• Nenhum resultado encontrado

FICHA DE AVALIAÇÃO – SEQUÊNCIA 5 GRUPO

No documento Port Caderno Professor (páginas 31-35)

Lê atentamente o texto.

Nós (Parte I1)

Foi quando em dois verões, seguidamente, a Febre E a Cólera também andaram na cidade,

Que esta população, com um terror de lebre, Fugiu da capital como da tempestade. Ora, meu pai, depois das nossas vidas salvas (Até então nós só tivéramos sarampo),

Tanto nos viu crescer entre uns montões de malvas Que ele ganhou por isso um grande amor ao campo! Se acaso o conta, ainda a fronte se lhe enruga: O que se ouvia sempre era o dobrar dos sinos; Mesmo no nosso prédio, os outros inquilinos Morreram todos. Nós salvámo-nos na fuga. Na parte mercantil, foco da epidemia, Um pânico! Nem um navio entrava a barra, A alfândega parou, nenhuma loja abria, E os turbulentos cais cessaram a algazarra. Pela manhã, em vez dos trens dos batizados, Rodavam sem cessar as seges dos enterros. Que triste a sucessão dos armazéns fechados! Como um domingo inglês na city, que desterros!

Sem canalização, em muitos burgos ermos Secavam dejeções cobertas de mosqueiros, E os médicos, ao pé dos padres e coveiros, Os últimos fiéis, tremiam dos enfermos! Uma iluminação a azeite de purgueira, De noite amarelava os prédios macilentos. Barricas de alcatrão ardiam; de maneira Que tinham tons de inferno outros arruamentos (…)

Por isso, o chefe antigo e bom da nossa casa, Triste de ouvir falar em órfãos e em viúvas, E em permanência olhando o horizonte em brasa, Não quis voltar senão depois das grandes chuvas. Ele, dum lado, via os filhos achacados,

Um lívido flagelo e uma moléstia horrenda! E via, do outro lado, eiras, lezírias, prados, E um salutar refúgio e um lucro na vivenda! E o campo, desde então, segundo o que me lembro, É todo o meu amor de todos estes anos!

Nós vamos para lá; somos provincianos, Desde o calor de maio aos frios de novembro!

Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde

1 O poema «Nós» é constituído por três partes num total de 128 estrofes. Na parte I (12 estrofes),o poeta evoca os acontecimentos trágicos ocorridos na capital e suas consequências Lembra que, nessa época, seu pai salvara a família, levando-a para o campo.

5 10 15 20 25 30 35 40

Responde ao questionário de modo estruturado e conciso.

1.

O eu poético evoca o passado.

1.1

Caracteriza a capital nesse tempo.

1.2

Explica a tomada de decisão do pai do sujeito poético perante essa realidade.

2.

Refere os traços caracterizadores do espaço campestre.

2.1

Identifica o recurso estilístico presente na expressão «somos provincianos» (v. 39), explicitando o seu significado.

3.

O poema contém referências de natureza autobiográfica. Justifica a afirmação, exemplificando.

GRUPO II

A arquitetura paisagista é essencialmente uma arte e quem a pratica é um artista, pelo que na formação deste deve ser desenvolvido o sentido da proporção e do equilíbrio que conduzem, através da criatividade, ao belo. Bela arte, fundamentalmente social, porque se destina a ser vivida intrinsecamente pelas pessoas a quem se dirige e a ser, sobretudo, concretizada pelo uso. A arquitetura paisagista deve ter da paisagem que cria ou transforma uma conceção no espaço e no tempo, porque estando sujeita à dinâmica da vida, nunca está terminada. (…)

O funcionamento global da paisagem, em cada momento, traduz-se sempre pela procura de um equilíbrio dinâmico e de uma estabilidade temporal.

A presença ativa de cada um dos seus elementos tenderá sempre a contribuir para esse equilíbrio e estabili- dade, mesmo que corresponda a uma menor riqueza biológica.

A ação do homem poderá então determinar um caminho mais consentâneo com os seus interesses no sentido da diversidade biológica e de um maior potencial genético e de vida. (…)

O ordenamento do território deverá ter como princípios e conceitos eficazes de intervenção os da arquitetura paisagista, porque esta é uma arte que coopera com a natureza, posta à disposição do Homem para a realização dos seus fins.

