CAPÍTULO III – REVISÃO DA LITERATURA
3.3 Desempenho dos serviços multi-canal
3.3.1 Falhas nos serviços multi-canal
A recuperação de uma falha exige o desenvolvimento de uma estratégia para a sua
correção. Porém a prevenção e a recuperação de possíveis falhas pode-se tornar complicado
devido à necessidade de se perceber a sua natureza. Como tal, é exigido que o Banco atue
rapidamente na sua correção (Macedo & Cavalgante, 2009). O Banco deve ter em atenção a
necessidade de antecipar as falhas nos serviços multi-canal, e para isso deve utilizar sistemas
de monitorização de desempenho que permitem antever erros e recuperar no menor tempo
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possível, e assim reduzir o impacto para o cliente. Quando os serviços multi-canal
apresentam uma ou várias falhas o seu tratamento deve implicar a localização da origem da
falha, definir a estratégia de correção, e por fim reparar a falha (Paixão & Lourenço, 2014).
É importante que o Banco se certifique que a correção ao erro foi corretamente aplicada para
prevenir falhas do mesmo tipo. Estabelecer padrões de qualidade e monitorizar os serviços
o que permite identificar desvios ocorridos e assegurar a segurança dos mesmos.
As falhas nos serviços multi-canal e o seu restabelecimento influenciam a perceção
do cliente em relação à qualidade do serviço prestado, que produzirá um impacto futuro no
comportamento do cliente, e no relacionamento com o Banco. Assim, é relevante mesurar
as falhas antes que estas aconteçam, seja identificá-las no plano de desenvolvimento, ou nos
testes de qualidade. Quando a falha acontece no período de funcionamento, acontece que os
clientes ao depararem-se com falhas consecutivas expõem uma opinião negativa que pode
influenciar possíveis futuros clientes (Martins, 2013).
As ações corretivas permitem eliminar a causa de uma falha identificada (Macedo
& Cavalgante, 2009). As atividades de testes, de avaliação, de ajustes, ou reparos destinam-
se a prevenir ou melhorar uma possível falha nos serviços. Para resolver ou prever falhas
nos serviços multi-canal é necessário aplicar ações corretivas que incluem as rotinas de
manutenção preventivas e programadas, e a manutenção corretiva. Destas rotinas
depreendem-se todas as ações para manter ou restaurar uma falha. A manutenção preventiva
é implementada de forma programada a partir de indicadores que apontam uma
probabilidade de falha. Este tipo de manutenção é eficaz na prevenção de falhas aleatórias,
ou seja, quando o serviço exibe um comportamento anormal. A manutenção programada
define ações corretivas que garantem aos serviços a continuidade do desempenho das suas
funções dentro de um padrão. A manutenção corretiva acontece após a quebra do serviço, o
que implica a interrupção do processo produtivo (Fagundes, 2014). Eventualmente, algumas
falhas podem ser detetadas pelos clientes, pelo Banco, ou então a falha ocorre antes do
cliente se aperceber e o Banco atua imediatamente, ou o Banco é alertado através do
feedback do cliente que está a ocorrer um erro. Para resolução das falhas, o Banco tem um
processo de recuperação de falhas definido, ou é providenciada a recuperação mediante a
sua análise e definição de uma estratégia o que implica em questões de tempo uma maior
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demora na resolução da falha (Costea & Tudorb, 2013). Algumas das formas de prevenir
falhas são a seguir apresentadas (Rotondard, 2002):
Detetar e contornar bugs de hardware e software;
Existe um processo de recuperação definido;
Gerir a complexidade dos sistemas que servem os serviços multi-canal
Gerir ferramentas de controlo e manutenção do desempenho
Gerir recursos de substituição sem comprometer a qualidade dos serviços multi-
canal em caso de falha de um ou mais componentes;
Existência de profissionais qualificados e dotados de conhecimento sobre as
tecnologias utilizadas nos serviços multi-canal para que em caso de situações
inesperadas de falha seja possível atuar com brevidade na resolução do problema;
Gerir o acesso às infraestruturas utilizadas;
Garantir alternativas de disponibilidade dos serviços em caso de
indisponibilidade ou falhas.
A prestação de serviços de forma negligente possibilita a ocorrência de erros
possíveis de serem evitados. A forma de se lidar com as falhas nos serviços é definir uma
estratégia que apresente um plano de recuperação com ações de correção que podem ser
aplicadas de imediato. As falhas nos serviços podem ocorrer devido a erros da empresa, ou
devido a agentes externos. As ações corretivas aplicadas na resolução das falhas têm como
objetivo restituir ao cliente a qualidade e o valor original do serviço, e assim garantir a sua
satisfação. Uma falha vai para além de uma falha técnica, uma vez que se prestam serviços
pelos canais físicos (Lopes & Lima, 2007). Assim, as falhas classificam-se em falhas físicas
que apresentam problemas nas componentes, e falhas humanas. Usualmente os sistemas que
suportam os serviços multi-canal são construídos de forma a suportar falhas físicas. Assim
é compreensível que falhas não previstas comprometem a confiabilidade e disponibilidade
do sistema. A seguir são apresentadas algumas das principais falhas que podem ocorrer nos
serviços multi-canal sendo estas as seguintes (A. Freitas, 2005):
Falhas no comportamento dos colaboradores;
Falhas ou falta de comunicação entre colaboradores;
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Falhas dos profissionais de suporte (como exemplo temos as equipas de Call
Center dos Bancos);
Problemas de implementação;
Componentes defeituosos;
Falhas no fluxo de informação;
Falhas de arquitetura e design;
Erros técnicos;
Falta de colaboradores nas agências bancárias;
Falhas nos serviços complementares (como exemplo temos os servidores
externos ao Banco);
Equipamentos indisponíveis ou falhas em equipamento das agencias bancárias
fundamentais na prestação de serviços ao cliente.
Porém, a cada falha corresponde uma classificação que define as falhas dos
serviços-multi-canal: a natureza da falha (falha de hardware, falha de software, ou falha
humana); a duração (tipo de falha permanente ou temporária); e o local da falha (numa
componente, num equipamento, ou global) (Rodrigues, 2009).
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Desenho e controlo de serviços multicanal : estudo caso de uma instituição bancária
(páginas 37-40)