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Metro do Porto: planos de manutenção nas diferentes tipologias de espaço verde público urbano

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

MESTRADO EM ARQUITECTURA PAISAGISTA

METRO DO PORTO

PLANOS DE MANUTENÇÃO NAS DIFERENTES TIPOLOGIAS

DE ESPAÇO VERDE PÚBLICO URBANO

CARLOS MANUEL MAIA DA ROCHA FERREIRA

Orientador – Arquitecta Laura Roldão Costa

Vila Real

2012

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

MESTRADO EM ARQUITECTURA PAISAGISTA

METRO DO PORTO

PLANOS DE MANUTENÇÃO NAS DIFERENTES TIPOLOGIAS

DE ESPAÇO VERDE PÚBLICO URBANO

CARLOS MANUEL MAIA DA ROCHA FERREIRA

Relatório orientado por:

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Agradecimentos

O relatório que se apresenta reúne os contributos de várias pessoas, sem as quais não teria sido possível a sua redacção. Assim aproveito para agradecer a todos aqueles que me acompanharam e contribuíram com o seu conhecimento cientifico e ou dedicação pessoal para a realização deste trabalho, não podendo contudo muitas deles aqui referir.

À Arquitecta Laura Roldão Costa, pela forma como orientou o meu trabalho, pelo rigor e espírito crítico que sempre demonstrou, mas particularmente pelo seu incentivo, disponibilidade e confiança, especialmente nos momentos mais difíceis, que me fez acreditar no sucesso desta dissertação. O seu empenho, experiência e conhecimento científico foram fundamentais para que o trabalho que aqui hoje se apresenta seja actual e de importância prática incontestável, para além do seu interesse académico.

Aos professores Luís Martins e Nuno Moreira pela disponibilidade revelada ao longo do relatório, e pelas criticas e sugestões oportunas, que me orientaram na sua realização.

À Professora Doutora Maria João, pela disponibilidade manifestada e pelo apoio demonstrado no tratamento e cruzamento dos dados estatísticos, o que em muito contribui para elaboração do trabalho.

À Metro do Porto S.A, Câmara Municipal da Maia e Câmara Municipal de Matosinhos pelos dados fornecidos, fundamentais na realização deste relatório.

Aos meus amigos que me acompanharam durante toda a minha vida académica especialmente ao Rui, pelo incentivo recebido ao longo destes anos, pelo companheirismo demonstrado e por toda a ajuda prestada.

À Alexandra pela força, optimismo, carinho e amor no decorrer da realização deste trabalho. Um agradecimento especial aos meus pais e irmão, que perante as dificuldades da vida me educaram e incentivaram a ser melhor. Este trabalho é vosso!

O meu profundo e sentido agradecimento a todas as pessoas que contribuíram na realização deste relatório, estimulando-me intelectual e emocionalmente.

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Resumo

A presente dissertação tem como objectivo desenvolver alguns conceitos relacionados com a manutenção de espaços verdes públicos urbanos e a apresentação de uma proposta de Planos de Manutenção para os espaços verdes do Metro do Porto, e com isso contribuir para a melhoria da qualidade das zonas verdes ao longo dos anos, bem como o grau de satisfação dos seus utilizadores.

Desta forma foi realizada uma revisão bibliográfica da história e evolução dos modelos urbanísticos que integravam os espaços verdes. O rápido crescimento da população nas cidades, e a evolução das sociedades, veio reforçar a importância da presença de vegetação no meio urbano. Neste sentido foram ainda identificadas as principais funções da vegetação nas cidades e os benefícios que dela advêm. Em seguida, foram analisados os efeitos das condições edaficoclimáticas nas operações de manutenção, e descritas as principais tarefas a realizar, para as diferentes tipologias de vegetação estudadas.

Posteriormente foi realizada uma caracterização e localização da área em estudo e da vegetação avaliada. O passo seguinte foi a síntese e tratamento da informação obtida através das fichas de avaliação do estado de conservação realizadas nas estações em estudo, e assim perceber de que forma está a ser realizada a manutenção, e quais os aspectos que podem ser melhorados.

