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Nosso objetivo nesta se¸c˜ao ´e mostrar que dada f ∈ Dr e φ ∈ Cr, o operador de transferˆencia Lf,φ tem gap espectral sobre Cr(M,C) e tal propriedade ´e uniforme. Este resultado foi provado, originalmente em [Bom14] e em [BC17]. Para isso, utilizaremos a t´ecnica de cones.

Estamos interessados em aplicar os resultados de cones e m´etricas projetivas apresentados na se¸c˜ao 1.2. Para isso, precisaremos de um cone completo com diˆametro finito. J´a vimos que o cone das fun¸c˜oes positivasC+ com a pseudo-metricaθ+´e completo, mas note que a sua imagem pelo operador de transferˆencia n˜ao tem diˆametro finito. De fato, considere a aplica¸c˜ao expansora no c´ırculo dada porf(x) = 2x( mod 1) e o potencial φ ≡ 0. Seja ϕn : M → IR uma sequˆencia de fun¸c˜oes C tais que 1 ≤ ϕn ≤ n, ϕn(0) = ϕn(12) = 1 e ϕn(38) = ϕn(78) = n. Dessa forma, Lf,φϕn(x) = ϕn(x2) +ϕn(x+12 ). Como j´a vimos que dadasϕ, ψ ∈C+, θ+(ϕ, ψ) = logsup

ψ ϕ

infψϕ , segue ent˜ao que

θ+(1,Lf,φϕn) = log sup

x∈M

Lf,φϕn(x)

x∈Minf Lf,φϕn(x)

= log sup

x∈M

ϕn(x

2) +ϕn(x+ 1 2 )

x∈Minf

ϕn(x

2) +ϕn(x+ 1 2 )

= logϕn(38) +ϕn(78)

ϕn(0) +ϕn(12) = log2n

2 = logn−−−−→

n→+∞

Assim, estamos interessados em definir um cone menor contido em C+, cuja imagem pelo operador Lf,φ tenha diˆametro finito com respeito a sua respectiva pseudo-m´etrica. s˜ao constantes suficientemente pequenas para que ocorra a invariˆancia dos cones. Quando r= 1, temos

A partir de agora iremos provar que Lf,φ tem gap espectral em Cr. Para isso, mostraremos que o cone definido acima ´e invariante pelo operador de transferˆencia e sua imagem por Lf,φ possui diˆametro finito.

Para provarmos a invariˆancia do cone, utilizaremos o seguinte lema:

Lema 3.2.1. Suponha que para todo κ ≥ κ1 e max{i,1} < r temos Lf,φiκ) ⊂ Λiˆ

Al´em disso, temos tamb´em por hip´otese que sup

x∈M

Al´em disso, temos por hip´otese que sup

x∈M

Demonstra¸c˜ao. Sejaϕ∈Λrκ, isto implica que Lf,φϕ >0.

Resta mostrar que sup

x∈M

Agora, note que para que tenhamos ||φ||1σ−1−1κ≤ ρκ com ρ∈ (0,1), basta tomarmos ||φ||1σ−1 = 1−σ2−1κ, pois como σ−1 <1 segue que 1−σ2−1−1 <1 e portanto

sup

x∈M

DLf,φϕ(x) Lf,φϕ(x)

1−σ−1

2 +σ−1

κ ∀ κ≥κ0

Assim, tomando ρ = 1−σ2−1−1 e κ0 = 2||φ||1−σ1−1σ−1, conclu´ımos o resultado para r= 1.

