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5 GEOLOGIA ESTRUTURAL

7- GEOLOGIA ECONÔMICA

As mineralizações auríferas que ocorrem no Greenstone Belt de Pilar estão inseridas em rochas metassidimentares de origem química e em rochas metavulcanoclástica pertencentes a Formação Serra do Moinho, no presente trabalho as unidades hospedeiras da mineralização são representadas pelo quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls) e pelo xisto carbonoso (Ppcx). No GSP, os garimpos ocorrem numa extensão de 6 Km e são alinhados na direção destas camadas.

As zonas mineralizadas ocorrem em três níveis, sendo dois deles alojados no quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls), que são denominados de (HG2 e HG3, baixo teor e ocorre em vários níveis poucos espeços) e estão associados a veios de quartzo presentes nesta unidade. A maior parte destes veios apresenta-se concordante à foliação Sn, por vezes são discordantes, e podem estar boudinados ou dobrados e com alteração hidrotermal.

$SDUDJrQHVHGHVWHHVWiJLR GHDOWHUDomRLQFOXL HQWUHDVIDVHV³PHWiOLFDV´SLULWDQR (HG3); pirita + pirrotita (HG2) e ouro, também são encontrados, mas em quantidades bem menores arsenopirita e calcopirita. A pirita e pirrotita ocorrem tanto nas vênulas como disseminadas em halos centimétricos que balizam as mesmas, ouro livre ocorre como pintas e fagulhas somente nas vênulas, geralmente no quartzo, e raríssimas vezes incluso em sulfeto.

Na camada do xisto carbonos (Ppcx) e está presente a camada principal de minério (HG1, alto teor e menor espessura), ocasionalmente esta camada pode ocorrer no contato com quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls). Esta zona mineralizada, é composta de veio e vênulas de quartzo que podem variar de poucos centímetros até um metro de espessura.

Estes veios, possivelmente são sincrônicos aos da geração descrita para o (HG2 e HG3), no entanto a associação paragenética neste caso de: arsenopirita + pirrotita + galena + esfalerita ± pirita ± calcopirita, mostrando-se um pouco mais complexa do que á dos demais níveis mineralizados. É comum a ocorrência de galena, esfalerita, calcopirita e ouro nativo nos veio e vênulas de quartzo. O ouro pode ocorrer livre no quartzo, próximo das vênulas e veios de quartzo e ocasionalmente incluso em sulfetos.

ϱϮ Microscopicamente pode-se estabelecer a relação temporal entre o crescimento dos minerais que indicam o auge do metamorfismo da área e a fase Dn (representada pela foliação Sn). Foi observado que o padrão dos porfiroblastos de sulfetos nos níveis mineralizados HG1, HG2 e HG3 indicam crescimento de tardi à pós Dn, o que é semelhante aos porfiroblatos de granada, biotita e muscovita que marcam o auge metamórfico da área.

Sabendo-se que o ouro está associado aos sulfetos, pode supor que o ouro já existia na rocha e passou por processo de recristalização durante auge metamórfico.

Com a conceituação de que os sulfetos ocorrem tardi a pós Dn, pode-se concluir, que a zona de empurrão (pré a sin Dn) que justapôs as duas unidades hospedeiras da mineralização, gerou influência na zona mineralizada. Esta pode até ter controlado o acesso de fluidos através de fraturas e planos de cisalhamento subparalelos ao plano de empurrão.