Após serem identificados os principais problemas, foi elaborada e apresentada uma proposta que prevê a execução de um Plano de Manutenção para cada uma das linhas. Através deste documento pretende-se explorar e optimizar a ligação dos projectistas e equipas de manutenção responsáveis a partir de uma expressão gráfica dos planos mais explícita e intuitiva. Esta colaboração multidisciplinar é essencial, pois só desta forma se consegue ter mais e melhores espaços verdes, em bom estado sanitário e com elevado valor ornamental.

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Abstract

This dissertation aims to develop some concepts related to the maintenance of urban green spaces and public presentation of a proposed Maintenance Plan for the green spaces of Metro do Porto, with that contribute to improving the quality of green areas along the years, and the level of satisfaction of its users.

This way was carried out a literature review of the history and evolution of urban models that integrated green spaces. The rapid growth of population in cities, and the evolution of societies, reinforced the importance of the presence of vegetation in urban areas. In this sense were also identified the main functions of vegetation in cities and the benefits that come from it. Next, we analyzed the effects of soil and climate conditions in maintenance, and described the main tasks to be performed for the different types of vegetation studied.

Later a characterization and location of the study area and vegetation evaluated. The next step was the synthesis and processing of information obtained through the evaluation forms of conservation status in a study conducted at the stations, and so to understand how it is being done to maintain and which aspects could be improved.

After they identified the main problems has been prepared and submitted a proposal that

provides for the execution of a Maintenance Plan for each of the lines. Through this document we intend to explore and optimize the binding of designers and maintenance teams responsible from a graphic expression of the plans more explicit and intuitive. This multidisciplinary collaboration is essential because only in this way if you can have more and better green spaces, in good health and with high ornamental value.

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Índice Geral Capitulo I ... 22 1 Introdução ... 22 1.1 Importância do tema ... 23 1.2 Objectivos ... 23 2 Metodologia ... 24

2.1 Definição do método de investigação ... 24

2.2 Diagrama da Metodologia ... 26

2.3 População / Amostra ... 27

2.4 Métodos utilizados para a obtenção de dados ... 28

2.5 Instrumentos de recolha de dados ... 29

2.6 Procedimento para a recolha de dados ... 30

2.7 Tratamento e análise de dados ... 31

2.8 Proposta ... 32

Capitulo II ... 33

3 A importância dos espaços verdes públicos urbanos ... 33

3.1 Modelos urbanísticos que integravam espaços verdes ... 38

3.2 Importância da estrutura verde urbana ... 40

3.3 Corredores verdes ... 41

4 A função da vegetação em espaço urbano ... 43

4.1 Melhoria da qualidade do ar ... 43

4.2 Regularização microclimática ... 45

4.3 Redução e controlo da erosão hídrica e eólica ... 46

4.4 Função estética e de enquadramento ... 49

4.5 Sequestro de Carbono... 50

Capitulo III ... 51

5 Efeito das condições edaficoclimáticas na manutenção ... 51

5.1 Clima ... 51

5.2 Solo ... 51

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5.7 Radiação solar ... 55

6 Manutenção dos espaços verdes no corredor verde do Metro do Porto ... 57

6.1 Operações de manutenção a realizar nos relvados... 58

6.1.1 Corte ... 58 6.1.2 Escarificação / Arejamento ... 61 6.1.3 Fertilização e adubação ... 61 6.1.4 Tratamentos fitossanitários ... 63 6.1.5 Mondas ... 65 6.1.6 Rega ... 65

6.2 Operações de manutenção a realizar nos prados de regadio ... 66

6.3 Operações de manutenção a realizar nos prados de sequeiro ... 66

6.4 Operações de manutenção a realizar nas árvores ... 67

6.4.1 Poda ... 67

6.4.2 Poda de formação ... 67

6.4.3 Podas de manutenção ou conformação da copa ... 68

6.4.4 Poda de arejamento da copa ... 69

6.4.5 Poda de elevação da copa ... 69

6.4.6 Poda de rebaixamento da copa... 70

6.4.7 Poda de rejuvenescimento ... 71

6.4.8 Poda sanitária ... 71

6.4.9 Corte dos ramos ... 71

6.4.10 Ferramentas de corte ... 72 6.4.11 Épocas de Poda ... 73 6.4.12 Fertilização ... 73 6.4.13 Compactação ... 74 6.4.14 Tratamentos Fitossanitários ... 74 6.4.15 Mondas ... 74 6.4.16 Retanchas ... 74 6.4.17 Tutoragem ... 75 6.4.18 Rega ... 75 Capitulo IV ... 76

