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3. Revisão de Literatura

3.5. Genes que se associam com força e massa muscular

Segundo Wolfarth et al. (2005) existem alguns estudos que evidenciam a associação de genes candidatos ao fenótipo de força e massa muscular. Dentre estes genes pode-se citar o GDF8, Subfamília do receptor nuclear tipo 3, grupo C, membro 1/receptor de glicocorticóide (NR3C1, do inglês Nuclear receptor subfamily

3, group C, member 1/glucocorticoid receptor), Receptor do fator neurotrófico ciliar (CNTFR, do inglês Ciliary neurotrophic factor receptor), Fator de crescimento insulínico tipo 2 (IGF2, do inglês Insulin-like growth factor 2), VDR, COLIA1, ACE e

CNTF.

Para determinar se as variações alélicas da miostatina influenciam na manutenção da força muscular, Seibert et al. (2001) analisaram os polimorfismos do

polimórficas na miostatina, e a mais comum foi um polimorfismo de restrição para a enzima ApaI. Este polimorfismo leva a mudança K153R, ou seja, fazendo com que uma arginina seja codificada no lugar da lisina. Os valores encontrados sugerem que as mulheres heterozigotas e homozigotas para o alelo que leva a codificação de uma arginina apresentam menor força muscular, quando comparadas com aquelas homozigotas para o alelo que leva a codificação de uma lisina.

Koper et al. (1997) identificaram um polimorfismo no gene receptor de glicocorticóide que consiste em duas mutações, sendo uma no códon 22 e outra no

códon 23 (ER22/23EK). A primeira mutação não altera a codificação do aminoácido glutamato, mas a segunda resulta na troca de uma arginina por uma lisina. Neste sentido, van Rossum et al. (2004) investigaram se há associação entre o polimorfismo ER22/23EK, composição corporal e força muscular em 350 pessoas com idade de 13 a 36 anos. Foi identificado que 8% eram portadores deste polimorfismo. Os homens de 36 anos que carregam ER22/23EK eram mais altos, tinham maior massa corporal, maior circunferência de coxa e mais força muscular de braços e pernas. Observou-se também que não houve diferenças significantes no IMC. Nas mulheres de 36 anos, a relação cintura/quadril tendeu ser menor em portadoras de ER22/23EK, e não foi encontrada diferença significativa no IMC.

Roth et al. (2003) identificaram três polimorfismos no gene CNTFR: C1703T,

T1069A e C174T. Foi estudada a associação destas variações do CNTFR com força, massa muscular e composição corporal em 465 homens e mulheres de 20 a 90 anos. Somente a variação C174T foi significativamente associada com fenótipos relacionados ao músculo. Os homozigotos para o alelo C exibiram massa corporal total, IMC e força isocinética concêntrica e excêntrica de quadríceps menor que os portadores do alelo T.

Em um estudo realizado por Sayer et al. (2002) foi determinado se o polimorfismo ApaI no gene IGF-2 explica a ligação entre estatura e peso do nascimento com a força de punho na vida adulta. Após a análise distinta do genótipo

IGF-2 e do peso de nascimento, notou-se que ambos foram preditores significantes da força de punho em homens adultos, porém as associações não foram encontradas entre as mulheres. Quando o genótipo IGF-2 e peso do nascimento em homens foram estudados simultaneamente, observou-se que também contribuíram de forma significativa para a força de punho. Estes resultados mostraram que o polimorfismo do gene IGF-2 e peso do nascimento têm efeitos independentes na força estudada, porém sugerem que o polimorfismo verificado não explica a associação entre estatura do nascimento e força de punho na vida adulta.

A concentração imprópria de vitamina D é facilmente encontrada nos idosos, sendo resultado de inúmeros fatores de risco que interagem nesta população. Esta condição também se associa com a fragilidade do músculo, que abaixo de certo limiar afeta a mobilidade e habilidade funcional, colocando pessoas idosas em alto risco de quedas e fraturas (JANSSEN, SAMSON, VERHAAR, 2002). Desta forma, Endo et al. (2003) notaram que o VDR contribui para a manutenção da homeostase nas células musculares esqueléticas, e neste sentido suportaram a idéia de que o músculo é um alvo fisiológico direto da ação deste gene.

No estudo de Roth et al. (2004) foi investigada a associação dos genótipos do

VDR com massa livre de gordura em 302 homens idosos caucasianos. Todos foram genotipados para os polimorfismos FokI (FF; Ff; ff) e BsmI (BB; Bb; bb). O polimorfismo BsmI não foi associado com MLG em nenhuma análise, enquanto o

FokI foi associado com MLG total, MLG apendicular absoluta e relativa. O grupo FF apresentou, significativamente, menor MLG que os grupos Ff e ff em todos os casos.

Já Lima (2006b) investigou a associação entre MLG e os polimorfismos ApaI, Cdx-2,

BsmI, FokI e TaqI do gene VDR em 191 mulheres brasileiras pós-menopausadas. Nenhuma das variações alélicas do VDR foi associada com o fenótipo de MLG.

O colágeno tipo I, uma proteína abundante nos ossos, é composto de cadeias alfa 1 e alfa 2 codificadas, respectivamente, pelos genes COLI1A1 e COL1A2. Uma substituição de guanina por timina no fator de transcrição Sp1 ligado ao sítio da região promotora do gene COL1A1 tem sido associada com densidade mineral óssea - DMO (GRANT et al. 1996). Sendo assim, van Pottelbergh et al. (2001) examinaram se em homens acima de 70 anos, o polimorfismo Sp1 do gene COL1A1 estava associado com DMO e força muscular. A presença do alelo s foi significativamente associada com baixa DMO no antebraço distal e no quadril, menor força de punho e bíceps no braço dominante. Portanto, este polimorfismo do gene

COL1A1 associou-se com DMO no antebraço e com força muscular dos membros em homens idosos.

Folland et al. (2000) estudaram em 33 homens jovens ativos, o efeito dos genótipos da enzima conversora de angiotensina I (ACE) sobre as mudanças na força do quadríceps, em resposta a 9 semanas de um programa de treinamento. Foi observado que os sujeitos com o alelo D mostraram maior ganho de força (II- 9,0 ± 1,7%; ID- 17,6 ± 2,2%; DD- 14,9 ± 1,3%) com o treinamento isométrico. Conforme estes estudos supracitados, nota-se que existem genes descritos pela literatura que são potencialmente candidatos a influenciar na determinação da massa muscular.

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