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Infraestrutura e Fisiografia (Item 7) 3.1 Acesso

5 Contexto Geológico (Item 9)

5.2 Geologia Local

A geologia local é dividida em três grupos: os Grupos Caraça, Itabira e Piracicaba. Localmente a estratigrafia está invertida como resultado de um evento deformacional D1 (Alkmim and

Marshak, 1988) com o Grupo Caraça recobrindo o Grupo Itabira mais novo, que por sua vez está recobrindo o Grupo Piracicaba, ainda mais novo.

O Grupo Caraça está representado por rochas filíticas de tonalidade marrom da Formação Batatal. Estas rochas estão alteradas e muito friáveis, e ocorrem na porção sul da área de estudo. Sua principal foliação é paralela ao bandamento composicional com uma atitude média de N55°E, 30°SE. A Formação Batatal está recoberta pela Formação Cauê do Grupo Itabira. Este contato está nítido e é descrito como um contato tectônico com uma atitude média de N50°E, 55°SE. O contato entre a Formação Cauê e a Formação Batatal, mergulha cerca de 40°S. Localmente, a espessura da Formação Batatal é estimada em 25 m, baseado nas intersecções de furos no local.

A mais abundante litologia encontrada na área é o Grupo Itabira. Aqui, o Grupo Itabira é representado por duas formações:

• A Formação Cauê, com suas unidades de BIF; e

• A Formação Gandarela, consistindo de dolomitos altamente alterados.

A Formação Cauê é composta por itabiritos friáveis, semi-compactos e compactos. Osd itabiritos friáveis tem alto teros de Fe e os itabiritos semi-compactos tem um teor de Fe menor do que 40%. Pequenas concetrações de hematita compacta tem uma ocorrência restrita, concentradas ao longo do strike da foliação principal, com médias N50°E, 30-40°SE. Os itabiritos compactos estão presentes em duas formas: silicificados e não-silicificados, dependendo do grau de alteração hidrotermal. Nos itabiritos silicificados, o bandamento, quando presente, está completamente obliterado e a rocha é muito dura. Geralmente os itabiritos silicificados têm uma ocorrência restrita associada com zonas de fratura e tem contatos nítidos com o itabirito friável. Dentro dos itabiritos, existem lentes de hematita cinza compacta com intercalações friáveis. Parte das Formações Ferríferas Cauê é recoberta por cangas lataríticas (Dorr et al 1961). A canga laterítica é composta de material coluvial formado de material itabirítico e hematítico cimentado por goetita. Texturalmente, a canga tem um aspecto de brecha por causa dos

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fragmentos angulares. Estes fragmentos variam em tamanho de milímetros a decímetros. Usualmente, a canga é porosa, coerente e bastante resistente ao intemperismo. A Formação Cauê forma localmente cristas por causa da resitência da canga.

A Formação Gandarela ocorre imediatamente acima da Formação Cauê e é composta de dolomitos friáveis, finamente bandados e altamente alterados. O contato entre a Formação Gandarela e a Formação Cauê com a Formação Batatal é sub-paralelo e também aparenta ser tectônico com um mergulho médio de 30°S.

A Formação Cercadinho do Grupo Piracicaba aflora no talude norte da montanha, abaixo do Grupo Itabira. Próximo ao contato com o Grupo Itabira, a Formação Cercadinho contém quartzitos com quartzo ferruginoso friável e quartzo sacaroidal. Este contato é tectônizado e interpretado como uma zona de falha. O quartzito abaixo da zona de falha contém níveis centimétricos de filito cinza. O Grupo Piracicaba tem uma espessura aparente de mais de 60 m na área do Projeto.

Veios de quartzo variando em tamanho de centímetros a muitos metros são observados na área do Projeto. Estes veios são cataclasados e boudinados e o quartzo tem textura sacaroidal.

5.2.1 Alteração

A alteração na área é descrita como intensa silicificação dos itabiritos compactos resultante de atividade hidrotermal.

5.2.2 Estrutural

A área do projeto é caracterizada por um antiforme vergindo para norte, onde o flanco superior foi completamente erodido, restando somente o flanco inferior invertido.

Como resultado de numerosos episódios deformacionais, o bandamento é raramente observado e somente nos quartzitos e filitos da Formação Cercadinho. Todavia, a foliação principal, Sn é bem

desenvolvida em todas as litologias locais. O mergulho da foliação varia de norte para sul, com aproximadamente 30 a 40°S no norteie mais do que 70°S no sul. Isto sugere que o Projeto está localizado no flanco invertido de um alticlínio isoclinal com vergência para o norte. Em pequena escala, dobras assiméticas com amplitudes de escala centimétrica a métrica são observadas na área da cava onde cataclasitos também são observados. Estas dobras são tipicamente apertadas com eixos E-W. Dobramento intenso é observado na BIF, frequentemente obliterando as estruturas primárias. A Figura 5-2 mostra este tipo de dobra.

Como discutido na Seção 5.2, os contatos entre as formações são interpretados como tectônicos e relacionados a zonas de empurrão. Falhas normais também são observadas ao longo dos contatos com diferentes formações ferríferas.

5.2.3 Metamorfismo

O metamorfismo identificado na área do Projeto é relacionado à colisão continental durante a Orogênese Transamazônica. O grau metamórfico no Quadrilátero Ferrífero aumenta de oeste para leste e foi descrito por Dorr (1969). As rochas das porções oeste e central alcançam a fácies xisto verde, enquanto que as mesmas a leste alcançam a fácies almandina-anfibolito. Na Serra do Curral, o metamorfismo na fácies xisto verde é predominante.

O itabirito é uma rocha altamente deformada com uma composição derivada de processos tectônicos e metamórficos. Pequenos núcleos preservados de magnetita no interior dos cristais

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de hematita sugerem que a maior parte destas rochas foi oxidada por soluções hidrotermais durante os processos deformacionais. Os minerais mais comuns nas BIF, além do quartzo, são siderita, ankerita, dolomita ferruginosa, magnetita, martita e localmente clorita. A martita é um produto de alteração da magnetita e ankerita e é comumente um mineral secundário.