2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.4 GESTÃO DA INFORMAÇÃO
2.4.3 Gestão da informação segundo McGee e Prusak: gerenciamento estratégico da informação
McGee e Prusak (1994), contextualizando a informação no mundo, sinalizam que a informação terá o poder na criação de riquezas e prosperidade, além da terra e do capital. Na economia de informação, o
sucesso é determinado pelo que você sabe e não pelo que você possui. Ainda,
a concorrência entre as organizações baseia-se em sua capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de forma eficaz. As organizações que liderarem essa competição serão as grandes vencedoras do futuro, enquanto as que não o fizerem serão facilmente vencidas por suas concorrentes (MCGEE; PRUSAK, 1994, p. 3). A economia baseada na informação torna-a cada vez mais a base para a competição e os executivos devem identificar claramente o papel que a informação irá desempenhar na estratégia competitiva de sua organização. A informação, como um ativo, precisa ser administrada, assim como outros ativos, capital, propriedades, bens materiais e recursos humanos.
É por meio da estratégia competitiva que são definidas as atividades organizacionais e a forma como elas são operacionalizadas, obtendo, assim, a diferenciação de seus produtos e serviços em relação aos que são oferecidos pelos concorrentes. Para McGee e Prusak (1994, p. 43), “a estratégia competitiva é um mapa de informações que responde a perguntas sobre a maneira pela qual a empresa irá operar num mundo onde a informação desempenha um papel importante”.
Os autores afirmam que a informação introduz novos graus de liberdade e oportunidades de fortalecimento para diversas dimensões da elaboração da estratégia: posicionamento e escopo de produtos e serviços; desenvolvimento e manutenção de competências específicas para o fortalecimento de produtos e serviços; seleção de estruturas e processos organizacionais para integrar a organização em um todo operacional integrado ao ambiente competitivo. Assim, a informação deve ser tratada como um recurso a ser considerado no processo de definição da estratégia.
McGee e Prusak (1994, p. 9) abordam o papel de integração da informação dentro do próprio processo de elaboração de estratégias, como segue:
a estratégia empresarial pode ser tratada como um problema que se divide em três partes. As empresas precisam elaborar estratégias, traduzi- las em ação diária e garantir uma interação constante e efetiva entre a definição e a ação. Essa
atividade tripla ocorre em um ambiente competitivo repleto de informação de importância real e potencial.
Os propósitos da informação na integração desta atividade tripla são apresentados como um
‘elo de feedback para garantir que a execução esteja ocorrendo em conformidade com a estratégia adotada’ e, o segundo propósito,
baseia-se no fato da integração fornecer „a fonte
de informação através da qual uma organização pode adquirir conhecimento e adaptar suas estratégias ao ambiente competitivo’ (MCGEE;
PRUSAK, 1994, p. 45, grifos do autor).
Essa integração necessita que a informação flua em todo o ambiente organizacional, unificando todos os setores da organização, criando um elo positivo de feedback: informação dá origem a mais informação e conhecimento a mais conhecimento.
As fases que compõem a estratégia competitiva organizacional, em relação a clientes e mercados são assim definidas:
a) determinar os produtos e serviços a serem oferecidos e respectivos projetos;
b) definir os objetivos de desempenho, financeiros e não financeiros;
c) estabelecer os processos organizacionais e operacionais para atendimento dos objetivos de desempenho, com ênfase na diferenciação dos produtos e serviços prestados pela organização em relação aos dos concorrentes;
d) desenvolver recursos que contribuam para o alcance dos objetivos de desempenho;
e) controlar o desempenho organizacional e redistribuir os recursos conforme a necessidade.
A forma como a informação é gerenciada permeia as diferentes fases da estratégia organizacional, pois a própria estratégia é um mapa de informações que pode responder direta e eficientemente às perguntas que levarão ao melhor planejamento. Portanto, a informação é fundamental para o gerenciamento e funcionamento das organizações, pois viabiliza decisões menos arriscadas, possibilita antever as ações do concorrente, proporciona diferenciação em produtos e serviços, melhora o conhecimento sobre o cliente, enfim, quando adequadamente coletada,
armazenada e analisada, a informação tem um significado estratégico, ou seja, pode se tornar um grande diferencial competitivo.
A abordagem de definição, execução e integração para se tratar a estratégia competitiva é estruturada em três aspectos principais nos quais a informação se faz importante:
a) informação e definição da estratégia: informações sobre o ambiente de mercado permitem identificar oportunidades e ameaças à organização, traçando assim uma estratégia eficaz;
b) informação e execução da estratégia: propicia novas alternativas para a elaboração de processos que possam criar e oferecer produtos, serviços e processos diferenciados;
c) informação e integração: a organização consegue criar, por meio de um feedback, um ambiente de aprendizado constante e uma estrutura flexível que consegue se adaptar aos objetivos com facilidade.
Para os mesmos autores, a discussão da estratégia e do papel da informação sob a perspectiva do processo estratégico não teria utilidade sem a discussão do “desenvolvimento de uma arquitetura da informação que nasce do processo de gerenciamento de informações” (MCGEE; PRUSAK, 1994, p. 107). Um modelo de gerenciamento de informação deve ser genérico por dois motivos: a informação recebe ênfases distintas em cada organização e as tarefas assumem diferentes níveis de importância e valor para as organizações.
A abordagem da gestão da informação, sob perspectiva do processo, apresenta um modelo de processo de gerenciamento de informações, conforme se observa na Figura 1 - Tarefas do processo de gerenciamento de informações, a seguir.
O termo processo significa
um conjunto de tarefas conectadas logicamente que de um modo geral cruzam limites funcionais e têm um proprietário responsável por seu sucesso final. [...] o resultado desse processo é determinado pelo trabalho que precisa ocorrer de um modo coordenado segundo o roteiro indicado na figura. O emprego de tal orientação de processo para o gerenciamento da informação mantém em foco o seu valor estratégico (MCGEE; PRUSAK, 1994, p. 114).
Figura 1 - Tarefas do processo de gerenciamento de informações
Fonte: McGee e Prusak (1994)
Nesta abordagem, a informação torna-se cada vez mais a base para a competição, a gestão da informação demanda alternativas tecnológicas, e a organização precisa identificar o papel da informação na sua estratégia competitiva.
2.4.4 Gestão da informação segundo Almeida e Lesca: