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5.3 Composição química e benefícios das PANC

5.3.1 Língua de vaca (Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.)

O estudo químico, da T. paniculatum, demostra que esta planta pode fornecer teores consideráveis de macronutrientes e micronutrientes, nas suas folhas e ramos existem quantidades consideráveis de ácido ascórbico (1) (vitamina C), contendo 50% a mais da ingestão diária recomendada na alimentação e possuindo uma porcentagem superior ao teor presente na tangerina murcote. Além da vitamina C, essa planta também contém carboidratos, superando os teores de folhas de beterraba, brócolis e cenoura, proteínas (21,85%), lipídios e, em sua composição mineral o fósforo, potássio, cálcio, magnésio, e teores de zinco e ferro superiores aos valores de ingestão diária recomendado (KINUPP, 2007; VIEIRA, 2014).

Dentre as classes de metabólitos secundários relatados de T. paniculatum encontram-se taninos, flavonoides, esteróis e saponinas (REIS et al., 2015). REIS et al. (2015) identificaram, por meio da espectrometria de massa, a presença dos fitoesteróis campesterol (2), estigmasterol (3) e sitosterol (4). Anteriormente, Komatsu et al. (1982) já havia identificado a presença, na raiz, do β-sitosterol em conjunto com o 3-O-β-D-glicopiranosilsitosterol (5), e de uma mistura dos álcoois graxos hexacosan-1-ol (6), octacosan-1-ol (7), e triacontan-1-ol (8).

(1)

(2)

(3)

(4) R=H (5) R= β-D-Gli

n OH

(6) n=22 (7) n=24 (8) n=26

Os fitoesterois, encontrados nesta espécie, possuem reconhecido efeito hipocolesterolêmico (BRUFAU, CANELA, RAFECAS, 2008), ação antinociceptiva (CATAPAN et al., 2000), anti-inflamatória (VALERIO; AWAD, 2011), bem como efeito inibitório do carcinomas de próstata (AWAD et al., 2001) e aumento da eficácia do Tamoxifeno® frente células neoplásicas da mama (AWAD et al., 2008). O 3-O-β-D-glicopiranosilsitosterol inibe a eucariótica DNA polimerase λ (MIZUSHINA et al., 2006), além de possuir atividade amebicida e giardicida (ARRIETA et al., 2001).

Álcoois graxos são encontrados em abundância nos óleos de gérmen de trigo e do farelo de arroz, bem como em muitas outras plantas (IRMAK; DUNFORD, 2005). Misturas destes compostos possuem ação antioxidante, antiparkinsoniana, antiangiogênica e ergogênica (SAINT-JOHN, 1986; THIPPESWAMY; SHEELA;

SALIMATH, 2008 e WANG et al., 2010). O Hexacosan-1-ol causou regeneração de axônios em nervo ciático lesionado (AZZOUZ et al., 1996), bem como efeito preventivo da nefropatia diabética (SAITO et al., 2006), já o Octacoson-1-ol possui estudo que atribui a esta substância atividade antinociceptiva e anti-inflamatória (OLIVEIRA et al., 2012).

5.3.2 Inhambu (Dioscorea trifida)

O inhambu é uma hortaliça com alto teor de carboidratos e valores significativos de proteína e amido, além do amido comum a D. trifida contém quantidades significativas de amidos cerosos. Quanto aos minerais tanto as variedades brancas como roxas possuem um maior teor de sódio e magnésio.

