas também integrantes de outras atividades lá estavam: os dois jornalistas que se ocupam da parte de comunicação da Cia, o adestrador de Nina, a cadela que participa do atual espetáculo, Hedra, que se ocupa da trilhas sonoras, Malú, a professora de técnica clássica do grupo, o fotógrafo do grupo e que ao mesmo tempo manipula os robôs em cena, e o iluminador.

O chão do palco do CIC (Centro Integrado de Cultura) estava marcado com listras e números. Esqueci de perguntar se era do espetáculo ou por algum outro motivo interno do CIC. Bem, quando cheguei os integrantes estavam “passando alguns movimentos e marcações, por vezes era em solo, outras em duo. O adestrador também “passava” a parte da Nina com uma dançarina. Falei com o Anderson sobre entrevistá-lo e ele topou, foi muitíssimo prestativo e me passou seus horários, e conversamos sobre um encontro já para a entrevista. (Que acabou não acontecendo conforme combinado por motivos maiores e foi adiado, tendo a entrevista sido realizada em sua casa e não no café do Colégio Catarinense como seria segundo o 1o encontro marcado)

Depois de um tempo de “passagens de movimentações” e “marcações”, tendo alguns membros do grupo Quasar344 se instalado na platéia, as cortinas se fecharam, para poucos minutos depois, se abrirem, com a platéia pronta para assistir.

O ESPETÁCULO

O espetáculo começa com dois integrantes, um dançarino com um pano cobrindo o pescoço e o nariz estando de patins, e uma dançarina com um pano cobrindo todo o rosto. O bailarino de patins retira o pano do rosto da dançarina, Mariana, e ela diz “solta!”, cai no chão e logo em seguida uma barra é jogada sobre ela que a pega. Uma outra dançarina, a Marcela, entra e equilibra a barra no seu ombro. Depois entra mais uma, Karin com a cadela Nina, e em seguida entra um outro dançarino, o Alejandro.

Todos os outros entram em cena e a cadela Nina fica de pé, enquanto os dançarinos deitam. É um momento de silêncio. De repente, a cena se desfaz e começa uma outra em que há um duo com Karina e Kiko. (Essa parte lembra muito o início do “Procedimento 1”, que foi estudado e relatado por mim na monografia). O duo mostra uma proposta de diálogo entre os dois corpos, um colocando a mão em cima do ombro do outro, e este tirando-a, levando a um outro tipo de movimentação que é o de suportes: depois de o dançarino tirar a mão da dançarina algumas vezes, esta “se joga” em cima do dançarino que a recebe e a sustenta de diferentes formas. Em um momento,

parece que a dançarina está em cima dos ombros do dançarino, como se fosse uma barra, reta, dura.

A cena seguinte compõe-se de três casais, dois compostos de homem-mulher, e um de mulher-mulher. Um componente de cada casal tapa os olhos de seus pares, que se

movimentam como se estivessem sendo conduzidos. Entram outros dançarinos, interagem, e no final acabam ficando três mulheres na cena. Os movimentos nesta hora são compostos basicamente por quedas para trás, e logo em seguida começa um solo da Marcela. Mas a cena se enche novamente de dançarinos havendo um troca-troca bem rápido entre duos. As mulheres pulam nos homens e ficam em cima de seus ombros por alguns instantes. Uma dançarina fala “solta”, a cena se desfaz e começa um jogo de peso entre três corpos que parece a brincadeira do joão-bobo. O que acontece em seguida é uma parte em que dançarinos colocam no palco uns bonecos de porcos que são articuláveis, que desmontam, e ficam “brincando”, mexendo com estes. (Esta cena não se repetiu na última apresentação do “SKR” que assisti. Não sei se tiraram propositadamente ou se algo aconteceu com os porcos, pois, por não estar mais no processo de pesquisa de campo propriamente dita, eu não entrei mais em contato com membros do grupo)

Alejandro dança um solo ao fundo de uma música tocada por violino e voz, esta ao vivo. Outros dançarinos entram movimentando-se de maneira fluida, com os corpos “moles”, desarticulados, apresentando uns “tiques”, sendo conduzidos e carregados por outros corpos, como se eles fossem os bonecos de porcos articuláveis. Karina e Mariana fazem em seguida um duo e acabam parecendo com os bonecos de porco também, as pernas dobradas umas nas outras, “emboladas”, os braços também, e, assim “emboladas” vão se movimentando juntas, rolando no chão, montando e desmontando os encaixes. Outro duo faz o mesmo tipo de movimentação, o Anderson e a Marcela. Letícia entra e dança um solo, enquanto Anderson se “desembrenha” e Alejandro e Alejandro e Marcela entram em cena dançando com as mesmas movimentações. Mariana e Kiko entram também, e no final, parece que quase todos os dançarinos estão em cena.

