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LISTA DE SIGLAS CEF Caixa Econômica Federal

2.10 O SOFTWARE COMO FERRAMENTA DE TRABALHO DE DIAGNOSTICO

4.2.2 Faixa etária

Inicialmente a pesquisa teve o cuidado de fazer o reconhecimento da faixa etária a dos dois grupos de alunos das modalidades integrada e subseqüente os qual se encontram detalhadamente exposta na tabela de faixa etária abaixo: TABELA 14 – Faixa etária do alunado

Modalidade subseqüente Menor que 16 anos 16/17 18/19 20/21 De 22 entre 25 De 26 entre 30 Maior que 31 anos Não informa Nº 0 0 18 12 09 11 06 05 % - - 32,14 21,43 16,07 19,64 10,73 -

Media: 23 anos e quatro meses Modalidade integrada Menor que 16 anos 16/17 18/19 20/21 De 22 entre 25 De 26 entre 30 Maior que 31 anos Não informa Nº 13 35 05 01 0 0 0 05 % 24,07 64,81 9,26 1,86 - - - -

Media: 16 anos e cinco meses Fonte: Dados da pesquisa

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Mostra a pesquisa que o alunado dos dois grupos apresenta homogeneidade interna e heterogeneidade entre ambos, pois se posiciona com diferença etária de mais de sete anos entre elas, ou seja encontram-se em momentos distintos de suas vidas, enquanto o alunada da classe integrada estar na adolescência com media de 16 anos,temos o grupo da modalidade subseqüente esta na faixa do Jovem adulto, com sua maioria entre 21 a 26 anos e média de idade de 23 anos 04 meses.

4.2.2.1 estrutura familiar

Em estudos sobre as técnicas de micro simulação para avaliar o impacto sobre a pobreza ao tamanho da família é tratada por Fernandes e Pazello (2002:233) no contexto da desigualdade de renda entre os brasileiros. Estes autores mencionam que as estatísticas disponíveis, a época, são uma das piores do mundo e concluindo, ser esta a real verdade. Eles trazem a regra da participação na força de trabalho com a convicção de que a renda auferida pelo trabalhador na forma do salário mínimo brasileiro é o básico para garantir o mínimo necessário de bem-estar material da maioria da população, embora parcela significativa dos brasileiros, ainda não consegue suprir suas necessidades básicas.

Asseveram ainda Fernandes e Pazello (2002:234) que a desigualdade de rendimentos no Brasil está fortemente associada ao nível educacional de seus trabalhadores e aponta fatores que explica essa forte influência da educação sobre os rendimentos são: a grande desigualdade educacional entre os

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trabalhadores e a elevada taxa de retorno da educação9. Mostram também que a pobreza pode, também, ser atribuída a outros motivos, dentre eles: estrutura familiar e o engajamento no mercado de trabalho. E conclui que o indivíduo pode estar na condição de pobreza porque ou não está trabalhando ou está trabalhando pouco. De outra forma, a renda não depende apenas do valor de mercado do capital humano, mas também de seu uso.

Pelas Tabelas 13 e 13A, verificam-se o número de elementos que reside com o aluno e o percentual de 76,6% do alunado, inclusive ele habita com três a cinco pessoas, com média de 4,28 pessoas por residência na modalidade integrada e de 3,20 pessoas/residência na modalidade subseqüente.

TABELA 15 – Composição familiar do alunado - Média

Modalidade Integrada Subseqüente

Nº de pessoas por residência 4,28 3,20

Media da amostra 3,74 pessoas por residência

Fonte: Dados da pesquisa

TABELA 16– Composição familiar do alunado Quantidade de pessoas que vivem na mesma casa do aluno ( inclusive ele). Modalidade subseqüente

Quantidade 01 02 03 04 05 06 07 ou Maior Não informa

Freqüência 01 07 07 14 19 04 - 09

% 1,92 13,46 13,46 26,92 36,54 7,70 Zero -

Media: 3,20 pessoas por residência Modalidade integrada

Quantidade 01 02 03 04 05 06 Maior que 07 Não informa

Freqüência - 02 13 23 11 05 03 02

% Zero 3,51 22,80 40,35 19,30 8,77 5,27 -

Media: 4,28 pessoas por residência

Fonte: Dados da pesquisa - Nota: Número de pessoas residentes inclusive o aluno

9 O grau de desigualdade educacional no Brasil é cerca de seis vezes superior ao observado nos Estados Unidos, Enquanto que crescimento salarial por ano adicional de estudo está em torno de 15% [Lam e Levinson (1990) citado por Fernandes e Pazello (2002)].

