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Fatores de risco relacionados com o ambiente de trabalho

3. Fatores de risco que interferem no bem-estar musculoesquelético

3.3. Fatores de risco relacionados com o ambiente de trabalho

Os fatores de risco organizacionais que iremos abordar são: o tempo atual na profissão, os serviços onde desempenham funções, tempo no serviço atual, tipo de horário desempenhado e a carga horária semanal que o profissional de enfermagem exerce. Importa referir que este estudo foi aplicado antes da transição das 40h para as 35horas nos contratos individuais de trabalho aos profissionais de enfermagem. Assim sendo, iremos relacionar estas variáveis com os sentimentos de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos últimos 12 meses nos enfermeiros.

Relativamente ao tempo atual na profissão os quadros abaixo mostram o tempo médio (16,6 anos) e a mediana (15 anos) dos enfermeiros que sentiram e dos que não sentiram o sentimento de dor, fadiga ou desconforto musculoesquelético nos últimos 12 meses para os vários segmentos corporais. Deste modo, iniciou-se por testar se existe alguma relação entre o tempo atual na profissão e o sentimento de dor, recorrendo primeiramente à normalidade do tempo atual para os enfermeiros que sentiram e para os que não sentiram dor, tendo esta hipótese sido rejeitada para todos os segmentos. Assim, a comparação do tempo atual para ambos os tipos de enfermeiros foi feita recorrendo ao teste de Wilcoxon- Mann-Whitney.

Assim sendo, relativamente à região da coluna vertebral, mais precisamente, coluna cervical (estatística do teste: 6231; valor-p = 0,938) e a coluna lombar (estatística do teste: 5959,5; valor-p = 0,938), admite-se que o tempo médio dos enfermeiros que sentiram dor é igual ao dos que não sentiram. Portanto, admite-se que não existe relação entre o tempo atual na profissão e o sentimento de dor nestes segmentos. Com efeito, o tempo médio e o mediano são quase iguais ou muito próximos para os dois tipos de enfermeiros.

Contudo, no segmento da coluna dorsal (estatística do teste: 9672,5; valor-p= 0,011), conclui-se que o tempo atual na profissão médio dos enfermeiros que sentiram dor é inferior ao dos que não sentiram. Portanto, conclui-se que o sentimento de dor na coluna dorsal diminui com o tempo de profissão, onde se observa que o tempo médio e o mediano dos enfermeiros que sentiram dor é inferior ao dos que não sentiram.

89 Quadro 38: Tempo atual na profissão e o sentimento de dor, desconforto e fadiga

musculoesquelética nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos da coluna vertebral. Segmento Anatómico Tempo atual de serviço Não Sim

Coluna cervical (p = 0.938) Média 16.5 16.6 Mediana 13.5 15.0 Coluna dorsal (p = 0.011) Média 18.3 15.4 Mediana 21.0 13.5 Coluna lombar (p = 0.938) Média 16.6 16.6 Mediana 13.5 15.0

Nos segmentos anatómicos dos membros superiores, nomeadamente ombros (estatística do teste: 7098.5, valor-p = 0.063), cotovelos (estatística do teste: 2981,5; valor- p = 0,004) e punho/mãos (estatística do teste: 6417, valor-p = 0.024), conclui-se que o tempo atual na profissão médio dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram. Portanto, conclui-se que o sentimento de dor nos respetivos segmentos aumenta com o tempo de profissão, onde se observa que o tempo médio e o mediano dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram dor.

Quadro 39:Tempo atual na profissão e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética

nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros superiores.

Segmento Anatómico Tempo atual de serviço Não Sim Ombros (p = 0.063) Média 15.3 17.6 Mediana 13.0 18.0 Cotovelos (p = 0.004) Média 15.9 20.5 Mediana 14.0 22.0 Punho/mãos (p = 0.024) Média 15.6 18.4 Mediana 13.0 19.0

Relativamente aos membros inferiores, o segmento anatómico pernas/joelhos (estatística do teste: 7564,5; valor-p = 0,152), admite-se que o tempo médio dos enfermeiros que sentiram dor é igual ao dos que não sentiram. Portanto, admite-se que não existe relação entre o tempo atual na profissão e o sentimento de dor nestes segmentos. Assim, o tempo médio e o mediano são quase iguais ou muito próximos para os dois tipos de enfermeiros.

