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Fase de implementação na prática pedagógica

CAPÍTULO III M ETODOLOGIA

4. Descrição do estudo

4.2. Fase de implementação na prática pedagógica

Esta fase iniciou-se em meados do primeiro período do ano lectivo de 2010/2011 e decorreu durante dezoitoblocos lectivos, tendo cada bloco a duração de 90 minutos. Dos dezoito blocos lectivos, doze foram leccionados de acordo com actividades de grupo de trabalho cooperativo, três destinaram-se à realização de três mini-testes (Anexo 5), seguida da respectiva discussão dos critérios de correcção, e três blocos foram utilizados na preparação para a realização dos mini-testes.

As unidades de ensino que constituíram o suporte de trabalho para este estudo foram, como já referimos, Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente e A Terra conta a

sua História, envolvendo a realização das actividades de ensino-aprendizagem

planificadas de acordo com os métodos STAD e Controvérsia Académica, bem como a aplicação de mini-testes.

Assim, iniciou-se com a unidade Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente, que se desenvolveu durante quatro aulas, ao longo das quais os alunos procuraram dar resposta à seguinte situação-problema: Como se relacionam a Ciência e a Tecnologia

com a Sociedade e o Ambiente?

Nestas aulas, todo o processo de ensino-aprendizagem estava organizado de acordo com um ambiente de trabalho cooperativo, tendo sido aplicados os métodos STAD (que decorreu durante duas aulas) e Controvérsia Académica (durante duas aulas), cuja filosofia de funcionamento se encontra explicada no Capítulo II, pontos 9.1 e 9.2.

No início do segundo período, foi leccionada a unidade A Terra conta a sua

História, que decorreu durante oito aulas, ao longo das quais se desenvolveram as

actividades de aprendizagem cooperativa STAD, com a finalidade de dar resposta às seguintes situações-problema:

1. Qual será a importância dos fósseis para a reconstituição da História da Terra? 2. Quais as grandes etapas da História da Terra?

Das oito aulas destinadas à leccionação desta unidade, quatro foram utilizadas para a resolução da situação-problema 1 e quatro foram utilizadas para trabalhar a situação-problema 2.

As aulas iniciaram-se, sempre, com uma breve explicação da matéria e dos conceitos mais pertinentes para a resolução da tarefa que iria ser levada a cabo. Posteriormente, era dada uma explicação detalhada, sobre a actividade que iria ser realizada, bem como os procedimentos que os alunos deveriam seguir para a execução da mesma.

De seguida, os alunos reuniam-se em grupo e era-lhes dado conhecimento do papel que iriam desempenhar, sendo entregue a cada elemento um cartão representativo do mesmo, que era mantido em cima da mesa de trabalho ao longo de toda a actividade. Por sua vez, a professora registava, em grelha própria para o efeito, os papéis que cada elemento desempenhava.

A cada equipa eram distribuídas apenas duas fichas de trabalho para todo o grupo, com a finalidade de promover a interdependência positiva de recursos, ou seja, contribuindo para a partilha do material e para que os alunos percebessem que dependiam um dos outros para a concretização das tarefas (Capítulo II, ponto 3).

As fichas de trabalho (Anexo 9), quer referentes ao método STAD, quer referentes ao método Controvérsia Académica, apresentavam uma introdução informativa acerca daquilo que se pretendia com a realização da actividade, relembrando sempre os procedimentos que os alunos deveriam desempenhar durante o trabalho cooperativo. Para além disso, partiam de uma situação-problema e de um conjunto de questões iniciais, com a finalidade de que os alunos, ao trabalharem em cooperação, fossem capazes de dar resposta às mesmas e pudessem adquirir os conceitos científicos inerentes aos conteúdos estudados, assim como o desenvolvimento de competências sociais, preconizadas pelas orientações curriculares do Ensino Básico. Assim, e de acordo com a teoria de Vygotsky, ao proporcionarmos aos alunos a realização de actividades trabalhadas em conjunto, estaríamos a contribuir para que se estabelecesse uma série de interacções sociais entre os membros de cada grupo cooperativo, bem como para o desenvolvimento da zona de desenvolvimento proximal (ZDP) dos alunos da amostra, ajudando-os a passar do seu nível de desenvolvimento real para o nível de desenvolvimento potencial. Relembramos que na constituição dos grupos existiam pares mais capazes.

