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1 INTRODUÇÃO

2.5 GESTÃO (DE RISCO) DE DESASTRES NATURAIS COLOMBIANA

A Colômbia, país do noroeste da América do Sul, possui uma área total de 1.138.914 km² e uma população de 47.698.524 habitantes. Dividida em 32 departamentos e um distrito capital. Faz fronteira a leste com a Venezuela e o Brasil, ao sul com Equador e Peru, a norte com o Mar do Caribe, noroeste com o Panamá e a oeste com o Oceano Pacífico. Além disso, tem fronteiras marítimas com a Venezuela, Jamaica, Haiti, República Dominicana, Honduras, Nicarágua e Costa Rica (CIA, s.d., tradução nossa).

Figura 11 – Mapa da Colômbia

_____________________________________________________________________________________________ Na Figura 11 podemos observar algumas cidades principais, e na Figura 12, verificamos todos os departamentos e seus limites territoriais, a divisão político-administrativa do país. São 5 fronteiras, em um total de 6.672 km, sendo elas Brasil 1.790 km, Equador 708 km, Panamá 339 km, Peru 1.494 km e Venezuela 2.341 km (CIA, s.d., tradução nossa)

Figura 12 – Divisão político-administrativa da República da Colômbia

Fonte: Pinterest (s.d.)

Desde a década de 1960, a Colômbia passou por uma migração maciça para suas cidades que transformou o que era uma sociedade majoritariamente agrária em uma das nações mais urbanizadas da América Latina. Bogotá, Medellín, Cali e Barranquilla observaram o aumento da

______________________________________________________________________________ atividade econômica, o acesso a melhores sistemas de educação e saúde e o acelerado desenvolvimento tecnológico (AMA, 2013, tradução nossa).

Durante esse crescimento intenso, no entanto, as divisões sociais se desenvolveram dentro das próprias cidades e entre áreas rurais e urbanas. Centros urbanos cresceram tão rapidamente (e de uma maneira altamente desorganizada) que muitos moradores foram forçados a viver em assentamentos improvisados, com quase um terço da população em situação de pobreza. Em Medellín, cerca de dois terços da população vivem em favelas (AMA, 2013, tradução nossa).

A posição geográfica da Colômbia, a dinâmica da natureza, que junto com a diversidade cultural, constitui uma das riquezas mais importantes deste território, e a maneira como as comunidades colombianas ocuparam seus ecossistemas, em especial na segunda metade do século XX, determinam que cada vez se apresentem mais desastres no país, estes não são exclusivos na Colômbia. Fatores similares, ligados ao incremento da população humana, e especialmente ao incremento de comunidades em condições de vulnerabilidade, determinam cada vez mais o aumento de desastres no mundo (ARBOLEDA et al, 2004, p.2, tradução nossa).

Atualmente, a distribuição do nível de exposição indica que na Colômbia, 36% do território está em situação de alto risco sísmico, 28% em alto potencial de inundação e 8% em alta ameaça devido a movimentos de massa. Enquanto eventos geológicos causam grandes perdas concentradas em um território e em um tempo relativamente curto, fenômenos hidrometeorológicos geram impactos mais localizados, mas de alta frequência, que cumulativamente ao longo do tempo significam perdas, até maiores do que aquelas associadas a eventos sísmicos, e erupções vulcânicas (MUNDIAL et al, 2012, p. 4, tradução nossa).

Se pode afirmar que os desastres na Colômbia começaram a ser notados, a partir do maremoto de Tumanco (12 de dezembro de 1979) e do terremoto ocorrido neste mesmo ano, que afetou as cidades de Pereira e Manizales (23 de novembro de 1979). Não obstante, no século XX já haviam desastres que impactaram o país, entre eles a explosão dos caminhões carregados com dinamite na cidade de Cali (1956) e, posteriormente, o deslizamento de Quebradablanca em 1974, que deixou dezenas de mortos e deixou a cidade de Bogotá isolada das planícies orientais por um tempo considerável (ARBOLEDA et al, 2004, p.2, tradução nossa).

_____________________________________________________________________________________________ A Colômbia tem sido pioneira na América Latina no desenvolvimento de uma visão mais integral sobre o tratamento de riscos e desastres, permitindo uma redução na perda de vidas; no entanto, os danos à propriedade, infraestrutura e meios de subsistência seguem aumentando e mostram que os desastres não são eventos da natureza em si, mas o resultado da aplicação de modelos inadequados de desenvolvimento que não consideram a relação entre a sociedade e a natureza (MUNDIAL et al, 2012, p. 3, tradução nossa).

