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Fotogrametria Digital e Visão Computacional

4 DA REPRESENTAÇÃO À SIMULAÇÃO, DO ANALÓGICO AO DIGITAL

4.4 Fotogrametria Digital e Visão Computacional

ou a “representação” da realidade, mas sim uma etapa, “um instante dentro de um processo ininterrupto de bricolagem e de reorganização intelectual”.149

O conhecimento por simulação e a rede informatizada permitem valorizar o momento oportuno, a situação, em que o modelo computadorizado é explorado com determinado fim dentro de um contexto específico. Na linguagem escrita os discursos podem ser separados das circunstâncias particulares em que foram produzidos e passam pelo crivo da interpretação, como compensação ao tempo e à distância imprimida à teoria. Acontece que o conhecimento por simulação se aproxima da comunicação oral, onde o narrador adapta sua mensagem ao contexto no qual está inserido, através de uma narrativa conectada em tempo real com a audiência. Lévy sugere categorias, mais precisamente três pólos do espírito, a oralidade primária, a escrita e a informática como formas de explicitar as técnicas contemporâneas de comunicação e processamento da informação por computador. Entretanto ele atenta para o fato de que estes pólos não correspondem a épocas determinadas, estando presentes a cada instante e em cada lugar, mas com intensidade variável. Assim como a dimensão narrativa está sempre presente nas teorias e nos modelos, a atividade interpretativa está subjacente à maioria das

performances cognitivas. Enfim, a simulação mental de modelos do ambiente sem

dúvida caracteriza a vida intelectual da maioria dos seres humanos.

togrametria Digital e Visão Computacional

Wolfgang Förstner,150 em seu artigo intitulado Computer vision and

Photogrammetry-Mutual Questions: Geometry, Statistics and Cognition apresenta seu

ponto de vista sobre o diálogo entre a visão computacional e a fotogrametria nas duas últimas décadas. Ele argumenta que, mesmo após vinte anos de intercâmbio de informações, há ainda poucos produtos além dos conhecimentos básicos sobre as duas

149

LÉVY, 2004, p. 125.

, Computer vision and Photogrammetry-Mutual Questions: Geometry, hotogrammetry meets Geoinformatics.

150

FÖRSTNER, Wolfgang. 2002 Statistics and Cognition P

nal.151 A visão

computacional pode ser caracterizada como a investigação das técnicas de

automatização do registro visual

ofissionais da fotogrametria acreditam ser necessário saber qual a mais alta precisão que um

eterminado sistema pode prover, com o objetivo de se obter do modo mais econômico o produto desejado. Além disso, essa informação também é importante para o estudo parativo entre a fotogram icas avançadas de medição.

O uso de câmaras calibradas é instituído como prioritário, pelo menos no caso da const

novas perspectivas. Pensando nisso, profissionais da infografia acreditam que o uso de as concorreria para a exploração de todo o potencial geométrico da disciplinas. A interação entre visão computacional e fotogrametria deriva do esforço de Kennert Torlegard nos anos de 1970, quando pesquisava sobre as possibilidades práticas da fotogrametria de curta distância a partir da perspectiva computacio

do mundo. Os pesquisadores da visão computacional se ocupam de problemas relacionados com a interpretação automatizada do mundo visível, através de sensores e sistemas computadorizados capazes de sintetizar modelos simulados a partir das informações levantadas. Ao criar condições para o reconhecimento automático de formas, contornos, superfícies e texturas, a partir dos objetos ou de suas representações gráficas, a visão computacional ampliaria o alcance da fotogrametria digital no estudo da Arquitetura, uma vez que permitiria o mapeamento dos objetos em tempo real. A conexão com a fotogrametria ocorre no momento em que esta altera toda a sua base tecnológica através do processo de digitalização.

A articulação entre a fotogrametria digital e a visão computacional pode ser mais bem entendida através da explicitação de alguns pontos chave que discutiremos a seguir.

Como já foi demonstrado no capítulo anterior, os pr

d

com etria arquitetônica e outras técn

rução de mapas, mas não é uma regra. No caso da fotogrametria arquitetônica é conhecido o uso de câmaras não-calibradas nos processos de levantamentos de edificações ao longo dos últimos 30 anos. Com o uso cada vez maior de sensores CCD e câmaras de vídeo esse campo da fotogrametria pode ampliar-se suficientemente, com

câmaras não-calibrad

151

123

Assim, a troca de experiências entre a infografia e a fotogrametria possibilitaria efetivam

ridade cria a condição básica para a restituição geométrica na fotogrametria digital. Alg

fotogrametria, a implementação de uma interpretação automatizada da imagem esbarrou na falta

imagem, em detrimento de uma baixa precisão do modelo final. Entretanto há um consenso de que grande parte dos trabalhos será mais bem desenvolvida com a implementação de câmaras auto-calibradas a partir de processos automatizados.

Desse modo, a obtenção de valores aproximados de modo automático não é, a princípio, um interesse da fotogrametria, apesar de serem determinantes em alguns sistemas de reconstituição automatizada a partir de imagens fotográficas.

Geralmente se considera que a fotogrametria, no sentido técnico estrito, está relacionada com o aspecto geométrico da imagem fotográfica, com pouca, ou nenhuma, dedicação à interpretação da imagem. Entretanto, apesar desse interesse na geometria ser definitivo, podemos considerar que a fotogrametria também é uma disciplina onde as informações semânticas das imagens são importantes, sobretudo no caso específico da Arquitetura, onde a interpretação da imagem é muito importante para a documentação fotográfica e a construção de modelos tridimensionais.

ente a obtenção de modelos a partir de câmaras simuladas por computador, entre outras coisas. O uso de algoritmos que traduzem as equações de colinearidade e coplana

uns cientistas da computação admitem que o sucesso da fotogrametria se deve em parte à interação produtiva entre o usuário e a máquina e a um tratamento extremamente especializado da informação. Contudo a tarefa de um reconhecimento automático de cenários, no sentido de reconstruí-los de uma maneira automatizada e apreensível aos olhos, ainda não foi alcançada. Tanto na infografia quanto na

de uma interface apropriada entre o processo de registro e a construção de modelos simulados de cenários mais complexos do mundo real.

apenas dois modos de se produzir uma imagem numérica, ou melhor, uma simulação computa

ntemente de qualquer

anner de mesa, quanto a construção de um modelo simulado no computador seriam trabalhados como códigos

posição em camadas de informação para cada uso específico, como a modelização tridimensional a partir das adações da luz, ou a aplicação de texturas reais a modelos simulados de edificações. O

portante de se notar é que, em ambos os casos, na presença de um objeto preexistente u a partir de descrições matemáticas, a imagem que aparece na tela possui uma