7 Caso de estudo – Metro do Porto ... 76

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7.2 Importância do Metro na Área Metropolitana do Porto ... 77

7.3 Área Metropolitana do Porto ... 79

7.4 Caracterização da área em estudo ... 80

7.5 Objectivos da Proposta de Integração Paisagística ... 81

7.6 Desenho conceptual na manutenção ... 82

7.7 Caracterização da Vegetação ... 83

8 Avaliação das fichas relativas ao estado de conservação ... 86

8.1 Gráficos de análise das árvores ... 87

8.2 Gráficos de análise das sementeiras ... 108

8.3 Conclusões gerais relativas às árvores ... 113

8.4 Gráficos de análise dos inquéritos ... 118

8.5 Síntese da análise dos inquéritos ... 123

Capitulo V ... 124

9 Conclusões finais ... 124

10 Proposta ... 126

10.1- Caracterização da manutenção para as diferentes tipologias de vegetação ... 128

10.2 Planos de Manutenção ... 134

Referências Bibliográficas ... 145

Anexos ... 151

11 Tabelas de síntese da avaliação da manutenção por estação tendo em consideração o estado das árvores e sementeiras ... 151

11.1.1 Linha E | Senhora da Hora / Aeroporto - Estação de Botica ... 151

11.1.2 Estação de Verdes ... 153

11.1.3Estação Fonte do Cuco ... 155

11.1.4 Estação Senhora da Hora ... 157

11.2.1 Linha E | Senhora da Hora / Senhor de Matosinhos – Estação Vasco da Gama (A) ... 158

11.2.2 Estação Vasco da Gama (B) ... 160

11.2.3 Estação Estádio do Mar ... 162

11.2.4 Estação Pedro Hispano ... 164

(9)

11.2.9 Estação Senhor de Matosinhos ... 174

11.3.1 LINHA B | Senhora da Hora / Esposade - Estação de Esposade... 176

11.3.2 Estação de Custóias ... 178

11.4.1 LINHA B | Senhora da Hora / Custió - Estação de Custió ... 180

11.4.2 Estação de Araújo ... 182

11.4.3 Estação de Pias ... 184

12. 1 Ficha de campo relativa ao estado de conservação de árvores ... 186

12.2 Ficha de campo relativa ao estado de conservação de sementeiras ... 187

12.3 Ficha de campo relativa ao estado de conservação de sementeiras ... 188

12.4 Questionário aos utentes do espaço relativo à manutenção dos espaços verdes... 189

12.5 Mapa das Linhas do Metro do Porto ... 190

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Índice de figuras

Figura 1 - A ágora de assos. Fonte : (Martin, R. 1974) ... 35

Figura 2- Plano geral do Central Park. Fonte: (Jellicoe, Geoffrey & Susan. 1995) ... 36

Figura 3 - O bairro dos Champs Elisées, antes e depois das obras de Haussman. Fonte: (Aymonino, C. 1992) ... 36

Figura 4- Cidade de Lucca, Itália. A faixa de protecção às muralhas em redor da cidade foi transformada numa cintura verde. Fonte: (Llardent, L.R.A. 1982) ... 37

Figura 5 - Passeio Público de Lisboa, 1839. Fonte: (Litografia de Viviam, G. 1951) ... 38

Figura 6 - A Praça Nova no Porto em finais do século XIX. Fonte: (Anderson, T. 2001) ... 38

Figura 7 - Esquema da Cidade Jardim. Fonte: (Howard, E. 1898) ... 39

Figura 8 - Corredores e cinturas verdes urbanas e peri-urbanos. Adaptado de Kunik (1983). Fonte : (Sukopp, H & Werner, P. 1991). ... 42

