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No cotidiano, utilizamos as expressões “redes sociais” e “mídias sociais” como sinônimos, contudo não são.

Teixeira (2013) ressalta que as redes sociais são algo corriqueiro, que uma tradicional reunião presencial de pais em uma escola pode ser considerada uma rede social.

As redes sociais são formadas por um agrupamento de pessoas ou organizações, que se unem com o objetivo comum de estabelecer relacionamento e debater assuntos de interesse, mesmo que sejam temas de pouca importância. Sendo assim, as redes sociais existem desde sempre, presente nos clubes, sindicatos, reuniões de pais, etc. (TEIXEIRA, 2013, p. 16).

Por outro lado, no contexto da internet, segundo Silva e Zanata Jr. (2012):

[...] a definição de “redes sociais” da ARS se diferencia do uso cotidiano, que as identifica com as redes constituídas pelos indivíduos a partir da mediação de novas tecnologias de informação e comunicação (internet, telefone celular, MSN, Orkut, Facebook, Twitter etc.). Para a ARS, tanto essas quanto as relações constituídas a partir de interações face a face e/ou pela mediação de distintos atores ou meios podem ser denominadas de redes sociais e analisadas como tais (SILVA; ZANATA JR., 2012, p. 117).

Recuero (2009, p. 102) ressalta que os sites de redes sociais são utilizados como ambientes para expressão de grupos sociais: "sites de redes sociais são os espaços utilizados para a expressão das redes sociais na internet". Ela ainda explica que as redes sociais são uma forma diferente de software: "Os sites de redes sociais seriam uma categoria do grupo de softwares sociais", que seriam softwares com aplicação direta para comunicação mediada por computador.

Primeiramente, para mim, rede e mídia social são coisas diferentes. As redes sociais são metáforas para os grupos sociais. Já a "mídia social" (sem entrar, aqui, no mérito do termo), é um conjunto de dinâmicas da rede social. Explico: são as dinâmicas de criação de conteúdo, difusão de informação e trocas dentro dos grupos sociais estabelecidas nas plataformas online (como sites de rede social) que caracterizam aquilo que chamamos hoje de mídia social. São as ações que emergem dentro das redes sociais, pela interação entre as pessoas, com base no capital social construído e percebido que vão iniciar movimentos de difusão de informações, construção e compartilhamento de conteúdo, mobilização e ação social (RECUERO, 2010).

Teixeira (2013) explora o conceito de redes sociais na internet. É importante ressaltar que a teoria de redes sociais não ocorre somente no mundo virtual, mas ocorre a todo momento no mundo real.

Então, pode-se dizer que a tecnologia permitiu que as pessoas assumissem um caráter participativo. Elas presenciam um fato positivo ou negativo, registram e transmitem para outros, que dão seu posicionamento sobre aquela situação e aos poucos vão envolvendo outras situações. As redes sociais podem funcionar dentro de redes, assim divididas: de relacionamento, profissionais, comunitárias (do bairro), políticas, etc., cada uma de acordo com suas características (TEIXEIRA, 2013, p. 17).

Essas expressões, muito mencionadas na atualidade, não têm o mesmo significado. É essencial entendermos a definição de cada termo e fazer a distinção. Este trabalho fará uso da definição de mídias sociais para as novas tecnologias de informação. Será a mesma da Análise de Redes Sociais (ARS). Para Silva e Zanata Jr. (2012), a ARS é uma reunião, isto é, um conjunto de atores relacionados entre si formando vínculos diretos e indiretos entre eles.

Alcará et al. (2006) explicam que as redes sociais são como atores, que mantêm relacionamentos entre si devido a um propósito específico que os movimentam e os potencializam. “As relações desenvolvidas nas redes sociais possibilitam o alcance de propósitos comuns e, quando empregadas estrategicamente, podem se tornar uma ferramenta para a competitividade organizacional”.