Contrariamente os restantes segmentos corporais ancas/coxas (estatística do teste: 5906; valor-p = 0,049) e tornozelos/pés (estatística do teste: 4665; valor-p = 0,049), conclui- se que o tempo atual na profissão médio dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram. Portanto, conclui-se que o sentimento de dor nos respetivos segmentos aumenta com o tempo de profissão, onde se observa que o tempo médio e o mediano dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram.

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Quadro 40:Tempo atual na profissão e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética

nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros inferiores

Segmento Anatómico Tempo atual de serviço Não Sim Ancas/coxas (p = 0.049) Média 15.9 18.3 Mediana 14.0 19.0 Pernas/joelhos (p = 0.152) Média 16.0 17.3 Mediana 13.0 17.5 Tornozelos/pés (p = 0.049) Média 16.1 18.5 Mediana 14.0 20.0

Relativamente ao serviço onde os profissionais de enfermagem exercem, o presente estudo foi realizado nas unidades de internamento de um centro hospitalar da região norte, contemplando 14 serviços. Deste modo, procedeu-se ao agrupamento nas classes, nomeadamente, serviços da área cirúrgica, serviços da área médica e serviços de unidade, visto que o número de serviços encontrados na amostra é muito elevado.

Deste modo, os quadros abaixo mostram a distribuição do sentimento de dor, fadiga ou desconforto musculoesquelético para os vários segmentos e conforme o serviço dos enfermeiros, sendo utilizado o teste do qui-quadrado de forma a comprovar se existe alguma relação entre o grupo de serviço e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos últimos 12 meses nos enfermeiros.

Relativamente aos segmentos corporais que compõe a coluna vertebral, nomeadamente a coluna cervical (estatística do teste: 4,7; valor-p = 0,096), conclui-se que existem diferenças nas proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem entre os diferentes serviços. Deste modo, para comparar os três serviços entre si, recorre-se ao teste do qui-quadrado, sendo que o nível de significância foi ajustado segundo a correção de Bonferroni, sendo aproximadamente de 3,33%.

Os serviços de área cirúrgica e os serviços da área médica (estatística do teste: 4,0; valor-p = 0,045), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem na coluna cervical são iguais para ambos os serviços. Seguidamente, os serviços da área cirúrgica e serviços de unidade (estatística do teste: 0,256; valor-p = 0,613), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem na coluna cervical são iguais. Por último, os serviços da área médica e os serviços de unidade (estatística do teste: 0,304; valor-p = 0,859), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem na coluna cervical são iguais para os serviços da área médica e os serviços de unidade. Deste modo, podemos observar que contrariando a decisão do teste do qui- quadrado acima comparando os três serviços, admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os três serviços. Portanto, admite-se que

91 não existe relação entre o serviço onde os enfermeiros desempenham funções atualmente e o sentimento de dor na coluna cervical.

No segmento da coluna lombar (estatística do teste: 5,1; valor-p = 0,079), conclui-se que existem diferenças nas proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem entre os diferentes serviços. Para comparar os três serviços entre si, recorreu-se novamente ao teste do qui-quadrado sendo o nível de significância de aproximadamente de 3,33% segundo a correção de Bonferroni. Assim, os serviços da área cirúrgica e os serviços da área médica (estatística do teste: 0,419; valor-p = 0,517), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem na coluna lombar são iguais para os dois tipos de áreas. Seguidamente, os serviços da área cirúrgica e os serviços de unidade (estatística do teste: 1,9; valor-p = 0,166), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem na coluna lombar são iguais. Por último, os serviços da área médica e os serviços de unidade (estatística do teste: 4,0; valor-p = 0,046), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem na coluna lombar são iguais. Assim, contrariando a decisão do teste do qui-quadrado, admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os três serviços. Deste modo, admite-se que não existe relação entre o serviço onde os enfermeiros desempenham funções atualmente e o sentimento de dor na coluna lombar.

Relativamente ao segmento anatómico da coluna dorsal (estatística do teste: 0,458; valor-p = 0,795), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os três serviços. Portanto, admite-se que não existe relação entre o serviço onde os enfermeiros desempenham funções atualmente e o sentimento de dor neste segmento corporal.