Verifiquemos agora o caso r= 2. Seja κ >0 e ϕ∈Λ2κ. Pelas regras de deriva¸c˜ao da cadeia e do produto, obtemos

D2Lf,φϕ(x) =

deg(f)

X

j=1

eφ(fj(x))ϕ(fj(x))D2φ(fj(x))[Dfj(x)]2+ eφ(fj(x))ϕ(fj(x))[Dφ(fj(x))Dfj(x)]2+

eφ(fj(x))Dϕ(fj(x))Dφ(fj(x))[Dfj(x)]2+ eφ(fj(x))ϕ(fj(x))Dφ(fj(x))D2fj(x)+

eφ(fj(x))D2ϕ(fj(x))[Dfj(x)]2+ eφ(fj(x))Dϕ(fj(x))D2fj(x)+

eφ(fj(x))Dϕ(fj(x))Dφ(fj(x))[Dfj(x)]2

Assim, para x ∈M e H ∈ TxM, com ||H||= 1, de forma an´aloga ao caso r = 1 temos que

D2Lf,φϕ(x)·H Lf,φϕ(x)

≤||D2φ||0σ−2+||Dφ||20σ−2+||Dφ||0σ−2c12,1κ+

||Dφ||0||D2fj||0−2κ+||D2fj||0c12,1κ+||Dφ||0σ−2c12,1κ Agora note que como (f◦fj)(x) = Id(x) =x, temos ent˜ao que

D(f◦fj)(x) = 1 ⇐⇒ Df(fj(x))Dfj(x) = 1

=⇒D2(f ◦fj)(x) = 0 ⇐⇒ D2f(fj(x))Dfj(x)Dfj(x) +Df(fj(x))D2fj(x) = 0

⇐⇒ D2fj(x) =−D2f(fj(x))Dfj(x)Dfj(x)[Df(fj(x))]−1

=⇒ ||D2fj(x)||0 ≤||D2f(fj(x))||||Dfj(x)||2||[Df(fj(x))]−1|| utilizando as regras de deriva¸c˜ao da cadeia e do produto

DnLf,φϕ(x) =

Utilizando a mesma estrat´egia para r = 2, verificamos que as parcelas da soma acima dependem apenas das derivadas de ϕ, φ e dos ramos inversos locais de f, que s˜ao acotados por cima por cr−sr,s κ,||φ||r e σ−1. Dessa forma, tomamdo κ0 e as constantes cr−sr,s segue ent˜ao que

sup Conclu´ımos ent˜ao o resultado para r =n.

Como consequˆencia desta proposi¸c˜ao, o seguinte corol´ario nos diz que o cone invariante depende continuamente da dinˆamica e do potencial.

Corol´ario 3.2.2. Dadas f ∈ Dr e φ∈Cr(M,IR), existem vizinhan¸cas Fr de f e Wr de φ, al´em de constantes κ > 0, cr,s > 0 e ρ ∈ (0,1) tais que: se ( ˆf ,φ)ˆ ∈ Fr× Wr ent˜ao Lf ,ˆφˆrκ)⊂Λrρκ.

Demonstra¸c˜ao. De fato, comof ´e difeo local se ˆf ∈ Fr, ondeFr ´e vizinhan¸ca def temos que os ramos inversos de f e ˆf tamb´em est˜ao pr´oximos e dessa forma, o σ da expans˜ao pode ser tomado uniforme em Fr. Logo, pelas estimativas encontradas na proposi¸c˜ao anterior, para o casor= 2,

logo ρpode ser tomado uniforme em vizinhan¸cas de f e φ. Analogamente segue o caso r qualquer.

A pr´oxima proposi¸c˜ao garante que a imagem do cone invariante tem diˆametro finito.

Proposi¸c˜ao 3.4. Dado 0< ρ <1, o cone Λrρκ tem diˆametro finito em rela¸c˜ao `a m´etrica

Agora, observe que, para que ocorra

De forma an´aloga ao caso anterior, para que ocorra

Dessa forma, sup

x∈M

Ds(1−t1ϕ)(x) (1−t1ϕ)(x)

≤κcr−sr,s para todo 1≤s≤r. Isto conclui a afirma¸c˜ao.