Figura 9 - Ilustração do valor do número de partículas no ar numa rua sem arborização. Fonte: (Falcón, A. 2007) ... 44

Figura 10 - Desenho de uma ilha de calor numa área urbana. Fonte: (Akbari, H. 1992) ... 45

Figura 11 - Temperaturas no solo e atmosfera em zonas arborizadas. Fonte: (Falcón, A. 2007) 46 Figura 12 - Propagação das ondas sonoras em zonas arborizadas. Fonte: (Falcón, A. 2007) .... 47

Figura 13 - Trajectória das correntes de ar em zonas arborizadas – obstrução. Fonte: (Miller, R.W. 1997) ... 48

Figura 14 - Trajectória das correntes de ar em zonas arborizadas – deflexão. Fonte: (Miller, R.W. 1997) ... 48

Figura 15 - Trajectória das correntes de ar em zonas arborizadas – filtração. Fonte: (Miller, R.W. 1997) ... 49

Figura 16 - Trajectória das correntes de ar em zonas arborizadas – orientação. Fonte: (Miller, R.W. 1997) ... 49

Figura 17 - Cartoon relativo à manutenção. Fonte: (Cobham, R. 1990) ... 57

Figura 18 - Comprimento das folhas e raízes de um tapete de relva. Fonte: (Emmons, R. 2000)59 Figura 19 – Poda de formação da estrutura da árvore. Fonte (A, Falcon. 2007) ... 68

(11)

Figura 22 - Etapas para a realização de um corte bem executado. Fonte: Miller, R.W. (1997). .. 72 Figura 23 – Metro do Porto. Fonte (Acervo pessoal, 2010) ... 77 Figura 24 – Metro do Porto. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 78 Figura 25 – Mapa da Área Metropolitana do Porto. Fonte: (Área Metropolitana do Porto, 2011) 79 Figura 26 – Mapa das linhas do Metro do Porto. Fonte: (Metro do Porto, 2010) ... 80 Figura 27 - Mapa das linhas do Metro do Porto das estações avaliadas. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 81 Figura 28 - Fotografias da estação de Botica. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 151 Figura 29 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Botica. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 152 Figura 30 - Fotografias da estação de Verdes. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 153 Figura 31 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Verdes. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 154 Figura 32 - Fotografias da estação de Fonte do Cuco. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 155 Figura 33 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Fonte do Cuco. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 156 Figura 34 - Fotografias da estação da Senhora da Hora. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 157 Figura 35 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação da Senhora da Hora. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 157 Figura 36 - Fotografias da estação de Vasco da Gama (Sector A). Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 158 Figura 37-Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Vasco da Gama (Sector A) Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 159 Figura 38 - Fotografias da estação de Vasco da Gama (Sector B). Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 160 Figura 39 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Vasco da Gama (Sector B). Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 161 Figura 40 - Fotografias da estação de Estádio do Mar. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 162 Figura 41 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Estádio do Mar. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 163 Figura 42 - Fotografias da estação de Pedro Hispano. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 164

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Figura 43 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Pedro Hispano. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 165 Figura 44 - Fotografias da estação de Parque de Real. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 166 Figura 45 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Parque de Real. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 167 Figura 46 - Fotografias da estação da Câmara de Matosinhos. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) 168 Figura 47 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação da Câmara de Matosinhos. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 169 Figura 48 - Fotografias da estação de Matosinhos Sul. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 170 Figura 49 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Matosinhos Sul. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 171 Figura 50 - Fotografias da estação do Mercado. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 172 Figura 51 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação do Mercado. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 173 Figura 52 - Fotografias da estação de Senhor de Matosinhos. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) . 174 Figura 53 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Senhor de Matosinhos. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 175 Figura 54 - Fotografias da estação de Esposade. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 176 Figura 55 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Esposade. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 177 Figura 56 - Fotografias da estação de Custóias. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 178 Figura 57 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Custóias. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 179 Figura 58 - Fotografias da estação de Custió. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 180 Figura 59 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Custió. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 181 Figura 60 - Fotografias da estação de Araújo. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 182 Figura 61 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Araújo. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 183

(13)