Para Alcará et al. (2006), se bem usadas as redes sociais podem ser aliadas das pesquisas. Como visto em:

O mapeamento das redes sociais permite a visualização das ligações entre atores no ambiente organizacional, constituindo-se, assim, importante recurso para o compartilhamento da informação e do conhecimento. [...] Os resultados indicam que as redes sociais colaboram para o fortalecimento da cultura organizacional voltada para o compartilhamento da informação e do conhecimento. Além disso, o mapeamento das redes possibilita rastrear os fluxos da informação, permitindo a identificação da estrutura informacional que permeia o ambiente da organização. Assim, as redes sociais podem contribuir, de forma efetiva, para a compreensão e elaboração de melhores estratégias para o processo de inteligência competitiva e, consequentemente, para o funcionamento do contexto organizacional (ALCARÁ et al., 2006, p. 143).

Curty (2008) escreve que o Facebook, uma das mídias sociais mais populares da atualidade, foi criado em 2004 com o objetivo de tentar conectar pessoas de maneira mais eficiente, tanto para o lazer como para atividades de negócios.

Segundo o próprio site, a missão do Facebook "é dar às pessoas o poder de compartilhar informações e fazer do mundo um lugar mais aberto e conectado. Milhões de pessoas usam o Facebook para compartilhar um número ilimitado de fotos, links, vídeos e conhecer mais as pessoas com quem você se relaciona". Como veremos nos resultados, a mídia é amplamente utilizada por várias bibliotecas da UFF. O Facebook possui também o Messenger, que é um aplicativo de conversa instantânea, é possível gravar mensagens de voz ou fazer conversas por vídeo. É possível, também, enviar fotos, vídeos, mapas, entre outros serviços. Para utilizar o Messenger não é obrigatório possuir conta no Facebook.

O Facebook pode servir para a biblioteca se comunicar com seus usuários, divulgar produtos e serviços e até mesmo divulgar a produção científica da instituição para a sua comunidade.

Outra navegação muito utilizada por bibliotecas, graças à Web 2.0, é o Twitter, Microblog no qual é possível publicar mensagens com um número definido de 140 caracteres. Suas atualizações são em tempo real e a função Retweet possibilita replicar mensagens. Muitas bibliotecas seguem o Twitter de instituições relacionadas à sua área de conhecimento a fim de ‘retuitar’ mensagens para seus seguidores.

Teixeira (2013, p. 19) explica que algumas das grandes diferenças entre o Facebook e o Twitter é que o último, além de ter um controle na quantidade de caracteres, trata de opiniões sobre diversos assuntos e não apenas assuntos pessoais. No Twitter não é interessante explanar a vida pessoal. Os assuntos debatidos são mais relevantes de interesses de um grupo maior. "No Twitter, as pessoas seguem você pelo seu assunto de interesse, o que não significa que elas te conheçam ou não pessoalmente. Ao contrário do Facebook, que requer que as pessoas tenham um elo (mesmo que seja assunto de interesse) no mundo externo." A autora continua explicando que no Twitter uma mensagem pode ser replicada para outros amigos e deste modo possibilitando uma disseminação da informação para uma gama maior de pessoas.

Uma mídia social que atualmente é muito utilizada pelas pessoas e não utilizada pelas bibliotecas da UFF é o LinkedIn. Segundo o site da mídia, o LinkendIn é a maior rede profissional do mundo com mais de 400 milhões de usuários e 200 países e territórios. Foi lançada em maio de 2003.

Uma mídia social criada pelo Google é o Google+, seu símbolo é o G+. Permite compartilhar links, imagens, vídeos e conteúdos com pessoas que tenham o mesmo interesse, assim como é possível ver o que outras pessoas compartilham. O compartilhamento pode ser seletivo. As coleções são usadas para ver e compartilhar publicações tendo como base tópicos de seu interesse. As comunidades são utilizadas para dialogar com outras pessoas que tenham o mesmo interesse, as comunidades podem ser públicas ou particulares.

O YouTube foi lançado em 2005, ele faz parte da empresa Google. Nele é possível assistir e compartilhar vídeos. Possui um fórum que possibilita as pessoas se conectarem entre si. O uso do YouTube em bibliotecas pode ser muito proveitoso para tutoriais ou guias para auxiliar seus usuários em suas demandas.

O Instragram, segundo o seu site, explica que a mídia é uma comunidade global onde são compartilhadas milhões de fotos por dia, nele é possível utilizar filtros para modificar suas fotos.

