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4.1 Quadro comparativo e avaliação dos procedimentos e aspectos da outorga para

4.1.7 Finalidade do uso, critérios técnicos utilizados para análise da outorga para

A finalidade do uso, os critérios técnicos para análise e o enquadramento de

rios adotados, com o objetivo de outorgar os lançamentos de efluentes no Paraná e

no Landkreis Ludwigsburg são destacados nos Quadros 11, 12 e 13,

respectivamente.

PROCEDIMENTOS E ASPECTOS DA OUTORGA PARA LANÇAMENTO DE EFLUENTES

Finalidade do uso

ESTADO DO PARANÁ (BRASIL)

- Diluição de efluentes

LANDKREIS LUDWIGSBURG (ALEMANHA)

- Lançamento de efluentes

QUADRO 11 - COMPARAÇÃO ENTRE FINALIDADES DO USO ADOTADAS NO ESTADO DO

PARANÁ (BRASIL) E NO LANDKREIS LUDWIGSBURG (ALEMANHA) PARA

EMISSÃO DA OUTORGA PARA LANÇAMENTO DE EFLUENTES

FONTE: O autor (2011)

PROCEDIMENTOS E ASPECTOS DA OUTORGA PARA LANÇAMENTO DE EFLUENTES

Critérios técnicos utilizados para análise (vazão de referência de efluente e do rio, cálculos de

diluição ou outros e parâmetros quali-quantitativos)

ESTADO DO PARANÁ (BRASIL)

- Baseia-se no cálculo da vazão apropriada para diluição de efluentes no corpo hídrico receptor

(Q

A

) e nas relações da Q

A

e Q

outorgável

(explicações mais detalhadas no item 2.4.4.5).

LANDKREIS LUDWIGSBURG (ALEMANHA)

- Em geral, a Landratsamt baseia-se nos valores estabelecidos pela AbwV;

- Para casos mais específicos é observada ainda a Hinweise zum Vollzug des §7a WHG, der

Abwasserverordnung und der Indirekteinleiterverordnung (item 2.3.4.3);

- A Landratsamt considera também o que a DQA (UE) evidencia: a relação entre alto padrão –

requisitos – condições do rio. Se o rio encontra-se numa boa condição ecológica, padrões normais

são suficientes. Caso contrário, maiores padrões e exigências serão necessárias;

- Cálculos e investigações científicas mais avançadas são executadas, principalmente, pela

Landesanstalt für Umwelt, Messungen und Naturschutz (LUBW).

QUADRO 12 - COMPARAÇÃO ENTRE CRITÉRIOS TÉCNICOS ADOTADOS NO ESTADO DO

PARANÁ (BRASIL) E NO LANDKREIS LUDWIGSBURG (ALEMANHA) PARA

EMISSÃO DA OUTORGA PARA LANÇAMENTO DE EFLUENTES

FONTE: O autor (2011)

PROCEDIMENTOS E ASPECTOS DA OUTORGA PARA LANÇAMENTO DE EFLUENTES

Enquadramento de rios em termos qualitativos

ESTADO DO PARANÁ (BRASIL)

- Portarias SUREHMA (PARANÁ, 1989, 1991 e 1992) que enquadram os rios paranaenses

pertencentes às bacias hidrográficas do estado, baseando-se na Resolução Nº 20/86 que foi

revogada pela Resolução Nº 357/05.

- Para determinados requerimentos de outorga, há uma flexibilização da concentração limite

máxima a ser considerada para o parâmetro DBO, pois a critério do órgão gestor Instituto das

Águas do Paraná, a concentração limite de DBO no rio pode ser no máximo até 25 mg/L. Portanto,

se for um rio classe 2 onde o máximo é 5 mg/L de DBO, conforme estabelece Resolução Nº

357/05, o órgão pode considerar até 25 mg/L para o cálculo da Q

A

(item 2.4.4.5).

LANDKREIS LUDWIGSBURG (ALEMANHA)

- Atingir as metas da DQA (item 2.3.2.1), com o objetivo de alcançar o bom estado ecológico das

águas;

- A classificação dos rios em Landkreis Ludwigsburg, encontra-se na sua maior parte entre βig

belastet (moderadamente poluída) a unbelastet (limpa)., conforme mapa apresentado no item

2.5.2. As demais classificações existentes são: unbelastet – gering belastet (limpo a levemente

poluído); gering belastet (levemente poluído); kritisch belastet (criticamente poluída); stark

verschmutzt (fortemente poluída); übermäβig verschmutzt (excessivamente poluída);

- A Alemanha, como Estado-Membro da UE, define o meio de como chegar nos critérios

estabelecidos pela Diretiva 2008/105/CE, a qual lista uma série de concentrações máximas

admissíveis de substâncias na água (item 2.3.2.5). Portanto, a Landratsamt verifica também os

padrões de imissão (condições ecológicas dos rios) e não somente os padrões de lançamento de

efluentes para emitir a outorga.

