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3.3 GERENCIAMENTO E ANÁLISE DE RISCOS

3.3.2 Gerenciamento de Risco da Fauna

3.3.2.3 Gerenciamento de Risco da Fauna no SBCT

O gerenciamento de risco da fauna no SBCT é feito através de monitoramento da fauna, medidas passivas, medidas de dispersão da fauna e medidas de manejo de fauna.

O monitoramento da fauna é feito através de vistorias sistemáticas diárias na área de movimento e na área perimetral afim de detectar as intervenções antrópicas, capazes de promover atração de aves e outros animais, bem como permitir seu acesso, tais como; deposito irregular de lixo nas proximidades do aeroporto; restos de alimentos e de animais em estado de decomposição; vegetação ou culturas de produtos atrativos de aves (sementes) nas proximidades do aeroporto; grandes concentrações de aves e outros animais porventura presentes; existência de buracos nas cercas operacionais ou patrimoniais que possam facilitar o ingresso de animais na área de movimento; pontos de conexão das valas de drenagem e bueiros com a rede hídrica da cidade, que possam permitir o ingresso de cães, gatos e outros animais. O monitoramento da fauna também é feito por meio de vistoria sistemática semanal (Censo de fauna), que consiste em percorrer a uma velocidade de 20 km/h o trajeto realçado no mapa apresentado na (Figura 20).

20

BRASIL. CENIPA.Matriz de Ameaça Operacional por Presença de Aves. Disponível em: <

http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/index.php/component/content/article/artigos-cenipa/122-matriz-de-risco-da- fauna >. Acesso em 19 de FEV 2017.

Figura 20. Trajeto percorrido nas vistorias sistemáticas semanais. Amarelo: cerca patrimonial; Vermelho: vias de acesso e auxiliares; Azul: taxiways e pistas de pouso e decolagem.

Fonte: PGRF-SBCT. (INFRAERO, 2016).

Os trajetos em amarelo e em vermelho são percorridos de forma autônoma por profissional da Coordenação de Meio Ambiente acompanhado de outro funcionário para conduzir o veículo (conforme CONAMA 466/2015). O trajeto em azul é percorrido por profissional de meio ambiente juntamente com o Encarregado de Tráfego, na sua vistoria de pátios e pistas.

Durante o percurso são registradas as quantidades de aves e outros animais terrestres avistados. Também são anotados dados de comportamento, especificação do local, atrativos (drenagem, esgoto, resíduos, cupinzeiros, etc.), condições climáticas, horário e outros. Caso não seja conhecida a espécie, o indivíduo deverá ser fotografado para encaminhamento ao grupo de biólogos (LD SEDE Biólogos Infraero) para identificação. Se necessário, o Encarregado de Tráfego e a Torre de Controle deverão ser avisados se houver presença de fauna nas rotas de aproximação e decolagem das aeronaves.

Além disso, são registradas as situações não conformes em relação ao risco da fauna para que sejam tomadas as devidas providências. Caso sejam avistadas aglomerações atípicas de outros animais, estes devem ser registrados/fotografados para que sejam encaminhados para identificação.

As medidas passivas em uso no SBCT são as cercas e obstáculos para evitar o acesso de pessoas não autorizadas e de animais na Área Restrita do sítio aeroportuário conta com cerca padrão ICAO em todo o seu perímetro. No entanto, não há cerca operacional que limite a passagem de animais dos fragmentos dentro da área patrimonial para a área de movimentos. A grama e vegetação no SBCT também sofrem medida passiva; neste item serão abordados métodos de manejo para a vegetação herbácea e arbóreo-arbustiva presentes no sítio aeroportuário. A vegetação herbácea é toda vegetação rasteira encontrada na área gramada localizada no entorno das pistas de pouso e decolagem. Por sua vez, a vegetação arbustivo- arbórea é identificada como aquela que suporta ninhos e oferecem local de pouso e alimentação.

Outra maneira de medidas passivas realizadas no SBCT são os monitoramentos contínuos para identificar novos focos de acúmulo de água da chuva; correção do terreno por meio de aterramento do local e nivelamento do solo; monitoramento de macro e micro drenagem do sítio aeroportuário, avaliando-se a necessidade de abertura de novos canais para drenagem; e instalação de fios de nylon ou redes de propileno nas áreas alagadas e valas de drenagem para impedir o acesso das aves à água.

O monitoramento das estruturas em desuso que possam ser utilizadas como poleiro ou abrigo para aves e outros animais é constantemente realizado através de gerenciamento da fauna nos aeroportos. Quando é identificado um local que não é mais utilizado, o setor responsável é acionado e o processo para remoção da estrutura é iniciado. Em locais onde não é possível remover a estrutura, caso identificada a necessidade, serão instaladas barreiras físicas, tais como redes ou fios de nylon, ou outro material apropriado. Dentre as ações relacionadas a este item estão: Providenciar o inventário e monitoramento de novos locais de abrigo; instalar telas ou espículas para impedir o acesso às áreas e manter os galpões fechados para evitar o acesso de aves e animais domésticos; utilizar produtos que reduzam a estabilidade das aves nos poleiros, desde que devidamente legalizados pelos órgãos ambientais e de vigilância sanitária; manter os acessos às edificações (portas e janelas, vãos) fechados e, quando necessário, repor vidros quebrados.

Colônias de térmitas são importantes atrativos para avifauna insetívora, como exemplo, o pica-pau-do-campo (Colaptes campestres), entre outros. Para tanto devem ser implementadas algumas ações de medidas passivas: Detecção de colônias de insetos dentro do sítio aeroportuário; extinção de cupinzeiros e formigueiros com produto químico reconhecido pelos órgãos competentes, e posterior destruição e remoção física do ninho.

As medidas preventivas e corretivas em relação à disponibilização de alimento à fauna doméstica ou selvagem devem envolver: Conscientização dos funcionários do Aeroporto quanto ao risco representado pela presença da fauna no sítio aeroportuário e a possível atração desta devido ao descarte de restos de refeições em locais inadequados, ou à disponibilização intencional de alimento para os animais; acondicionar em sacos plásticos e descartar em locais apropriados os restos de refeições, de modo a impedir que estes sejam acessados por aves e animais domésticos; realizar monitoramento periódico no entorno imediato do Aeroporto para detecção de focos potenciais de atração de fauna.

As valas de drenagem e galerias de água pluvial devem ser mantidas permanentemente desobstruídas. As caixas de inspeção de todas as redes de infraestrutura devem ser mantidas devidamente fechadas/gradeadas. A periodicidade segue o cronograma do contrato de manutenção de áreas verdes.

A empresa contratada para gerenciamento, assistência técnica e operação dos sistemas de água bruta, tratamento de esgoto, água potável e água de reuso no SBCT é responsável por realizar verificações diárias na estação de tratamento de esgoto.

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