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4.2.2.2 Composição da renda familiar:

O sistema capitalista que se iniciou com industrial e chegando a atual era da globalização econômica mostra que resolveu questão social do pleno emprego e renda justa ao trabalhador não foi atendida, e constatamos as atuais desigualdades sociais.

No propósito realizar as políticas publicas trouxe o governo, a definição das classe sociais10 e padronização para o modelo existente no Brasil onde inclui vários conceitos e padrões. Registra-se que os estudos normalmente passaram a existir com a noção de que as classes sociais, em seus diversos países Nesta linha de seguimento, o IBGE com a visão baseada no número de salários mínimos realizou a divisão das classes sociais em três níveis diferentes, na convenção baixa, média e alta e dentro dos quais há sub-níveis.

Atualmente, a estratificação das classes sociais segue cinco níveis: A, B.C, D e E, passando pelo que se designa o estrato da população com pouca capacidade financeira, tipicamente com dificuldades econômicas, e a última possui grande margem financeira.

TABELA 17 – Classes Sociais Classificação do IBGE para Classes Sociais

Classe Salários Mínimos (SM) Renda Familiar (R$)

A Acima 20 SM R$ 12.440 ou mais

B 10 a 20 SM De R$ 6.220 a R$ 12.440

C 4 a 10 SM De R$ 2.488 a R$ 6.220

D 2 a 4 SM De R$ 1.244 a R$ 2.488

E Até 2 SM Até R$ 1.244

Fonte: IBGE – Atualizada e valida para todo ano 2012

10 O conceito de classe mostra aspectos da sociedade baseada extratos. Oferece uma melhor imagem das condições reais, se defende a existência de diferenças culturais entre as classes sociais, onde se revela obstáculos, mais que os econômicos, e de propriedade real. Bourdieu, Pierre. Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 78, Abril/2002. Pag. 27.

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Para classes sociais o IBGE faz periodicamente a divulgação da classificação do IBGE em número de salários mínimos. E partindo do mais simples e divide em apenas cinco faixas de renda ou classes sociais, conforme a tabela abaixo válida para o ano de 2012 com parâmetro legal em salário mínimo em R$ 622,00.

4.2.2.3 Estudo para a modalidade subseqüente

Pela Tabela de Renda familiar, em abaixo, temos para os alunos da modalidade subseqüente e que estuda no turno da noite – com aulas das 18horas20min às 22horas40min apresenta a indicação em que 80,00 % do alunado obtêm suporte financeiro de seus pais/avos com renda mensal de 2,25 salários mínimos/mês para suprir as despesas do cotidiano e das as demandas do custo de vida, embora estejam na faixa etária dos 23 anos .

TABELA 18 - Renda familiar modalidade subseqüente Modalidade subseqüente

Renda familiar dado em Nº de salários mínimos Até 01 De 01 até 02 De 02 até 04 De 04 até 06 De 06 até 08 De 08 até 10 De 10 até 15 De 15 até 30 Não informa 04 10 26 16 03 01 - 01 - 6,58 16,39 42,63 26,23 4,91 1,63 - 1,63 - Modalidade subseqüente

Renda media familiar: 2,25 salários mínimos, que equivale a R$ 1.407,15

CLASSE SOCIAL (IBGE): % %

ACUMULADO

E 22,97 22,97

D 42,63 65,60

C.1 26,23 91,83

Demais classes 8,17 100,00

Principal provedor familiar Dados

Próprio

aluno/Cônjuge Pais Avos Irmãos Outros Não informa

Nº 12 44 04 - - 01

% 20,00 73,34 6,66 - - -

Modalidade subseqüente

Renda familiar dado em Nº de salários mínimos Posição quanto condição se exercer algum trabalho

Posição Nº

Analise sobre o Não e Sim (em nº de horas semanais) % Menor que 21 horas De 21 e 30 horas De 31 e 40 horas De 41 e 44 horas Maior que 44 horas Sim 21 05 01 05 04 03 35,00 Não 39 x x x x X 65,00

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4.2.2.4 Estudo para a modalidade integrado

Pela tabela abaixo, temos para os alunos da modalidade integrada e que estudam no turno da tarde – com aulas das 13horas00min às 17horas30min apresentam a indicação que 100 % do alunado obtêm suporte financeiro de seus pais/avos com renda mensal de 3,75 salários mínimos/mês para suprir as despesas do cotidiano e das as demandas do custo de vida, embora estejam na faixa etária dos 16 anos .

