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2 FUNDAMENTAÇÃO CONCEITUAL

2.2 FLUXOS DA INFORMAÇÃO

2.2.3 Fontes e canais de informação

O desenvolvimento de produtos de softwares demanda um conjunto estruturado de informações, provenientes de várias fontes e acessadas por meio de diversos canais. Durante as diversas fases de desenvolvimento de um projeto de software, muita informação é gerada e disseminada. Nesse contexto, compreender o fluxo de informação se torna bastante importante, principalmente em empresas cuja atividade- fim é a produção de software (VIRGIL, 2007).

Cunha (2001) afirma que o conceito de fonte de informação ou documento é muito amplo, pois pode abranger manuscritos e publicações impressas, além de objetos, como amostras minerais, obras de arte ou peças museológicas, entre outros. Para o autor, as fontes de informação podem ser caracterizadas como formais e informais. Fontes formais são aquelas compostas por livros, artigos de periódicos, patentes, relatórios técnicos, leis, teses e dissertações, normas técnicas entre outros, enquanto que fontes informais são decorrentes de contatos pessoais, comunicações orais e mensagens eletrônicas.

Farias e Vital (2007) complementam que as fontes de informação formais são aquelas que transitam pelos canais convencionais da organização ou entre organizações. Estas informações normalmente possuem a característica de serem bem estruturadas enquanto que as fontes de informação informais são aquelas que não possuem caráter oficial. Este tipo de informação tem como característica a desestruturação, deriva de conversas, seminários, contatos telefônicos, fornecedores, folders entre outros. Para as autoras, o que difere uma da outra, basicamente, é o suporte e o nível de processamento, ao qual a informação foi submetida.

As fontes de informação podem ser divididas ainda em três categorias: primárias, secundárias e terciárias. As fontes de informação primárias, segundo Cunha (2001) são consideradas um dos meios mais importantes de disseminação de informação científica e tecnológica. Elas contêm informações novas e interpretações de novas ideias. Exemplos de fontes primárias são os registros de observações, congressos e conferências, legislações, normas técnicas, patentes, periódicos, teses e dissertações, traduções e relatórios técnicos. Enquanto que as fontes secundárias contêm informações sobre os documentos primários e guiam o leitor para eles. Exemplos são as bases e banco de dados, bibliografias e índices, biografias, catálogos de bibliotecas, dicionários e enciclopédias, manuais e os atlas. Por último, as fontes terciárias têm como função ajudar o leitor na pesquisa de fontes primárias e secundárias. Na maioria das vezes não traz nenhum conhecimento ou assunto como um todo, servindo apenas de sinalizadores de localização ou indicadores. Exemplos são bibliografias, bibliografias de bibliografias, catálogos, diretórios, revisões de literatura, guias de literatura, bibliotecas e centros de informação. (CUNHA, 2001).

No que se refere ao tipo de informação, para Farias e Vital (2007) a partir da década de 1980 o conceito de informação para negócio apareceu implícito no termo informação tecnológica e se complica com o aparecimento da expressão informação para a indústria, sendo esta ultima de uso mais corrente na literatura da área da informação no Brasil.

Para Borges e Campelo (1997), a informação para negócios são um conjunto de informações destinadas a subsidiar as atividades das organizações no processo de desenvolvimento e apresentam uma abrangência maior do que a informação para a indústria, visto que todo o tipo de organização depende da informação.

Pode-se identificar que as fontes de informação destinadas ao uso pela indústria de jogos eletrônicos constituem-se fontes de informação para negócios. Brandão (2004) afirma que as fontes de informação para negócio na Internet seguem uma taxonomia de classificação. O esquema de classificação das informações para negócio foi baseado no modelo de categorização de base de dados eletrônicas para negócios, desenvolvido por Cendón (2002), conforme Figura 6.

Figura 6 - Taxonomia de classificação de fontes de informação para negócio.

Fonte: Brandão (2004).

