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5.2.1 Língua de vaca (Talinum paniculatum)

Também chamada de major-gomes, maria-gorda, beldroegão, ou beldroega grande, é uma hortaliça pertencente a família Talinaceae e tem como partes comestíveis suas folhas e ramos que podem ser consumidos de forma fresca em saladas, mas preferencialmente cozida, refogada, ensopada, como ingrediente de pães caseiros, suflês, cremes, sucos verdes e bolos salgados. É uma herbácea, suculenta, perene e ereta com altura variando de 30-60 cm, cresce de forma espontânea sendo muito produtiva e de fácil cultivo em vasos sob a luz solar, suas folhas possuem textura simples e lisa (figura 10), tenras e com um sabor suave conferindo uma leveza e refrescância aos pratos (BATISTA, 2016; KINUPP, 2007;

KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 10 – Folhas da língua de vaca.

Fonte: Instituto Kairós (2017).

5.2.2 Inhambu (Dioscorea trifida)

O inhambu é uma planta da família Dioscoreaceae que produz um tubérculo comestível, é uma hortaliça tuberosa considerada nativa da América do Sul sendo também é chamada, dentre outras denominações, como mapuey, cará, cará doce, cará comum, cará roxo e cará branco, esses nomes diversos estão relacionados as suas etnovariedades que ocorrem devido a seleção local feita por agricultores, onde a cor da casca pode variar do marrom ao amarelo e a polpa do branco ao roxo (ver figura 11). Ainda com essas etnovariedades, todos os acessos de D. trifida apresentam folhas pecioladas de coloração verde com pigmento marrom de forma e tamanhos diversos com até 25 cm de comprimento e talo alado poligonal, característica específica das plantas trepadeiras (NASCIMENTO et al., 2018;

ANDRADE et al., 2018).

Cresce espontaneamente em áreas abertas e pode ser consumida de forma cozida na água com sal substituindo a batata doce, batata inglesa e a macaxeira, principalmente a variedade roxa que contém grande quantidade de antocianinas, também pode ser usada no preparo de pudins, pães, bolos, doces variados, além de ser na forma de farinha como é feito no Peru e na Venezuela, sendo um alimento com qualidades nutritivas com uma alta porcentagem de água e carboidratos (EMBRAPA, 1998; CHU, 1991; ASSIS, 2017, KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 11 – Inhambu (A) com polpa branca (B), branca e roxa (C) e roxa (D).

Fonte: Nascimento (2013).

5.2.3 Coentrão (Eryngium foetidum)

Pertencente à família Apiaceae o coentrão (figura 12) é uma herbácea perene, aromática e muito ramificada usada como tempero e planta medicinal em regiões tropicais, também é conhecida como coentro-da-índia, coentro-bravo, chicória, chicória-do-pará, chicória-do-amazonas, entre outros nomes. É uma planta com folhas simples, lineares e glabras, de 5 a 18 cm de comprimento com 1,5 a 5 cm de largura, que exala aroma característico por produzir e armazenar substâncias nos ductos secretores das folhas, devido esse aroma é muito utilizada como hortaliça condimentar sendo usada regionalmente como tempero de pratos combinando com aqueles que levam peixes, pato no tucupi e tacacá (SMILJANIC, 201-; MAPA, 2010; CAMPOS, 2014, KINUPP, LORENZI, 2014).

Figura 12 – Folhas do coentrão.

Fonte: MAPA (2010).

5.2.4 Taioba (Xanthosoma sagittifolium)

A Taioba, Xanthosoma sagittifolium, pertence a família Araceae e também é conhecida em alguns países como malanga e cocoyam. Tem origem na América tropical, sendo mais presentes em regiões tropicais e subtropicais do mundo (MAPA, 2010; JACKIX et al., 2013a; IWUOHA; KALU, 1995). É uma planta que pode atingir até 2,0 m de altura e o consumo pode ser feito pelos rizomas (figura 13), porém o mais comum é o consumo das folhas (figura 14) que sempre deve ser refogadas e nunca de forma crua, pois a folha crua pode apresentar elevado teor de oxalato de cálcio, um componente antinutricional que deve ser eliminado antes do consumo, podendo causar irritação, sensação de asfixia e de queimação nos lábios e garganta (JACKIX, 2015; MAPA, 2010).

Figura 13 – Rizomas da Taioba.

Fonte: MAPA (2010).