Instagram é uma maneira divertida e peculiar para compartilhar sua vida com os amigos através de uma série de imagens. Tire uma foto com o seu celular, Em seguida, escolha um filtro para transformar a imagem em uma memória para manter em torno de sempre. Estamos construindo Instagram para lhe permitir experimentar vezes na vida dos seus amigos através de fotos como eles acontecem. Imaginamos um mundo mais conectado através de fotos (Tradução nossa)

O Delicious, foi criado em 2003, permite salvar e organizar páginas da internet. No site da mídia encontramos a seguinte descrição: "é um dos serviços gratuitos projetados com cuidado para ser o melhor lugar para salvar o que você ama na web. Nós mantemos o seu material com segurança de modo que ele está lá quando você precisar dele – sempre."

O MySpace é uma mídia social que permite criar uma rede interativa utilizando fotos, blogs e perfis de usuários.

MySpace é um site de rede social. Na estrutura, MySpace não é apenas isso. O site é uma mistura de características de sites como o Friendster, Hot or Not, Xanga, Rate My Teacher, etc. No núcleo são perfis que são conectados por links para amigos no sistema. Perfis são personalizados para expressar interesses de um indivíduo e gostos, pensamentos e valores do dia. Música, fotos e vídeo ajudam os usuários a fazer o seu perfil mais atraente (Tradução nossa).

O Ning é uma mídia social que permite a criação de redes sociais. É uma plataforma paga, isto é, não é gratuita. Segundo informações do seu site, o Ning "é a plataforma

hospedada escalonável que oferece as ferramentas e a expertise necessárias para você publicar e se conectar com sua comunidade. Tudo em um só local. Fácil, poderoso e acessível."

Um dos fenômenos mais crescente da web 2.0 foi o blog. Depois de sua criação muitas pessoas e empresas criaram um, assim como algumas bibliotecas, inclusive algumas da UFF. Mas, afinal, o que é um blog? Souza (2004) esclarece que é, acima de tudo, um site na internet onde são colocadas mensagens, chamadas de posts, por ordem cronológica invertida, sobre um ou vários temas. O conceito “blogue” no Brasil surgiu em 1997. Em 1999, era chamado de webblog e, depois, renomeado para blog, forma mais conhecida pelos brasileiros. Os jovens se identificaram por ser parecido com um diário e melhor, virtual. Surge, em seguida, uma nova expressão a “blogosfera”, que vem a ser o universo deles existentes na internet.

De acordo Alcará e Curty (2008), a world wide web possui uma interface hipertextual que reune várias ferramentas e recursos para o compartilhamento e divulgação de informações. “Entre esses recursos estão os weblogs ou blogs, que se constituem em espaço para a troca de informações, ideias e reflexões favorecendo a interação e a comunicação entre as pessoas.”

Segundo Rodrigues (2004), um dos fenômenos mais acentuados da internet foi o crescente número de blogs. Neste espaço tudo pode ser dito, publicado, inclusive, trocar opiniões online. A expressão blog é uma abreviação resultante das palavras inglesas web (rede) e log (diário de bordo onde os navegadores registravam os eventos das viagens). Rodrigues destaca que eles podem ser considerados legítimos diários na forma eletrônica. No mundo da blogosfera, existe um grande direito pela liberdade das publicações. Alcará e Curty (2008) explicam que a blogosfera aqui é entendida “como a rede e o fenômeno social representado pela coletividade dos blogs publicados na world wide web.”

Curty (2008) cita que:

Os rígidos Web sites pessoais também cederam espaço ao fenômeno dos blogs. Resultantes da evolução dos diários publicados na Web, os blogs tiveram rápida adesão, pois se apresentam como uma ferramenta de fácil operação tanto para seus mantenedores quanto para os que acessam seus conteúdos. Diversamente dos Web sites pessoais, os blogs são mais dinâmicos, e não exigem conhecimentos técnicos avançados para sua utilização (CUTY, 2008, p. 61).

A autora continua e elucida que, devido à interface mais amigável, a atualização dos blogs pode ser comparada ao envio de um e-mail, por ser tão fácil a execução e sem ser

necessário organizar o conteúdo, pois, com frequência, a distribuição acontece automaticamente, de forma linear e em escala crescente de atualização. A autora ainda ressalta que os blogs não são apenas de pessoas físicas que querem relatar atividades do seu cotidiano, existem vários sites institucionais e temáticos que pretendem debater sobre assuntos de interesse de uma determinada comunidade e se desenvolvem de maneira semelhante aos fóruns online e as listas de discussão.