Foram identificados a presença de diosgenina (9), alantoína (10), dioscina (11) e

para a variedade roxa foram encontradas antocianinas derivadas de peonidina (12), cianidina (13), e pelargonidina (14): cianidina-3-O-glucosideo-5-O-glucosÍdeo (15), cianidina-3-O-feruloilglucoídeo-5-O-glucosídeo (6), cianidina-3-O-p-comaroilglucosídeo-5-O-glucosídeo (17), pelargonidina-3-O-glucosídeo-5-O-glucosídeo (18), pelargonidina-3-O-p-comaroilglucosídeo-5-O-glucosídeo (19), peodinina-3-O-glucosídeo-5-O-glucosídeo (20), peodinina-3-O-glucosídeo (21), peodinina-3-O-feruloilglucosídeo-5-O-glucosídeo (22), peodinina-3-O-comaroilglucosídeo-5-O-glucosídeo (23) (RACHED, 2006; PÉREZ, 2011; CHU, 1991; RAMOS-ESCUDERO, 2010).

(9)

(10)

(11)

(12) R1 = OCH3 e R2 = H (13) R1 = OH e R2 = H

(14) R1 = H e R2 = H

(15) R1 = O-Glic. e R2 = OGlic.

(16) R1 = O-feruloil-Glic. e R2 = O.Glic.

(17) R1 = O-p-cumaroil-Glic. e R2 = OGlic.

(18) R1 = O-Glic. e R2 = OGlic.

(19) R1 = O-p-cumaroil-Glic. e R2 = OGlic.

(20) R1 = O-Glic. e R2 = OGlic.

(21) R1 = O-Glic. e R2 = OH.

(22) R1 = O-feruloil-Glic. e R2 = OGlic.

(23) R1 = O-p-cumaroil-Glic e R2 = OGlic Estudos demonstraram que a diosgenina contém ação estrogênica podendo auxiliar na tensão pré-menstrual e na menopausa em mulheres (NOGUCHI et al, 2006). Ela também possui propriedades hipoglicêmicas e efeitos anti-inflamatórios, que podem diminuir os níveis de glicose no sangue e retardar a progressão da osteoporose (MCANUFF-HARDING; OMORUYI; ASEMOTA, 2006; AU et al, 2004), além disso, a diosgenina tem capacidade antitumoral sendo um atuante na inibição do ciclo celular e indução de apoptose (RAJU et al., 2009).

A alantoína tem ação anti-irritante, hidratante, promove a remoção do tecido necrótico (SAITO; OLIVEIRA, 1986) e a estimulação da célula no processo de mitose (LOOTS; LOOTS; JOUBERT, 1979), além disso, a alantoína tem um perfil histológico de cicatrização, podendo melhorar e acelerar o processo de reconstituição da pele (ARAÚJO, 2010).

A dioscina tem efeitos anticancerígenos, podendo suprimir o crescimento das células cancerígenas da laringe (SI et al., 2016), contém ação anti-inflamatória com potencial de ser usada no tratamento da artrite induzida por colágeno e na lesão hepática inflamatória aguda (GUO et al., 2016; YAO et al., 2016), além da ação antiaterosclerótica (WANG et al., 2017).

As antocianinas presentes no inhambu têm benefícios na saúde que se relacionam com o efeito antioxidante sendo importantes na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e diversos tipos de neoplasias (SANTOS et al. 2014), sendo que a cianidina (antocianina mais comum nos alimentos) e os seus glicosídeos relacionados têm sido indicados com promissores potencias dietéticos com papel benéfico na saúde humana (BONOMO, 2014). A peonidina tem propriedades protetoras contra a degeneração fotorreceptora Induzida pela N-metil-N-nitrosoureia, além, de apresentar atividade quimiopreventiva e anti-inflamatória (TAO et al. 2016; KWON et al., 2007).

5.3.3 Coentrão (Eryngium foetidum)

Por ter um aroma característico e ser utilizada como tempero nas receitas, a E. foetidum possui diferentes substâncias presentes nos óleos essenciais, que se diferenciam de acordo com a localização geográfica da planta em crescimento, o clima, a maturidade da planta e os métodos de análise (THOMAS, 2017; PAUL, 2011). Thomas et al. (2017) identificou a presença dos compostos (E)-2-dodecenal (24), 13-tetradecenal (25), dodecanal (26) e 2,4,5-trimetilbenzaldeído (27) presentes nas partes das folhas, tronco e raízes. Pino, Rosado e Fuentes (1997) identificaram a presença do ácido hexanoico (28) e do carotol (29), outros estudos mostraram a presença de 2,3,6-trimetilbenzaldeído (30), 3-dodecenal (31), octano (32), n-nonano (33), α-pineno (34) e β-pineno (35) (MARTINS, et al. 2003; CARDOZO, et al.