8- CONCLUSÃO

Foram reconhecidos na área de estudo três compartimentos litoestratigráficos: o embasamento arqueano, representado pelo ortognaisse Moquém, uma sequência vulcanossedimentar paleoproterozóica que corresponde ao Greenstone Belt de Pilar e uma sequência metassedimentar atribuída ao Grupo Araxá, de possível idade neoproterozóica. As litologias que compõem esses três compartimentos litoestratigráficos foram divididas em unidades principais. No Bloco Moquém encontram-se o biotita gnaisse (Amg) e o muscovita xisto (Ams), no GSP as unidades foram separadas em três pacotes dominantes, na parte inferior estão presentes as calssicilicatadas (Ppcs), o quartzo-biotita xisto (Ppqbs), o muscovita-carbonato xisto (Ppqsst) e o xisto carbonoso (Ppcx), essas camadas são truncadas por uma superfície de cavalgamento seguindo para uma um litotipo intermediário composto pelo quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls) e pelo talco carbonato xisto (Pptcls). Acima destes, encontrasse o litotipo superior que é composto pelo metagrauvaca (Ppmgr) (camada predominante), metapelito carbonoso (Ppmpl), metachert (Ppmc), anfibolito (Ppanf) e pelo quartzito (Ppqtz). No Grupo Araxá as unidades muscovita-quartzo xisto (Namx), biotita- clorita-quartzo-muscovita xisto(Nabcqm) e quartzitos (Naqx).

Quanto à evolução tectônica da área, foram reconhecidas quatro fases de deformação principais (Dn-1, Dn, Dn+1 E Dn+2), sendo que as estruturas relacionadas à fase de deformação Dn-1 são de difícil reconhecimento. A deformação Dn-1 é identificada através de uma clivagem de crenulação apertada que transpõe uma foliação mais antiga denominada Sn-1. A fase Dn é responsável pela geração da principal foliação dos três domínios da área, a

ϱϯ Sn que é caracterizada por uma xistosidade bem marcada por minerais micáceos e pelo alinhamento dos grãos de quartzo. As dobras geradas nesta fase possuem a foliação principal Sn como plano axial e a direção preferencial dos eixos para SSE, com baixo caimento.

Também são encontradas lienações mineral e de intersecção nesta fase. A fase de deformação Dn+1 resultou predominantemente no dobramento da foliação Sn e as dobras são as principais feições estruturais dessa fase, sendo observada nas rochas do Grupo Araxá e do GSP. Na região a sul da área de estudo as unidades litoestratigráficas do Greenstone belt de Pilar definem uma inflexão passando de uma direção aproximadamente N30W (a norte da área) para N60 a 70 W na região a sul da área, onde são truncadas pelas rochas do Grupo Araxá, sendo que esta inflexão foi gerada pela fase de deformação Dn+1. É possível indicar a existência de uma fase de deformação Dn+2, com uma família de dobras com planos axiais de direção WNW, que contrasta com a direção preferencial dos planos de dobras indicados para Dn+1.

As associações minerais descritas permitem indicar que o metamorfismo regional que afetou as rochas do Greenstone belt de Pilar, Grupo Araxá e Bloco Moquém, na área mapeada, atingiu a fácies xisto verde superior (zona da granada), sendo semelhante nas diversas faixas mapeadas. A maioria das lâminas analisadas mostra um padrão de recristalização tardi Dn para estas rochas, indicando que a maior parte dos minerais metamórficos se formou ao final de Dn, e para alguns o crescimento se estendeu até após a formação da foliação.

As mineralizações auríferas que ocorrem no Greenstone Belt de Pilar estão inseridas em rochas metassedimentares que são representadas pelo quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls) e pelo xisto carbonoso (Ppcx).

Foi observado que o padrão dos porfitoblastos de sulfetos nos níveis mineralizados HG1, HG2 e HG3 indicam crescimento tardi até pós Dn, o que é semelhante aos porfiroblatos de granada, biotita e muscovita que marcam o auge metamórfico da área.

Como o ouro está associado aos sulfetos, pode-se concluir que a mineralização deve ter ocorrido através de fluidos que percolaram os planos de cisalhamento associados à falha de empurrão possivelmente durante o evento metamórfico principal (tardi Dn). Ou se caso o ouro já estivesse presente nas rochas ele passaria por uma recristalização durante este auge metamórfico. Também é possível que o ouro tenha sido introduzido na rocha nos estágios iniciais do empurrão passado por uma recristalização durante este auge metamórfico.

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