Interessante é a abordagem de Souza (2007), que destaca o valor dos blogs em virtude de o desejo das pessoas serem ouvidas e compreendidas. Apesar de o conceito do blog ser de um diário, diferentemente do diário tradicional, que continha um cadeado que trancava as dissertações, o blog é um diário que não é secreto, pelo contrário, o blog é um diário em exibição constante. O objetivo inicial dos blogs era permitir a disponibilização de textos, e sua evolução seguiu a ideia dos diários de papel. Hoje eles permitem a publicação de foto, vídeos e sons. Ao contrário dos tradicionais, que são secretos, os blogs possuem amplo acesso. Eles se distinguem por serem vistos, lidos e comentados. Possuem uma organização cronológica, porém muitos posts são atemporais, não precisam ser lidos em ordem; quem os classifica são os autores que fazem uso das palavras-chave, chamadas de tags, as quais auxiliam na recuperação de informações nos “diários online”.

Segundo Recuero (apud BLOOD, 2002), o conceito de weblog é antigo. Hoje simplesmente blogs são websites pessoais ou temáticos costuma ser atualizados diária ou semanalmente. Inicialmente eram filtros do conteúdo na internet e se baseavam em links e conselhos de websites pouco conhecidos e com comentários, isto é, funcionando também como publicação eletrônica, descartando a ideia de que os blogs tenham sido criados com a única função de serem diários eletrônicos. Recuero explica que o conhecimento da linguagem HTML era uma barreira constante para o aumento do número de usuários e isso só foi quebrado com a criação de ferramentas dos sistemas baseados na web como o Blogger e o Groksoup lançados pela Pyra, em 1999. Os blogs originais eram dirigidos por links. A autora finaliza: “seja como for, o blog surgiu como uma ferramenta simples de criar conteúdo dinâmico em um website”. A autora ainda explica que os blogs são baseados em dois modos: no microconteúdo, isto é, pequenas porções de textos postadas por vez que são chamadas de posts e outro modo é pela atualização frequente, muitas vezes diárias.

Recuero (2008) explica que os blogs agem como versões mais dinâmicas dos websites pessoais. Websites pessoais são tidos como experiências de publicações amadoras e muitas vezes “narcisistas e exibicionistas” e geradoras de conteúdo particular. Classifica os blogs como:

a) diários eletrônicos: são alimentados com pensamentos, fatos e ocorrências da vida pessoal de cada indivíduo como se fossem diários. Não trazem informações ou notícias, servem como meio de expressão do seu autor;

b) publicações eletrônicas: se destinam principalmente à informação. Semelhante às revistas eletrônicas, trazem notícias, dicas e comentários sobre determinado assunto em geral relacionado ao tema do blog. Os comentários pessoais são evitados, contudo alguns podem aparecer;

c) publicações mistas: misturam tanto posts pessoais, relacionados à vida do autor, como também os de caráter informativo com notícias, dicas e comentários relacionados ao gosto pessoal.

Na leitura de Souza (2007), os blogs podem ser classificados como: a) temáticos: páginas dedicadas a uma disciplina ou assunto;

b) corporativos ou colaborativos: páginas similares a um “mural virtual” de uma organização, com notícias ou objetivos institucionais, ou mantidos por um grupo de indivíduos;

c) pessoais: mensagens de ou sobre um indivíduo.

Ele explica que os blogs institucionais são mantidos por organizações, escritos por um ou mais colaboradores, e disponíveis internamente ou abertos ao público em geral. São usados como forma de promover o diálogo entre seus colaboradores. Blogs institucionais e de ensino estabelecem novas propostas de canais com seus parceiros e, em específico, os de ensino, um novo suporte à aprendizagem. No contexto de uma prática de gestão da informação atual, é exigido que os sites sejam considerados também uma parte integrante dos sistemas de informação e proporcione o valor necessário que justifique sua utilização (por exemplo, as três regras básicas são: existir é ser descoberto; existir é ser simples e oportuno; existir é ser fácil de entender).

