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anos sexo feminino Professora, fez Magistério Agente administrativo na Prefeitura de São Luiz Gonzaga E casada e tem

Necessidade de ajuda:

Palma 26 anos sexo feminino Professora, fez Magistério Agente administrativo na Prefeitura de São Luiz Gonzaga E casada e tem

dois filhos, um de 5 anos - Crista de Galo e outro de três meses - Camélia. Palma é doente de AIDS e conhece o diagnóstico a um mês. Quando perguntei qual a sua reação ao saber do diagnóstico ela me respondeu: “Gelei, branqueei, não acreditava, tenho amigos, sensação acabou tudo. tudo aue sonhava imaginava não sabia auanto tempo vou

1. jovem e mulher 2. ser-esposa 3. ser-mãe / vínculo 4. não acredita 5. desesperança viver, auando morrer, se não fosse a Camélia morrer não saberia nasceu

fazer o teste”. Os três deu positivo, hoje sai o resultado do Crista de Galo, que é o filho de 5 anos de Palma. Ele está bem, ficou na casa do cunhado. Perguntei o que tu sabes sobre a doença? - “Não sei nada, não sei para que o Citovene. Citomegalovirose como se pega. Quais cuidado com alimentação, como carne mal passada, ovo cru”. Conversamos sobre estes e outros cuidados como prevenir infecção, uso de preservativo. Ela me perguntou: “Posso ter mais filhos?” Não é aconselhável. “Tenho uma amiga de 12 anos com o vírus, teve uma filha negativou”. Ela continuou falando “Essa doença não é mais como dizem “de prostituta”, “de drogado”, no ano 2000 cada família vai ter uma”. Nós choramos juntas. mais de uma vez. Principalmente quando ela me perguntou: Você tem filhos? Chorei... Como nossa conversa estava muito carregada de sentimentos e emoções não anotei mais nada no diário de campo. Procuro transcrever sua falas. Ela disse: “Eu que sonhava ter muitos filhos, ter netos! ter uma família grande! agora...não tenho mais direito nem de sonhar!” “Para mim, eu deitava em uma cama e esperava a morte chegar”. Falou da filha várias vezes, “que era um anjo que Deus levou e que se Deus quisesse o Crista de Galo não iria ter a doença”. Mais tarde solicitei a secretária para buscar o exame de seu filho e este deu não reagente. Não conversei com o esposo dela, sei que ele irá repetir o exame porque o primeiro deu “duvidoso”, segundo Palma. Eles conversaram e acharam que o marido se contaminou com uma garota da cidade que “andava” com todo mundo e que no velório da Bela olhou com "deboxe” para o casal. Contou-me que quando a filha estava para morrer no CTI uma menina de 17 anos em Mata (cidade vizinha), após o parto matou o RN. Procurei reforçar a presença do Crista de Galo e também que ele deveria querer viver por ele mesma. Seus familiares, pais sabem e estão solidários. Após fomos para sala de hidratação e ela ficou ao lado do marido e me pediu para olhar o álbum do anjo Camélia. Ela organizou este álbum com fotos do hospital, da casa, do batizado, com o pai, com o irmão, com a família Avô e Avó e escreveu uma carta para a filha qual após 1er chorei novamente. Na frente de Primavera irmã do Copo de Leite, que tinha chego após. Depois entreguei o álbum para ela e disse que me preocupava com o que ela escreveu: “estou sem era nem bera.pode me levar, espero que cuide melhor dela do que eu cuidaria - Deus”. Me sinto , agora, inútil, não sei o quanto eu ajudei, não sei o quanto ainda eu p o s s o aiudar. Sei que ter deixado ela falar o tempo todo

provavelmente tenha sido bom, mas não sei se foi o suficiente. Ela me fez várias outras perguntas como: “Citovene, CMV, cor da pele, as medicações e alimentação. Quanto a cor da pele ela até brincou que

agora não precisaria tomar sol, coisa que gostava muito”. Falei do reservativo, ela disse que já sabia. Me contou que foi até a casa da Ginecologista dela pedir para que seja obrigatório, lei mesmo, que toda mulher fizesse o exame do HIV antes de ter filho. Como ela “não sou

jromiscua, não usei drogas e ó”. Acha que como a “cidade é pequena seus colegas irão “virar a cara”. Acredita que “o pior está por vir”. Me perguntou se eu sabia quanto tempo de vida teria. Conversamos sobre a cronicidade. estilo de vida saudável, exercícios, dieta e cuidado com

