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4. RESULTADOS & DISCUSSÃO

4.4. g Thiodina sp 1

(Figs. 52-59, 61)

TIPOS: BRASIL: Rio Grande do Sul: Canela, Barragem dos Bugres. Silva, A. L.

H. col. 13-14.XII.1999 [1 “holótipo” macho e 1 “parátipo” fêmea, MCN 31770; 1 f parátipo, MNRJ s/n]. Canela, Barragem dos Bugres. 23.XI.1998. Silva, A. L. H. col. (1 “parátipo” macho, MNRJ s/n. 1 “parátipo” fêmea, MCN 30018);

DIAGNOSE: Espécie relacionada a T. pseustes. O ramo superior da ART é

ápice, que é arredondado, mais fino e recoberto por uma capa transparente, romba e voltada internamente, o que não acontece em nenhuma outra espécie do gênero. Assim como em T. pseustes, o ramo inferior da ART é alongado, porém mais robusto e com curvatura distal mais acentuada que na espécie relacionada. Os ramos da apófise tibial formam entre si um ângulo pouco pronunciado com a base quase retilínea semelhante a um ‘U’, enquanto em T. pseustes esse ângulo assemelha-se a um “V”. A base do êmbolo do palpo é contorcida formando 3 carenas, enquanto em T. pseustes a base do êmbolo é simples. Os machos de Thiodina sp. 1 possui o maior clípeo dentre as espécies do gênero, sendo quase igual ao diâmetro dos OMA. O epígino das duas espécies possuem fossetas copulatórias arredondadas, mas em Thiodina sp. 1 as bordas são esclerotinizadas, podem apresentar uma leve extensão posterior e para fora e estão proporcionalmente mais próximas entre si, podendo apresentar as bordas medianas unidas. Em T. robusta as fossetas copulatórias são semelhantes às de Thiodina sp. 1, mas apresentam uma depressão junto às margens interna e posterior, além dos dutos apresentarem um trajeto espiral. Os entalhes da ART estão mais distantes entre si do que em T. pseustes, de modo que em Thiodina sp. 1 o epígino é bem mais largo que longo (Fig. 58), o que não acontece na espécie relacionada. A mancha central acastanhada do quadrângulo ocular em Thiodina sp. 1 é proporcionalmente menor que na espécie relacionada e nos machos essa mancha pode estar muito reduzida, mas em geral os espécimes de Thiodina sp. 1 mais melânicos e maiores que os espécimes de T. pseustes. O clípeo, em ambos os sexos, é bem maior em Thiodina sp. 1. Não é comum ter manchas de guanina na região cefálica dos exemplares de Thiodina sp. 1 e quando isso acontece ocorre somente próximo à margem anterior e próximo aos olhos laterais anteriores e não em toda extensão do quadrângulo ocular como em T. pseustes. As manchas inclinadas próximas dos OLP são mais escuras. A região posterior do abdome das fêmeas apresenta pontos negros esparsos que formam duas faixas

laterais, enquanto nos machos existe uma faixa enegrecida circundando todo o abdome, desde a margem anterior, seguindo pelas laterais e prolongando-se até as fiandeiras.

DESCRIÇÃO: Comprimento total: Macho “holótipo”: 7,0. Machos (n=5): 7,3

(7,0-7,8). Fêmea “parátipo”: 10,3. Fêmeas (n=5): 8,3 (6,3-10,3).

CEFALOTÓRAX: Macho “holótipo”: comprimento 3,0, largura 2,7. Machos

(n=5): comprimento 3,1 (3,0-3,5), largura 2,6 (2,5-2,7). Fêmea “parátipo”: comprimento 3,3, largura 2,8. Fêmeas (n=5): comprimento 3,3 (3,0-3,6), largura 2,7 (2,5-2,9). Olhos: Diâmetro dos OMA aproximadamente o dobro do diâmetro dos OLA. Quadrângulo

ocular: região posterior mais larga que a anterior. Clípeo: um pouco menor que o diâmetro

dos OMA nos machos e cerca da metade desse diâmetro nas fêmeas, com número muito reduzido de pêlos finos, longos, esbranquiçados e reclinados em ambos os sexos.

Quelíceras: Machos: Comprimento pouco mais de 2,5 vezes a largura. Superfície anterior

com áreas mais deprimidas na base próximo à margem externa e no ápice próximo à margem interna. Promargem do sulco da garra variável, com 4 dentes contíguos (os medianos maiores, às vezes 3 e raramente 2), retromargem com 2 dentes contíguos de mesmo tamanho. Fêmeas: Promargem do sulco da garra variável com 4 ou 3 dentes contíguos (o mediano ou antepenúltimo maior), retromargem variável, geralmente com 2 contíguos, raramente 1 grande ou com 3 diminutos.

ABDOME: Comprimento: Macho “holótipo”: 4,0. Machos (n=5): 4,2 (4,0-4,6).

Fêmea “parátipo”: 7,0. Fêmeas (n=5): 5,0 (3,3-7,0).

PERNAS: Comprimento da tíbia I: Macho holótipo: 2,0. Machos (n=5): 2,0 (1,8-

2,0). Fêmeas (n=5): 1,6 (1,5-1,8). Flagelo das cerdas bulbosas da tíbia I com comprimento maior que 4x o dos bulbos basais em ambos os sexos. Espineação: Machos: Perna I: Fêmur com o espinho retrolátero-dorsal apical às vezes ausente. Patela sem espinho retrolateral. Tíbia com 1 par ventral no final do terço médio (às vezes o espinho retrolateral

inserido mais basalmente) e outro próximo à margem apical e raramente 1 prolátero-dorsal no final do terço basal. Perna II: semelhante à perna I, mas o fêmur com 1 prolátero-dorsal e 1 retrolátero-dorsal no final do terço médio (às vezes ambos ausentes) e raramente mais 1 retrolateral no terço distal inserido pouco mais basalmente que o retrolátero-dorsal apical e a tíbia com o espinho prolátero-dorsal do final do terço basal sempre presente, 1 espinho prolateral no terço distal adicional, com 1 ventral ímpar situado na linha mediana no final do terço médio, outro no final do terço basal (às vezes ausente) e 1 prolátero-ventral também no terço basal, porém inserido mais basalmente que o espinho da linha mediana (às vezes ausente). Perna III: Fêmur semelhante à perna II, mas sem retrolátero-dorsal no final do terço médio e o retrolateral no terço distal. Tíbia com 1 dorsal basal (às vezes ausente), 1 par lateral no terço basal (raramente o prolateral ausente), outro no início do terço médio e outro no início do terço distal, 1 ventral no início terço médio (raramente ausente), raramente 1 retrolátero-ventral no terço médio e 1 par ventral próximo à margem apical. Metatarso com os espinhos do par látero-dorsal no final do terço basal geralmente não alinhados. Perna IV: Fêmur com 1 dorsal no início e outro no final do terço médio e outro apical, 1 par látero-dorsal apical (raramente com o prolateral ausente ou ambos ausente) e raramente 1 prolateral no terço distal. Patela, tíbia e metatarso semelhantes à perna III, mas a tíbia sem o raro espinho retrolátero-ventral no terço médio e o metatarso com 1 par látero-dorsal no terço médio adicional, raramente sem o prolátero-dorsal basal e às vezes sem o retrolátero-ventral basal ou sem o par ventral basal. Fêmeas: Na tíbia I, falta o espinho ventral retrolateral no terço médio e o prolátero-dorsal. Fêmur II semelhante à perna 1 do macho, mas raramente com 1 retrolátero-dorsal no final do terço médio. Na tíbia II faltam os espinhos 1 dorsal, 1 ímpar no final do terço basal e 1 prolátero- ventral no terço basal. Fêmur III, às vezes, sem o retrolateral apical. Tíbia III sem o espinho dorsal, raramente o par lateral no terço basal está ausente e com 1 ventral no início

terço médio, sem 1 retrolátero-ventral no terço médio. Metatarso III, às vezes sem o prolateral do par látero-dorsal no final do terço basal e sem o retrolateral ou raramente sem o prolateral do par ventral no final do terço basal. Fêmur IV raramente apresenta o espinho prolateral do par látero-dorsal apical, às vezes sem esse par apical e sem 1 prolateral no terço distal. Patela IV raramente sem o prolateral. Tíbia IV sem o espinho dorsal basal, sem o prolateral do terço basal (às vezes sem o par lateral basal) e raramente sem o prolateral do terço médio, sem os espinhos ventrais no terço médio, raramente e sem um dos espinhos ventrais do par apical. Metatarso IV sem o espinho prolateral do par látero-dorsal no final do terço basal e sem o par ventral no final do terço basal (raramente com o espinho prolateral).