Um dos grandes problemas relacionados aos blogs é a dificuldade de se preservar as informações ali contidas. Souza (2007) ressalta que esta responsabilidade fica a cargo dos próprios autores em relação à criação de cópias de segurança. Dos prestadores de serviços àqueles que promovem o serviço de blogs, o estabelecimento de políticas adequadas de salvaguarda e de migração dos dados.

Outra ferramenta utilizada é a tecnologia Rich Site Summary (RSS); Site Summary (RDF); Really Simple Syndication. Segundo Souto (2010, p. 41-42), essa tecnologia

possibilita a disseminação seletiva de informação. Essa tecnologia funciona como uma linguagem Extensible Markup Language (XML), sendo assim um formato conhecido no mundo para o compartilhamento de conteúdo da internet. Este serviço funciona como os "boletins de alerta" ou "sumários correntes" que as bibliotecas universitárias e especializadas faziam nas décadas de 1980 e 1990. A internet e os computadores pessoais trabalhando em redes permitiram a migração deste tipo de serviço para o formato virtual. O RSS é, hoje em dia, uma espécie de "serviço de disseminação seletiva da informação", presente em alguns blogs que consiste da sinalização de um perfil de interesse a fim de o seguidor do blog seja informado de modo corrente sobre novidades de seu específico interesse.

Resumido esses pontos conceituais essenciais, a partir de agora será estudado como surgem as necessidades de busca e também os comportamentos de busca dos usuários, principalmente, no mundo virtual. Esta reflexão fez-se necessária para compreender melhor o usuário virtual, que se comporta de maneira mais ativa e, provavelmente, mais exigente que o usuário presencial.

3.5 "INFORMATION SEEKING": COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Por que os bibliotecários de referência deveriam estudar "information seeking"? Nos estudos sobre usuários e serviços de referência, alguns autores afirmam que as pessoas, ao utilizarem o mundo virtual, se comportam de maneira diferente da forma que se comportam no mundo real. Em uma palestra proferida em 2015, no IV Seminário de Estudos da Informação – Ética e Políticas da Informação: agentes, regimes e mediações, o professor Chalie Ess explicou sobre individualidade na era digital e também citou que no mundo digital, algumas vezes, existe uma mudança na identidade do sujeito, isto é, algumas pessoas podem se comportar no mundo virtual de maneira diferente daquela como se comportam no mundo real.

Segundo esta afirmativa, é possível imaginar que o usuário, no momento da busca virtual, se comportaria de forma diferente daquela que usualmente demandaria um serviço presencial em uma biblioteca física. Por outro lado, Accart (2012) afirma que o serviço de referência virtual seria mera extensão do serviço de referência tradicional12

.

12 De fato, seu livro sobre o tema apresenta 157 páginas sobre serviço de referência presencial, 85 para serviço virtual e uma terceira parte de 38 páginas que trata de aspectos em comum entre os dois, aproximadamente metade e um quarto de tudo que escreveu sobre serviço de referência tradicional.

O debate sobre information seeking – comportamento de busca – é importante para poder entender que não apenas os suportes mudaram, mas também os leitores, como afirmado, por exemplo, por Chartier (1998). Este autor ressalta, inclusive, que não mudaram somente os objetos e suportes, mudaram os sujeitos – os leitores, os usuários – e a própria ação e seu modo de execução: o jeito de ler mudou.

O estudo do comportamento informacional é uma das áreas de investigação da Ciência da Informação que visa, de forma geral, identificar os fatores que geram a necessidade de informação; as etapas do processo de busca; os elementos que influenciam este comportamento e para que fim o usuário utiliza a informação obtida (CASARIN; OLIVEIRA, 2012, p. 170).

Ross Todd (2003, p. 23) explica que o comportamento informacional (human information behavior) é o estudo das interações entre os indivíduos, as várias formas de dados, informação e conhecimento que estão sob o rótulo da informação, assim como os diversos contextos no quais eles interagem. Siqueira (2010) questiona os serviços de referência e argumenta que os mesmos devem ser repensados levando em conta as necessidades dos usuários. Siqueira (2010, p. 116) ressalta que o serviço de referência vai