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FELIPE DUTRA ASENSI

No documento Anuário de Publicações 2011 (páginas 30-35)

1. PUBLICAÇÃO DE LIVROS E CAPÍTULOS

1.9 FELIPE DUTRA ASENSI

FGV DIREITO RIO 31

O objetivo deste artigo é refl etir sobre as transformações que o direito tem passado no contexto contemporâneo em sua interface com a política, buscando estabelecer uma refl exão crítica sobre como tais transformações ainda encontram -se respaldadas numa concepção centrada na fi gura do juiz, através do qual orbitam as demais instituições jurídicas e sociais. Para tal, serão destinadas discussões a três perspectivas contemporâ- neas da teoria do direito (Dworkin, Posner e Estudos de judicialização) que, por mais que sejam heterogêneas e distintas, produzem concepções centradas no juiz. Após, serão apresentados os limites destas concepções juiz -centradas para pensar a atuação dos de- mais atores e instituições jurídicas e sociais, sobretudo no Brasil, buscando -se evidenciar os limites do pós -positivismo e dos estudos de judicialização na compreensão do efetivo papel de tais atores e instituições. Por fi m, serão realizadas ponderações a respeito das críticas à centralidade do juiz, de modo a propor alternativas teóricas e metodológicas que apontem para uma alternativa analítica: a juridicialização das relações sociais.

ASENSI, Felipe Dutra. Algo está mudando no horizonte do direito? Pós -positivismo e judialização da política e das relações sociais. In: FELLET, André, DE PAULA, Daniel e NOVELINO, Marcelo (org.). As novas faces do ativismo ju- dicial. 1. ed. Salvador: JusPODIVM, 2011, v. 1, p. 205 -223.

O direito à saúde no Brasil, mesmo após duas décadas de sua universalização e ado- ção de princípios constitucionais basilares, ainda enfrenta desafi os de diversas naturezas no âmbito de sua efetivação, os quais remetem a uma série de fatores sociais, estrutu- rais, políticos, culturais etc. Os desafi os e debates sobre a garantia de tal direito não se encontram esgotados, abrindo espaço para novas concepções, sentidos, investigações e refl exões sobre a forma através da qual se pode torná -lo efetivo. Neste artigo, será reali- zada uma refl exão sobre os desafi os para a efetivação do direito à saúde no Brasil, com enfoque especial nas instituições jurídicas e sua relação com a sociedade civil. Para tanto, serão discutidas três propostas de reconfi guração desta relação com base na ampliação da participação social e na intensifi cação da efetivação do direito à saúde enquanto um direito material materialmente concebido.

ASENSI, Felipe Dutra. Direito e saúde: três propostas para um direito material materialmente concebido. In: PINHEIRO, Roseni e SILVA JÚNIOR, Aluísio Gomes da (org.). Cidadania do cuidado: o universal e o comum na integralidade das ações de saúde. Rio de Janeiro: CE- PESC/IMS/UERJ/ABRASCO, 2011, v. 1, p. 71 -84.

FGV DIREITO RIO 33

No campo da teoria do direito, observam -se transformações que se traduzem prin- cipalmente na superação da perspectiva do positivismo jurídico. Esta perspectiva sobre o direito — fundamentalmente formalista — recebeu críticas ao longo do século XX e vivenciou momentos de forte crise num cenário cada vez mais complexo e fragmentado, em que as instituições jurídicas passaram por transformações estruturais e axiológicas. Principalmente após os excessos e descaminhos ocasionados pelas duas guerras mun- diais, os problemas derivados de regimes totalitaristas e o colapso econômico de alguns países, o que se convencionou chamar de pós -positivismo buscou se consolidar como uma alternativa à insufi ciência e insensibilidade das correntes anteriores, sobretudo ao incorporar critérios valorativos e principiológicos no campo do direito. A centralidade teórica e metodológica do Judiciário nas refl exões contemporâneas pode contribuir para um verdadeiro “apequenamento” da relevância institucional da Advocacia, Ministério Público e Defensoria Pública, além de confundir o direito com o Judiciário ou, mais propriamente, com os entendimentos e concepções construídas no interior da dinâmica judicial. Portanto, este trabalho visa justamente refl etir sobre estes limites teóricos e me- todológicos que podem se traduzir numa restrição às possibilidades concretas de efetiva- ção de direitos por parte dos cidadãos de forma extrajudicial, e, no âmbito acadêmico, numa restrição às pesquisas que visam compreender a prática das instituições jurídicas. Em ambos os casos, usando a acepção de Robert K. Merton, “profecias que se cumprem por si mesmas”, que consistem em enunciados que alteram e infl uem nas ações dos indi- víduos e, somente após, se tornam verdadeiros para aqueles indivíduos. Tais profecias al- çam o Judiciário a uma centralidade não apenas ontológica no cotidiano dos indivíduos, mas também uma centralidade teórica e metodológica nas pesquisas científi cas sobre as instituições jurídicas. Por fi m, serão analisados os desafi os presentes à endogenia judicial da profecia e apresentados caminhos analíticos alternativos.