Quadro 41: Serviço e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos últimos 12

meses nos segmentos anatómicos da coluna vertebral. Segmento

Anatómico

Serviços Não Sim Total

% % %

Coluna cervical (p = 0.096)

Serviços da área cirúrgica 32 31.7 69 68.3 101 100.0

Serviços da área médica 26 19.4 108 80.6 134 100.0

Serviços de unidade 6 24.0 19 76.0 25 100.0

Coluna dorsal (p = 0.795)

Serviços da área cirúrgica 43 42.6 58 57.4 101 100.0

Serviços da área médica 52 38.8 82 61.2 134 100.0

Serviços de unidade 11 44.0 14 56.0 25 100.0

Coluna lombar (p = 0.079)

Serviços da área cirúrgica 24 23.8 77 76.2 101 100.0

Serviços da área médica 26 19.4 108 80.6 134 100.0

Serviços de unidade 10 40.0 15 60.0 25 100.0 Nos segmentos dos membros superiores, nomeadamente, ombros (estatística do teste: 0,841; valor-p = 0,657) e punho/mãos (estatística do teste: 4,3; valor-p = 0,118),

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admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os três serviços. Portanto, admite-se que não existe relação entre o serviço onde os enfermeiros desempenham funções atualmente e o sentimento de dor nas ancas/coxas e pernas/joelhos.

No segmento anatómico cotovelos não foi possível realizar o teste para os três serviços porque existem apenas dois enfermeiros dos serviços de unidade e que sentiram dor. Deste modo, nos cotovelos, consequentemente, compara-se apenas os outros dois serviços, sendo que a estatística do teste é <0,001, com valor-p> 0,999. Deste modo, admite-se que a proporção de enfermeiros que sentiram e não sentiram dor é igual para os serviços da área cirúrgica e médica, ou seja, admite-se que não existe relação entre o serviço onde os enfermeiros desempenham funções atualmente e o sentimento de dor nos cotovelos. Quadro 42: Serviço e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos últimos 12

meses nos segmentos anatómicos dos membros superiores. Segmento

Anatómico

Serviços Não Sim Total

% % %

Ombros (p = 0.657)

Serviços da área cirúrgica 39 38.6 62 61.4 101 100.0

Serviços da área médica 57 42.5 77 57.5 134 100.0

Serviços de unidade 12 48.0 13 52.0 25 100.0

Cotovelos (p > 0.999)

Serviços da área cirúrgica 86 85.1 15 14.9 101 100.0

Serviços da área médica 113 84.3 21 15.7 134 100.0

Serviços de unidade 23 92.0 2 8.0 25 100.0

Punho/mãos (p = 0.118)

Serviços da área cirúrgica 70 69.3 31 30.7 101 100.0

Serviços da área médica 79 59.0 55 41.0 134 100.0

Serviços de unidade 19 76.0 6 24.0 25 100.0 Os segmentos anatómicos dos membros inferiores, nomeadamente, ancas/coxas (estatística do teste: 0,464; valor-p = 0,793) e pernas/joelhos (estatística do teste: 3,0; valor-p = 0,227, admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os três serviços. Portanto, admite-se que não existe relação entre o serviço onde os enfermeiros desempenham funções atualmente e o sentimento de dor nas ancas/coxas e pernas/joelhos.

Quanto ao segmento anatómico tornozelos/pés não foi possível realizar o teste para os três serviços porque existem apenas três enfermeiros, dos serviços de unidade e que sentiram dor. Deste modo, compara-se consequentemente os tornozelos/pés, apenas os outros dois serviços, sendo a estatística do teste 1,5, com valor-p = 0,222. Deste modo, admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os serviços das áreas cirúrgicas e médica, ou seja, não existe relação entre o serviço onde os enfermeiros desempenham funções atualmente e o sentimento de dor nos tornozelos/pés.