De acordo com Brandão (2004), as fontes de informação para negócios na Internet são categorizadas como: informações gerais, estatísticas, biográficas, setoriais, empresariais, de produtos e serviços, mercadológicas, jurídicas e sobre o mercado financeiro, cada uma possui uma finalidade específica como pode ser visualizada abaixo:

a) Informações gerais: são informações de caráter diversificado, porém superficiais, são distribuídas através dos meios de comunicação de massa como os jornais, revistas periódicos e canais de televisão. Que também incluem os grandes portais de hospedagem na internet. b) Informações estatísticas: são conhecidas por informações

de censo e incluem estatísticas econômicas, industriais e demográficas de uma determinada região ou nação. Geralmente as instituições de informações estatísticas publicam e mantém as informações estatísticas por elas produzidas em seus próprios websites na Internet.

c) Informações biográficas: consistem em informações sobre personalidades, profissionais de diversos níveis e ramos de atividade e especialistas em uma determinada área do conhecimento. As grandes empresas de recursos humanos

mantem e disponibilizam esse tipo de informação para seus clientes.

d) Informações setoriais: constituem o conjunto de informações sobre um determinado setor de atividade industrial. São disponibilizadas através de publicações especializadas, como jornais dedicados a negócio e publicações técnicas de um ramo industrial específico ou relatórios elaborados por analistas de mercado ou empresas de consultoria.

e) Informações empresariais: incluem os diretórios empresariais que contem nomes de empresas, endereços, nomes de executivos, ramo de atuação, porte, linhas de negócio, faturamento e número de empregados. São informações que arrolam também dados financeiros sobre o desempenho da empresa, relatórios de créditos e indicadores de desempenho, lucratividade e eficiência. f) Informações de produtos e serviços: consistem em

informações específicas sobre produtos e serviços existentes no mercado. Focalizam itens tais como nome comercial de produtos, marcas e patentes, produtos e distribuidores e mercado consumidor.

g) Informações mercadológicas: incluem informações sobre empresas e concorrência, mercado consumidor, tendências e cenários tecnológicos, políticos, econômicos, sociais e demográficos e levantamentos comportamentais de consumidores.

h) Informações jurídicas: são informações específicas de legislação empresarial e de direito comercial. Diversas entidades privadas como escritórios de advocacia e sindicatos de representação empresarial e mantem assessorias jurídicas junto à Internet, disponibilizando documentos para seus clientes.

i) Informações sobre o mercado financeiro: consistem em informações sobre o mercado de capitais, taxas de câmbio, indicadores econômicos, cotações de ações em bolsas de valores, cotações de fundos de investimento e análises financeiras de especialistas.

A partir do entendimento do conceito de fontes de informação, podem-se conceituar os canais de informação. O canal de informação

pode ser considerado o local o qual as informações são registradas e disseminadas. Cunha (2001) distingue os canais de informação em dois tipos, formais e informais. O canal de informação formal é o local onde as informações são registradas e disseminadas de forma impressa ou eletrônica, por meio das fontes primárias e secundárias. O canal de informação informal é aquele onde as informações são transmitidas diretamente, pessoa a pessoa, a partir de contatos interpessoais, telefonemas, e-mails, cartas e reuniões científicas.

Meadows (1999) afirma que os canais informais devem ser escolhidos pelo próprio pesquisador. O tipo de informação desse canal é recente e destina-se a públicos restritos, assim sendo, seu acesso é limitado. Exemplos são relatórios de pesquisa, textos apresentados em seminários, reuniões pequenas, anais de simpósios. Os canais formais permitem o acesso amplo de maneira que as informações sejam facilmente coletadas e armazenadas.

Campello, Cendón, Kremer (2000) e Cunha (2001) apontam que não há consenso do que sejam fonte e canal de informação. Alguns conceitos apresentam os termos como sinônimos. Portanto, adota-se o conceito de Cunha (2001) como fontes de informação fontes de informação como sendo documentos disponíveis em suporte (impresso ou eletrônico) e canais de informação como os lugares e/ou meios por meio dos quais a informação é obtida.