2004; THI, ANH, THACH, 2008; THOMAS, 2017).

Além desses compostos outras análises identificaram a presença de taninos, flavonoides, fitoesteróis, vários triterpenos e uma saponina triterpênica do tipo oleanano 3 - O - [β - D - glucopiranosil - (1→2) - [β - D - fucopiranosil - (1→3)] - α – L-rhamnopiranosil - (1→4) - β - D - glucopiranosil] - oleano - 12 - en - 23, 28 - diol (36) nas partes aéreas do E. foetidum (PAUL, 2011; GARCIA, 1999; ANAM, 2002).

Ramcharan (1999) indicou a presença de cálcio, ferro, riboflavina (vitamina B2) (37), carotenoides, vitaminas A (38), B1 (39), ácido ascórbico (1), e no óleo essencial,

foram identificados os compostos, derivados do α-colesterol (40), brassicasterol (41), campesterol (2), estigmasterol (3) (como componente principal compondo 95%), clerosterol (42), β-sitosterol (4), Δ5-avenasterol (43), Δ7-avenasterol (44), e Δ5 -24-estigmastadienol (45) (GARCÍA, 1999; CHANDRICA; JAGATH; SARASWATHI, 2016).

(24) (25) (26)

(31) (32)

(27) (28)

(29) (30)

(33)

(34) (35)

(36)

(37)

(38)

(39)

(40)

(41)

(42)

(43)

(44)

(45)

Os óleos voláteis encontrados na raiz, caule e folhas, consistem principalmente em compostos alifáticos e aromáticos, esses compostos em conjunto com os extratos de saponinas e o ácido ascórbico contém uma forte atividade antioxidante, tendo potencial para prevenir a deterioração oxidativa de alimentos (THOMAS, 2017; CHANDRIKA; JAGATH; SARASWATHI, 2016). Estudos preliminares mostram o potencial do uso do óleo e do extrato metanoico como drogas anticâncer (CHANDRIKA; JAGATH; SARASWATHI, 2016).

Os enantiômeros positivos do pineno possuem atividade antimicrobiana contra Candida albicans, Cryptococcus neoformans, Rhizopus oryzae e Staphylococcus aureus (SILVA et al. 2012). O (E)-2-dodecenal mostrou-se ser anti-helmíntico durante o rastreio in vitro utilizando Strongyloides stercoralis (larvas infectantes que penetram na pele) que causa infecções graves em seres humanos (FORBES; REESE; ROBINSON, 2002).

O estigmasterol e o extrato hexânico da planta foram ativos de maneira semelhante na redução de endemas em camundongos, mostrando que o extrato das folhas de E. foetidum são eficazes contra o processo inflamatório tópico, agudo e crônico (GARCÍA et al., 1999). A riboflavina previne a catarata e auxilia na manutenção da pele e na produção da adrenalina, a vitamina B1 mantém o bom funcionamento do cérebro, do sistema nervoso e circulatório, previne o envelhecimento e tem função antidepressiva (ADITIVOS E INGREDIENTES, 196-).

A falta de vitamina A no corpo pode causar hipovitaminose A, causando o risco de doenças respiratórias, anemia e cegueira irreversível em crianças (SOUZA; BOAS, 2002).