93 Quadro 43: Serviço e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos últimos 12

meses nos segmentos anatómicos dos membros inferiores. Segmento

Anatómico

Serviços Não Sim Total

% % %

Ancas/coxas (p = 0.793)

Serviços da área cirúrgica 72 71.3 29 28.7 101 100.0

Serviços da área médica 93 69.4 41 30.6 134 100.0

Serviços de unidade 19 76.0 6 24.0 25 100.0

Pernas/joelhos (p = 0.227)

Serviços da área cirúrgica 53 52.5 48 47.5 101 100.0

Serviços da área médica 66 49.3 68 50.7 134 100.0

Serviços de unidade 17 68.0 8 32.0 25 100.0

Tornozelos/pés (p = 0.222)

Serviços da área cirúrgica 83 82.2 18 17.8 101 100.0

Serviços da área médica 100 74.6 34 25.4 134 100.0

Serviços de unidade 22 88.0 3 12.0 25 100.0 Relativamente ao tempo no serviço atual, o quadro abaixo mostra o tempo médio (10 anos) e mediana (9 anos) dos enfermeiros que sentiram e dos que não sentiram dor, fadiga ou desconforto musculoesquelético para os vários segmentos. Para testar se existe alguma relação entre o tempo no serviço atual e o sentimento de dor, testou-se primeiro a normalidade do tempo atual para os enfermeiros que sentiram e para os que não sentiram dor, tendo esta hipótese sido rejeitada para todos os segmentos. Assim, a comparação do tempo atual para ambos os tipos de enfermeiros foi feita recorrendo ao teste de Wilcoxon- Mann-Whitney.

Quanto aos segmentos anatómicos que compõe a coluna vertebral, nomeadamente a coluna cervical (estatística do teste: 5756,5; valor-p = 0,323) e a coluna lombar (estatística do teste: 5567,5; valor-p = 0,397), admite-se que o tempo médio dos enfermeiros que sentiram dor é igual ao dos que não sentiram. Portanto, admite-se que não existe relação entre o tempo no serviço atual e o sentimento de dor na coluna cervical e lombar. Com efeito, conforme se pode observar no quadro seguinte, o tempo médio e o mediano são próximos para os dois tipos de enfermeiros.

Quadro 44:Tempo no serviço atual e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética

nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos da coluna vertebral.

Segmento Anatómico Tempo no serviço Não Sim Coluna cervical (p = 0.323) Média 9.5 10.3 Mediana 6.5 9.0 Coluna dorsal (p = 0.022) Média 11.5 9.1 Mediana 10.0 7.0 Coluna lombar (p = 0.397) Média 9.7 10.2 Mediana 6.0 9.0

Contudo, o segmento da coluna dorsal (estatística do teste 9522,5; valor-p = 0,022), conclui-se que o tempo no serviço atual médio dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram. Portanto, conclui-se que o sentimento de dor na coluna dorsal aumenta com o tempo no serviço atual, conforme indica o quadro seguinte, onde se

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observa que o tempo médio e o mediano dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram

Relativamente aos segmentos anatómicos dos membros superiores, nomeadamente ombros (estatística do teste: 7183; valor-p = 0,086), cotovelos (estatística do teste: 3438; valor-p = 0,068) e punhos/mãos (estatística do teste: 6086,5; valor-p = 0,005), conclui-se que o tempo no serviço atual médio dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram. Portanto, o sentimento de dor nestes segmentos aumenta com o tempo no serviço atual, onde se observa que o tempo médio e o mediano dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram.

Quadro 45:Tempo no serviço atual e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética

nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros superiores.

Segmento Anatómico Tempo no serviço Não Sim Ombros (p = 0.086) Média 8.8 11.0 Mediana 8.0 9.0 Cotovelos (p = 0.068) Média 9.7 12.0 Mediana 8.0 10.0 Punho/mãos (p = 0.005) Média 9.1 11.9 Mediana 7.5 9.5

Relativamente aos segmentos anatómicos dos membros inferiores, nomeadamente, ancas/coxas (estatística do teste: 6045; valor-p = 0,086), pernas/joelhos (estatística do teste: 7259; valor-p = 0,052) e tornozelos/pés (estatística do teste: 4543; valor-p = 0,027), conclui-se que o tempo no serviço atual médio dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram. Portanto, conclui-se que o sentimento de dor nestes segmentos aumenta com o tempo no serviço atual, onde se observa que o tempo médio e o mediano dos enfermeiros que sentiram dor é superior ao dos que não sentiram.

Quadro 46:Tempo no serviço atual e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética

nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros inferiores.

