• Nenhum resultado encontrado

Curso de Geografia: A participação, a organização e o desenvolvimento curricular, as propostas de mudanças e as repercussões das políticas públicas

UM OLHAR COMPREENSIVO SOBRE A REALIDADE

4.2. Os Cursos Pesquisados: dando voz aos alunos

4.2.1. Curso de Geografia: A participação, a organização e o desenvolvimento curricular, as propostas de mudanças e as repercussões das políticas públicas

educacionais

A participação efetiva de todos os agentes educativos – direção, coordenação, professores no processo de tomada de decisão, no que se refere aos conteúdos, aos métodos de ensino, aos recursos humanos, didáticos e financeiros, ao desenvolvimento de projetos, à reorganização do tempo pedagógico e à como avaliar essas ações e os seus resultados consiste em práticas fundamentais à solidificação segura e autônoma de uma gestão educativa democrática nas instituições educativas.

No entanto, essa prática na UnUCSEH de Anápolis.: “[...] é falha, pois, não há muito interesse de alguns alunos, porque ficam envolvidos com outras atividades [...]”. (Gilmara). Para que essa se construa de maneira eficiente: “[...] é preciso realizar um processo de

41 As concepções, as percepções dos acadêmicos participantes dos dois grupos foram agrupadas. Os nomes dos

participantes foram substituídos por pseudônimos, contemplando a primeira letra dos Cursos: Geografia - G; História – H; Letras - L e Pedagogia - P.

conscientização e nós alunos precisamos estar mais inteirados, para podermos ‘expor’ as nossas idéias [...]”. (Gabriela).

A formação de hábitos democráticos se constitui em um dos principais elementos que atuam em defesa da gestão democrática. Para a formação de hábitos democráticos e, para o alcance desse propósito: “[...] a Unidade deve incentivar os alunos e professores para participarem mais, principalmente, quando se tratar de mudanças na formação do professor”. (Glória)

Essa situação incide na necessidade de uma reorganização, gradativa desse processo, com vistas a uma melhor interpretação e para a apresentação de propostas que viabilizem a efetuação do Projeto Pedagógico do Curso e de todas as outras atividades desenvolvidas pela comunidade acadêmica, de maneira democrática.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), nº. 9.394/96 apontada nos seus artigos nºs. 14 e 15 a gestão democrática como um processo que possibilita o desenvolvimento de um trabalho educativo integrado nas escolas de educação básica, por meio da participação efetiva de toda a comunidade escolar e comunidade local.

Essa proposição está contemplada também, no art. 206 incisos III, da Constituição Federal Brasileira, de 1988 que ressalta:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

[...] III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; [...]

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; [...]. (1988, p. 135)

No que se refere à organização curricular, uma participante afirmou que: “A nova organização do currículo contribui para a melhoria do ensino e da ampliação das atividades de pesquisa, mas é necessário ampliar a participação de maior número de alunos nessa atividade.” (Gilmara).

O ensino mediado pela prática de pesquisa possibilita ao aluno experenciar a relação teoria-prática, por meio de um processo investigativo sistemático da realidade educativa, do conhecimento apreendido e seu relacionamento concreto com a realidade sócio-educativa, tanto na instituição formadora como nas escolas de educação básica.

A pesquisa é essencial para a formação do professor, com vista a uma maior identificação e uma melhor interpretação identificação das nuances que acontecem no seu processo de formação e no seu fazer docente, e “muitos professores se preocupam com a pesquisa e isso é muito bom, pois, nos ajuda a conhecer e compreender alguns conteúdos com mais facilidade e nos prepara para a sala de aula e para o ingresso na Especialização e no Mestrado.”(Gilberto).

A pesquisa foi destacada como a prática imprescindível à formação do professor de Geografia, para que se sinta suficientemente preparado para atuar como investigadores e ser capaz de analisar o processo subjacente à prática de ensino-aprendizagem, por meio da reflexão na ação e sobre a ação docente, o que implica em uma utilização constante dessa prática, de professores de alunos que podem ser enriquecida: “[...] pelas atividades como: A Semana do Curso de Geografia, seminários e projetos de extensão desenvolvidos nas escolas”.

Para que essas práticas sejam materializadas: “os professores precisam desenvolver os conteúdos de forma mais prática, dinâmica, propor mais pesquisas, a divulgação de seus resultados e sugerir a elaboração de projetos para serem desenvolvidos nas escolas [...]”. (Gizelda).

Essas atividades apontam para a possibilidade de avanço e de enriquecimento do processo de formação e de atuação do professor em situações curriculares e extracurriculares adotadas, de forma construtiva, crítica e participativa.

Foi ressaltado que: “[...] é necessário que os colegas entendam que o Curso não prepara somente para as atividades técnicas, de pesquisas e também para a docência e não visa formar somente o técnico – o Geógrafo, mas o professor de Geografia [...].” (Gabriela).

Essa situação, segundo uma participante pode estar relacionada à: “ carga horária das disciplinas pedagógicas que são mínimas e não dá tempo dos professores trabalharem todos os conteúdos, de uma maneira mais prática e isso prejudica a nossa atuação nas escolas e essas acabam ficando para serem desenvolvidas pelos professores de Estágio.” (Glória).

Nesse sentido, faz-se necessário atentar para o fato de haver uma distribuição mais uniforme da carga horária de todas as disciplinas do Curso, dentre essas, as disciplinas de formação pedagógica, para que as atividades relacionadas à prática docente sejam efetivadas em todas as disciplinas, para que estas práticas não fiquem somente a cargo, dos professores das práticas de estágio e que contribuam para uma atuação docente mais segura.

A formação do professor deve contemplar momentos propícios para maior envolvimento dos professores formadores com os alunos, prevendo uma organização curricular que se concretiza, por meio da utilização de métodos e de recursos de ensino que se traduzem em ações definidas ou planejadas consciente e coletivamente.

Com relação às influências das políticas públicas educacionais, foi assinalado que: “um dos aspectos que influenciou negativamente e desvalorizou os Cursos de Licenciatura das universidades foi a abertura e ampliação desses Cursos na rede privada.” (Gizelda).

A abertura desordenada dessas instituições faz com que os valores institucionais e operacionais das universidades públicas sejam minimizados e o desenvolvimento de suas atividades fica a mercê dos ditames dos órgãos governamentais, se fazendo necessário, as universidades públicas reclamarem os seus direitos e proclamarem suas ações, por meio da propagação de suas deficiências – humanas, materiais e financeiras, bem como dos avanços alcançados e as atividades que estão sendo prejudicadas, devido a essas deficiências.

4.2.2. Curso de História: A participação, a organização e o desenvolvimento curricular,

Outline

Documentos relacionados