8. ética 9. ação educativa 10. envolvimento 11. empatia 12. desesperança 13. desespero 14. alívio 15. familiar procura a justificativa 16. possibilidades de escolha 17. desesperança 18. angústia do ser- enfermeiro 19. saber ouvir é importante para a interação 20. escutar

21. quer saber mais 22. ética

23. morte

24. medo do preconceito 25. prognóstico assusta

estavam várias pessoas, familiares e ser-com AIDS, eles comentavam sobre uma reportagem da Veia deste mês, onde se diz que a “coisa está cinzenta e nãó mais preta”. Durante mais ou menos 1 hora, conversamos sobre: - Direitos da pessoa como: carteira para deficiente, lei municipal onde conseguem nos atestados, fazerem a carteira que ajuda bastante nas passagens que são diárias até duas vezes por dia. Direito a aposentadoria. onde através de atestado de invalidez, encaminham o pedido. Falaram sobre a dificuldade para trabalhar devido ao tratamento, dor nas pernas, manchas, viagens. Falou-se de presos, prisão, direito de tratamento na prisão, “abias corpus” para pessoas com AIDS, estupro, crimes. Greve, atraso da farmácia, do laboratório, hoje é dia de paralisação de funcionários e servidores, processo tartaruga.- Falou-se também sobre sexo, educacão sexual dos filhos, influência da televisão, da escola, dos amigos. Palma falou mais, contou os primeiros sinais da doença no ano passado, esofagite por candida, falou na filha, no seu velório, desconforto com funerária, com os estudantes de medicina no exame ginecológjcoíeram muitos), com situações na UTI pediátrica do HUSM; eu soube que o teste de seu marido deu negativo, mas ela não me contou. Ela disse conhecer 4 casos de crianças que negativaram e são filhas de mães portadoras. Eu sinto que este momento em que estão aqui é bastante terapêutico, eles desabafam, trocam experiências, conversam sobre o tratamento, a dieta e outros assuntos.

O terceiro Encontro com Palma

Conversei com a Palma no salão, está bastante queixosa, sobre o atendimento no HD, refere diarréia, vômito, cefaléia. dor generalizada. Viu um paciente emagrecido e se comparou, diz que não quer morrer aqui. Tentei falar com ela sobre a esperança, multiterapia, o não comparar. Ela me respondeu assim: “Não adianta querer me dar forca, ninguém sabe sem passar”...

O quarto Encontro com Palma

Ao sair do HU ao meio dia, encontrei a Palma e ama amiga, ofereci carona para o centro. Foram comigo; Palma continua revoltada, falou sobre um Senhor, pai de uma pessoa com AIDS, que lhe disse: “Quem mandou procurar”. Ela sentiu-se ofendida, referiu e respondeu que “estava em casa quietinha e que foi contaminada”. Sua amiga contou como foi contaminada, como descobriu e o que sentiu, ódio, raiva, vontade de matar o parceiro e a sua namorada. Palma quer aposentar-se em São Luiz e vir morar em Santa Maria, acredita que pode trabalhar em qualquer coisa, gostaria de trabalhar com criança ou educação especial; dar a guarda do seu filho para sua mãe, uma vez que o pai de Crista de Galo não apareceu mais após a gravidez.

28. cidadania 29. problema social 30. educação 31. ética 32. culpa 33. se cuidam 34. angústia 35. a comparação faz mal para o ser-com AIDS 36. a empatia é inatingível 37. construção social e cultural da ADIS 38. sente-se vítima 39. migração interna 40. esperança

41. estar melhor família se organiza