GENITÁLIA MASCULINA (Figs. 54-57): Patela bem mais longa que larga.

Tíbia mais curta que a patela, bem mais larga que longa e com o lóbulo prolátero-ventral apical rombo e bem marcado. Ramo superior da ART sempre mais longo que o inferior, reto, cilíndrico, com a mesma largura desde a base até o terço distal que sofre um afilamento até o ápice. Ápice arredondado, mais fino e recoberto por uma capa transparente, romba e voltada internamente. Ramo inferior mais fino que o ramo superior e mais esclerotinizado, com a parte distal paralela ao ramo superior, conectado à base deste em ângulo pouco pronunciado, semelhante a um ‘U’, com curvatura subapical pouco pronunciada inclinando-se para o lado oposto ao ramo superior da ART e com ápice mais fino. Êmbolo com base não encoberta pelo címbio em visão prolateral e não alargada, retorcida, apresentando 2 carenas sinuosas e uma outra carena pouco mais distal porém ainda no terço basal. Parte mediana do êmbolo com uma leve curvatura, afinando suavemente até o ápice. Êmbolo em vista ventral mais longo que a largura do subtégulo junto à base do êmbolo. Dutos espermáticos de calibre fino, com 4 voltas, bem separadas entre si.

GENITÁLIA FEMININA (Figs. 58-59): Epígino bem mais largo que longo

(raramente quase tão longo quanto largo), com 2 fossetas copulatórias médias, oblongas ou quase arredondadas, com margens esclerotinizadas (podendo apresentar o ângulo externo posterior projetado, ou a margem posterior mais espessa), separadas entre si por cerca de 1/3 do seu diâmetro (às vezes as margens medianas das fossetas encontram-se superpostas). Algumas vezes, a margem anterior é bem mais espessa e elevada em relação à superfície do corpo. Os entalhes estão situados bem mais lateralmente que as margens externas das fossetas copulatórias. Dutos da espermateca de calibre fino a mediano, geralmente situados bem embaixo das fossetas, às vezes deslocados para fora, dirigindo-se dorsalmente e internamente após o átrio, depois fazendo uma curva em direção ventral e externa, logo após outra curva em direção interna e finalmente terminando em uma espermateca situada mais ventralmente, com calibre pouco maior que o diâmetro dos dutos,.

COLORAÇÃO: Machos: Cefalotórax amarelo claro ou castanho avermelhado.

Região cefálica sem ou com poucas manchas de guanina, muitas vezes com a mancha central castanho escura indistinta. Manchas inclinadas geralmente separadas das manchas dos OLP e às vezes indistintas. Faixa marginal do cefalotórax castanho escura. Pêlos plumosos esbranquiçados, curtos, próximo ao bordo externo dos OLP e dos OMP, às vezes ausentes. Raramente existem pêlos curtos e negros, próximos à margem posterior dos OLP e na margem posterior das manchas inclinadas. Zona retangular de pêlos brancos plumosos às vezes ausente. Clípeo castanho escuro.

Quelíceras castanho escuras com a região próxima à margem externa mais clara. Lábio castanho ou amarelado. Palpo amarelado, ou com o fêmur e a patela amarelos e o restante castanho.

artículos restantes castanho escuros. Pernas III-IV com o restante dos artículos castanho e a superfície ventral mais clara.