5.3.4 Taioba (Xanthosoma sagittifolium)

A folha da taioba possui altos teores de proteínas, cálcio, ferro, vitamina C (1) e como principal constituinte as fibras alimentares, sendo que dessa porção a maior fração é insolúvel (PINTO et al., 2001; MONTEIRO, 2011). Foram reportados, ainda, a presença da luteína (46) (CHAMPAGNE et al. 2010),

perlagonidina-3-glicosídeo (47), epicatequina (48), hiperosídeo (49) (CHAMPAGNE et al. 2011) glicosídeos de apigenina (50) (CAXITO et al., 2015) ácido 3,4-di-hidroxibenzóico (ácido protocatecuico) (51) (SAIKIA et al., 2013), L-cisteína (52), bitartarato de colina (53) caseína (54), maltodextrina (55), ácido glutâmico (56), prolina (57), arginina (58), leucina (59), ß-caroteno (60) e lignina (61) (JACKIX et al., 2013b; ARRUDA;

SIQUEIRA; SOUZA, 2003).

(46)

(47) R1= Glic. (48)

(49)

(50) (51)

(52)

(53) (54)

(55)

(56) (57)

(60)

(58) (59)

(61)

Um estudo realizado, em ratos, mostrou que as fibras alimentares insolúveis exibiram potencial de ser uma ajuda dietética para reduzir o colesterol no sangue e o risco de câncer no intestino (JACKIX et al., 2013a). JACKIX et al. (2013b) mostrou que as substâncias das folhas de taioba possuem uma elevada capacidade para se ligar às gorduras alimentares promovendo uma maior eliminação da gordura do corpo e que o consumo das folhas pode ter a propriedade de diminuir o risco de câncer de cólon. O β-caroteno é um excelente antioxidante que sequestra os radicais livres com eficiência (BIANCHI; ANTUNES, 1999). A perlagonidina-3-glicosídeo tem um potencial antioxidante equiparável com o Trolox® (antioxidante sintético padrão) (KUSKOSKI et al., 2004). A epicatequina mostrou uma atividade antioxidante intermediária quando analisado pelo método da auto-oxidação do β-caroteno (DAVID et al., 2002). O hiperosídeo também contém propriedade antioxidante, assim como a L-cisteína que é um dos principais agentes de defesa antioxidante (MORAIS, 2015; BIANCHI; ANTUNES, 1999).

A administração de bitartarato de colina propiciou um efeito neuroprotetor na isquemia global transitória em ratos (BORGES, 2011). A caseína, proteína encontrada no leite, é composta por diferentes aminoácidos e contém um importante valor nutritivo (ROMAN, 2005). A maltodrextrina é usada como aditivo alimentício e apresenta características organolépticas parecidas com a gordura, podendo substituí-la (ADITIVOS E INGREDIENTES, 2015). A suplementação com arginina em ratos reduziu a translocação bacteriana após uma obstrução intestinal (VIANA, 2010).

O extrato hidroetanólico de Xanthosoma sagittifolium apresentou atividade quelante e atividade antitumoral in vitro, interrompendo o ciclo celular e induzindo a apoptose de células de leucemia, evidenciando que as folhas de taioba podem ter aplicação prática na terapia do câncer, isso ocorre devido a presença de glicosídeos de apigenina que contém importantes atividades biológicas, como a quelação de Fe2+, inibição da produção de NO e inibição da proliferação de células de leucemia, (CAXITO et al., 2015). Nakamura et al. (2000) mostrou que dependendo da quantidade de ácido protocatecuico e do tempo antes da aplicação, ele pode reduzir crescimento tumoral. Estudos recentes demonstraram, ainda, que a lignina participa

do sistema antioxidante e esta envolvida na prevenção de doenças cardiovasculares e do cólon (JACKIX et al., 2013b).

