• Nenhum resultado encontrado

Capítulo I Introdução

I. 2 Ferramentas no Ensino Básico e Secundário

Nos últimos anos, o ensino tem vindo a sofrer transformações significativas devido em grande parte à introdução das novas tecnologias de informação e comunicação e à sua cada vez mais frequente utilização. “Inspirado por políticas europeias, as últimas décadas

registaram, a nível nacional, o desenvolvimento de vários projectos relativos às TIC no ensino-aprendizagem, que permitiram a introdução progressiva das novas tecnologias nas escolas portuguesas.” (Alves J. D., 2006). Com alguma frequência as escolas básicas e

secundárias têm visto os seus equipamentos informáticos actualizados quer a nível do hardware quer a nível do software e têm surgido vários projectos para a educação e várias plataformas de ajuda e apoio aos professores, como por exemplo, a ferramenta GATo2 (Gestão de Actividades TIC na Educação), que permite realizar requisições de salas e equipamentos através da Internet, a introdução do Moodle nas escolas e outros projectos e-

learning.

As tecnologias de informação e comunicação têm tido uma importância cada vez maior na educação, permitindo realizar tarefas e actividades que antigamente não eram possíveis. “No contexto educativo, são de referir, entre outras vantagens, a interacção

diferenciada que o professor pode estabelecer com os seus alunos quando recorre a software específico, a pesquisa on-line dirigida, a possibilidade de comunicação por e-mail para tirar dúvidas, enviar ficheiros, conversar com os encarregados de educação, etc.”

2

(Paiva, 2002). Nas escolas básicas e secundárias, os professores têm utilizado com maior frequência estas tecnologias para procurar informações na Internet, preparar as suas actividades lectivas, apresentar conteúdos através de diapositivos electrónicos, comunicar com diversos elementos da comunidade educativa, realizar actividades de aula, entre muitas outras tarefas. As escolas estão actualmente melhor equipadas com várias salas específicas com computadores e outros equipamentos e, algumas, já têm projector e alguns computadores em todas as salas com actividades lectivas. Também já é frequente encontrar escolas com computadores na biblioteca e até uma sala de mediateca com muitos computadores disponíveis.

Têm surgido cursos em todo o mundo, apoiados em plataformas de ensino on-line já muito desenvolvidas, que permitem a uma instituição ter soluções completas para a realização de acções e de cursos através de computadores ligados em rede, onde todas as actividades necessárias à realização do curso são feitas através de meios electrónicos. “Os

dados estatísticos sobre ensino a distância, nos últimos anos, são surpreendentes. Demonstram enorme crescimento do sector em um curto espaço de tempo. Entretanto, não acreditamos que esse salto (qualitativo, inclusive) se deva somente aos méritos do ensino a distância ou dos profissionais que nela acreditam. Sem dúvida, as possibilidades pedagógicas desse método, marcadas pela democratização do acesso ao conhecimento, contribuíram profundamente para os avanços dos recentes números.” (Soto, Mayrink, &

Gregolin, 2009). No entanto, no Ensino Básico e Secundário, essas tecnologias não têm sido muito utilizadas até aos dias de hoje devido a vários factores que são difíceis de ultrapassar, como por exemplo, o custo deste tipo de plataformas, a resistência à mudança, a falta de formação na área, a especificidade destes níveis de ensino (sendo a maior parte dos alunos menores) e ainda outros obstáculos que dificultam a implementação e implantação destas soluções. No entanto, como já foi referido anteriormente, existem tentativas de introdução de algumas tecnologias que, embora não substituam o ensino presencial, já permitem apoiar o mesmo em algumas actividades, como é o caso da realização de fichas e testes no computador.

Relativamente a este último aspecto já existe uma grande quantidade de soluções que podem ser utilizadas (algumas gratuitas e outras pagas), integradas em qualquer sistema de ensino e adaptadas a diversas situações encontradas nas escolas básicas e secundárias actuais, é o caso de programas como o Quiz Faber, o Hot Potatoes, o Quedoc Quiz Maker e muitos outros.

O tipo de soluções existentes é muito diversificado, quer a nível de ferramentas, quer a nível de conteúdos, o que permite ter uma grande quantidade de soluções e escolher a que melhor possa servir em cada situação. Sendo essas soluções diferenciadas, é assim necessário, antes de realizar qualquer escolha, conhecer as suas características e analisar quais são as mais susceptíveis de se adaptarem às tarefas a desenvolver.

Apesar de existir esta oferta de soluções, ainda há muitas Escolas Básicas e Secundárias que utilizam as novas tecnologias de forma muito básica, não indo muito além da utilização da Internet para pesquisa de informações e conteúdos, do Word para criação de documentos, fichas e testes, do Excel para a realização do cálculo das notas e gráficos sobre as mesmas, e ainda de um ou outro programa específico ligado às várias disciplinas.

Entretanto, já são cada vez mais os professores que utilizam ou pretendem utilizar programas específicos de criação e utilização de testes no computador.

Devido à grande quantidade de ferramentas existentes, a tarefa de procura da solução mais adequada por parte de cada professor, individualmente, pode tornar-se uma tarefa faraónica, tornando-se impossível de realizar, ou tornando-se uma escolha mais ou menos aleatória. Este facto deve-se por um lado à falta de estudos comparativos sistematizados sobre essas ferramentas e ainda à pouca análise efectuada às diversas soluções existentes no mercado.

O problema existente é, então, o de encontrar uma forma de auxiliar os professores na sua tarefa de análise e escolha da ou das ferramentas mais adequadas às tarefas que

pretende realizar, através de um instrumento que permita a avaliação de diversas ferramentas usando critérios definidos, bem como a análise comparativa das mesmas.

Para ajudar a resolver o problema de escolha de ferramentas de teste adequadas, era importante que existisse uma ferramenta cuja função fosse a de analisar e avaliar as diversas propostas existentes no mercado, através de uma comparação das mesmas, possibilitando aos futuros utilizadores identificar as características que são mais importantes para resolver o seu problema e indicar quais as melhores soluções para cada professor em particular. Obviamente, comparar ferramentas deste tipo é uma tarefa difícil, pois não existe obrigatoriamente um paralelo entre as diversas funcionalidades existentes em cada uma delas, nem tão pouco uma semelhança entre muitas das funções apresentadas por cada uma delas. Esta realidade obrigará a uma comparação entre as ferramentas sem por vezes existir uma correspondência entre os diversos itens a analisar.

Outro dos factores que poderá influenciar a escolha é o factor humano, pois cada pessoa tem a sua visão pessoal sobre as necessidades que realmente tem relativamente a ferramentas deste tipo. Será então necessário ter em conta a grande diversidade de opiniões sobre o que é ou não realmente importante que essas ferramentas tenham.

Documentos relacionados