Assim, das Afirma¸c˜oes 1 e 2 temos que

θκ(ϕ,1) = logβκ(ϕ,1) ακ(ϕ,1)

≤log supϕ(1 +ρ) infϕ(1−ρ)

= logsupϕ

infϕ + log 1 +ρ 1−ρ

Como ϕ ´e cont´ınua e M ´e compacto, temos que existem x, y ∈ M tais que supϕ=ϕ(x) e infϕ=ϕ(y). Da´ı,

logsupϕ

infϕ = logϕ(x)

ϕ(y) = log(ϕ(x))−log(ϕ(y))

Como logϕ´e diferenci´avel, temos pela desigualdade do valor m´edio que log(ϕ(x))−log(ϕ(y))≤ sup

z∈M

{||Dϕ(z)||

ϕ(z) }d(x, y) Logo,

log supϕ

infϕ + log 1 +ρ

1−ρ ≤ sup

z∈M

{||Dϕ(z)||

ϕ(z) }d(x, y) + log1 +ρ 1−ρ

≤ρκdiam(M) + log1 +ρ

1−ρ pois ϕ∈Λrρκ Portanto, Λrρκ tem diˆametro finito.

Assim, como j´a vimos a invariˆancia do cone Λrκ pelo operador de transferˆenciaLf,φ e vimos tamb´em que a imagem deste cone por Lf,φ tem diˆametro finito, podemos provar o Gap espectral emCr. Para isso, lembremos tamb´em, que existe uma probabilidadeνf,φ tal que Lf,φνf,φ = λf,φνf,φ, onde λf,φ ´e o raio espectral de Lf,φ agindo sobre o espa¸co das func˜oes cont´ınuas. Fixemos ent˜ao νf,φ uma probabilidade com essa propriedade e denotemos Lλf,φ

f,φ := ˜Lf,φ.

Teorema 3.3. (Gap espectral). Dada f ∈ Dr e φ ∈Cr(M,IR) existe um 0 < λ0 < λf,φ tal que Lf,φ|Cr : Cr(M,C) → Cr(M,C) admite uma decomposi¸c˜ao do seu espectro dada por: spec(Lf,φ|Cr) = {λf,φ} tΣ0, onde Σ0 ⊂ B(0, λ0) e λf,φ ´e autovalor com autoespa¸co unidimensional.

Demonstra¸c˜ao. Faremos a prova em trˆes etapas. Inicialmente mostraremos que λf,φ ´e autovalor deLf,φ com autoespa¸co unidimensional.

Considere κ0 > 0, cr,s > 0 e ρ ∈ (0,1) dados pela proposi¸c˜ao (3.3). Sejam ϕ, ψ∈Λrκ0 e θ+ a m´etrica projetiva associada ao cone das fun¸c˜oes positivas.

Temos pela proposi¸c˜ao anterior que o cone Λrρκ0 tem diˆametro finito em rela¸c˜ao `a m´etrica projetiva induzida em Λrκ0. Assim, pelo Teorema (1.5) e pelo fato que C+ ⊃Λrκ0 temos que paran, l≥1

θ+( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φψ)≤θρκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φψ)

≤(1−e−D)n−1θκ0( ˜Ll+1f,φϕ,L˜f,φψ) ∀ ϕ, ψ ∈Λrκ0

≤(1−e−D)n−1D (3.1)

onde D ´e o diˆametro do cone Λrρκ0 na m´etrica projetiva de Λrκ0.

Isto implica que ( ˜Lnf,φϕ)n≥1 ´e uma sequˆencia de Cauchy com rela¸c˜ao a θ+. Como θ+ ´e completa, temos que existe hϕ ∈ C+ tal que ˜Lnf,φϕ −→θ+ hϕ e como θ+ n˜ao distingue m´ultiplos, existe t >0 tal que ˜Lnf,φϕ−→θ+ thϕ. Dessa forma, podemos tomar t =

Rϕdνf,φ

Rhϕf,φ. Logo, R

hϕf,φ =R

ϕdνf,φ.

Assim, como R L˜nf,φϕdνf,φ=R

ϕdνf,φ =R

hϕf,φ, tomando, no Corol´ario (1.5.1),

|| · ||1 = semi-norma da integral e || · ||2 = norma do sup, temos que ˜Lnf,φϕ C

0

−→ hϕ. Logo, Lf,φhϕf,φhϕ, pois

f,φhϕ = ˜Lf,φ lim

n→∞

nf,φϕ= lim

n→∞

n+1f,φ ϕ=hϕ Conclus˜ao: λf,φ ´e autovalor de Lf,φ.

