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Demanda – o movimento de passageiros entre pares de localidades em um período de tempo determinado;

Estudo de Mercado – é a análise dos fatores que influenciam na caracterização da demanda de um determinado mercado, para efeito de dimensionamento e avaliação da viabilidade de ligação de transporte rodoviário de passageiros, consistindo no levantamento de dados e informações e aplicação de modelos de estimativa de demanda;

Fretamento contínuo – é o serviço prestado a pessoas jurídicas para o transporte de seus empregados, bem assim a instituições de ensino e agremiações estudantis para o transporte de seus alunos, professores ou associados, estas últimas desde que legalmente constituídas, com prazo de duração máxima de doze meses e quantidade de viagens estabelecidas, com contrato escrito entre a transportadora e seu cliente, previamente analisado e autorizado pelo órgão responsável pela autorização (a ANTT, no caso de ligações interestaduais e internacionais);

Fretamento eventual ou turístico – é o serviço prestado a pessoa ou um grupo de pessoas, em circuito fechado, com emissão de Nota Fiscal e lista das pessoas que estão sendo transportadas, por viagem, com prévia autorização (esta, uma delegação ocasional, por prazo limitado ou viagem certa) ou licença do órgão responsável pela autorização (ANTT ou órgão a ela conveniado, no caso de ligações interestaduais e internacionais);

Itinerário – percurso a ser utilizado na execução do serviço, regular ou não regular, podendo ser definido por código de rodovias, nomes de localidades ou pontos geográficos conhecidos;

Ligação inter-regional – é aquela em que os terminais se encontram em diferentes regiões geográficas do país;

Ligação regional – é aquela em que os terminais se encontram em uma mesma região geográfica do país;

Linha – serviços de transporte coletivo de passageiros executado em uma ligação de dois pontos terminais, nela incluído secionamentos e as alterações operacionais efetivadas, aberto ao público em geral, de natureza regular e permanente, com itinerário definido no ato de sua outorga;

Macro-região: é aquela caracterizada por um conjunto de de ligações inter-regionais;

Mercado secundário ou subsidiário – núcleo de população, local ou regional, que apresenta pequeno potencial de geração de demanda de transporte, incapaz, por si só, de viabilizar economicamente a implantação de linha nova;

Mercado – núcleo de população, local ou regional, onde há potencial de passageiros capaz de gerar demanda suficiente para exploração econômica de uma linha;

Micro-ônibus: espécie de veículo automotor de transporte coletivo, com capacidade até 20 passageiros sentados, não admitidono transporte de linhas regulares ou serviços especiais de transporte;

Ônibus – espécie de veículo automotor de transporte coletivo, com capacidade para mais de 20 passageiros sentados, ainda que, em virtude de adaptações com vista a maior comodidade destes, transporte número menor;

Parâmetros de produtividade e qualidade – dados pré-fixados que definem padrões de eficiência e qualidade do serviço a ser prestado na linha;

Percurso – seqüência de trechos e acessos entre duas localidades definidas;

Ponto de apoio – local destinado a reparos, manutenção e socorro de veículos em viagem e atendimento à tripulação, e que integra a logística dos serviços regulares;

Ponto de parada – local de parada obrigatória, ao longo do itinerário, de forma a assegurar, no curso da viagem e no tempo devido, alimentação, conforto e descanso aos passageiros e às tripulações dos ônibus, e que integra a logística dos serviços regulares;

Seção – serviço realizado em trecho de itinerário da linha, com fracionamento do preço de passagem;

Serviço adequado – é o que satisfaz as condições de pontualidade, regularidade, continuidade, segurança, eficiência, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade nas tarifas;

Serviço autônomo – é aquele cujo estudo de mercado indica que o atendimento das localidades deverá ser efetuado através de linha e não como seção;

Serviço de transporte rodoviário interestadual de passageiros – o que transpõe os limites de Estado, do Distrito Federal ou de Território;

Serviço de transporte rodoviário internacional de passageiros – o que transpõe as fronteiras nacionais;

Serviço diferenciado – é aquele executado no itinerário da linha, empregando equipamento de características especiais, para atendimento a demandas específicas, com tarifa compatível com o serviço executado;

Serviço – é toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse público;

Serviços acessórios – são os que correspondem ao transporte de malas postais e encomendas e à exploração de publicidade nos veículos;

