• Nenhum resultado encontrado

Fase de pré-implementação

CAPÍTULO III M ETODOLOGIA

4. Descrição do estudo

4.1. Fase de pré-implementação

Durante o período de 13 de Setembro a 29 de Outubro de 2010, foi utilizada uma metodologia do tipo transmissiva. Deste modo, as aulas foram mais expositivas, em que cada aluno era um receptor dos saberes e conhecimentos expostos pela professora. No final deste período, os alunos realizaram um teste de avaliação (Anexo 7) sobre os conteúdos leccionados até àquele momento – A Terra um planeta com vida. As classificações obtidas constituíram a base (classificação de base) que permitiu estabelecer uma comparação com os resultados adquiridos pelos alunos nos mini-testes, realizados durante a fase de implementação da aprendizagem cooperativa, e no teste de avaliação final, realizado no final da experiência pedagógica. Assim, foi possível analisar o progresso individual dos alunos, no que concerne às competências cognitivas, bem como o seu rendimento escolar.

A fase de pré-implementação teve início em finais de Setembro de 2010 e envolveu um trabalho prévio de preparação para a promoção, em sala de aula, dos métodos STAD e Controvérsia Académica. Deste modo, foram elaborados os materiais didácticos referentes às unidades a serem leccionadas durante a investigação – Ciência,

Tecnologia, Sociedade e Ambiente e A Terra conta a sua História, nomeadamente as

fichas de trabalho e respectivas resoluções e fichas informativas (Anexo 9).

Nesta fase procedeu-se também à organização das equipas, tendo por base os seguintes princípios teóricos: os grupos devem ser heterogéneos, e não muito grandes (4 ou 5 elementos), e mantidos o tempo necessário à concretização de uma tarefa, de um conteúdo ou de uma unidade de ensino, devendo os alunos permanecer no mesmo grupo o tempo suficiente para que desenvolvam competências sociais e para que o grupo adquira uma maior coesão e maturidade.

Para garantir essas características, a constituição das equipas foi efectuada pela professora que considerou os seguintes critérios: heterogeneidade em relação ao género, idade, classificações obtidas pelos alunos à disciplina de Ciências da Natureza no 6.º ano de escolaridade, retenções em anos anteriores e o NSECF. De acordo com as orientações para a gestão curricular do 3.º Ciclo e do projecto educativo da escola, as disciplinas de Ciências Naturais e Físico-Química funcionam em regime de desdobramento, com a finalidade de facilitar o desenvolvimento de actividades experimentais e de pesquisa, dado o seu carácter obrigatório, no ensino das ciências. Assim, a turma foi dividida em dois turnos (o primeiro constituído pelos alunos do n.º 1

ao n.º 8 e o segundo pelos alunos do n.º 9 ao n.º 16) e enquanto o primeiro turno se encontrava na aula de Ciências Naturais, o segundo estava na aula de Físico-Química, durante 90 minutos, ao fim dos quais se realizava a permuta. Este facto condicionou a formação dos grupos na medida em que os elementos de cada grupo tinham necessariamente de pertencer ao mesmo turno. No entanto, consideramos que este facto não constituiu um impedimento para a formação de equipas heterogéneas. Assim, foram constituídas quatro equipas de trabalho cooperativo, cada uma com quatro elementos (Anexo 10). No final do primeiro período, uma das equipas ficou reduzida a três elementos, uma vez que, como já referimos, um dos alunos foi transferido de escola. As equipas foram mantidas durante toda a fase da implementação da prática pedagógica.

Durante esta fase, a professora seleccionou os papéis a atribuir aos alunos das diferentes equipas. Assim, de acordo com a bibliografia consultada (Capítulo II, ponto 5.4), escolheram-se os seguintes papéis: “Guardião do tempo”, “Facilitador da aprendizagem”, “Verificador do trabalho do grupo” e “Harmonizador e capitão do silêncio”. Para além disso, foram elaborados cartões que ilustravam e explicavam em que consistia cada um dos papéis, no sentido de ajudar os alunos a exercitarem certas competências sociais e a compreenderem como poderiam cumprir a sua função dentro da equipa. Deste modo, cada cartão apresentava um desenho alusivo ao papel e alguns exemplos de comportamentos adequados a um bom desempenho do mesmo(figura 4).

Figura 4 - Exemplo dos cartões identificativos dos papéis a desempenhar pelos alunos

Guardião do tempo Lembro os prazos. Controlo o tempo. Controlo as intervenções. Harmonizador e capitão do silêncio Encorajo e felicito.

Sugiro a procura de soluções. Previno os conflitos.

Controlo o nível de barulho.

Facilitador da aprendizagem

Leio e recordo as instruções. Estimulo a participação de todos os elementos do grupo. Faço com que cada um desempenhe o seu papel e não se afaste do assunto.

Verificador do trabalho do grupo

Anoto as respostas e conservo o que o grupo produziu.

Certifico-me de que terminam o trabalho e de que é bem feito.

Uma vez que a rotatividade dos papéis dentro do grupo é uma condição importante no trabalho cooperativo, pois permite que todos os elementos adquiram competências no desempenho de cada papel, foi criada uma grelha onde constavam os vários elementos de cada grupo, com a finalidade de a professora assinalar o papel que cada aluno iria desempenhar, durante a implementação da prática pedagógica – aprendizagem cooperativa.

Antes da implementação da prática pedagógica os alunos foram sensibilizados para a importância do trabalho cooperativo. Nesse sentido, foi analisado um código de cooperação entre alunos, com a finalidade de definir as regras e os comportamentos desejados num trabalho em equipa, para que se estabelecessem boas relações interpessoais entre os seus membros. Assim, foram discutidas algumas das competências sociais necessárias ao trabalho em grupo, como, por exemplo, ser capaz de partilhar, de ouvir sem interromper, de mostrar simpatia e respeito pelas ideias dos outros, de encorajar quem se mostre desanimado, entre outras, e que potenciam as vantagens que a aprendizagem cooperativa proporciona. Para além disso, cada grupo elaborou um cartaz relativo ao tema As competências sociais no grupo de trabalho

cooperativo e, também, foi analisado o lema do grupo de trabalho cooperativo – “Um

por todos e todos por um.” Os cartazes produzidos pelos alunos, bem como o código de cooperação e o lema do grupo de trabalho cooperativo, foram afixados na sala de aula destinada à turma (Anexo 11).

Aos alunos foi dado conhecimento dos papéis que cada elemento das diferentes equipas iria desempenhar durante a realização das tarefas/actividades, tendo sido analisadas as funções e os objectivos de cada papel, bem como a importância do seu correcto desempenho quer na promoção do trabalho conjunto, quer no sucesso de todos os elementos da equipa.

Houve também a preocupação de organizar o espaço físico, ou seja, a sala de aula. Assim, para além dos cartazes, anteriormente mencionados, foi colocado na sala de aula um relógio de parede que permitia aos alunos, nomeadamente os que desempenhavam o papel de Guardião do tempo, gerirem o tempo previsto para a realização das actividades/tarefas (Anexo 11). As mesas foram dispostas de modo a que os alunos de cada grupo ficassem face a face, correspondendo à disposição mais conveniente, uma vez que se tratava de grupos de quatro elementos. Para além disso, tal

como refere Díaz-Aguado (2006), esta distribuição favorece a interacção visual e verbal entre os membros do grupo, facilitando a comunicação.