Agora mostraremos que a convergˆencia de ˜Lnf,φϕ a hϕ tamb´em ocorre na norma Cr.

Afirma¸c˜ao: Se ϕ∈Λrκ

0 ent˜ao, para todo n∈IN, temos que:

||L˜nf,φϕ−hϕ||r ≤D(1−e−D)n−10(eD + 2) +eD]||hϕ||

De fato, pela Proposi¸c˜ao (1.3) com a norma do sup e em νf,φ, e por (3.1) temos que

||L˜nf,φϕ−L˜n+lf,φϕ|| ≤(eθ+( ˜Lnf,φϕ,L˜n+lf,φϕ)−1)||L˜n+lf,φϕ||

≤θ+( ˜Lnf,φϕ,L˜n+lf,φϕ)eD||L˜n+lf,φϕ||

≤(1−e−D)n−1DeD||L˜n+lf,φϕ|| (3.2) Agora, observe que como βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) = inf{t >0; tL˜n+lf,φϕ−L˜nf,φϕ∈Λrκ0} e ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕs˜ao fun¸c˜oes cont´ınuas estritamente positivas, segue que

tL˜n+lf,φϕ−L˜nf,φϕ >0 ⇐⇒ tL˜n+lf,φϕ >L˜nf,φϕ

E como R L˜n+lf,φϕdνf,φ=R

ϕdνf,φ =R L˜nf,φϕdνf,φ, temos ent˜ao que t

Z

n+lf,φϕdνf,φ≥ Z

nf,φϕdνf,φ Isto implica que t ≥1.

De forma an´aloga, comoακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) = sup{t >0; L˜nf,φϕ−tL˜n+lf,φϕ∈Λrκ0}, segue quet≤1.

Logo,

βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)≥1≥ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) Da´ı,

θκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) = log βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)

ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) ≤D(1−e−D)n−1 Mas, note que log βκ0( ˜L

n+l f,φϕ,L˜nf,φϕ)

ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) = log(βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ))−log(ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)).

Assim, pelo teorema do valor m´edio na reta, temos que existe x∈(ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ), βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)) tal que

log βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) = 1

x|βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)|

≥ 1

βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)|βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)|

=

1−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ) βκ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)

≥ |1−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)|

Dessa forma,

|1−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)| ≤D(1−e−D)n−1 (3.3) Logo, usando as estimativas (3.2) e (3.3), segue que

||Ds( ˜Lnf,φϕ−L˜n+lf,φϕ)|| =||Ds[ ˜Lnf,φϕ−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)·L˜n+lf,φϕ+

ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)·L˜n+lf,φϕ−L˜n+lf,φϕ]||

≤||Ds[ ˜Lnf,φϕ−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)·L˜n+lf,φϕ]||+

||Ds( ˜Ln+lf,φϕ)||κ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)−1|

≤cr−sr,s κ0||L˜nf,φϕ−ακ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)·L˜n+lf,φϕ||+

||Ds( ˜Ln+lf,φϕ)||κ0( ˜Ln+lf,φϕ,L˜nf,φϕ)−1|

≤cr−sr,s κ0 Como ˜Lnf,φϕ converge uniformemente, utilizando as estimativas (3.2) e (3.4) e fazendol →+∞, segue que ( ˜Lnf,φ)n ´e Cauchy em Cr e

g = lim Assim, pelo item (ii), temos que

g =

Assim, da teoria espectral sabemos quespec(Lf,φ|Cr) = spec(Lf,φ|E

1)∪spec(Lf,φ|E

Dotemos E0 da norma Cr. Dada ϕ ∈ E0∩Cr(M,IR) com ||ϕ||r = 1. Note que

Assim pela afirma¸c˜ao e pelo que foi discutido anteriormente, temos que ˜Lnf,φ

E0 ´e uma contra¸c˜ao na norma Cr para n suficientemente grande.

Portanto, spec( ˜Lf,φ|E

0) ⊂ B(0, λ1), com 0 < λ1 < 1. E assim, finalizamos a prova do teorema.