Serviços especiais – são aqueles delegados mediante autorização que correspondem ao transporte rodoviário interestadual ou internacional em circuito fechado, no regime de fretamento, e ao internacional em período de temporada turística;

Significância estatística – é a probabilidade de que um parâmetro esteja situado dentro de um intervalo definido a partir de uma amostra estatística;

Sistema de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros – o conjunto representado pelas transportadoras, instalações e serviços pertinentes ao transporte interestadual e internacional de passageiros;

Tarifa – é o preço fixado para os serviços, por passageiro, compatível com a extensão do percurso efetuado;

Terminal rodoviário de passageiros – local público ou privado, aberto ao público em geral, e dotado de serviços e facilidades necessárias aos embarques e desembarques de passageiros;

Transportadora – é toda permissionária ou autorizatária de serviços delegados;

Transporte rodoviário de passageiros sob regime de fretamento - é o serviço realizado em âmbito interestadual ou internacional, para os deslocamentos de pessoas, em circuito fechado, para o fim de realização de excursões e outras programações sem que tenha qualquer característica de transporte regular de passageiros.

Outros Conceitos:

O Turismo, para os fins a que se propõe o presente trabalho, interessa defini-lo em relação, principalmente, aos desdefini-locamentos de pessoas dentro do território nacional, e desta forma, assume-se a definição que a Organização Mundial de Turismo estabeleceu para o turismo nacional (ou turismo interno):

Turismo nacional: “toda pessoa, qualquer que seja a sua nacionalidade, que reside em um país e que se translada a um lugar situado nesse mesmo país, diferente daquele onde tem sua residência habitual, por uma duração de pelo menos 24 horas ou por um pernoite, e por motivos diferentes do de se exercer uma profissão remunerada no lugar visitado”.

Motivos da viagem: podem se agrupar em:

(i) tempo livre, lazer, férias, esporte; ou,

(ii) negócios, família, missão, reuniões, congressos, saúde, estudo, religião.

Embora adequada para orientação do estudo, adotar-se integralmente tal conceituação da OMT significaria admitir que não existe turismo interno em período inferior ao de 24 horas, ou quando não haja um pernoite, o que deixaria de fora um número muito grande de deslocamentos genuinamente turísticos - como aqueles entre cidades muito próximas umas das outras e com forte apelo turístico (entre uma localidade central e estâncias serranas, balneários litorâneos ou hotéis-fazenda para turistas diaristas, por exemplo). Dessa forma, naquela conceituação da OMT, no lugar de “... por uma duração de 24 horas ou por um pernoite...” poder-se-ia escrever

“... por uma duração de pelo menos 6 (seis) horas consecutivas no local de destino, necessariamente no intervalo do horário comercial, ...”, uma vez que é comum, no Brasil, o deslocamento entre origem e destino, para aquelas motivações turísticas – (i) e (ii) acima -, com a estada no destino coincidindo com o horário em que o comércio e serviços (mínimo de 6 horas contínuas) se encontram abertos para o público – como ocorre, por exemplo, com a categoria de “sacoleiros”.

Seguindo-se a trilha do Professor Arbache, que considera o transporte rodoviário interestadual como o mais representativo do fenômeno do transporte com fins turísticos, seria mais conveniente, então, para o estudo pretendido que a caracterização do transporte turístico se fizesse não pelo prazo de estada do indivíduo no destino turístico, mas pela distância do deslocamento. Por este critério, a partir de uma determinada distância entre um centro emissor e outro receptor admitir-se-ia a qualificação do transporte como essencialmente turístico – e no caso inverso, isto é, o deslocamento em distância inferior a determinada quilometragem, como um transporte de característica urbana, ou seja, com maior concentração de deslocamento do tipo “casa-trabalho-casa”.

Este parâmetro já se encontra definido dentro do próprio sistema de transporte interestadual e internacional, e diz respeito às linhas semi-urbanas, assim entendidas aquelas cuja distância entre a origem e o destino da linha seja de até 75,0 km (setenta e cinco quilômetros), porém com a admissão de estender-se o benefício do tipo de transporte (que implica em redução do preço de passagem) a serviços que se estendam até 100,0 km (cem quilômetros) na área de entorno da localidade.