5.3.5 Beldroega (Portulaca oleracea)

Uma analise mineral mostrou que a Beldroega contém quantidades significativas de cálcio, fósforo, ferro, manganês, potássio e magnésio (KHATTAK, 2011; UDDIN et al. 2014), em seus caules e folhas temos a presença de ácidos graxos e compostos fenólicos, tendo em maiores porcentagens o ácido linolênico (ômega-3) (62) (OMARA-ALWALA et al., 1990), palmítico (63), ácido oleico (64), ácido cítrico (65), ácido oxálico (66), ácido clorogênico (67), ácido 3-cafeoilquínico (68) e o ácido 5-cafeoilquínico (69) (OLIVEIRA et al., 2009; SIRIAMORNPUN;

SUTTAJIT, 2010). Foram identificados, também, o β-caroteno (61), ácido ascórbico (1), glutationa (70), e os flavonoides rutina (71) e miricetina (72) (SIRIAMORNPUN;

SUTTAJIT, 2010; UDDIN et al., 2014). Entre vegetais de folhas verdes, a Beldroega apresentou um dos maiores teores de vitamina A (38) (UDDIN et al., 2014).

(62)

(63)

(64)

(65) (66)

(67)

(68)

(69)

(70)

(71)

(72)

Os ácidos graxos e compostos fenólicos presentes na beldroega mostraram ter atividade sequestradora de radicais DPPH (OLIVEIRA et al., 2009) e a presença

de β-caroteno, ácido ascórbico e os flavonóides contribui para a propriedade antioxidante da planta (SIRIAMORNPUN; SUTTAJIT, 2010), assim como a glutationa que é um dos principais agentes de defesa antioxidante não enzimático (BIANCHI; ANTUNES, 1999). A vitamina A desempenha um importante papel na visão mantendo as mucosas saudáveis e ajuda a proteger o pulmão do câncer, e o ácido graxo ômega-3 é um precursor de um grupo específico de hormônios podendo oferecer proteção contra doenças cardiovasculares, cânceres e várias doenças e condições crônicas durante toda a vida humana (UDDIN et al., 2014).

5.3.6 Caxixe (Lagenaria siceraria)

Uma triagem fitoquímica revelou que o extrato metanólico do fruto do caxixe possui flavonóides, saponinas, esteróides e poifenóis (GHULE et al., 2009). Mohan et al. (2012) encontrou um novo glicosídio fenólico, o (E)-4-hidroximetil-fenil-6-O-cafeoil-β-D-glucopiranosídeo (73), juntamento com o 1-(2-hidroxi-4-hidroximetil)-6-O-cafeoil-β-D-glucopiranosídeofenil (74), ácido protocatecuico (51), ácido gálico (75), ácido cafeico (76) e ácido 3,4-dimetoxicinâmico (77). Outros estudos mostraram a presença do kaempferol (78), fucosterol (79), racemosol (80), estigmasterol (3) e estigmasta-7,22-dien-3β,4β-diol (81) (KALSAIT et al., 2011).

(73)

(74)

(75) (76)

(77) (78)

(79)

(80)

(81)

Ghule et al. (2009) mostrou que o extrato metanólico do caxixe contém um potencial anti-hiperlipidêmico e consequentemente uma atividade cardioprotetora e cardiotônica. O extrato, em acetona, da casca mostrou boa proteção contra danos oxidativos (CHANDRA et al., 2016). O material vegetal com a presença de compostos fenólicos da L. siceraria mostrou atividade hepaprotetora da planta (PANCHAL et al., 2012). O (E)-4-hidroximetil-fenil-6- O- cafeoil- β-D- glucopiranosídeo e o 1-(2-hidroxi-4-hidroximetil)-fenil-6- O- cafeoil- β-D

-glucopiranosídeo exibiram uma potente atividade antioxidante in vitro (MOHAN et al.

2012). O extrato etanólico com a presença do kaempferol indicou atividade contra o tromboembolismo pulmonar induzido pelo ADP em camundongos (RAJPUT;

BALEKAR; JAIN, 2014). Outra análise química revelou a presença de flavonoides, esteróis, saponinas, polifenóis, proteínas e carboidratos e uma atividade anti-hiperlipidêmica e hipolipidêmica dos extratos (GHULE et al. 2006). O extrato contendo fucosterol, racemosol, estigmasterol e estigmasta-7,22-dien-3β,4β-diol demonstrou ser agente anti-hiperlipidêmico (KALSAIT et al. 2011).

