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Capítulo V Intervenção Pedagógica em Contexto de Educação Pré-Escolar

5.2 Caraterização da Sala das Borboletas

5.2.3.1 Gestão das Rotinas

A organização do tempo deve ser de caráter flexível, tendo sempre em vista, o alcançar das necessidades, que o grupo apresentar. Salienta-se que é importante existir sempre um ritmo constante no decorrer dos dias, pois só assim as crianças vão conseguir efetuá-lo corretamente. Morgado (1999) alerta para uma reflexão constante acerca do tempo usado, quer por parte dos professores, quer pelos alunos, na realização das tarefas e salienta que o importante não é quanto tempo se gasta, mas sim a qualidade que advém dele. Igualmente defendido por Oliveira-Formosinho e Andrade (2011), uma vez que, afirmam que o “tempo pedagógico” (p.72) deve ter uma reflexão crítica, que deve partir das experiências já vividas pelas educadoras e pelas crianças quer individualmente, quer em grupo.

No decorrer do dia, o grupo desempenhava diferentes tarefas, de acordo com o que estava definido. Havia sempre a eleição do chefe, por cada dia, que era feita seguindo a ordem da lista de crianças, ou seja, no primeiro dia era o número um da lista, no segundo dia o número dois e assim sucessivamente. Concretizavam também a organização do comboio, a arrumação dos colchões, dobragem do lençol das suas camas, verificavam se a sala estava bem arrumada e cuidavam dos peixes.

De seguida é apresentado um quadro, conforme está descrito no Projeto Curricular de Grupo (PCG, 2014-2015), onde estão identificados os momentos do dia, de forma mais detalhada, pelas horas, fazendo referência às diferentes atividades de enriquecimento curricular, existentes ao longo da semana. Note-se que as referências temporais dão segurança às crianças, na medida em que lhes permite compreender o ritmo a que têm que realizar as tarefas propostas.

Quadro 9 - Rotina diária da Sala das Borboletas

Horário Atividades

8h30m Acolhimento das crianças na sala (diálogo com os pais); 9h00m Cantar os bons dias;

Atividades livres e/ou orientadas, individuais e em pequeno grupo;

Neste momento apresentava os materiais das propostas planeadas e iniciava um diálogo de motivação;

Atividades de Enriquecimento Curricular:

Expressão Musical e Dramática (sexta-feira – 9h30/10h00).

10h00m Higiene

Lanche da manhã Higiene

Recreio

11h00m Reunião em grande grupo no tapete;

Realização das atividades planeadas por mim;

Tarefas livres e /ou orientadas em grande grupo, pequeno grupo e individuais. 12h20m Arrumação da sala;

Higiene;

Atividades de Enriquecimento Curricular:

Educação Físico-Motora (quarta-feira – 12h00/12h30) Inglês (quinta-feira – 12h00/12h30)

12h30m Almoço;

Higiene; Recreio;

13h15m Descanso.

15h00m Arrumação dos colchões; Higiene;

Diálogo sobre o que aconteceu na parte da manhã; Demonstração do que será falado posteriormente; Iniciação às atividades planeadas por mim;

Atividades de Enriquecimento Curricular:

Expressão Musical e Dramática (quarta-feira – 14h45/15h30) Expressão Musical e Dramática (quinta-feira – 15h00/15h30) Educação Físico-Motora (terça-feira – 15h30/16h00)

Informática (quarta-feira – 15h00/16h00)

16h00m Lanche;

Higiene. 16h20m – 18h30m Recreio

Continuação das atividades planeadas;

Tarefas livres e /ou orientadas em grande grupo, pequeno grupo e individuais (jogos, computadores, realização de desenhos);

Saída das crianças.

Fonte: Adaptado do PCG (2014-2015).

Pode-se verificar que entre as atividades realizadas existiam três intervalos, um a meio da manhã (10h00m), um ao almoço (12h30m) e outro na parte da tarde (16h00m).

Quanto aos horários das educadoras, eram rotativos, o que permitia tanto a uma como a outra, um contato próximo com as famílias das crianças. Assim sendo, as educadoras tinham um horário que se estendia desde as 8h30m-13h30m (manhã) ou 13h30m-18h30m (tarde).

Em suma, tentou-se sempre promover uma rotina flexível, suscetível a mudanças, conforme o interesse e necessidades do grupo. Notou-se ainda que o facto de existir uma rotina, em que as crianças já estavam habituadas e por norma sabiam o que tinham que fazer de seguida, fazia delas indivíduos mais autónomos e seguros de si mesmos.

5.3 Momentos de Aprendizagem

A prática pedagógica desenvolvida na Sala das Borboletas, teve início a 6 de abril de 2015, através da observação participante, na rotina diária das crianças. Salienta-se que não havia nenhum método específico de trabalho, pois as educadoras acreditavam que o combinar de estratégias de diferentes métodos era a melhor opção para atender a todas as especificidades e necessidades de cada criança individualmente. Neste sentido vivenciou- se uma pedagogia centrada na organização, estruturada e diferenciada, que valorizava bastante a cooperação e a criança como ser ativo e construtora das suas próprias aprendizagens.

Assim sendo, a partir da observação realizada e posterior intervenção, teve-se que ter sempre em conta as dificuldades e caraterísticas apresentadas pelo grupo, de forma a atender todos de igual modo. Como já foi referido anteriormente, a criança é um sujeito ativo e sabendo que o ser humano se constrói a partir de uma interação com o mundo que o rodeia, tentou-se sempre proporcionar ao grupo diferentes atividades e experiências que fossem ricas e significativas.

Desta forma procurou-se obter sempre respostas junto da educadora cooperante para que pudesse ser realizado, tudo o que era pretendido, da melhor maneira possível. Além da educadora, as crianças também tiveram um papel muito importante na decisão das tarefas, pois é sempre bom ter em conta os seus desejos, uma vez que, que é tudo direcionado para elas e tem que fazer sentido para as mesmas. No entanto é de referir que todas as atividades planeadas tiveram sempre em atenção as OCEPE e as Metas de Aprendizagem para o Pré-Escolar.

Seguidamente será descrita a intervenção pedagógica, incidindo-se principalmente no trabalho de projeto que foi realizado (“Os Peixes”), na descrição de algumas atividades desenvolvidas e por fim em três atividades efetuadas com a comunidade.

No decorrer do estágio, para além do projeto “Os Peixes” foi realizado um outro projeto, no âmbito de uma disciplina da Universidade da Madeira, Didática das Expressões, que se intitulou por “Ser Diferente”, com o objetivo de desenvolver diferentes atividades envolvendo as quatro expressões existentes, nomeadamente a Físico-Motora, a Dramática, a Plástica e a Musical.

Note-se que apenas serão relatadas algumas das atividades concretizadas, em tempos diferentes, uma vez que não é possível descrever todas as que foram efetuadas ao longo do estágio.