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Capítulo I – O contexto da prática supervisionada

6.1. Fundamentos didactológicos

A prática supervisionada no 1º Ciclo do Ensino Básico teve o intuito de testar outras formas de ensino/aprendizagem para tentar melhorar as aprendizagens dos alunos.

Recorremos aos vários documentos oficiais (projeto curricular do agrupamento, incluindo as planificações da turma, o programa de português e as Metas Curriculares) e procedemos à organização da nossa base de trabalho para a prática.

Demos assim início a uma análise cuidada ao Projeto Curricular do Agrupamento, no que se enuncia:

“O desenvolvimento de processos que contribuam para que os alunos sejam progressivamente mais ativos e mais autónomos na sua própria aprendizagem” (Agrupamento de escolas João Roiz - Projeto curricular do agrupamento, 2011, p. 13)

Desta forma, o projeto curricular do Agrupamento destaca pontos importantes, tais como “trabalhar colaborativo entre os alunos, bem como valorizar os saberes dos mesmos e avaliar aprendizagens e competências de forma contínua e formativa, centrando o processo de avaliação não só nos resultados, mas também nos

Este documento é comum a todo o agrupamento de escolas João Roiz, atualmente integrado no Agrupamento de Escolas Amato Lusitano, onde toda a comunidade escolar e não escolar pode aceder e consultá-lo. Este tem como maior preocupação estratégica ultrapassar as dificuldades que os alunos apresentam para tentar superá-las.

O projeto curricular do Agrupamento dirige-se a todos os alunos pertencentes ao mesmo, contudo para conhecer melhor a turma foi necessário analisar o projeto curricular da turma e as planificações mensais elaboradas pela orientadora cooperante.

As planificações são de carácter mensal e foram-nos fornecidas pela orientadora cooperante. Neste documento encontram-se os conteúdos, objetivos e descritores de desempenho, previstos para trabalhar nas diversas áreas (Português, Matemática, Estudo do Meio e as Expressões).

Para executar a planificação foi necessário seguir um modelo (matriz didática), que segue uma perspetiva de ensino aprendizagem recorrendo à elaboração de unidades didáticas. No nosso caso, o desenho dos percursos de ensino aprendizagem tinham a duração de três dias (exceto em alguns casos, em que a prática decorreu em apenas um e dois dias da semana). O modelo utilizado recorre à integração didática, sendo considerada (…) “como forma e opção metodológica de abordagem aos processos de ensino aprendizagem para áreas tão específicas como o ensino da leitura e a formação de leitores” (…). (Pais, 2010)

Deste modo, referimos que todas as áreas curriculares devem estar interligadas entre si, tendo sempre em conta outro conceito importante, a interdisciplinaridade, ou seja, é através desta que nos é possível realizar o elo de ligação entre as várias áreas.

A integração didática permite transmitir aos alunos uma aprendizagem globalizante ainda que dividida por áreas.

A construção de unidades didáticas é uma forma de concretizar a “planificação como uma entidade global e globalizada na qual os diferentes elementos e fatores se entrecruzam para formar um todo metodologicamente coerente designado por percurso de ensino aprendizagem”. (Pais, 2010)

As unidades didáticas são um conjunto de tarefas de aprendizagem, respeitando uma determinada sequência que pretende:

“dar resposta às principais questões do desenvolvimento curricular – o que ensinar (objetivos e conteúdos), quando ensinar (sequência ordenada de atividades e conteúdos), como ensinar (tarefas de ensino aprendizagem organização do espaço e do tempo, materiais e recursos didáticos) e como avaliar (metalinguagem, critérios e instrumentos).” (Pais, 2010)

Segundo Pais (2010), a estrutura da unidade didática deve conter um conjunto de “elementos didatológicos”, sendo eles a “fundamentação didatológica”

(designação da unidade didática, os princípios metodológicos – estratégicos adotados, os conhecimentos prévios dos alunos, o tempo previsto para a sua concretização junto dos alunos, o ano e o ciclo); a “caraterização do contexto de

ensino e aprendizagem”, sendo meramente importante que o docente conheça o

contexto didático, de forma a poder adaptar a sua ação aos alunos e aos espaços e materiais disponíveis; “definição dos objetivos didáticos”, a alcançar tendo em conta as orientações nacionais dos Programas e dos Projetos curriculares de cada Agrupamento e de cada turma. É fulcral a seleção e “sequência do conteúdo

programático”, onde incluímos a escolha do tema ou temas, o elemento ou

elementos integradores, que servem de base na coesão e integração didática; a “seleção do conteúdo programático”, seleção das áreas e das competências gerais e específicas que se encontram subjacentes aos percursos de ensino e aprendizagem. É necessário ter em conta, o desenho dos percursos de ensino

aprendizagem, neste apresenta-se a definição de critérios e integração das tarefas,

considerando o tema, o elemento integrador e os princípios da progressão e da integração didática; seleção das tarefas e das formas de estas se apresentarem interligadas e integradas, tendo vários princípios de uma unidade didática; é ainda de nobre importância a elaboração dos guiões de desenvolvimento, tratando-se da primeira concretização que o professor produz no seu pensamento. O último momento da estrutura da unidade didática trata-se da avaliação, sendo um passo importante para refletir a reajustar a prática educativa, não só nas aprendizagens dos alunos, mas também no próprio desempenho do professor.

Um ponto muito importante presente nas unidades didáticas é o elemento integrador, segundo Pais (2010) “(…)é um elemento de transversalidade que assegura, nas dimensões global e específica, a coesão metodológica dos diferentes percursos de ensino aprendizagem e da própria unidade didática”. Este caracteriza- se por ser uma base de motivação para a aprendizagem dos alunos, permite a ativação do conhecimento prévio e a verificação dos pré-requisitos (conhecimentos prévios são aqueles que os alunos já possuem) para uma determinada aprendizagem, pretende também ser um estimulador e um elo de comunicação entre o professor e os alunos e entre os próprios alunos e, por fim, desencadear a coerência temática e a coesão metodológica.

Este varia segundo o conteúdo a lecionar e em função da especificidade das áreas curriculares que a unidade temática integra. Para a realização deste devemos ter em conta um determinado grupo de alunos, num determinado contexto. O elemento integrador, enquanto elemento físico, pode assumir variadíssimas formas, mas depende sobretudo da criatividade e da imaginação do professor, bem como, dos recursos que tiver disponíveis.

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