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3 A importância dos espaços verdes públicos urbanos

8.1 Gráficos de análise das árvores

Gráfico 1- Número de árvores por estação em relação à posição que ocupam

Relativamente à posição das árvores por estação e por espécie (gráficos 1 e 2), pode concluir-se que as diferentes tipologias de espaços verdes condicionam a manutenção das espécies plantadas. As zonas de enquadramento são aquelas onde podemos encontrar uma maior variedade de espécies, por serem zonas onde as condicionantes são menores. Nas zonas reservadas a estacionamentos encontram-se espécies de folha caduca como a Liriodendron

tulipifera “fastigiata” (Lt) e a Acer negundo (An). Ao longo da linha as espécies que aparecem

com maior frequência são espécies de folha persistente como a Casuarina equisetifolia (Ce) e a Pinus Pinea (Pp). Junto aos edifícios como é o caso da Avenida da República no centro de Matosinhos, a espécie escolhida é a Fraxinus angustifolia (Fa). Pela leitura de ambos os gráficos, pode concluir-se que as várias tipologias de zonas verdes exigem diferentes cuidados e acções ao nível da manutenção quer devido ao número de árvores presentes, quer devido às características próprias de cada espécie e local tendo em conta as suas características. Um exemplo desta situação, são as zonas verdes ao longo da linha, junto a edifícios, ou locais de estacionamento, onde a frequência de algumas das operações de manutenção, sobretudo a poda deverão ser mais frequentes para evitar que o normal crescimento da vegetação interfira

com a circulação de pessoas, ou bens, assim como evitar que os ramos das árvores atinjam as catenárias da linha do metro.

Gráfico 2 - Número de árvores por espécie em relação à posição que ocupam

O gráfico abaixo apresentado, faz referência à posição das raízes das árvores analisadas por estação. A análise deste gráfico surge no seguimento do gráfico nº1 ou seja o posicionamento das árvores ou raízes em terreno livre ou zonas de enquadramento, representam as maiores parcelas dos espaços verdes. As árvores inseridas em caldeiras têm menor expressão relativamente ao posicionamento em terreno livre, mas claramente em maior número do que as situadas em trincheira. De salientar que a presença de árvores em caldeira está geralmente associada à requalificação de arruamentos, e é mais frequente em estações como Botica, Senhora da Hora ou Matosinhos Sul, sendo também verificada nos estacionamentos mas em quantidade inferior.

Gráfico 3 - Número de árvores por estação em relação à posição das raízes

A posição das raízes das diferentes espécies está intimamente ligada à tipologia onde estão inseridas, ou seja no terreno livre a variedade e o número de espécies é maior. Quando analisamos as espécies inseridas em caldeira ou em trincheira a variedade e o número de espécies é menor. Em caldeira as espécies que se destacam são a Liriodendron tulipifera

“Fastigiata” (Lt), a Fraxinus angustifolia (Fa) e a Acer negundo (An). As situações em que as

árvores se encontram em trincheira estão na maioria ligadas a espécies inseridas ao longo da linha como é o caso da Casuarina equisetifolia (Ce). Da análise à posição das raízes por estação e por espécie percebemos que o número de árvores inseridas em terreno é superior aquelas que se encontram em caldeira sendo mais do triplo das situadas em trincheira. As conclusões que podemos tirar destes gráficos relativamente à posição das raízes encontraram-se associadas aos anteriores, ou seja zonas de trincheira são geralmente zonas ao longo da linha, zonas de caldeira estão associadas a estacionamentos e locais junto a edifícios, e zonas de terreno livre correspondem às zonas de enquadramento. Em termos de manutenção os cuidados a ter prendem-se com aspectos relacionados com compactação do solo, deficit hídrico, encharcamentos e, estando as plantas em espaço urbano contaminação com águas poluídas por

drenagem hídrica. Geralmente as árvores situadas em caldeiras estão mais sujeitas a este tipo de problemas.

Gráfico 4 - Número de árvores por espécie em relação à posição das raízes

O gráfico 5 dá-nos uma descrição da posição relativa das árvores em cada uma das estações em relação à forma da copa. Analisando o mesmo pode concluir-se que a maioria das espécies avaliadas, apresentam uma formação da copa simétrica. Dos 318 exemplares avaliados 303 apresentam uma formação da copa simétrica, 12 formação assimétrica e 3 com formação irregular.

