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1.2 APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ALVO DO ESTUDO

3.3.1 Fonte de Coleta de Dados

Partindo do pressuposto de que a pesquisa-ação agrega “vários métodos ou técnicas de pesquisa social, com os quais se estabelece uma estrutura coletiva, participativa e ativa ao nível da captação de informação”, conforme exposto por Thiollent (2011, p. 32), nossa pesquisa foi constituída de três etapas para coleta de dados:

1 - Usamos as entrevistas individuais qualitativas, semiestruturadas, feitas pessoalmente com amostra representativa do corpo diretivo, das lideranças intermediárias (gerentes/chefes de setor e coordenadores de série) e do pessoal da base operacional, incluindo profissionais docentes e não docentes.

2 - Disponibilizamos os questionários individuais quantitativos, estruturados, por meio eletrônico, a todos os funcionários (incluindo estagiários, monitores, menores e jovens aprendizes) cadastrados na base de dados do Colégio. 3 - Adotamos a técnica de reuniões virtuais para entrevista a um assessor

externo.

Esses foram os principais instrumentos da pesquisa, que incluiu, ainda, na primeira etapa, a consulta a documentos institucionais, como o registro de funcionários disponível na Gerência Administrativa, os Planos de Promoção e Comunicação, disponíveis na Gerência de Comunicação, bem como os registros de ocorrência da Ouvidoria Interna, assim como a observação participante em reuniões de gestão integrada das áreas administrativa, acadêmica e de Formação Cristã, de equipes e de equipes matriciais.Para Minayo (2001, p. 59), “a observação participante se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos”. Já a pesquisa documental acontece mediante a coleta de dados em fontes primárias como arquivos particulares de instituições, como afirma Oliveira (2011, p. 40) ao citar Marconi e Lakatos.

A primeira etapa teve início com o levantamento de dados registrados e documentos disponíveis nas Gerências Administrativa e de Comunicação e na Ouvidoria Interna. Associados à observação das reuniões de gestão e de equipes

matriciais, eles auxiliaram a pesquisadora a iniciar a composição do diagnóstico da situação atual. De acordo com Thiollent (2011, p. 33),

Seja como for, podemos considerar que, no desenvolvimento da pesquisa- ação, os pesquisadores recorrem a métodos e técnicas de grupos para lidar com a dimensão coletiva e interativa da investigação e também técnicas de registro, de processamento e de exposição de resultados. Em certos casos os convencionais questionários e as técnicas de entrevista individual são utilizados como meio de informação complementar.

Junto com a coleta de dados documentais, nessa primeira etapa, procedemos às entrevistas com a amostra representativa do corpo diretivo, das lideranças intermediárias (gerentes/chefes de setor e coordenadores de série) e do pessoal da base operacional, entre os quais profissionais docentes e não docentes. Citando Kierling (1979), Hübner (2001, p. 52) afirma que as amostras são “utilizadas quando se quer obter a informação diretamente do indivíduo e aprofundar questões perguntando-lhe a razão pela qual as respondeu”. No nosso trabalho, o objetivo era obter dados primários que possibilitassem compreender, a partir de uma parcela representativa, a visão dos diretores, lideranças intermediárias e pessoal operacional, sobre o que seja, para eles, a comunicação interna e como a entendem e percebem no contexto da escola. Optamos por utilizar o tipo semiestruturado, definido por Oliveira (2011, p. 36), “como uma lista das informações que se deseja de cada entrevistado, mas a forma de perguntar (a estrutura da pergunta) e a ordem em que as questões são feitas irão variar de acordo com as características de cada entrevistado”.

Retomando Hübner (2001, p. 52), os questionários são “formas menos diretas do que as entrevistas e são adequados às situações onde se quer abranger um grande número de pessoas em pouco tempo”. Na presente pesquisa, eles foram aplicados na segunda fase da coleta de dados. As perguntas foram enviadas simultaneamente, pelo correio eletrônico da gerente de Comunicação e pesquisadora, à totalidade dos funcionários, incluindo os da base operacional, cadastrados no mailing da instituição, com prazo de resposta limitado a 20 dias. Nessa etapa, procuramos identificar e mensurar a ocorrência das hipóteses levantadas na fase anterior sobre a situação da comunicação interna no Colégio Loyola.

Vale ressaltar que, antes da aplicação, o questionário foi testado previamente com o objetivo de verificar se as perguntas atendiam ao que se propunha, bem como

avaliar sua aplicabilidade e outros detalhes relacionados ao formato e conteúdo que pudessem influenciar os resultados da pesquisa. Para Gil (2008, p. 134),

A finalidade desta prova, geralmente designada como pré-teste, é evidenciar possíveis falhas na redação do questionário, tais como: complexidade das questões, imprecisão na redação, desnecessidade das questões, constrangimentos ao informante, exaustão etc.

A terceira etapa ocorreu em torno de reuniões virtuais para centralização, debate e interpretação das informações coletadas, buscando soluções e definindo diretrizes de ação. No presente trabalho, as reuniões serviram para validar as hipóteses levantadas nas duas primeiras fases, sinalizar os problemas recorrentes e suas inter-relações. Ao final, foram apontados indicativos de solução aos principais pontos passíveis de melhoria, elaborando um processo de comunicação interna para o Colégio Loyola. Foram recolhidas as contribuições do especialista convidado (GIL, 2002). Dessa forma, buscamos assegurar a inclusão das percepções dos empregados, de maneira cocriativa, no desenvolvimento da proposta de intervenção, ou seja, na elaboração de um processo para consolidar a comunicação interna como estratégia de gestão do Colégio Loyola.

A cocriação, conceito extraído por Kotler (2010) de Prahalad, é uma nova maneira de criar produto e experiência conectando, horizontalmente, em uma rede de colaboração, pessoas com interesses afins, para que elas mesmas desenvolvam aquilo que irão consumir. Prática “comum na abordagem de fonte aberta ao desenvolvimento de software” (2010, p. 37), o autor acredita que a aplicação dessa abordagem “pode ser estendida também a outros setores” e irá fundamentar as futuras práticas de comunicação, já que atende a necessidades básicas dos sujeitos da pesquisa.