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Gestão do Conhecimento no setor de Petróleo

COOPERAÇÃO COMPETIÇÃO

2.4.11 Gestão do Conhecimento no setor de Petróleo

Como o foco deste trabalho é o setor de petróleo, neste item da pesquisa são apresentados dois casos importantes de Gestão do Conhecimento relacionados à área de Petróleo, levantados na bibliografia pesquisada. Estes dois modelos praticados no mundo serviram para comparação com o modelo de GC da Corporação PETROBRAS. O primeiro caso é sobre a implementação de um projeto de GC na Indústria de Petróleo cubana (CUPET), e o segundo, descreve uma prática desenvolvida pela British Petroleum dentro do seu projeto de GC. Essa empresa foi utilizada para benchmarking pela Petrobras na concepção do projeto de GC da empresa.

- Modelo de Gestão do Conhecimento da indústria de Petróleo de CUBA (CUPET) Em alinhamento com as tendências que surgiam no mercado mundial, foi criado um grupo de Gestão do Conhecimento na indústria de petróleo cubana, cuja principal função era elaborar e implementar um sistema para atender as necessidades de informação e conhecimento da CUPET (diretoria, funcionários e especialistas), contribuindo para tomada de decisão, inovação tecnológica e para gestão empresarial de toda organização.

De acordo com Rodriguez e Menéndez (2002), esse modelo partia do princípio de que grande parte do conhecimento reside na mente das pessoas e, portanto, não está sempre disponível quando é necessário para organização. O grupo encarrega-se da gestão do conhecimento explícito e do tácito.

Para gerenciar o conhecimento explícito, a estratégia consiste em conseguir que os possuidores desse conhecimento o disponibilize em documentos que possam ser acessados e

recuperados por qualquer um que necessite, no momento adequado. Para o conhecimento tácito, é imprescindível o contato humano entre os possuidores e os que necessitam do conhecimento. As estratégias buscam fomentar o intercâmbio por meio de comunidades de prática, fóruns de intercâmbio e fábrica de melhores práticas, criando uma cultura organizacional que facilite os contatos informais entre as pessoas da organização.

Figura 3 – Implementação de Modelo de GC na Indústria de Petróleo Cubana Fonte: (RODRIGUEZ E MENÉNDEZ, 2002, p.5)

Como pode ser visto na figura 3, a estratégia desse sistema trabalha em três direções -Inventários -Intercâmbios -Fóruns de discussão Implantar um Sistema de GC em toda a Indústria de Petróleo de CUBA Estratégia Gestão do Conhecimento Gestão do Conhecimento Tácito Inteligência Empresarial

-Estudo das Necessidades

-Gestão da Informação

-Desenvolvimento de produtos e serviços

-Fontes de informação

- Monitoramento da informação

-Técnicas e ferramentas de análise de informação

- Mapas tecnológicos

- Perfil de empresas

- Informação do impacto tecnológico

- Alertas informativos Disseminação e Intercâmbio CONTRIBUI Tomada de decisões Vantagens Competitivas Melhoramento Contínuo Planejamento estratégico Novos mercados e produtos Excelência

monitorar o mercado; a GC (Gestão do Conhecimento), para conectar as pessoas da organização, criar novas formas de trabalho baseadas no intercâmbio e na disseminação da informação e do conhecimento; e GI (Gestão da informação), por meio da qual se coloca a informação adequada no momento oportuno para a pessoa indicada. Nesse sistema, também foram trabalhadas as fontes e internas e externas de informação da empresa.

- Caso de Projeto de Gestão do Conhecimento na empresa British Petroleum (BP)

A British Petroleum - BP é uma empresa de exploração e produção de Petróleo e Gás que, em 1993, organizou 42 ativos de negócio separados, pois a diretoria queria que a BP combinasse a agilidade de uma pequena empresa com os recursos de uma grande empresa, dando liberdade para que fossem desenvolvidos processos e soluções apropriados para os problemas específicos, e as melhores experiências eram replicadas para o restante da companhia. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).

Uma iniciativa na nova estratégia da empresa, citada por Davenport e Prusak foi o projeto piloto chamado de Programa de Trabalho em Equipe Virtual da BP, programa que consistia em construir uma rede de pessoas, não um armazém de dados, informações ou conhecimento. Essa rede era interligada virtualmente por recursos tecnológicos que possibilitavam que as pessoas interagissem com funcionários de outras unidades de negócio. Essa interação tanto era usada para solucionar problemas específicos com grande economia financeira, quanto para vídeo conversações um “bate-papo” sem pauta definida, em que se estreitavam as relações entre os participantes.

Essa experiência foi bem sucedida, sendo ampliada em seguida. Este projeto segundo Davenport e Prusak aponta para tópicos e conceitos de Gestão do conhecimento, que podem ser observados no Quadro 3.

Programa de Trabalho em Equipe Virtual da BP

Princípio da Gestão do Conhecimento

Os membros das comunidades do conhecimento foram identificados e interligados pela tecnologia.

O conhecimento tem origem e reside na cabeça das pessoas

Construíram-se relacionamentos por meio de reuniões reais e virtuais face a

O compartilhamento do conhecimento exige confiança

Usou-se a tecnologia para fins de comunicação e colaboração; o treinamento enfatizou os objetivos, não o hardware nem o software.

A tecnologia possibilita novos comportamentos

O treinamento e o suporte da alta gerência enfatizaram a importância de novos comportamentos.

O compartilhamento do conhecimento deve ser estimulado e recompensado A alta gerência deu início ao projeto e

autorizou recursos financeiros e a atuação da equipe principal.

Suporte da direção e recursos são fatores essenciais

Cinco grandes grupos de teste possibilitaram variedade e objetivos claros e definidos.

Iniciativas ligadas ao conhecimento devem começar com um programa piloto

As economias e os aumentos de produtividade foram quantificados; a expansão do uso de VT e o entusiasmo dos participantes construíram indicadores qualitativos.

Aferições quantitativas e qualitativas são necessárias para se avaliar a iniciativa

Além de ter objetivos específicos, o projeto deixou espaço para o inesperado.

O conhecimento é criativo e deve ser estimulado a se desenvolver de formas inesperadas

Quadro 3 – Relação do Programa Virtual da BP com os Princípios da CG

Fonte: Davenport e Prusak (1998, p.28)

No Capítulo 5, é feita a análise comparativa destes dois modelos em relação ao da Corporação Petrobras, com a finalidade de verificar as similaridades, os princípios de GC nos quais estão baseados, dentre outros pontos a serem analisados.

Com base nos conceitos levantados neste referencial teórico, foi elaborado um quadro com os indicadores de GC que serão utilizados no formulário a ser aplicado na amostra pesquisada. Esse quadro encontra-se no Capítulo 4, no item 4.3.

Capítulo 3