ASENSI, Felipe Dutra. O direito, o juiz e as profecias que se autocumprem. In: GUERRA, Sérgio (org.). Trans- formações do Estado e do direito. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011, v.2, p. 125 -150.

O debate sobre a cidadania no Brasil enseja múltiplas discussões, as quais remetem não somente a nossa formação sociológica como também ao próprio processo de rei- vindicação de direitos exercido pelos seus titulares no cotidiano das práticas sociais. A temática da cidadania, no Brasil, enseja uma discussão que extrapola seus aspectos contemporâneos, o que implica refl etir sobre a própria cultura política e cívica que, a seu modo, se constituiu na sociedade brasileira e pensar de que forma seus limites e possibilidades de exercício de direitos infl uem diretamente na concepção de Estado, sociedade civil, instituições jurídicas etc. Neste texto, o que se procura identifi car é jus- tamente em que sentido as características presentes em nossa origem se desenvolveram e foram recriadas no cenário contemporâneo, interferindo diretamente na efetivação e compreensão das pessoas sobre seus próprios direitos. Por isso, será realizada uma ana- lise de algumas questões de nosso passado que, direta ou indiretamente, estão presentes no cenário contemporâneo, sob a perspectiva de que nem todo direito objetivamente garantido é efetivamente exercido pelos seus titulares. Assim, a proposta consiste em rea- lizar uma discussão das questões atinentes a nossa origem a fi m de subsidiar uma análise sobre o desenvolvimento na prática dos direitos, principalmente tomando como norte a ASENSI, Felipe Dutra. Direito garantido é direito exer- cido? A cidadania e a “marca da origem” no Brasil. In: PINHEIRO, Luci (org.). Movimentos sociais, políticas sociais e questão social. 1. ed. Rio de Janeiro: Gramma Editora, 2011, v. 1, p. 102 -135.

FGV DIREITO RIO 35

La France de nos jours ne connait un moyen plus légitime de sélectionner le personnel que le concours public, et depuis 1958, le concours public est devenu aussi le moyen par excellence de sélection du corps de la magistrature. Cependant, l’état actuel d’une sociolo- gie de ce groupe professionnel ne répond pas à la question « comment devient -on magis- trat en France? » en tenant compte du concours. Beaucoup de travaux ont été consacrés à la scolarisation au sein de l’ENM, ainsi qu’à la socialisation professionnelle des magistrats.

Les réponses académiques expliquent plus largement les processus de sélection socia- le. La réponse déterministe expliquera les processus de sélection sociale par des déter- minations structurelles liées à l’héritage de compétences venues surtout de l’origine de classe et du parcours scolaire. La réponse compréhensive expliquera les compétitions et sélections par une sorte d’« eff et miroir » existant entre sélectionneurs et sélectionnés.

La première réponse institutionnelle consiste à dire que le concours est fait pour sélectionner les meilleurs étudiants sortants de l’enseignement universitaire. La seconde réponse, concurrente et simultanée à la première, dit que le concours doit chercher dans les candidats un profi l taillé pour le métier de magistrat, du point de vue technique mais aussi psychologique.

Croyant voir des insuffi sances et même peut être des erreurs dans toutes ces répon- ses, ce travail sera consacré à l’élaboration d’une autre réponse. À travers l’usage d’une sociologie interactionniste, et d’une approche empirique multi -méthode, la recherche proposée ici essayera de valoriser l’interaction entre les préparateurs, les jurés et les candi- dats, ainsi que les contextes particuliers des diff érentes épreuves comme sources majeures d’une autre réponse possible à la question « comment devient -on magistrat en France? ». Tout d’abord, au lieu de l’écarter, il faut s’attacher à la tautologie selon laquelle « les concours sélectionnent ceux qui se sont mieux préparés aux concours », car il n’est pas si futile qu’il y parait.

FONTAINHA, Fernando de Castro. Les (en)jeux du concours: une analyse interactionniste du recrutement à l’École nationale de la magistrature. 1. ed. Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2011. v. 1. 472 p.

No documento Anuário de Publicações 2011 (páginas 30-35)

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