Abdome com áreas laterais do dorso salpicadas de pontos negros dispersos, dispostos grosso modo em duas linhas longitudinais. Na margem anterior e nas laterais existe uma faixa castanho escura que segue até as fiandeiras. Faixa amarelo-acastanhada sobre a região foliar (às vezes ausente), separando 2 faixas esbranquiçadas mais finas, às vezes ausentes. Ventre com uma faixa castanho escuro longitudinal mediana que segue por todo abdome. Base das fiandeiras anteriores às vezes castanho escuro. As fiandeiras são variáveis, geralmente castanho escuras e às vezes amarelas.

Fêmeas: Região cefálica com manchas inclinadas e mancha central menores,

geralmente bem definidas. Quelíceras, pernas, abdome e fiandeiras amarelados. Áreas laterais do dorso do abdome geralmente salpicadas de pontos negros dispostos grosso modo em duas linhas longitudinais e região mediana, às vezes, com uma faixa branca (formadas por manchas de guanina) recobrindo os lados do fólio. Faixa escura na margem anterior e nas laterais do abdome ausente. Ventre do abdome sem faixa escura e repleto de manchas de guanina, exceto na faixa central e na região anterior. Indivíduos melânicos com faixas largas enegrecidas nos lados do abdome e logo acima da inserção do pedicelo.

DISTRIBUIÇÃO: Brasil, dos estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais até o

Rio Grande do Sul, e Argentina.

MATERIAL EXAMINADO: ARGENTINA: Misiones: Santa Maria.

10.IX.1953. Schiapelli & De Carlo col. (1 m. 1 f. 1 j. MACN); idem. VI-XII.1952. Viana, J. col. (1 m. MACN); BRASIL: Mato Grosso do Sul: Três Lagoas, Fazenda São José Mendes. 23.IX.1964. Expedição Departamento de Zoologia col. (1 m. MZUSP 03656); idem. X.1961. Expedição Departamento de Zoologia col. (1 m. MZUSP 10692); Minas

MZUSP 19670); Rio Grande do Sul: Cachoeira do Sul, Alta dos Casimiros. 14.XI.1992. Buss, R. G. col. (1 m. MCNP 06455); Campo Bom. 18.XI.1987. Becker, C. J. col. (1 m. MCNP 06496); Canela, Barragem dos Bugres. 25.XI.1998. Moura, L. col. (1 f. MCN 30011); idem. 23.XI.1998. Franceschini, A. col. (1 f. MCN 30019A); Canela, Passo dos Bugres. 06.XI.1998. Bonaldo, A. B. col. (1 m. MCN 30038); Canoas. 14.XI.1990. Marques, M. A. L. col. (1 f. MCN 20103A); Caxias do Sul, Fazenda Souza. 11- 12.XI.1995. Laboratório de Aracnologia col. (1 m. 3 f. MCNP 07368); Estrela Velha. 19.X.1998. Bonaldo, A. B. col. (1 f. MCN 29914); Santa Cruz do Sul. 20.XI.1994. Ott, R. col. (1 m. MCNP 06575); São Francisco de Paula, Barragem Passo do Inferno. 19.XI. 1997. Buckup, E. H. col. (1 m. MCN 28936); São Francisco de Paula, Passo do Bugres. 04.XI.1985. Bonaldo, A. B. col. (1 m. 2 f. MCN 29947); São Francisco de Paula, Passo do Inferno, Fazenda 3 cachoeiras. 05.XI.1998. Silva, A. L. H. col. (1 m. 1 f. 1 j. MCN 29961); São Francisco de Paula, Usina Hidrelétrica dos Bugres. 18.X.1997. Buckup, E. H. col. (1 f. MCN 28765); São Francisco de Paula, Usina Passo do Inferno. 03.XI.1998. Silva, A. L. H. col. (1 m. MCN 30036); São Leopoldo, Banhado das Freiras. X.1973. Becker, C. J. col. (1 m. MCN 27595); Triunfo. 15.X.1980. Buckup, E. H. col. (1 m. MCN 09249); idem. 28.XI.1989. Buckup, E. H. col. (1 f. MCN 19006); Santa Catarina: Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. X.1993. Lise, A. A. & Braul Jr., A. col. (1 f. MCNP 04491; 1 m. MCNP 04492); São Paulo: Embu-Guaçu, Batêa. 02.XI.1940. Lane, F. col. (1 m. MZUSP 19668).

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