O ácido protocatecuico pode reduzir o crescimento tumoral (NAKAMURA et al., 2000). Estudos em camundongos mostraram que o ácido gálico tem atividade anti-inflamatória (KROES et al., 1991). O ácido cafeico possui atividade antioxidante

e o extrato contendo 3,4-dimetoxicinâmico mostrou atividade antifúngica (CHEN;

HO, 1997).

5.3.7 Batata-da-serra (Ipomoea serrana)

Ainda faltam estudos sobre a composição química da Ipomoea serrana, estudos recentes mostram que o tubérculo possui teores de áçucares não redutores, sódio, potássio, cálcio e grande quantidade de fibras (FALCÃO; MOTTA; ALBINATI, 2006), além de ser fonte promissora de compostos fenólicos (ROCHA. 2012)

A presença de fibras alimentares presentes na I. serrana são fontes nutritivas. Os extratos metanólicos da batata-da-serra analisados por ROCHA (2012) apresentaram uma boa atividade antioxidante.

5.3.8 Mucugê (Couma rígida)

Investigação fitoquímica da polpa do Mucugê demonstrou altas quantidades de ácido láurico (82), ácido linoleico (83) e ácido palmítico (63), e dos fitosteróis: β-sitosterol (4), sitostanol (84), brassicasterol (41), campesterol (2), e estigmasterol (3) (COSTA et al., 2011; COSTA et al., 2010).

(82)

(83)

(84)

Estudos farmacológicos com os fitoesteróis (brassicasterol, campesterol, estigmasterol e seus derivados) têm demonstrado o potencial de diminuir os níveis séricos de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o que os torna úteis para o desenvolvimento de alguns alimentos enriquecidos com estes esteróis vegetais (TOIVO, J. et al., 2001). O ácido láurico e o palmítico podem elevar o nível de colesterol se consumidos em excesso, já o ácido linoleico reduz esses níveis (COSTA et al., 2011).

5.3.9 Cambuí (Myrcia multiflora)

Prospecções realizadas com a fração em acetato de etila, das folhas, levaram ao isolamento e identificação de cinco glucosídeos das flavanonas:

mirciacitrinas I (85), II (86), III (87), IV (88) e V (89); dois glucosídeos das acetofenonas: mirciafenonas A (90) e B (91) e de cinco glicosídeos dos flavonóis:

miricitrina (92), mearnsitrina (93), quercetina (94), desmanthina (95) e guaijaverina (96) (MATSUDA; NISHIDA; YOSHIKAWA, 2002; YOSHIKAWA et al., 1998). No Cambuí foi identificado, ainda, um teor razoável de vitamina C (1) (COUTINHO et al., 2013).

(85) R1 = H, R2 = H, R3 = O-β- D-glucopiranosil (86) R1 = CH3, R2 = H, R3 = O-β-D-glucopiranosil

(87) R1 = H, R2 = O-β-D-glucopiranosil, R3 = H

(88) R1 = H, R2 = H, R3 = (6’’-O-p-coumaril)-O-β-D-glucopiranosil (89) R1 = H, R2 = H, R3 = (6’’-O-p-hidroxibenzoil)-O-β-D-glucopiranosil

(90)

(91)

(92) R1 = H, R2 = OH

(93) R1 = CH3, R2 = OH (94) R1 = R2 = H

(95)

(96)

O extrato metanólico, a fração em acetato de etila e os glicosídeos fenólicos isolados das folhas da M. multiflora demonstraram atividade inibitória frente à aldose redutase e α- glucosidase, diminuindo os níveis séricos de glicose. (YOSHIKAWA et al., 1998; MATSUDA, NISHIDA E YOSHIKAWA, 2002).

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