Segmento Anatómico Tempo no serviço Não Sim Ancas/coxas (p = 0.086) Média 9.6 11.2 Mediana 7.0 10.0 Pernas/joelhos (p = 0.052) Média 9.1 11.1 Mediana 7.5 9.0 Tornozelos/pés (p = 0.027) Média 9.5 12.2 Mediana 8.0 12.0

Relativamente o tipo de horário que os enfermeiros praticam, nomeadamente diurno ou o rotativo, sendo este o último é maioritariamente exercido pelos participantes do estudo. Deste modo, os quadros abaixo mostram a distribuição do sentimento de dor, fadiga ou desconforto musculoesquelético para os vários segmentos e conforme o tipo de horário que os enfermeiros praticam, sendo utilizado o teste do qui-quadrado de forma a

95 comprovar se existe alguma relação entre o tipo de horário e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos profissionais nos últimos 12 meses.

Relativamente aos segmentos corporais da coluna vertebral, nomeadamente, coluna cervical (estatística do teste: 0,391; valor-p = 0,532), coluna dorsal (estatística do teste: 0,001; valor-p = 0,982) e coluna lombar (estatística do teste: 0,048; valor-p = 0,827) é possível observar que em todos os segmentos anatómicos admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os dois tipos de horário. Portanto, admite-se que não existe relação entre o tipo de horário e o sentimento de dor nestes segmentos.

Quadro 47: Tipo de horário e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos

últimos 12 meses nos segmentos anatómicos da coluna vertebral. Segmento

Anatómico

Tipo de horário

Não Sim Total

% % % Coluna cervical (p = 0.532) Diurno 14 29.2 34 70.8 48 100.0 Rotativo 50 23.6 162 76.4 212 100.0 Coluna dorsal (p = 0.982) Diurno 19 39.6 29 60.4 48 100.0 Rotativo 87 41.0 125 59.0 212 100.0 Coluna lombar (p = 0.827) Diurno 10 20.8 38 79.2 48 100.0 Rotativo 50 23.6 162 76.4 212 100.0

Relativamente aos membros superiores, nomeadamente, ombros (estatística do teste: 0,033; valor-p = 0,856), cotovelos (estatística do teste: 0,451; valor-p = 0.,502), punho/mãos (estatística do teste: 0,257; valor-p = 0,613), é possível observar que em todos os segmentos anatómicos admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os dois tipos de horário. Portanto, admite-se que não existe relação entre o tipo de horário e o sentimento de dor nos diversos segmentos corporais. Quadro 48: Tipo de horário e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos

últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros superiores. Segmento

Anatómico

Tipo de horário

Não Sim Total

% % % Ombros (p = 0.856) Diurno 21 43.8 27 56.3 48 100.0 Rotativo 87 41.0 125 59.0 212 100.0 Cotovelos (p = 0.502) Diurno 39 81.3 9 18.8 48 100.0 Rotativo 183 86.3 29 13.7 212 100.0 Punho/Mãos (p = 0.613) Diurno 29 60.4 19 39.6 48 100.0 Rotativo 139 65.6 73 34.4 212 100.0

Por último, nos segmentos anatómicos dos membros inferiores, mais precisamente, ancas/coxas (estatística do teste: <0,001; valor-p> 0,999), pernas/joelhos (estatística do teste: <0,001; valor-p> 0,999) e tornozelos/pés (estatística do teste: 0,843; valor-p = 0,359), é possível observar que em todos os segmentos anatómicos admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para os dois tipos de horário.

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Portanto, admite-se que não existe relação entre o tipo de horário e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nestes segmentos.

Quadro 49: Tipo de horário e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos

últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros inferiores. Segmento

Anatómico

Tipo de horário

Não Sim Total

% % % Ancas/coxas (p > 0.999) Diurno 34 70.8 14 29.2 48 100.0 Rotativo 150 70.8 62 29.2 212 100.0 Pernas/joelhos (p > 0.999) Diurno 25 52.1 23 47.9 48 100.0 Rotativo 111 52.4 101 47.6 212 100.0 Tornozelos/pés (p = 0.359) Diurno 35 72.9 13 27.1 48 100.0 Rotativo 170 80.2 42 19.8 212 100.0

Relativamente à carga semanal que os enfermeiros praticam, os quadros abaixo mostram a distribuição do sentimento de dor, fadiga ou desconforto musculoesquelético para os vários segmentos anatómicos e conforme a carga horária semanal dos enfermeiros exercem. Contudo, devido ao reduzido número de enfermeiros com carga horária diferente de 35 horas ou de 40 horas, as cargas horarias foram agrupadas em duas categorias, mais precisamente, em menos de 40 horas e 40 horas ou mais. Deste modo, para testar se existe alguma relação entre a carga horária semanal e o sentimento de dor, recorre-se ao teste do qui-quadrado.

