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FERMENTATIVOS DE CARNEIROS SUBMETIDOS À DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE FIBRA EM SUA COMPOSIÇÃO

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o valor nutricional de dietas peletizadas de terminação com diferentes fontes de fibra (forrageira: bagaço de cana in natura e feno de alfafa; e não forrageira: polpa cítrica e casca de soja), utilizou-se cinco carneiros Texel x Santa Inês, distribuídos em um delineamento experimental em quadrado latino 5 x 5, onde os tratamentos consistiram de quatro dietas com as fontes de fibra a serem testadas, e uma quinta que consistiu do pool das demais. Os tratamentos não apresentaram diferenças (P>0,05) nas avaliações de consumo e digestibilidades realizadas, com consumos médios de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN) de 72,18; 12,08 e 20,24 g/kg0,75 respectivamente e coeficientes de digestibilidade variando de 75 a 77%. Na avaliação do pH ruminal, observou-se que a dieta com casca de soja apresentou os menores valores, enquanto aquela com polpa cítrica os maiores nos tempos 0 e 24 horas e com feno de alfafa nos tempos 2 e 3 horas após a primeira alimentação do dia. A dieta com casca de soja apresentou ainda a menor concentração de N-NH3 no líquido ruminal, mas não houve diferença entre as dietas quanto à concentração de AGV no rúmen. Concluiu-se que todas as dietas podem ser usadas em ovinos, quando oferecidas na quantidade de 75 g/kg0,75, e que a dieta com casca de soja propicia os menores valores de pH ruminal.

Palavras chave: ácidos graxos voláteis, balanço hídrico, balanço de nitrogênio, casca de soja, pH

INTAKE, DIGESTIBILITY AND RUMINAL PARAMETERS OF SHEEP SUBMITTED THE DIETS WITH DIFFERENT SOURCE OF FIBER

ABSTRACT

The aim was evaluated the nutritional values of pelleted diets of finishing with different sources of fiber (sugarcane bagass- SC, lucerne hay- LH; citrus pulp- CP and soybean hulls- SH). Was used five sheep of genotype Texel x Santa Inês, distributed in latin square

5x5. The treatments didn’t have diference in intake and digestibility, the intake of dry

matter (DM), crude protein (CP) and neutral detergent fiber (NDF) was respectively 72.18; 12.08 e 20.24 g/kg0.75, and digestibility among 75 and 77%. In evaluation of ruminal pH, SH diet had the less values in relation PC diet in time 0 and 24 h and the LH diet in time 2 and 3 hours after first meal. The SH diet had the lower values N-NH3, and didn’t have diference among diets in evaluation of fatty acid volatile (FAV). It was concluded that all diets can are used in nutrition sheep in intake of 75g/kg0.75 and that SH diet have the less values of pH.

2.1-INTRODUÇÃO

O emprego de manejos alimentares com dietas ricas em carboidratos com rápida fermentação em sistemas de confinamento, visa gerar energia prontamente disponível para suportar a maior demanda energética e protéica de animais em fase de crescimento. No entanto, tais dietas, podem gerar distúrbios metabólicos ligados à parâmetros fermentativos, como alterações na microbiologia e na bioquímica do rúmen, o que acarreta consequentemente na diminuição do consumo, menor disponibilidade de nutrientes e respostas negativas quanto ao desempenho animal.

A ingestão de água, e excreção ou retenção de nitrogênio no corpo, normalmente estão atrelados à questões ligadas ao metabolismo corporal.

A ingestão de água de bebida está ligada à secreção de hormônios antidiuréticos, que por sua vez são regulados pelo balanço hídrico e de íons de sódio no fluído extracelular. A perda de hídrica é compensada pela água de bebida e após excessiva ingestão, a secreção de hormônio antidiurético é atenuada, resultando na excreção através da urina, o que elimina o perigo da hiper hidratação (Olsson e Mckinley, 1980). Entre um dos sintomas da acidose clínica está a desidratação forte causada pelo aumento da viscosidade do líquido ruminal. Segundo Slyter (1976) a acidose em bovinos causa redistribuição da água corporal. Sen et al. (1984) quando induziram acidose experimental em caprinos observaram severa desidratação que causou excessiva sede nos animais acometidos.

A determinação do Balanço de Nitrogênio é útil para avaliar se o animal se encontra em equilíbrio nitrogenado e se sob determinadas condições alimentares, ocorre ganho ou perda de Nitrogênio (Kolb, 1984).

Dietas com altas quantidades de carboidratos não estruturais (CNE) podem ocasionar distúrbios, que podem ser mais ou menos agravados, de acordo com os ingredientes utilizados. Dietas com altas quantidades de amido apresentam padrão de fermentação no rúmen, que tendem a aumentar a produção de AGV e diminuir o pH e N amoniacal.

O aumento da utilização da polpa cítrica em substituição ao milho da dieta é fundamentado no fato desse subproduto disponibilizar quantidade considerável de energia para o animal a preço mais acessível. Além disso, a grande concentração de pectina em sua composição, pode aumentar o tamponamento e a proporção molar do acetato e reduzir a de propionato, o que ocasiona aumento da relação acetato: propionato (Bampidis e Robinson, 2006). Essas características, podem permitir que ocorram efeitos associativos benéficos no âmbito ruminal, ocasionando maior consumo e digestibilidade das dietas usadas.

A casca de soja é usada na dieta de ruminantes como fonte de fibra não forrageira, e entre as vantagens de utilizá-la está a alta digestibilidade de suas frações fibrosas. Segundo Firkins (1997), o valor nutricional da casca de soja dá-se em função da sua taxa de digestão e de passagem no rúmen. Dados de experimentos in situ e in vitro demonstraram que os microrganismos ruminais são capazes de fermentar extensivamente esse alimento.

Por outro lado, a utilização de fontes de fibra forrageiras com pequeno tamanho de partícula, pode aumentar a taxa de passagem do alimento, o que consequentemente acarretaria no aumento do consumo dos animais e na diminuição da digestibilidade dos nutrientes do mesmo.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de quatro dietas de confinamento, peletizadas e formuladas com diferentes fontes de fibra, sobre o consumo, digestibilidade, balanços de energia, de nitrogênio e hídrico, além de pH, nitrogênio amoniacal (N-NH3) e ácidos graxos voláteis (AGV) do líquido ruminal de carneiros.