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2.2 Formatos e software/ hardware atual

2.2.2 Formatos de publicações eletrónicas

Tal como os dispositivos, os formatos de publicações digitais são numerosos e variados, com grandes diferenças no objetivo, na capacidade e no suporte. Considerando estes aspetos, podemos considerar vários tipos de publicações eletrónicas: o EPUB, os formatos da Amazon, o PDF, o Interactive Magazine e o HTML5.

O formato EPUB3 é como uma página da Web. É estruturado a partir das linguagens XML e XHTML, enquanto os estilos dos conteúdos são criados a partir de ficheiros de CSS que controlam o aspeto do texto. Além do texto, as páginas podem conter imagens, vídeos, animações ou outros elementos, que estão localizados e juntos num só ficheiro, como se se tratasse de um ficheiro .zip. Na Secção 2.5, poderemos analisar algumas formas de criar ebooks neste formato, sem recorrermos à programação.

O texto no formato EPUB é dinamicamente fluido o que permite experiências otimizadas de leitura. Os capítulos e as colunas podem aparecer de modos diferentes consoante o dispositivo. Para um designer este não é um bom modelo, por isso a nova versão, EPUB3, suporta o formato de modelo fixo, como opção. No ponto 2.3, Design e Programação, iremos descrever em pormenor este formato e os ficheiros que o compõem.

A Amazon.com é, sem dúvida, um dos maiores fornecedores de publicações digitais. Uma das razões do seu sucesso neste espaço de mercado foi a criação de formatos proprietários. Enquanto muitos editores esperavam pela definição dos direitos de autor, a Amazon avançou com um sistema próprio de proteção de dados, Digital Rights Management (DRM), que obriga a utilizar o seu suporte de leitura, o Kindle. Portanto, a Amazon nunca utilizou o formato EPUB, mas disponibiliza ferramentas grátis, como o KindleGen, para converter em formatos MOBI e KF8, legíveis nos seus aparelhos. Os formatos são semelhantes às normas internacionais, MOBI e AZW podem fazer quase a mesma coisa que o EPUB faz.

A versão mais recente do formato de leitura de ebooks é o KF8 (Kindle Format 8) é parecido com EPUB3, com suporte de CSS3, HTML5, modelo fixo, fontes embutidas, gráficos SVG e a inclusão de áudio e de vídeo. Para a maior parte dos criadores de ebooks não é necessário escrever especificamente para Kindle. Calibre é uma aplicação que pode converter ficheiros EPUB em vários formatos incluindo AZW e KF8 (ver ponto 2.5.4).

O formato PDF (Portable Document Format) tem sido o escolhido desde há muito tempo para as publicações digitais, quer sejam livros, manuais, revistas ou catálogos. É suportado por todos os média modernos e tem uma boa quantidade de interatividade. É fácil

de ser criado e pode ser lido praticamente em todos os sistemas que possuam ecrã. O índice de páginas não precisa de ser criado, pois a visualização no leitor é automática. Ironicamente, muitas pessoas recusam o formato PDF para criar ebooks por ser tão usado e tão universal. Habituadas a utilizar em formatos só de texto e imagens, os criadores esquecem-se de outras potencialidades destes documentos. Eles podem conter vídeo, áudio, botões de navegação, animações em Flash Player e formulários. O tamanho das páginas adaptam-se ao tamanho e orientação do ecrã. Os PDF’s também podem conter animações escritas em JavaScript. Do ponto de vista do design e da produção, o PDF é já um formato familiar com o qual lidamos todos os dias. O aparecimento de novos formatos e dispositivos não tornam os PDF’s obsoletos.

As revistas interativas surgiram logo após o lançamento do tablet iPad Revistas como a Wired e a Sports Illustrated foram as primeiras publicações a explorarem as capacidades de interação proporcionadas pelo novo tablet. Graças a este acontecimento, ao aumento do número de publicações, a utilizar esta tecnologia, e à falta de um nome formal, vulgarmente designa-se como formato de revistas interativas (outras designações possíveis: fully interactive, App-based ou media-rich). Construído especialmente para as interfaces táteis, este formato explora as características multimédia e de interatividade dos tablets. À precisão dos modelos equivalentes às revistas impressas, juntam-se diaporamas, sons, vídeos, rotações 3D, zoom, imagens panorâmicas, conteúdos Web diretos e videojogos nas páginas. Todas estas características e a interação física do utilizador, torna a leitura mais envolvente do que o uso do rato do computador. Para uma experiência mais imersiva, toda a interface tem sido melhorada, “the navigation is more transparent, almost all magazine have one-tap access to tables of contents, they include a back button, and make a lot more use of hyperlinks, on the cover and elsewhere throughout the magazine” (Bubiu & Nielsen, p. 96).

As interfaces atraem os leitores transformando o processo de leitura de uma revista em algo mais colaborativo, pessoal e ativo. Do ponto de vista criativo e logístico, as App-based são os formatos mais exigentes de todas as publicações. Devem ser construídas independentemente das edições impressas, com as páginas orientadas para as capacidades e resolução dos tablets. Exigem também um conjunto diversificado de competências e uma equipa de técnicos que desempenhem várias tarefas.

O HTML5 (Hypertext Markup Language, versão 5) apresenta uma mudança radical em relação à primeira versão. Quando a WWW foi usada pela primeira vez por agências governamentais americanas e universidades, as páginas em HTML só continham texto. Rapidamente os utilizadores começaram a perceber que era necessário incluir outros

elementos, como imagens, cores e tabelas. Houve uma grande evolução até ao momento e a versão 5 inclui uma pletora de recursos de multimédia e de interatividade. Conseguem-se obter quase todos os efeitos que eram criados em Flash, mas o HTML5 é aceite internacionalmente e completamente compatível com os modernos computadores, os tablets, os smartphones e ainda com alguns ereaders.

Com o suporte universal e as aptidões de flexibilidade, não é de admirar que o HTML5 esteja a tornar-se rapidamente num dos melhores formatos para publicações digitais. Muitas delas são criadas e acedidas pela Web, o que não implica qualquer tipo de custos nem de licenças. As suas características de um média moderno com código nativo para as animações e interatividade, pode ser tão envolvente para os leitores como qualquer outro formato.