Veremos tamb´em que as aplica¸c˜oes (f, φ)7→λf,φ ∈IR e (f, φ)7→hf,φ∈C0(M,IR) s˜ao cont´ınuas. Para isso, definamos norma Holder local e provemos inicialmente que o cone das fun¸c˜oes Holder definido a seguir, tamb´em ´e deixado invariante pelo operador de transferˆencia.

Dado um δ > 0, α ∈ (0,1), definimos a norma Holder local de ϕ ∈ Cα(M,IR) por |ϕ|α,δ := sup

0<d(x,y)<δ

|ϕ(x)−ϕ(y)|

d(x, y)α . Como M ´e compacto e conexo, a norma Holder global pode ser estimada a partir da norma Holder local, ou seja, existe um m ≥ 1 que s´o depende de δ tal que | · |α≤m| · |α,δ.

Proposi¸c˜ao 3.5. Para α ∈(0,1), κ >0 e δ > 0, defina Λακ,δ :={ϕ∈ Cα(M,IR); ϕ >

0 e |logϕ|α,δ ≤κ}. Dadosf ∈ Dr e φ ∈Cα(M,IR) existemκ0 >0, δ0 >0e ρ∈(0,1) tais que Lf,φακ,δ)⊂Λακ,δ, para todo κ≥κ0 e 0< δ ≤δ0.

Demonstra¸c˜ao. Sejaδ >0 tal que os ramos inversos locais de f est˜ao definidos em bolas de raio δ2. Seja ϕ∈Λακ,δ. Assim, ϕ >0, com isso, Lf,φϕ >0. Al´em disso, dados x, y ∈M com 0< d(x, y)< δ temos que

logLf,φϕ(x)−logLf,φϕ(y) = logLf,φϕ(x) Lf,φϕ(y)

= log

deg(f)

X

j=1

eφ(fj(x))ϕ(fj(x))

deg(f)

X

j=1

eφ(fj(y))ϕ(fj(y))

Agora observe que como ϕ∈Λακ,δ, temos que para todo x, y ∈M comd(x, y)< δ logϕ(x)−logϕ(y)≤κd(x, y)α ⇐⇒ logϕ(x)

ϕ(y) ≤κd(x, y)α ⇐⇒ ϕ(x)

ϕ(y) ≤eκd(x,y)α Sendo assim,

eφ(fj(x))ϕ(fj(x))

eφ(fj(y))ϕ(fj(y)) ≤eφ(fj(x))−φ(fj(y))eκd(fj(x),fj(y))α

≤e|φ|α,δd(fj(x),fj(y))αeκσ−αd(x,y)α

≤e|φ|α,δσ−αd(x,y)α+κσ−αd(x,y)α

Segue ent˜ao da an´alise que

deg(f)

X

j=1

eφ(fj(x))ϕ(fj(x))

deg(f)

X

j=1

eφ(fj(y))ϕ(fj(y))

≤ e|φ|α,δσ−αd(x,y)α+κσ−αd(x,y)α.

Dessa forma,

log

deg(f)

X

j=1

eφ(fj(x))ϕ(fj(x))

deg(f)

X

j=1

eφ(fj(y))ϕ(fj(y))

≤ |φ|α,δσ−α+κσ−α

d(x, y)α

Logo, |logLf,φϕ|α,δ ≤ |φ|α,δσ−α +κσ−α. Tomando κ0 := 2|φ|σα−1α,δ teremos que

|logLf,φϕ|α,δ

1−σ−α 2

κpara todo κ≥κ0. Portanto, Lf,φϕ∈Λαρκ.

Como 1 ∈ Λακ,δ, temos pela proposi¸c˜ao anterior que ˜Lf,φ(1) ∈ Λαρκ,δ. Assim, L˜nf,φ(1) ∈Λαρκ,δ. Isto implica que dados x, y ∈M

log ˜Lnf,φ(1)(x)−log ˜Lnf,φ(1)(y)≤κd(x, y)α

Dessa forma, existe y ∈ M tal que ˜Lnf,φ(1)(y) = 1. Assim, substituindo na desigualdade acima, temos que

log ˜Lnf,φ(1)(x)−log 1≤κd(x, y)α ⇒L˜nf,φ(1)(x)≤eκdiam(M)α

De forma an´aloga, obtemos log 1−log ˜Lnf,φ(1)(x)≤κd(x, y)α. E assim,e−κdiam(M)α ≤ L˜nf,φ(1)(x).