Gráfico 5 - Número de árvores por estação em relação à formação da copa dominante

O gráfico seguinte tem como objectivo avaliar a formação da copa, contrapondo desta forma a simetria das copas, com a totalidade das espécies em estudo. Resultou ainda, que o único aspecto a realçar é o facto de a espécie Prunus avium “Plena” (Pr) ser aquela onde a assimetria da copa mais se destaca, ainda que na maioria dos seus exemplares a formação seja simétrica. As espécies Prunus avium “Plena” (Pr) são mais frequentes em zonas ao longo da linha e em caldeiras junto a passeios e estacionamentos como é o caso da estação Parque de Real. Este factor é indicativo de que esta é uma espécie que se encontra sujeita a operações de poda mais frequentes relativamente a outras que se encontrem posicionadas em zonas de enquadramento. Verificou-se no entanto algumas situações de podas mal executadas.

Gráfico 6 - Número de árvores por espécie em relação à formação da copa dominante

As conclusões relativas à descoloração da folhagem são inequívocas. Em 318 espécies analisadas apenas duas apresentavam descoloração da folhagem. Esta situação ocorreu num exemplar na estação de Botica e outro na estação de Araújo, ambos por motivo de doença. As operações a realizar nestes casos devem passar pela remoção dos exemplares.

geralmente associado a doenças ou morte, o que nos leva a concluir que a maioria das árvores analisadas apresenta um bom estado fitossanitário.

Gráfico 8 - Número de árvores por espécie que apresentam descoloração da folhagem

O gráfico abaixo pretende avaliar sintomas de doenças das espécies em estudo, em relação a cada estação. Os dados obtidos mostram que é no troço entre a estação Vasco da Gama e a estação Estádio do Mar (Vasco da Gama A e B) que se verificou a presença de 8 espécies com sintomas de doenças. Para além desta situação mais expressiva não se observou mais nenhum caso digno de registo.

Gráfico 9 - Número de árvores por estação que apresentam sintomas de doenças

Os resultados obtidos revelam que a maioria das espécies não apresenta sintomas de doenças. De referir apenas o facto de em 7 exemplares analisados da espécie Melia azedarach (Ma), 5 se encontrarem com sintomas de doenças. Esta situação detectou-se no troço entre a estação de Vasco da Gama e Estádio do Mar.

Quanto à manutenção podemos mais uma vez estipular relações com os outros parâmetros de avaliação, que nos indicam o porquê da existência de alguns exemplares com sintomas de doenças. Das 7 Melia azedarach (Ma), avaliadas, apenas uma beneficiou de poda bem executada. Esta relação ganha mais força quando se analisa o gráfico respectivo à existência de cavidades, que nos mostra que 6 das Melia azedarach (Ma) revelam a existência de cavidades. A avaliação da existência de feridas nos ramos, mostra que 4 exemplares sofrem deste problemas, e as razões para a ocorrência dos mesmos são as podas.

Gráfico 10 - Número de árvores por espécie que apresentam sintomas de doenças

Relativamente à existência de feridas na base do tronco, os resultados mostram que este é um ponto onde existem alguns problemas a nível da manutenção. Dos 318 exemplares analisados 68 apresentavam feridas no colo, o que é um dado significativo no universo da amostra dado a percentagem de ocorrência ser de 21,4%. As estações em que esta situação é mais expressiva são as de Custió, Pias, Custóias e Botica.

Da análise do gráfico conclui-se que as espécies mais afectadas por feridas no colo da árvore são a Acer pseudoplatanus (Ap), a Liquidambar styraciflua (Ls), a Prunus avium “Plena” (Pr), e a

Sorbus acuparia (Sa).

Gráfico 12 - Número de árvores por espécie que apresentam o colo da árvore com feridas

A ocorrência de feridas no colo da árvore é um problema que resulta de acções de manutenção e que se observou regularmente na maioria das estações analisadas. Este problema resulta do facto de o corte das sementeiras de relvados e prados, ser executado muito próximo da base do tronco das árvores, causando-lhe feridas. Esta situação pode-se explicar pela razão de a árvore não estar protegida durante as operações de manutenção, pela falta de cuidado durante a operação de corte por parte dos técnicos, pelo uso de máquinas não apropriadas para o corte de sementeiras junto às árvores, e por não serem definidas caldeiras (áreas sem revestimento herbáceo na envolvente imediata do tronco da árvore).

Gráfico 13 - Razões para a ocorrência de feridas no colo da árvore

Um aspecto interessante de analisar é o cruzamento de dados entre a existência de feridas colo da árvore e a localização das raízes. A análise dos resultados mostra que dos 68 indivíduos com feridas 61 encontram-se inseridos em terreno livre (enquadramento, trincheira) o que reforça a ideia de que o corte das sementeiras está a ser realizado muito próximo do colo das árvores provocando-lhes assim feridas. Das restantes 7 árvores que apresentam feridas, 5 encontram-se inseridas em caldeiras e 2 em trincheiras junto a zonas de estacionamentos. Nos casos em que as árvores se encontravam em caldeiras, a ocorrência de feridas é justificada pelos danos provocados por choque mecânico com automóveis e foram situações pontuais.