Começa um momento em que se coloca uma corda no meio do palco, e uma dançarina anda por cima da corda com um capuz tapando o rosto, consequentemente a visão. Um robô em forma de carrinho passa pelo palco enquanto uma dançarina, a Gika, desenha com giz branco alguns “X”s no chão. Anderson, Mariana e Letícia se posicionam em cima das marcas e “brincam” com quedas e equilíbrios, enquanto Alejandro brinca com um robô. Karin entra e coloca o robô em um saco de papel. Anderson e Alejandro dançam um duo, que logo se desfaz, com o Alejandro que corre, e começa um outro duo entre Anderson e Kiko. O grupo todo entra em cena e logo sai deixando Letícia só.

Três dançarinas entram e começam a vestir Letícia. A dançarina dança com Marcela, e em seguida Kiko entra em cena. Mariana dança com um tecido amarelo parecendo uma fita usada pelas ginastas, e outra dançarina, acho que a Karina, porta um tecido branco. Uma queria pegar a fita e no fim isso acabou por virar uma espécie de luta. Coloca-se o capuz e veda-olho em alguns dançarinos. O Anderson aparece sem roupa, e se coloca em um grande círculo de giz branco desenhado no chão fazendo movimentos de equilíbrio e desequilíbrio. O robô volta para a cena. Acontece um duo entre Karina e Letícia. Karin entra no meio com o robô que filma. As barras reaparecem nas mãos de vários dançarinos, e o robô também volta para a cena. Nina e Alejandro entram e andam pelo palco. (Havia umas cadeiras nas laterais do palco, mas como era um ensaio, creio que não faziam parte do cenário).

Karin e Anderson dançam juntos. Karin coloca os pés sobre seus joelhos, andando girando e dançando nessa posição. Marcela entra com um sapatão de palhaço, depois Gika portando os mesmos sapatos cm cor diferente e fazem um duo (Não lembro se é nessas horas dos duos que a operadora de som fala os nomes dos dançarinos que estão realizando cada duo.) Kiko faz um solo e depois entra Anderson com o mesmo

sapato de palhaço. O robô reaparece. Começam duos entre homens e mulheres, e os homens parecem querer acalmar as mulheres não as deixando se levantar. Alejandro e Mariana fazem um duo, e em seguida entra a parte em que dois homens andam de patins pelo palco, segurando barras. Neste momento todos entram e começa a ter muita movimentação e agito no palco. As barras caem fazendo fortes ruídos. Um robô da barra.

Dançarinos falam “Vai!” “Vem!”. Jogam as barras para os colegas, vão para o chão equilibrando a barra. Muita coisa está em cena: robô, patins, barras... Uma barra cai em cima de Kiko e se faz silêncio. Começa um troca-troca de barras, e os dois dançarinos de patins vão colocando barras em cima de Letícia, que se encontra no meio do palco, e fica parada, equilibrando as barras. A dançarina vai descendo bem devagar, ao som dos pequenos ruídos das barras em cima de seu corpo, e à luz dos reflexos das mesmas. Assim termina a primeira parte do “SKR” e a cortina se fecha com Letícia no chão e as barras sobre ela.

A segunda parte do espetáculo começa com todos no palco dançando com uma tela ao fundo. A tela projeta uma filmagem de uma dançarina alemã falando e fazendo os movimentos enquanto fala. Os dançarinos repetem os movimentos. (neste ensaio eu não pude ficar até o final, mas com base nas duas apresentações que vi anterior e posteriormente posso resumir o que acontece depois) A cadela Nina reaparece em cena, interagindo com dançarinos. Há uma caixa transparente no meio do palco. Estes finalizam a segunda parte do espetáculo colocando placas transparentes dispostas umas bem perto das outras em forma de caracol, como se fosse aquela montagem que se faz com os dominós. Quando todas as placas já estão devidamente colocadas, a última delas é derrubada, levando todas as outras ao chão também - provocando o efeito dominó. A última placa puxa um fio que abre a caixa,.. Aparece uma filmagem de dois peixes brigando, e um texto explicando características desses peixes. Desta forma termina o “SKR”.