Relativamente aos segmentos anatómicos da coluna vertebral, nomeadamente, coluna cervical (estatística do teste: <0,001; valor-p> 0,999) e coluna lombar (estatística do teste: 0,141; valor-p = 0,708), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para ambas as cargas horárias. Portanto, admite-se que não existe relação entre a carga horária e o sentimento de dor na coluna cervical e coluna lombar.

Quanto ao segmento anatómico da coluna dorsal (estatística do teste: 8,3; valor-p = 0,004), conclui-se que a proporção de enfermeiros que sentem dor neste segmento é maior para os que têm uma carga horária de pelo menos 40 horas semanais.

Quadro 50:Carga horária semanal e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética

nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos da coluna vertebral Segmento

Anatómico

Carga horária semanal

Não Sim Total

% % % Coluna cervical (p> 0.999) <40h 29 24.6 89 75.4 118 100.0 ≥ 40h 35 24.6 107 75.4 142 100.0 Coluna dorsal (p = 0.004) <40h 60 50.8 58 49.2 118 100.0 ≥ 40h 46 32.4 96 67.6 142 100.0 Coluna lombar (p = 0.708) <40h 29 24.6 89 75.4 118 100.0 ≥ 40h 31 21.8 111 78.2 142 100.0 Quanto aos segmentos anatómicos dos membros dos membros superiores, nomeadamente, cotovelos (estatística do teste: 8,5; valor-p = 0,004) e punhos/mãos

97 (estatística do teste: 4,1; valor-p = 0,044), conclui-se que a proporção de enfermeiros que sentem dor nestes segmentos é maior para os que têm uma carga horária inferior a 40 horas semanais.

Quanto ao segmento anatómico ombros (estatística do teste: 0,790; valor-p = 0,374), admite-se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para ambas as cargas horárias. Portanto, admite-se que não existe relação entre a carga horária e o sentimento de dor neste segmento.

Quadro 51: Carga horária semanal e sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros superiores.

Segmento Anatómico

Carga horária semanal

Não Sim Total

% % % Ombros (p = 0.374) <40h 45 38.1 73 61.9 118 100.0 ≥ 40h 63 44.4 79 55.6 142 100.0 Cotovelos (p = 0.004) <40h 92 78.0 26 22.0 118 100.0 ≥ 40h 130 91.5 12 8.5 142 100.0 Punho/Mãos (p = 0.044) <40h 68 57.6 50 42.4 118 100.0 ≥ 40h 100 70.4 42 29.6 142 100.0 Seguidamente os segmentos anatómicos dos membros inferiores, mais precisamente ancas/coxas (estatística do teste: 0,679; valor-p = 0,41), pernas/joelhos (estatística do teste: 0,646; valor-p = 0,422) e tornozelos/pés (estatística do teste: 1,2; valor-p = 0,281), admite- se que as proporções de enfermeiros que sentem dor e que não sentem são iguais para ambas as cargas horárias. Portanto, admite-se que não existe relação entre a carga horária e o sentimento de dor nos respetivos segmentos anatómicos.

Quadro 52:Carga horária semanal e o sentimento de dor, desconforto e fadiga musculoesquelética

nos últimos 12 meses nos segmentos anatómicos dos membros inferiores. Segmento

Anatómico

Carga horária semanal

Não Sim Total

% % % Ancas/coxas (p = 0.410) <40h 80 67.8 38 32.2 118 100.0 ≥ 40h 104 73.2 38 26.8 142 100.0 Pernas/joelhos (p = 0.422) <40h 58 49.2 60 50.8 118 100.0 ≥ 40h 78 54.9 64 45.1 142 100.0 Tornozelos/pés (p = 0.281) < 40h 89 75.4 29 24.6 118 100.0 ≥ 40h 116 81.7 26 18.3 142 100.0

Deste modo à carga horária não é um fator que condiciona o bem-estar musculoesquelético dos enfermeiros, pois quem apresenta um maior nível de queixas