Gráfico 14 - Relação entre a ocorrência de feridas no colo da árvore e a localização das raízes

No total dos 318 exemplares analisados, verificou-se que em 235, (74% do valor total da amostra) a poda foi executada. Os restantes não apresentavam características ou sintomas que nos permitissem afirmar o mesmo. Os casos em que a poda não foi executada variam de estação para estação, conforme o número de espécies analisados, não havendo assim nenhuma estação ou espécie em que este parâmetro se destaque.

Dos 83 exemplares que não foram sujeitos a operações de poda, as espécies que mais se destacam são a Cupressus sempervirens “Sempervirens” (Css), e a Liquidambar styraciflua (Ls). Esta conclusão pode ser explicada no caso da Cupressus sempervirens “Sempervirens” (Css), por ser uma espécie com um crescimento vertical bem definido, não necessitando por isso de podas para o controlo do seu crescimento nesta fase ainda jovem. No caso da Liquidambar

styraciflua (Ls), a justificação de não apresentarem podas, pode ser dada pelo facto de esta

espécie se encontrar posicionada na sua maioria em zonas de enquadramento, o que permite uma maior liberdade do seu normal desenvolvimento.

Gráfico 16 - Número de árvores por espécie que apresentam a poda executada

Dos 235 exemplares em que a poda foi executada, verificou-se que em 160 a poda foi bem executada, e que em 75 tal não aconteceu. Há um dado neste gráfico que chama à atenção, que é na estação de Matosinhos Sul, para ser mais concreto, na Avenida da República em Matosinhos. Este troço tem a particularidade de todas as árvores se encontrarem em caldeira no passeio, junto à estrada e edifícios, o que são factores limitantes ao seu normal desenvolvimento. Este aspecto pode condicionar os critérios utilizados para a execução da poda, pois geralmente estas tipologias exigem que as podas sejam executadas com maior frequência, para que as árvores não perturbem a circulação pedonal e rodoviária e com isso originar alguns prejuízos de bens.

Gráfico 17 - Número de árvores por estação que apresentam a poda bem executada

Os resultados verificados demonstram que na maioria das espécies podadas, esta operação foi bem executada. Das espécies que foram sujeitas a podas mal executadas, aquelas que mais se destacam são a Fraxinus angustifolia (Fa), a Melia azedarach (Ma) a Acer pseudoplatanus (Ap), e a Jacaranda mimosifolia (Jm), por isso face aos exemplares analisados, o número de espécies mal podadas, sobrepõem-se às espécies bem podadas, o que pode indicar desconhecimento por parte dos técnicos, de como podar estas espécies. Existem também outras variedades que apresentam uma percentagem elevada de exemplares mal podadas, como é o caso doa Prunus

avium “Plena” (Pr), ou da Populus nigra “Italica” (Pni), ainda que o número de casos em que esta

Gráfico 18 - Número de árvores por espécie que apresentam a poda bem executada

As fichas de avaliação do estado de conservação previam para além da poda de formação e manutenção, a poda de rejuvenescimento, mas nos 235 exemplares sujeitos à poda analisados, nenhum apresentava características que se enquadrassem nessa classe de poda. Neste parâmetro verificou-se um equilíbrio entre o tipo de poda aplicado, sendo o número de exemplares sujeitos à poda de formação de 123, e os restantes 112 foram submetidos a podas de manutenção. É também de realçar que a avaliação deste parâmetro possa suscitar alguma dúvida ou discussão, por ser extremamente difícil avaliar em alguns dos casos qual o tipo de poda executada, através de uma análise visual, deste modo salvaguarda-se algum erro que possa ter acontecido em alguns dos exemplares analisados. Em alguns dos casos para além da avaliação feita no terreno, recorreu-se a fotografias para uma posterior análise mais cuidada de modo a tornar a investigação mais credível.

Gráfico 19 - Número de árvores por estação em relação tipo de poda

A informação obtida no gráfico seguinte, dá-nos uma ideia de como varia o tipo de poda executado tendo em conta as diferentes espécies. Existem algumas em que se verifica apenas um tipo de poda seja ela de formação ou manutenção, como a Melia azedarach (Ma), a Acer

pseudoplatanus (Ap), a Sorbus acuparia (Sa) e a Liriodendron tulipifera “Fastigiata” (Lt). Em

relação à manutenção e após o cruzamento de dados, entre o parâmetro da poda bem executada ou não e o tipo de poda executada não existem dados que nos permitam criar uma relação de causa efeito, que nos possa indicar se os problemas relativos à poda mal executada, são exclusivos ao facto de esta ser de formação ou de manutenção. Esta relação pode ser comprovada ao analisarmos exemplos de espécies com podas mal executadas como é o caso

Acer pseudoplatanus (Ap) Jacaranda mimosifolia (Jm), em que estas foram sujeitas

exclusivamente a podas de formação, com as espécies Populus nigra “Italica” (Pni), Melia

azedarach (Ma), que foram na sua maioria sujeitas a podas de formação. Assim sendo as podas

mal executadas, nada têm a ver com o facto de estas serem de formação ou manutenção. Este aspecto acima referido revela uma relação directa entre as podas mal executas com as espécies podadas.