Segue tamb´em, da estimativa da proposi¸c˜ao, que se perturbarmos a dinˆamica e o potencial o mesmo cone ´e preservado com a mesma taxa. Logo, existema, bque podem ser tomados uniforme em vizinhan¸cas de f e φ tais que 0 < a ≤ L˜nf,φ(1)(x) ≤ b < +∞.

Isto implica que 0< a≤

Z

nf,φ(1)dνf00 ≤b⇒λnf,φa≤ Z

Lnf,φ(1)dνf00 ≤λnf,φb

⇒nlogλf,φ+ loga≤log Z

Lnf,φ(1)dνf00 ≤nlogλf,φ+ logb

⇒logλf,φ+ 1

n loga ≤ 1 n log

Z

Lnf,φ(1)dνf00 ≤logλf,φ+ 1 n logb Assim, n1logR

Lnf,φ(1)dνf00 converge uniformemente para λf,φ quando n tende ao infinito. Temos da an´alise que dadagn sequˆencia de fun¸c˜oes cont´ınuas, segn converge uniformemente parag, ent˜aog´e cont´ınua. Portanto,λf,φ´e cont´ınua com respeito af e aφ.

Da mesma maneira, fazendon ir para o infinito em 0< a≤L˜nf,φ(1)(x)≤b <+∞ temos que hf,φ ´e uniformemente limitado numa vizinhan¸ca de f e φ. Assim, pela estimativa (3.5) do teorema do gap espectral segue que ˜Lnf,φ(1) converge uniformemente para hf,φ. Logo, pelo mesmo argumento usado para λf,φ, conclu´ımos que hf,φ tamb´em ´e cont´ınua com respeito af e a φ.

O pr´oximo resultado nos garante a uniformidade no gap espectral.

Corol´ario 3.3.1. Dadaf ∈ Dr eφ ∈Cr(M,IR), existem vizinhan¸cas Fr def e Wr deφ, al´em de constantes k ≥0 e τ ∈(0,1), onde τ := (1−e−D), tal que: se ( ˆf ,φ)ˆ ∈ Fr× Wr ent˜ao dado ϕ∈Cr(M,IR) temos

||L˜nf ,ˆφˆϕ− Z

ϕdνf ,ˆφˆ·hf ,ˆφˆ||r ≤kτn||ϕ||r. Demonstra¸c˜ao. Decorre da estimativa

||L˜nf,φϕ−hϕ||r≤D(1−e−D)n−10(eD+ 2) +eD]||hϕ||,

dada pelo teorema do gap spectral e do fato quehf,φ ´e cont´ınuo em rela¸c˜ao a f e φ.

Decorre tamb´em do gap espectral uniforme o seguinte resultado:

Corol´ario 3.3.2. A aplica¸c˜ao Dr×Cr(M,IR)3(f, φ)7→hf,φ ∈Cr−1(M,IR) ´e cont´ınua.

Demonstra¸c˜ao. De fato, fixe (f0, φ0)∈Dr×Cr(M,IR). Pelo gap espectral uniforme temos que

||L˜nf,φ1−hf,φ||r≤kτn ∀ (f, φ)∈ Fr× Wr Da´ı, dado ε >0, existe n0 ∈IN tal que

||L˜nf,φ0 1−hf,φ||r < ε

3 ∀ (f, φ)∈ Fr× Wr

Assim, pela proposi¸c˜ao (3.2), e pelo fato que Dr ×Cr(M,IR) 3 (f, φ) 7→ λf,φ ´e cont´ınua temos que existe uma vizinhan¸caV ⊂ Fr× Wr de (f0, φ0) tal que se f ∈V

||L˜nf,φ0 1−L˜nf0

01||r−1 < ε

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