Figura 14 – Folhas da Taioba.

Fonte: MAPA (2010).

5.2.5 Beldroega (Portulaca oleracea)

A beldroega (figura 15) da família Portulacaeae é também chamada de caaponga, porcelana, bredo-de-porco, verdolaga, pequena, beldroega-vermelha, beldroega-da-horta e onze-horas, é conhecida como uma erva daninha por sua característica de vegetar espontaneamente, têm caules e folhas suculentas

comestíveis tolerantes a seca e ao sal e contém grandes quantidades de ácidos graxos e diversos antioxidantes. (YAZICI et al., 2007; MAPA, 2010).

Toda a planta é comestível e pode ser usada de forma crua, cozida, refogada, na forma de conserva, saladas, picles, bolinhos e/ou tempurás, é levemente ácida e tem gosto de espinafre. Suas pontas macias fazem uma salada muito agradável, sozinha ou em combinação com outros vegetais (OMARA-ALWALA et a., 1990; YAZICI et al., 2007; KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 15 – Folhas da Beldroega.

Fonte: MAPA (2010).

5.2.6 Caxixe (Lagenaria siceraria)

Lagenaria siceraria (figura 16) pertence a família Cucurbitaceae é uma planta perene trepadeira herbácea, com frutos em forma de garrafa, é cultivada para a alimentação na Índia (MOHAN et al. 2012; GHULE et al., 2009) 2). Também chamada de caxi, seus frutos contém baixa caloria e seu sabor é delicado se aproximando ao da abóbora, podem ser cozidos, recheados e assados, empanados, refogados, ensopados, usados em geleias, doces e é excelente para saladas e sopas como chuchu e abobrinha (INSTITUTO KAIRÓS, 2017; KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 16 – Frutos do caxixe.

Fonte: Instituto Kairós (2017).

5.2.7 Batata-da-serra (Ipomoea serrana)

A batata-da-serra é uma trepadeira da família Convolvulaceae e endêmica da região Chapada Diamantina, a planta possui folhas simples e lanceoladas e produz raízes tuberosas (figura 17) que são usadas como alimento pelos garimpeiros da região e como iguaria exótica em restaurantes. Essa espécie possui uma distribuição restrita ao centro do estado da Bahia, tendo sido relatada nos municípios de Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras (VASCONCELOS et al., 2016).

Figura 17 – Raízes da batata-da-serra (A e B).

Fonte: Gonçalves e Gonçalves (2016).

5.2.8 Mucugê (Couma rígida)

Conhecida pelo nome popular de Mucugê, a Couma rígida pode ser encontrada na região litorânea da Bahia e na Chapada Diamantina, principalmente no Parque Municipal de Mucugê ao longo do córrego do rio Piabinha. É uma arvoreta que pode atingir até 5 metros de altura, geralmente é gregária, crescendo próximo à costa ao longo de riachos ou em locais úmidos com solo arenoso, possui ramos lenhosos e folhas verticiladas. Seus frutos (figura 18), que são colhidos de setembro a março, são saborosos sendo amarelados quando maduros, contendo uma polpa comestível com pequenas sementes castanhas achatadas e seu látex potável pode ser utilizado como substituto do leite (WATANABE; ROQUE; RAPINI, 2009; WILLIAMS, 1962).

Figura 18 – Fruto do mucugê.

Fonte: Freitas (2013).

5.2.9 Cambuí (Myrcia multiflora)

O Cambuí (figura 19) é uma espécie de planta arbustiva, pertencente à família Myrtaceae, ela também é conhecida como “pedra ume-caá” ou “insulina vegetal” sendo que suas folhas são simples são usadas como chá para tratar diabetes. Na Bahia é encontrada na região da Chapada Diamantina e segundo a

população local os frutos do cambuí só são produzidos de sete em sete anos.

(COUTINHO et al., 2013; YOSHIKAWA et al., 1998; ASSIS et al., 2016).

Figura 19 – Folhas (A) e frutos (B) da M. multiflora.

Fonte: Kinupp (2007) e Alvez (2012).

5.2.10 Bertalha (Anredera cordifolia)

A bertalha (figura 20) é uma hortaliça trepadeira da família Basellaceae originária do sudeste da Ásia, é conhecida popularmente no Brasil como espinafre-tropical, espinafre-indiano, bertalha, folha-tartaruga, entre outros. É considerada erva daninha por produzir grande biomassa e é muito prolífica vegetativamente, sendo comum em muitos estados principalmente em terrenos abandonados, cafezais e pomares (MAPA, 2010; KINUUP; AMARO; BARROS, 2004).