Gráfico 20 - Número de árvores por espécie em relação tipo de poda

Com o parâmetro de análise seguinte pretende-se avaliar a existência de árvores com cavidades por estação. Da análise ao gráfico destaca-se a estação de Matosinhos Sul. A existência de cavidades encontra-se intimamente ligada à execução de podas. Esta justifica-se pelo motivo de apenas terem sido encontradas cavidades nas espécies que foram sujeitas a operações de poda. O facto da estação de Matosinhos Sul se destacar em relação às outras, deve-se à existência de um elevado número de exemplares onde a poda não foi bem executada, no troço entre estação Câmara de Matosinhos e Matosinhos Sul. Este aspecto tal como o referido, pode ter a ver com as condicionantes associadas a este local que são únicas relativamente à área em estudo.

Gráfico 21 - Número de árvores por estação em relação à existência de cavidades

Analisando o gráfico 22, a espécie em que se verificou um maior número de árvores com cavidades foi a Fraxinus angustifolia (Fa). Existem outras que apresentam o mesmo problema como a Jacaranda mimosifolia (Jm), a Prunus avium “Plena” (Pr) e a Melia azedarach (Ma). O motivo destas ocorrências como já foi referido está intimamente ligado com as operações de poda.

As estações onde ocorreram mais problemas ao nível da existência de feridas nos ramos, foi na estação de Custió, seguida pela estação de Verdes e o troço entre a estação Vasco da Gama e a estação Estádio do Mar (sector A e B).

Gráfico 23 - Número de árvores por estação em relação à existência de feridas nos ramos

Pela análise do gráfico seguinte conclui-se que a ocorrência de feridas não está apenas relacionada com a poda, como acontecia no caso da existência de cavidades, mas que a poda é o principal factor para a ocorrência de feridas nos ramos, não sendo o único, como se verifica na estação de Botica, onde a única causa para existência de feridas registada foi o vandalismo.

Em relação à existência de tutoragem verificou-se que 61,3% das espécies não apresentavam tutoragem, o que corresponde a um valor de 195 árvores. Pode-se também concluir que é nas estações da Linha A (Senhora da Hora / Senhor de Matosinhos), que esta situação é mais frequente, o que se deve provavelmente ao facto de ser um dos troços mais antigos do Metro encontrando-se as áreas estabilizadas.

Gráfico 25 - Número de árvores por estação em relação à existência de tutoragem

As espécies Cupressus sempervirens “Sempervirens” (Css), e Liriodendron tulipifera “Fastigiata” (Lt), são aquelas onde a tutoragem se encontra presente de modo mais frequente. Isto deve-se ao facto de serem espécies cujo crescimento em altura é considerável e, como tal, necessitam de tutores para que o seu desenvolvimento seja feito de modo a que a árvore apresente uma boa formação da copa e fuste.

Gráfico 26 - Número de árvores por espécie em relação à existência de tutoragem

O estudo do parâmetro seguinte consistiu em avaliar se a tutoragem é adequada e se está a ser bem executada. A conclusão a que se chegou foi que em 82% dos casos numa amostragem de cem árvores, a tutoragem era adequada às necessidades das árvores. A estação de Custió foi aquela onde se verificaram mais casos em que a tutoragem aplicada não se revelava adequada.

Gráfico 27 - Número de árvores por estação em relação à existência de tutoragem adequada

Referindo-me à relação entre as espécies e tutoragem aplicada, verifica-se que as espécies que mais se destacam por não terem uma tutoragem adequada são a Cupressus sempervirens

“Sempervirens” (Css), e a Prunus avium “Plena” (Pr). Nos casos em que esta não era adequada,

tratava-se de situações onde a tutoragem já deveria ter sido retirada dado que as árvores já apresentavam um porte onde a tutoragem já não se justificava. Esta situação em alguns casos provoca feridas no tronco o que pode vir a afectar o normal desenvolvimento da árvore. Assim sendo, a tutoragem em vez de beneficiar a árvore no seu crescimento, prejudica-a.

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