TABELA 19 - Renda Familiar Modalidade Integrada Modalidade integrada

Renda familiar dado em Nº de salários mínimos Até 01 De 01 até

02 De até 04 02 De 04 até 06 De 06 até 08 De 08 até 10 De 10 até 15 De 15 até 30 Não informa 02 17 23 08 03 01 - 02 03 3,57 30,36 41,07 14,28 5,37 1,78 3,57 -

Renda media familiar: 3,75 salários mínimos, que equivale a R$ 2.338,00 Modalidade integrada

Renda familiar dado em Nº de salários mínimos

Classe social ( IBGE): % % Acumulado

E 33,93 33,93

D 41.07 75,00

C.1 14,28 89,28

Demais classes 10,72 100,00

Principal provedor familiar

Principal provedor familiar continuação Modalidade integrada

Renda familiar dado em Nº de salários mínimos Renda familiar dado

em Nº de salários

mínimos Próprio aluno/Cônjuge Pais Avos Irmãos Outros Não informa

Nº 0 54 05 - - -

% - 91,52 8,48 - - -

Posição quanto condição de trabalha

Posição Nº

Sim ( em nº de horas semanais)

% Menor que 21 horas De 21 e 30 horas De 31 e 40 horas De 41 e 44 horas Maior que 44 horas Sim 04 04 - - - - 6,78 Não 55 X x x x X 93,22

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O estrato social ―classe D‖ da denominação IBGE, como edita em 01.11.2011 a revista eletrônica Valor Econômico, tem capacidade financeira e representa 15% do total de consumo dos brasileiros. O aumento no salário mínimo é principal causa desse crescimento e que nos próximos dois anos (2013-2014) acontecerá uma condição inédita de elevação do consumo no Brasil, onde pessoas que há pouco mais de uma década viviam em condições de privação quase completa poderão sustentar boa parte do crescimento da atividade econômica no país. Que assim edita:

Atualmente, com o aumento da renda da classe D, pessoas que ganham entre R$ 705 a R$ 1.126 - pouco mais de dois salários mínimos, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV) - ganha espaço e deve ser o próximo estrato social a mostrar grande poder de compra já a partir do ano que vem, superando inclusive a classe B. Uma das razões é que, em 2012, o salário mínimo - referência de renda para boa parte dessa parcela social - terá reajuste de mais de 13%. Para Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisas Data Popular, esse processo de erradicação da miséria permite prever que até 2014 é possível que o Brasil realmente veja a classe E ser extinta. Além disso, as possibilidades de ascensão social, segundo ele, também têm sido cada vez mais ampliadas nos estratos mais baixos da população. "Há cerca de 800 mil novos universitários na classe D. Há muita gente entrando no mercado de trabalho com empregos formais. E a proporção desses dois indicadores cresce mais na classe D no que nas demais". (Brasil-Valor Econômico. Revista Eletrônica (Edição 01.11.2011).

FIGURA 22 - Pirâmide Poplacional

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Neste mesmo sentido, traz a edição eletrônica da Revista Veja ediçãode 29.11.2010 é que não só na área econômica, mas também na área da educação, a Classe D já é o dobro da classe A nas universidades particulares em número total de estudantes nas universidades brasileiras públicas e privadas. Em 2002, havia 180.000 alunos da classe D no ensino superior. Sete anos depois, em 2009, eles eram quase cinco vezes mais e somavam 887.400. Em contrapartida, o total de estudantes do estrato mais rico caiu pela metade no período, de 885.600 para 423.400. Os dados fazem parte de um estudo do Instituto Data Popular (2010). Vejamos:

Cerca de 100.000 estudantes da classe D ingressaram a cada ano nas faculdades brasileiras entre 2002 e 2009, e hoje temos a primeira geração de universitários desse estrato social", observa Renato Meirelles, sócio diretor do instituto e responsável pelo estudo. ―Essa mudança de perfil tem impactos no mercado de consumo a médio prazo. Com maior nível de escolaridade, essa população, que é a grande massa consumidora do país, deve se tornar mais exigente na hora de ir às compras. (Revista Veja – Educação. 29.11.2010)

Constata-se em estudo, feito a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2009) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a revelação que as classes C e D respondem atualmente por 72,4% dos estudantes universitários. Comparando o resultado da pesquisa temos o seguinte:

TABELA 20 - Comparativa Classe social por aluno do IFPB. Quadro comparativo do alunado por classe social e % em modalidades

Classe social (IBGE): Brasil Integrado Subseqüente

% % %

E 13,05 33,93 22,97

D 20,58 41.07 42,63

C 55.56 14,28 26,23

A e B 10,77 10,72 8,17

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Constatamos que os percentuais de alunos do curso em estudo, em ambas as

modalidades da extratificação social, sao da base da piramide ―E‖ e ―D‖

incorporando ao processo educacional % superior a media da população brasileira, apresentando assim, a inclusão dosmenos favorecidos a educação de nivel profissionalizante.

4.2.2.5 Comparativo da condição do alunado por modalidade

Conclui-se que apenas um dentre cinco alunos trabalham em tempo parcial, sendo este fato com maior recorrência no alunado do noturno e um elemento que o induz condição favorável a integral dedicação aos estudos.

TABELA 21 - Resumo comparativo social Comparativo da condição social por modalidade

Subseqüente Integrado

Renda media familiar 2,25 salários mínimos 3,75 salários mínimos Nº médio de membros 3,20 pessoas por residência 4,28 pessoas por residência Renda media familiar por pessoa 0,70 salário mínimo 0,87 salário mínimo

Faixa etária media 23 anos 16 anos

Fonte: Dados da pesquisa

TABELA 22 - Comparativa da condição social por modalidade

Classe social % % Acumulado % % Acumulado E 22,97 22,97 33,93 33,93 D 42,63 65,60 41.07 75,00 C.1 26,23 91,83 14,28 89,28 Demais classes 8,17 100,00 10,72 100,00

Classe social predominante D D

Principal provedor familiar 80% pelos pais e avos 100% pelos pais e avos Posição quando ao emprego 35 % trabalham 6,78 % trabalham Fonte: Dados da pesquisa e dados do IBGE/PNAD/2009

Analisando, verificamos que os grupos se apresentam bastante homogêneo, pela a Tabela acima temos que 75 % as famílias do alunado que obtém renda

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financeira de até quatro salários mínimos mensais, ou seja, e dados do IBGE/PNAD/2009 a idade dos grupos, como vimos a faixa etária adolescência para os alunos da modalidade integral e 23 anos para os do curso Subseqüente. Dai aponta que esta faixa de renda engloba 61.4% de toda a população da cidade de João Pessoa, estando este alunado adaptado as condições sociais da localidade.

Importante ressaltar a visão de Bourdieu para as diferenças culturais entre os alunos das diversas classes sociais, onde ele registra que seriam menos evidentes nos ramos mais elevados do sistema de ensino que na sua base.

Afirma ainda Bourdieu, que as diferenças culturais ocorreriam porque os alunos das classes médias e populares que chegam a esse nível do sistema de ensino já teriam passado por um processo de ―super-seleção‖, no qual teriam sobrevivido aqueles que menos se distanciavam da cultura escolar. E tratam ainda de estudos para as áreas técnicas em comparação as áreas das ciências sociais e humanas. Veja-se:

Faz-se necessário, em especial, um estudo mais minucioso dos processos concretos de constituição e utilização do habitus familiar, bem como uma análise mais fina das diferenças sociais entre famílias e contextos de escolarização. Contrapõe a isto, no caso do ensino superior francês, disciplinas ―de talento‖, como o Francês e a Filosofia, que exigiriam certas habilidades ―não escolares‖ (que só poderiam ser plenamente adquiridas fora da escola, ou seja, na família), sobretudo, uma elegância e uma destreza marcantes no uso da língua, à disciplinas ―de trabalho‖, como a Geografia e o Desenho, que poderiam ser dominadas a partir de um esforço propriamente escolar. Bourdieu (1987:35)

Como vimos, pensamos que devemos concordar que as pessoas acumulam ao longo de sua vida conceitos e processos concretos de constituição e utilização

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do habitus familiar e estes podem interferem no processo ensino-aprendizagem em cuja metodologia exige e implanta condições e conteúdos aos seus participantes. Nesta linha de pensamento, trazemos a possibilidade de que os valores e as condições familiares carregados pelo aluno com os valores de casa, não se opõe aos conceitos e condições que a escola programa ao leciona as matérias técnicas profissionalizantes e podendo ser dominadas pelo esforço propriamente escolar.