Suas folhas são em formato de coração e suas flores são de cor creme e perfumadas, sendo que as folhas podem ser consumidas em saladas cruas ou cozidas, refogadas, ensopadas, em bolos, patês e suflês. Os rizomas são mucilaginosos, similares ao quiabo, e podem ser comidos cozidos como batata-inglesa com algumas gotas de vinagre ou limão durante o preparo para reduzir a mucilagem . A produção excessiva de mucilagem, pouco aceita por grande parte dos consumidores, pode ser amenizada pelo acréscimo de algumas gotas de vinagre ou limão durante o preparo (KINUUP; AMARO; BARROS, 2004; KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 20 – Folhas da Bertalha.

Fonte: Instituto Kairós (2017).

5.2.11 Araruta (Maranta arundinacea)

A araruta (Maranta arundinacea L.), da família Marantaceae, é uma herbácea ereta, perene e rizomatosa, nativa da América tropical. Cresce sob a sombra e é resistente a muitos insetos e ataque de patógenos, seus rizomas tuberosos (figura 21) são comestíveis e ricos em amido que tem alta digestibilidade e é comumente usado como um espessante em muitos alimentos, como pudins, molhos, cremes, mingaus, pães, biscoitos, tapioca e outros assados (NISHAA et al., 2012; KUMALASARI et al., 2011; MADINENI et al., 2012; KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 21 – Rizomas da Araruta (A e B).

Fonte: Madineni et al. (2012).

5.2.12 Quioiô (Ocimum gratissimum)

O Quioiô é um subarbusto, ereto, de base lenhosa, ramificado, com um forte aroma de cravo-da-índia, sendo geralmente empregado como tempero em carnes. É nativo da Ásia e naturalizado em vários países do mundo, suas folhas são simples e pecioladas (figura 22), são usadas secas ou frescas como tempero, como verdura sendo cozidas com outros alimentos, picadas em saladas, usadas no preparo de chás com ou sem leite e mel, empanadas e fritas como tempurá, e suas sementes podem ser utilizadas como tempero para empanar peixes (KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 22 – Ramos foliares do quioiô.

Fonte: Kinupp; Lorenzi (2014).

5.2.13 Vinagreira (Hibiscus sabdariffa)

A H. sabdariffa (figura 23) é um arbusto dicotiledónea anual, que cresce a uma altura de cerca de dois metros com flores amarelas ou avermelhadas e folhas de três à cinco lóbulos. (BUILDERS et al., 2013). Tem sabor azedo e tem sido utilizada como tempero, licor, geléia, xarope, picolés, molhos agridoces, pudins e em chás quentes e frios. Diferentes variedades de seus sucos com outras frutas estão

disponíveis globalmente e tem havido um aumento no consumo de sucos de hibiscus devido à conscientização dos consumidores sobre os benefícios nutricionais e para a saúde (KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 23 – Flores (A) e cálices (B) de Hibiscus.

Fonte: Instituto Kairós (2017) e Kinupp e Lorenzi (2014).

5.2.14 Palma Forragueira (Opuntia ficus-indica)

A palma (figura 24) pertence à família Cactaceae e tem sido utilizada tanto na alimentação humana como na alimentação animal. O fruto da palma é conhecido como figo-da-índia e produz praticamente durante o ano todo. A fruta é doce, suculenta, comestível, com 5-10 cm de comprimento e 8-10 cm de largura, piriforme, ligeiramente curvada para o umbigo, e de coloração amarelo-esverdeada, com muita polpa e uma casca fina (LEUENBERGER, 1991). Contém altos índices de vitamina C e seu consumo contribui para a ingestão alimentar e para a nutrição, os frutos são consumidos in natura com a casca ou retirando-se a polpa com uma colher. Pode ser usada para produção de suco, geleia, sorvete, mousse, molho alaranjado de massas com alho sal e outros temperos, seus filocládios são consumidos como hortaliças usando-os para sucos verdes ou refogados. (MÉNDEZ et al., 2015;

KINUPP; LORENZI, 2014).

Figura 24 – Filocládios com flor (A) e frutos (B) da palma forragueira.

Fonte: Embrapa (2012) e Kinupp e Lorenzi (2014).

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