QUADRO 13 - COMPARAÇÃO ENTRE ENQUADRAMENTO DE RIOS ADOTADOS NO ESTADO DO

PARANÁ (BRASIL) E NO LANDKREIS LUDWIGSBURG (ALEMANHA) PARA

EMISSÃO DA OUTORGA PARA LANÇAMENTO DE EFLUENTES

FONTE: O autor (2011)

A finalidade do uso adotada para esta modalidade de outorga no Paraná

está centrada na diluição de efluentes num corpo hídrico, conforme prevê o art. 6º,

inciso III do Decreto Estadual Nº 4.646/01 que regulamenta: “está sujeito à outorga

para lançamento em corpo de água, de esgotos e demais resíduos líquidos ou

gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final

(PARANÁ, 2001, grifo nosso). As demais finalidades (transporte e disposição final)

não são atualmente usufruídas pelo órgão gestor, por não apresentarem até o

momento uma metodologia e parâmetros comparativos, como é dada pela diluição.

Atualmente, esta finalidade é a única no momento que apresenta uma metodologia

de cálculo a ser seguida para, posteriormente, ser comparada com a vazão máxima

outorgável do corpo hídrico e, desta forma, verificar se é possível ou não emitir uma

outorga.

É importante salientar que o órgão gestor paranaense flexibilizou a

concentração limite do parâmetro DBO no rio (padrão de imissão) até 25 mg/L no

cálculo da Q

A

, independentemente da classe em que o rio está enquadrado para que

fosse possível viabilizar a emissão das outorgas para lançamento de efluentes no

estado, pois considerar tais concentrações baseadas nos enquadramentos – já

defasados – estabelecidos pelas Portarias SUREHMA (PARANÁ, 1989, 1991 e

1992) inviabilizaria a maior parte das outorgas, como também não retratam mais a

situação atual dos rios paranaenses, pois a Q

A

seria sempre maior que a Q

outorgável

não sendo possível, portanto, a emissão da outorga para um novo empreendimento,

por exemplo. Os problemas com os esses enquadramentos tendem a ser atenuados

ou até mesmo solucionados, à medida que a Resolução CNRH Nº 91/08 (BRASIL,

2009) seja considerada para novas propostas de enquadramento dos rios.

Portanto, o órgão gestor de recursos hídricos no Paraná neste caso autoriza

ou não a diluição de efluentes num corpo hídrico. Em contrapartida, o órgão

ambiental apresenta a competência de autorizar o ato de lançar ou não os efluentes

num corpo hídrico.

A Landratsamt trabalha com o conceito de autorizar os lançamentos de

efluentes nos rios, limitando as concentrações e vazões de efluentes máximas, sem

considerar critérios de cálculo para diluição para embasar a emissão de uma outorga

para lançamento de efluentes. Além disso, verificam se o rio encontra-se numa boa

condição ecológica e quais são os seus padrões de imissão para que a partir disso

possam definir qual será o nível de exigência estabelecida na outorga. Mas para isso

ser determinado, eles também se baseiam nos resultados do monitoramento

realizados constantemente nos rios pelo órgão LUBW o qual também é responsável

pelos cálculos, modelos matemáticos e demais investigações científicas avançadas

referentes aos recursos hídricos no estado de BW, não cabendo à Landratsamt

Ludwigsburg realizar este tipo de função.

A diferença, portanto, entre as duas entidades brasileira e alemã é notável.

O sistema de informações dos recursos hídricos no caso alemão é mais abrangente,

consistente e atualizado, permitindo que o órgão gestor utilize os dados gerados de

tal forma que auxilie consideravelmente as tomadas de decisões. Enquanto que no

caso paranaense, o monitoramento quali-quantitativo se concentra, principalmente,

em grandes rios, como também a periodicidade das análises qualitativas não

apresentam uma frequência regular, dificultando, portanto para o órgão gestor

outorgar, baseando-se em dados que geralmente são pouco representativos para

ser adotado para análise de uma outorga para lançamento de efluentes.

Cabe destacar ainda que no Paraná, o maior número de requerimentos

desta modalidade de outorga são para lançar em rios que apresentam limitações

quanto ao monitoramento seja qualitativo como quantitativo, por se tratarem

frequentemente de pequenas bacias hidrográficas, as quais na gestão atual, não

apresentam até o momento um monitoramento adequado para que sejam adotados

dados monitorados dos rios nas análises das outorgas para lançamento de

efluentes.