A Lei 1.523/2012, foi um marco, por ela se adotou a política nacional de gestão de risco de desastres e se estabeleceu o Sistema Nacional de Gestión del Riesgo de Desastres (SNGRD). Determina-se então, que a gestão de risco é um processo no qual se executam uma série de ações encaminhadas ao conhecimento e redução de risco para a gestão de desastres, com o objetivo de contribuir para o bom desenvolvimento do país e da comunidade. Da mesma forma, se determina que o conhecimento de risco, corresponde à identificação de cenários de risco, à análise e avaliação de risco e seus componentes e comunicação para promover maior conscientização dos mesmos que alimentam os processos de redução de risco e gestão de desastres (SNGRD, 2012, tradução nossa). O processo de conhecimento de risco pode ser dividido em três componentes principais: o primeiro pode ser classificado como análise e avaliação do risco, no qual o processo de identificação de cenários de risco é encontrado. O segundo pode ser entendido como monitoramento e o terceiro, de comunicação de risco para a redução e gestão de desastres (OLAYA G.; MORA C., 2016, p. 6, tradução nossa).

São diversas as normativas do SNGRD, o governo colombiano lançou um material onde estão todas estas. Neste material consta a supradita Lei 1.523/2012 como sendo a principal, há algumas normas vigentes não revogadas por esta lei, estas que falam sobre o Fundo Nacional de Calamidades. Os Decretos 4.702/2010 e 4.830/2010 modificam decretos anteriores, já o Decreto 4.579/2010 declara a situação de desastre nacional no território colombiano e o Decreto 4.580/2010 declara o estado de emergência econômica, social e ecológica por razão de grave calamidade pública. Além destes, existem ainda o Decreto 4.147/2011 que cria a Unidade Nacional para a Gestão de Riscos de Desastre, estabelecendo assim seu objetivo e estrutura, e também a Lei 1.505/2012 por meio da qual se cria o Subsistema Nacional de Voluntários de Primeira Resposta e são dados incentivos aos voluntários da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros da Colômbia e da

______________________________________________________________________________ Cruz Vermelha Colombiana e outras disposições são emitidas sobre o voluntariado na primeira resposta (SNGRD, 2012, tradução nossa).

De acordo com a Lei 1.523/2012 (Artigo 6), o objetivo geral do sistema nacional é realizar o processo social de gestão de riscos, a fim de oferecer proteção à população do território colombiano, melhorar a segurança, o bem-estar e a qualidade de vida e contribuir para o desenvolvimento sustentável (SNGRD, 2012, tradução nossa).

O 4º artigo do Decreto 4.147/2011, dispõe sobre as funções da Unidade Nacional para Gestão de risco e desastres, e são elas:

“ 1. Dirigir e coordenar o Sistema Nacional de Prevenção e Atenção a Desastres - SNPAD, monitorar seu funcionamento e fazer propostas de melhoria nos níveis nacional e territorial.

2. Coordenar, promover e fortalecer as capacidades de conscientização sobre riscos; redução e gestão de desastres, e sua articulação com os processos de desenvolvimento nas esferas nacionais e territoriais do Sistema Nacional de Prevenção e Atenção a Desastres - SNPAD.

3. Propor e articular políticas, estratégias, planos, programas, projetos e procedimentos nacionais de gestão de risco de desastres, no âmbito do Sistema Nacional de Prevenção e Atenção a Desastres - SNAP e atualizar o quadro normativo e os instrumentos de gestão do SNPAD.

4. Promover a articulação com outros sistemas administrativos, como o Sistema Planejamento Nacional, Sistema Nacional do Meio Ambiente, Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e Sistema Nacional de Incêndio, entre outros, nos assuntos de sua competência.

5. Formular e coordenar a execução de um plano nacional de gestão de risco de desastres, monitorar e avaliá-lo.

6. Orientar e apoiar as entidades nacionais e territoriais no seu fortalecimento estrutura institucional para a gestão do risco de desastres e aconselhá-los sobre a inclusão de política de gestão de risco de desastres nos Planos Territoriais.

7. Promover e realizar as análises, estudos e pesquisas relacionados à sua competição. 8. Fornecer o suporte técnico, informativo e educacional exigido pelos membros do Sistema Nacional de Prevenção e Atenção de Desastres - SNAP.

9. Gerenciar, com a Unidade Presidencial de Cooperação Internacional da Colômbia, a recursos para fortalecer a implementação das políticas de gestão do risco de desastre no país.

10. Gerir e manter o funcionamento do sistema integrado de informação de tratado no art. 7º do Decreto-Lei 919, de 1989, ou da pessoa que atua como tal, possibilitar o avanço na gestão do risco de desastres.

_____________________________________________________________________________________________ 11. As outras funções que lhe são atribuídas e que correspondem à natureza do a entidade.” (SNGRD, 2012, tradução nossa)

As propostas para o fortalecimento e atualização do marco normativo e regulatório sobre o tema do gerenciamento do risco de desastres na Colômbia não se materializaram em resultados concretos. Apesar dessas ações e compromissos estabelecidos, a iniciativa de atualização ainda não foi plausível para o país (MUNDIAL et al, 2012, p. 372, tradução nossa).

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Este capítulo apresenta o método de pesquisa utilizado para o desenvolvimento desta monografia, incluindo a estratégia da pesquisa e seu delineamento, tal como o detalhamento quanto aos procedimentos adotados em cada etapa.

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