Nas actividades STAD, os alunos respondiam às questões da ficha de trabalho, tentando resolver as suas dificuldades dentro do seu grupo e só recorrendo à ajuda da professora quando não eram capazes de dar respostas às suas dúvidas. No final da realização da ficha, os elementos de cada grupo elaboravam uma síntese/resumodaquilo que aprenderam, fazendo o respectivo registo no caderno diário. Esgotado o tempo destinado à realização da actividade, eram distribuídas a cada equipa duas fichas com as respectivas soluções. Assim, no seu grupo de trabalho cooperativo, os alunos verificavam as suas respostas. Posteriormente, no grupo turma, era feita a discussão das respostas à ficha de trabalho, bem como eram esclarecidas as dúvidas que continuassem a persistir. Por último, os grupos apresentavam as suas sínteses à turma. A professora, no final da apresentação das sínteses, distribuía um exemplar da ficha de trabalho e da respectiva solução a todos os alunos, pois apenas tinham sido fornecidas duas por grupo.

Relativamente ao método Controvérsia Académica, foram desenvolvidas duas actividades que se inseriram na unidade de ensino Ciência, Tecnologia, Sociedade e

Ambiente. Na primeira actividade procurou-se dar resposta à questão: Onde se encontra o centro do Universo? Relativamente à segunda actividade, foi realizada no sentido de

responder às seguintes questões:

(a) Quais as implicações ambientais do desenvolvimento científico e tecnológico? (b) Quais os benefícios e malefícios para a Humanidade resultantes da exploração espacial?

Nesta actividade, cada grupo foi dividido em pares e a cada par foi distribuído algum material de apoio, tendo, também, os pares recorrido ao seu manual para a selecção de alguma informação. Cada par preparou a argumentação a favor do ponto de vista que iria defender. Os pares reuniram-se no seu grupo original e defenderam a sua posição relativamente ao problema em discussão. Posteriormente, os pares trocaram de posições, ou seja, defenderam a posição inicialmente atribuída ao outro par.No final, o grupo trabalhou em conjunto para elaborar uma síntese/resumo que era transmitida à turma.

Durante a realização das diversas actividades a intervenção da professora incidiu essencialmente na observação atenta dos grupos e na prestação de ajuda, sempre que os elementos de uma equipa revelavam dificuldades, quer ao nível dos conhecimentos, quer ao nível das atitudes e comportamentos, desempenhando, deste modo, a função de mediadora. Para além disso, procurou-se, sempre que oportuno, apreciar e incentivar os

comportamentos positivos manifestados pelos alunos no seu grupo cooperativo. Ao longo de todas as aulas em que decorreram estas actividades, a professora realizou os registos nas grelhas de observação (Anexo 3).

Por sua vez, no final de cada actividade, os elementos dos grupos de trabalho cooperativo procediam ao preenchimento do registo diário dos alunos (Anexo 4).

Durante esta fase, os alunos realizaram três mini-testes que corresponderam a momentos de avaliação formativa e que foram aplicados depois de um período de, aproximadamente, quatro aulas de trabalho cooperativo, coincidente com o termo de uma unidade ou de um conteúdo. Na aula que antecedia o mini-teste, eram corrigidos os trabalhos de casa, que correspondiam aos exercícios, do manual adoptado, que constavam no final de cada conteúdo programático,sendo também esclarecidas todas as dúvidas que os alunos expunham. Posteriormente, os elementos de cada grupo reuniam- se e preparavam-se para a realização do mini-teste, colocando questões aos colegas e ensinando uns aos outros o que aprenderam, relativamente à matéria que seria alvo de avaliação.

Nas aulas em que foram realizados os mini-testes, dado que estes ocupavam apenas uma parte da aula, após a sua recolha, era efectuada, no grupo turma, a discussão dos critérios de correcção dos mesmos. Os mini-testes eram, sempre que possível, entregues na aula seguinte, sendo também efectuada a análise da folha de cálculo das pontuações de superação (Anexo 12), com a finalidade de os alunos tomarem conhecimento dos pontos com que cada um contribuiu para a sua equipa e realizar os cálculos da pontuação obtida pelas equipas (Capítulo II, ponto 9.1). Posteriormente, foi feita uma discussão relativamente ao desempenho de cada equipa, bem como do trabalho desenvolvido por cada elemento, no sentido de se estabelecer um feedback que permitisse aos alunos reflectir sobre o seu trabalho dentro da sua equipa.

Após cada momento de avaliação, as equipas recebiam uma recompensa como forma de reconhecimento do seu êxito. Os critérios utilizados para a atribuição de prémios às equipas basearam-se nas pontuações obtidas pelas mesmas, podendo, deste modo, serem consideradas como Boa, Grande ou Super Equipa (Capítulo II, ponto 9.1), sendo entregue a cada uma das equipas um certificado (Anexo13),para afixar na sala de aula destinada à turma.