Com este novo parâmetro se consegue, de um lado, filtrar do conceito de viagem turística aquele movimento verificado no entorno dos grandes centros geradores de passageiros e que mais se enquadram em finalidades não-turísticas, e de outro lado, não deixar de fora os movimentos de turistas que estando baseado numa localidade, vão e voltam dentro de uma mesmo dia. Aquela definição da OMT, para os fins do presente estudo seria escrita como se segue:

Turismo doméstico: deslocamento de toda pessoa, qualquer que seja a sua nacionalidade, que reside em um país e que se translada a um lugar situado nesse mesmo país, diferente daquele onde tem sua residência habitual, em que se percorre uma distância, em cada sentido, não inferior a 100,0 km, por motivos diferentes do de se exercer uma profissão remunerada no lugar visitado”.

Guilherme Lohmann Palhares, em sua obra Transportes Turísticos (Aleph;

2002) destaca que “... nem toda viagem é um meio de deslocamento turístico. O trânsito de pessoas em transportes públicos dentro de seus espaços habituais de convívio (trabalho, escola, compras, etc), viagens a estudo e a trabalho, ainda que em lugares não habituais – como imigrantes, diplomatas, militares em missões – não são considerados como turismo. A fim de quantificarem as atividades turísticas, alguns países também definem distâncias mínimas a serem percorridas para que um determinado deslocamento seja considerado como turístico. ... o Statistics New Zealand considerou uma distância mínima de 40 quilômetros a partir da residência do viajante para distingui-la como uma viagem turística. No Canadá, para caracterizar uma viagem turística é preciso um deslocamento em um raio superior a 80 km da residência do viajante”.

Acrescenta ainda esse especialista, “... se faz mister definir o viajante como qualquer pessoa que se desloca de um ponto A para um ponto B, quer seja este deslocamento temporário ou permanente. Neste universo de viajantes, existe um subgrupo de visitantes, dividido em duas categorias: os turistas (visitantes que pernoitam no local visitado) e os excursionistas (visitantes que não pernoitam no local visitado (em que se incluem os passageiros de cruzeiros)”

Pode-se afirmar, com base nessas observações – muito a propósito, aliás – que devem ser descartados da categoria de turistas (1) aqueles que viajam dentro de seus espaços habituais de convívio, por força de sua ocupação laboral, por motivo de estudo, tratamento de saúde, freqüência a cultos, etc; (2) aqueles que viajam para fora de seu local de residência, com o propósito de executar um trabalho que é continuidade daquele que é realizado na âmbito de suas residências; (3) aqueles que viajam com o propósito de transferência de seu domicílio; (4) aqueles que viajam com o propósito de estudar no local de destino; (5) aqueles que viajam com o propósito de realizar tratamento de saúde no local de destino, por força de determinação médica; (6) os passageiros em trânsito, quando obrigados, por motivo de força maior, a pernoitarem em localidade diferente da de seu destino; (7) aqueles que são refugiados; (8) os militares em missão; e, (9) os nômades. De todos estes, apenas os identificados em (1), (2) e (4) podem ser detectados no transporte rodoviário, e descartados do estudo.

Como se vai trabalhar com localidades e centros turísticos, interessa definir o que sejam essas localidades, as categorias de centros turísticos e o conceito sobre turismo sustentável.

Localidades Centrais - a teoria a qual considera o conjunto de centros de uma região ou país – cidades, vilas, etc – em seu papel de distribuição varejista e de prestação de serviços para uma população residente (essas localidades centrais são os pólos de geração de demanda turística).

Centros Turísticos - as localidades que são destinos que tem atração(ções) turística(s), naturais ou não (toda e qualquer atração que seja classificada como centro de compra, centro de eventos – aqueles que se destacam, por suas festas populares e folclóricas, peregrinações religiosas, festivais de gastronomia, competições esportivas, parques temáticos etc - ou centros ecológicos – onde se localizam os parques nacionais, estaduais, naturais e reservas biológicas, com estrutura de visitação), e com reconhecido valor, o qual é atribuído pelo mercado, como pólos de atração de turistas

Turismo sustentável – aquele que atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia oportunidades para o futuro, sendo um indutor ao gerenciamento de todos os recursos de tal forma que as necessidades econômicas, sociais e estéticas possam ser satisfeitas sem desprezar a manutenção da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas que garantem a vida.