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Ficha de Diagnóstico de Situação

No documento Relatório de trabalho de projeto a Grazina (páginas 121-127)

3º Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica Ano Lectivo 2013/2014

Definição do Problema

Estudante: Vera Lúcia Trigueirão Grazina Instituição: Centro Hospitalar X – Hospital Y Serviço: Cirurgia Geral (SCG)

Título do Projeto:

Avaliação funcional das pessoas internadas no Serviço de Cirurgia Geral: aplicação da escala de Barthel

Explicitação sumária da área de intervenção e das razões da escolha (250 palavras):

Avaliar os diferentes níveis de dependência/incapacidade da pessoa internada torna-se um objetivo fundamental para a planificação adequada dos cuidados de saúde. A recuperação funcional da pessoa após cirurgia ou período de internamento revela-se também um indicador importante, pois permite avaliar se a pessoa está apta para retomar o seu contexto domiciliário ou se necessita de ajuda (ajuda de familiares, cuidados domiciliários, institucionalização)1.

Verificámos que, no Serviço de Cirurgia da Instituição acima referida, se utiliza para avaliação funcional das pessoas internadas a escala de Barthel (EB), embora exista uma grande inconsistência na qualidade destes registos, bem como falta de conhecimento dos enfermeiros sobre a escala e o seu modo de aplicação/preenchimento.

A avaliação do grau de autonomia da pessoa é extremamente importante, quer na avaliação inicial de enfermagem (constatou-se que esta não está a ser registada apesar de ser um parâmetro alvo de auditorias clínicas2), quer na

planificação dos cuidados de enfermagem, tendo em conta as necessidades específicas de cada pessoa.

A EB é um instrumento que avalia o nível de dependência da pessoa para a realização de dez atividades básicas de vida diárias (comer, higiene pesssoal, uso do sanitário, tomar banho, vestuário, controlo de esfíncteres, deambular, trasnferir -se, subir e descer escadas), e cujo total de pontos pode variar de 0 a 100, sendo que 0 indica dependência total e 100 indica independência3. Em contexto clínico, o conhecimento do nível de autonomia relativamente a cada item específico é bastante

relevante para a planificação dos cuidados de uma forma personalizada.

Diagnóstico de situação Definição geral do problema:

Inexistência de uniformização de procedimentos relativamente à avaliação funcional das pessoas internados e respetivo registo.

Análise do problema (contextualização, análise com recurso a indicadores, descrição das ferramentas diagnósticas que vai

usar, ou resultados se já as usou – 500 palavras)

O SCG do CHX, localizado no 4º piso do Hospital Y, é composto por uma equipa de enfermagem com 48 elementos. Encontra-se dividido em duas enfermarias, homens e mulheres, cada uma delas com uma Unidade de Cuidados Intermédios Cirúrgicos (UCIC), tendo uma dotação total de 28 camas em cada enfermaria. Utiliza-se o método individual de trabalho. Durante o estágio, verificámos inconsistência nos registos sobre a avaliação funcional da pessoa.

Como ferramentas de diagnóstico utilizámos entrevistas não estruturadas com elementos da equipa de enfermagem, sobre a utilização da referida escala, e consulta dos processos de enfermagem das pessoas internados no Serviço em questão, durante um dia de prestação de cuidados em contexto do estágio.

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preenchimento da escala:

- Incerteza sobre o preenchimento relativamente à especificidade de cada item que a constitui; - Necessidade de clarificação sobre os momentos em que deve ser aplicada;

- Necessidade de definir a periodicidade com que deve ser planeada (e se deve ou não variar de acordo com o grau de dependência das pessoas);

Com a consulta dos processos de enfermagem de todas as pessoas internados num mesmo dia, foi possível constatar o seguinte:

- Apenas 5% dos processos, tinha registado na avaliação inicial de enfermagem o score da EB;

- Encontraram-se 34% de processos com a intervenção “monitorizar capacidade funcional através da EB” planeada (dos quais apenas 42% se encontravam com o último registo corretamente preenchido - sem erros de preenchimento e 37% apresentavam coerência com os focos de enfermagem diagnosticados);

- Os principais erros identificados no preenchimento da escala foram: a) Não preenchimento de 1 ou mais itens (7 casos);

b) Preenchimento incorreto dos itens “deambulação” e “cadeira de rodas” (10 casos);

- Encontrou-se apenas um processo com a EB bem registada, sem erros, e simultaneamente com coerência relativamente aos focos de enfermagem diagnosticados;

- Verificou-se grande disparidade na periodicidade do planeamento da intervenção vs planeamento da mesma de acordo com o grau de dependência da pessoa;

Perante os dados apresentados, pareceu-nos evidente a necessidade de atuação nesta área, através da necessidade de formação da equipa de enfermagem e otimização da aplicação da EB. De sublinhar que foi consultada a intranet da instituição, de forma a perceber a existência de normas ou procedimentos de orientação, institucionais, sobre a aplicação e registo da avaliação funcional da pessoa através da EB, o que não foi encontrado. Procedeu-se à realização da ferramenta de gestão de diagnóstico SWOT.

Identificação dos problemas parcelares que compõem o problema geral (150 palavras)

- Necessidade de clarificação, por parte da equipa de enfermagem, sobre a correta aplicação e registo da EB (os profissionais apresentam dúvidas quanto à escala, relativamente às especificações de cada item que a constitui);

- Necessidade de uniformização de procedimentos quanto à periodicidade de avaliação funcional e respetivo registo; - Inexistência do registo de avaliação funcional da pessoa na avaliação inicial de enfermagem da mesma;

- Inexistência da planificação de avaliação funcional da pessoa no planeamento de cuidados em grande parte dos processos de enfermagem;

- Incoerência dos graus de dependência registados na EB com o status de dependência registado no diagnóstico de enfermagem e respetivo planeamento de cuidados;

- Ausência do registo do score da EB nas cartas de transferência das pessoas no momento de alta/transferência e nas cartas de sinalização da pessoa para a rede de cuidados continuados.

Determinação de prioridades

- Aprofundamento pessoal de conhecimentos na área da avaliação funional da pessoa através da EB;

- Criação de uma proposta de procedimento, a utilizar no SCG, relativamente à periodicidade de aplicação e registo da escala e respetivo horário a atribuir à intervenção;

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no que diz respeito a:

a) Aplicação correta da EB e respetivo registo da mesma; b) Periodicidade de avaliação funcional;

c) Coerência na avaliação funcional da pessoa, através da EB, com os focos de enferamgem diagnosticados, relativamente aos auto-cuidados e atividades de vida diárias;

- Divulgação, junto de todos os computadores de registos de enfermagem, através de um documento afixado, da EB e especificidades da mesma, com a finalidade de elucidar sobre a sua correta aplicação;

- Solicitar, junto dos respetivos responsáveis, a inclusão do registo da EB na folha de sinalização para a rede de cuidados continuados;

- Divulgação do Projeto.

Objetivos (geral e específicos, centrados na resolução do problema. Os objetivos terão que ser claros, precisos,

exequíveis e mensuráveis, formulados em enunciado declarativo):

OBJETIVO GERAL

Promover a qualidade dos cuidados de enfermagem através da otimização da intervenção dos enfermeiros no domín io da avaliação funcional da pessoa internada no SCG.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

- Promover a uniformização de procedimentos no SCG, relativos à avaliação funcional das pessoas internadas e respetivo registo, utilizando a EB;

- Promover a otimização do registo em SClínico, acerca da avaliação funcional da pessoa através da EB; - Avaliar a implementação do projeto;

- Divulgar o PIS.

Referências Bibliográficas

1 - ARAÚJO, Fátima; RIBEIRO, José; OLIVEIRA, António; PINTO, Cristina – Validação do Índice de barthel numa amostra de idosos não institucionalizados. Revista Portuguesa de Saúde Pública. Vol. 25, n.º 2 (2007). p. 59-66

2 - MARTINEZ, Ana; ESTÊVÃO, Cláudia; BARROSO, Fernando; MARTINS, Isabel; NUNES, Violante.

- Procedimento para Registos Informatizados de Enfermagem no Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem – SAPE. 2012.

Cidade Z: Centro Hospitalar X, E.P.E.,

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Apêndice III: Grelha de Apoio à

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