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4.7 Modelo de 4 Etapas

4.7.1 Geração de Viagens

As metodologias de geração de viagens apresentadas a seguir foram escolhidas pelo fato de serem comprovadamente e amplamente difundidas pela literatura especializada, recomendadas pela BHTrans, além de serem utilizadas por reconhecidas consultoras de engenharia de tráfego do estado de Minas Gerais.

 Residencial

Para estimar o número de viagens produzidas pelos empreendimentos residenciais, utilizou -se a metodologia reconhecida e comprovada em trabalhos técnicos da área (e aprovada pela BHTRANS4 nos estudos de tráfego) que considera as seguintes variáveis: população estimada

e taxa média de mobilidade, conforme a expressão a seguir: VF = P x Tmob

Onde,

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A Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte S/A – BHTRANS é uma sociedade de economia mista integrante da administração indireta da prefeitura da cidade de Belo Horizonte, Brasil. Ela é responsável pelo gerenciamento e fiscalização do sistema de transportes e do trânsito de Belo Horizonte. Suas funções também são o planejamento e a implantação de ações operacionais no tráfego e no sistema viário da cidade; o gerenciamento e a fiscalização dos táxis, dos serviços de transportes coletivo e transporte escolar, e mais recentemente do transporte suplementar.

61  VF = Viagens Futuras;

 P = População estimada fixa (habitantes);

 Tmob = Taxa média de mobilidade (viagens/hab./dia).

Segundo informações da MRV (empresa empreendedora), a população estimada para área do empreendimento é de 16.800 habitantes. Foi estimada pela MRV a faixa de renda da população até 10 salários mínimos, considerando essa informação juntamente com os dados da pesquisa de Origem Destino da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (OD 2012), para o cálculo da taxa de mobilidade foi realizada a média aritmética da taxa de mobilidade observada na faixa entre 3 e 5 salários mínimos e entre a faixa de 5 até 10 salários mínimos, para a região metropolitana de Belo Horizonte, sendo assim, a taxa de mobilidade por habitante adotada é de 3,5 viagens por dia. Desse modo, obtém-se o total de 58.800 viagens geradas pelo empreendimento.

Para determinação das viagens no horário de pico, foi utilizado o estudo de Pinto, Diógenes e Lindau (2003). Neste estudo foi apresentado um gráfico de viagens para um loteamento no Município de Porto Alegre (CGM, 2001), sendo que no horário de pico da manhã e da tarde acontecem aproximadamente 14% e 12% do total de viagens, respectivamente.

62 Pode-se observar que no pico da manhã, aproximadamente 26% das viagens são produzidas e 2% atraídas. Já no horário de pico da tarde a situação se inverte, e aproximadamente 4% são viagens produzidas e 20% são atraídas. Considerando as características de um empreendimento residencial, pode-se adotar que do total de viagens geradas ao longo do dia, 50% são atraídas e 50% produzidas. A Tabela 18 apresenta as viagens geradas pelo empreendimento no horário de pico da manhã e da tarde.

Tabela 18: Viagens Geradas no Horário de Pico – Residencial.

Ao final da implantação total do empreendimento, estimam-se em 8.232 e 7.056 viagens nos horários de pico da manhã e tarde respectivamente, para os empreendimentos residenciais.

 Comercial

Para efetuar os cálculos da geração de viagens para esses estabelecimentos, foi adotada a seguinte distribuição da área construída total de 3.000,00 m2, destinada a esse fim:

 61% serão tratadas como área de supermercado;

 39% serão tratadas como área de estabelecimentos referentes às lojas especializadas. Foram utilizadas as metodologias propostas por Goldner (1996) e pela CET (1983), correspondentes a supermercados e lojas especializadas, respectivamente. As viagens atraídas por esses empreendimentos são dadas por:

V1 = 16,53 x Ac/100

V2 = 1,79 NFC – 18,85

Onde:

 V1 = Viagens atraídas por supermercados (viagens/dia);

 V2 = Viagens atraídas por lojas especializadas (viagens/hora de pico);  Ac = Área Construída (m²);

Viagens Atraídas Viagens Produzidas Viagens Atraídas Viagens Produzidas

588 7.644 5.880 1.176

Hora Pico Manhã Hora Pico Tarde

63  NFC = Número de funcionários da área comercial.

Para se estimar o número de funcionários das lojas especializadas, será utilizada a relação de maior valor dessa variável, que leva em conta a área construída dos estabelecimentos, proposta pela CET, em que:

 Ac = 66,56 x NFC ou NFC = Ac / 66,56 (média)

 Ac = 140,74 x NFC ou NFC = Ac / 140,74 (menor valor)  AC = 20,00 x NFC ou NFC = AC / 20,00 (maior valor)

Como a metodologia de cálculo das viagens geradas por lojas especializadas já obtém esse valor para o horário de pico, serão aplicadas as taxas de pico somente para as viagens geradas pelo supermercado.

. Será adotado, para efeito de cálculo, que o supermercado da área de estudo opere 10 horas por dia. Considerando que as viagens geradas possuam distribuição homogênea ao longo do dia, tem-se que 10% dessas viagens ocorrem no horário de pico. Como uma parcela significativa dos estabelecimentos dessa natureza costuma operar em períodos de tempo superiores a 10 horas, a taxa adotada pode estar acima do real e, portanto, a favor da segurança.

Segundoa CET, a produção de viagens por centros comerciais no pico da manhã, corresponde a 65% do volume atraído. Para o pico da tarde foram invertidas as porcentagens de viagens atraídas e produzidas, considerando que 65% das viagens produzidas, são atraídas neste horário.

A quantidade de viagens geradas para o horário de pico (Vhp) levará em consideração os volumes atraídos e as taxas de produção de viagens e horário de pico. Assim as viagens geradas por esses estabelecimentos, no horário de pico do sistema, são dadas por:

Vhp = 10% x 1,65 x V1 + 1,65 x V2

Ao final da implantação total do empreendimento, estima-se em 274 viagens nos horários de pico da manhã e da tarde para os empreendimentos comerciais.

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Tabela 19: Viagens Geradas no Horário de Pico – Comercial.

 Institucional

Até o presente momento, não há previsão para os tipos de empreendimentos que serão implantados nas áreas institucionais, porém o objetivo destas áreas é o atendimento à população interna do empreendimento, portanto, a geração de viagens das mesmas não vão impactar as vias de acesso, utilizando somente o sistema viário interno.

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