A arquitetura paisagista encontra as suas mais remotas origens no ofício de jardineiro, cujos objetivos são, num espaço limitado, manter o grau de fertilidade, intensificar e dar continuidade ao aproveitamento e melhorar as plantas utilizadas. Bem depressa esse espaço limitado se transformou num lugar idílico de estar e simbólico da fertilidade. (...)

A realização da paisagem humanizada não deve deixar de considerar a vontade latente nas populações de se recriar o Éden, também presente no subconsciente das camadas mais desenvolvidas, necessidade cada vez mais imposta pela sistemática destruição de paisagens equilibradas e belas a que hoje assistimos, pela degradação, a uma escala nunca antes vista, dos recursos naturais de que a humanidade depende, pela alienação que representa o consumismo exorbitante das sociedades desenvolvidas.

A construção da paisagem tem de ter em consideração o desenrolar do processo civilizacional iniciado a partir da organização dos espaços com o fim de satisfazer as necessidades primárias da sociedade; criaram-se gradual- mente laços de fraternidade humana e solidariedade ecológica e desenvolveram-se culturas, que ainda hoje subsis- tem nas sociedades mais primitivas ou mesmo nas rurais mais afastadas das vias egoístas do chamado «progresso».

Prefácio da 1.aedição dos Fundamentos da Arq. Paisagista, Gonçalo Ribeiro Telles, Prof. Cat. Jubilado e Arq.oPaisagista

5

10

15

20

Seleciona a alínea que completa, de forma correta, cada um dos seguintes itens.

1.

Segundo o autor, a arquitetura paisagista é um arte que tem como objetivo:

a)

ser observada.

b)

ser vivenciada.

c)

ser protegida.

d)

ser apreciada.

2.

Uma intervenção da arquitetura paisagista nunca está terminada, porque tem de procurar a estabilidade e o equilíbrio:

a)

no tempo de concretização.

b)

no espaço em que se insere.

c)

nas espécies selecionadas.

d)

na dinâmica da vida.

3.

A arquitetura paisagista é de uma importância fundamental:

a)

na preservação da natureza.

b)

no equilíbrio ecológico.

c)

no ordenamento do território.

d)

na reabilitação dos jardins.

4.

A destruição da natureza tem levado as pessoas a desejarem a recriação:

a)

de espaços de lazer.

b)

de espaços ajardinados.

c)

de espaços paradisíacos.

d)

de espaços funcionais.

5.

A preservação da natureza e do equilíbrio ecológico ainda permanece em lugares afastados:

a)

da moderna civilização.

b)

da construção em altura.

c)

dos espaços desabitados.

6.

O texto constitui-se como uma apologia ao trabalho dos arquitetos paisagistas, enquanto promotores:

a)

da beleza dos antigos jardins.

b)

do equilíbrio paisagístico.

c)

do equilíbrio ecológico.

d)

da qualidade de vida.

7.

O texto, quanto à sua tipologia, é:

a)

narrativo.

b)

argumentativo.

c)

descritivo.

d)

preditivo.

8.

Estabelece a correspondência correta entre a coluna A e a coluna B.

Coluna A Coluna B

1.Na expressão «deve ser desenvolvido» (l. 2) o verbo dever tem uma função a)correferência.

2.A oração «estando sujeita à dinâmica da vida» é (l. 5) b)lugar.

3.«arquitetura paisagista» e «esta» (ls. 12 e 13) estabelecem, entre si, uma relação de c)modalizadora.

4.«paisagem» (l. 19) e «espaços» (l. 25) são palavras do mesmo campo d)tempo.

5.«hoje» (l. 26) tem um valor deítico de e)não finita.

f)finita.

g)lexical.

h)semântico.

GRUPO III

Elabora um texto de apreciação crítica, de cento e vinte a duzentas palavras, sobre um filme ou livro que tenhas apreciado particularmente.

No documento Port Caderno Professor (páginas 31-35)

Documentos relacionados