Figura 63 - Fotografias de alguns dos problemas da manutenção na estação de Pias. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 185 Figura 64 – Mapa das linhas do Metro do Porto. Fonte: (Metro do Porto, 2010) ... 190 Figura 65 - Mapa das linhas do Metro do Porto das estações avaliadas. Fonte: (Acervo pessoal, 2010) ... 191

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Índice de Gráficos

Gráfico 1- Número de árvores por estação em relação à posição que ocupam ... 87

Gráfico 2 - Número de árvores por espécie em relação à posição que ocupam ... 88

Gráfico 3 - Número de árvores por estação em relação à posição das raízes ... 89

Gráfico 4 - Número de árvores por espécie em relação à posição das raízes ... 90

Gráfico 5 - Número de árvores por estação em relação à formação da copa dominante ... 91

Gráfico 6 - Número de árvores por espécie em relação à formação da copa dominante ... 92

Gráfico 7 - Número de árvores por estação que apresentam descoloração da folhagem ... 92

Gráfico 8 - Número de árvores por espécie que apresentam descoloração da folhagem... 93

Gráfico 9 - Número de árvores por estação que apresentam sintomas de doenças ... 94

Gráfico 10 - Número de árvores por espécie que apresentam sintomas de doenças ... 95

Gráfico 11 - Número de árvores por estação que apresentam o colo da árvore com feridas ... 95

Gráfico 12 - Número de árvores por espécie que apresentam o colo da árvore com feridas ... 96

Gráfico 13 - Razões para a ocorrência de feridas no colo da árvore ... 97

Gráfico 14 - Relação entre a ocorrência de feridas no colo da árvore e a localização das raízes 98 Gráfico 15 - Número de árvores por estação que apresentam a poda executada ... 98

Gráfico 16 - Número de árvores por espécie que apresentam a poda executada ... 99

Gráfico 17 - Número de árvores por estação que apresentam a poda bem executada ... 100

Gráfico 18 - Número de árvores por espécie que apresentam a poda bem executada ... 101

Gráfico 19 - Número de árvores por estação em relação tipo de poda ... 102

Gráfico 20 - Número de árvores por espécie em relação tipo de poda ... 103

Gráfico 21 - Número de árvores por estação em relação à existência de cavidades ... 104

Gráfico 22 - Número de árvores por espécie em relação à existência de cavidades ... 104

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Gráfico 26 - Número de árvores por espécie em relação à existência de tutoragem ... 107

Gráfico 27 - Número de árvores por estação em relação à existência de tutoragem adequada 107 Gráfico 28 - Número de estações onde se verificou a alteração das características estruturais da sementeira (S1) ... 108

Gráfico 29 - Número de estações onde se verificou a alteração das características estruturais da sementeira (S2) ... 109

Gráfico 30 - Número de estações onde se verificou a existência de manchas ou peladas da sementeira (S1) ... 110

Gráfico 31 - Número de estações onde se verificou a existência de manchas ou peladas da sementeira (S2) ... 110

Gráfico 32 - Número de estações onde se avaliou a uniformidade do corte da sementeira (S1) ... 111

Gráfico 33 - Número de estações onde se avaliou a uniformidade do corte da sementeira (S2) ... 111

Gráfico 34 - Número de estações onde se avaliou a remoção do resultado do corte da sementeira (S1) ... 112

Gráfico 35 - Número de estações onde se avaliou a existência de doenças na sementeira (S1) ... 112

Gráfico 36 - Número de estações onde se avaliou a existência de infestantes na sementeira (S1) ... 113

Gráfico 37 - Sexo dos inquiridos ... 118

Gráfico 38 - Idade dos inquiridos ... 119

Gráfico 39 - Frequência de utilização ... 119

Gráfico 40 - Preferência do tipo de metro ... 120

Gráfico 41 – Classificação dos espaços verdes do Metro ... 120

Gráfico 42 - Classificação da manutenção dos espaços verdes do Metro ... 121

Gráfico 43 - Zonas mais bem mantidas ... 122

Gráfico 44 - Zonas menos bem mantidas ... 122

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Índice de tabelas

Tabela 1 - Acção dos espaços verdes urbanos sobre a atmosfera segundo o tipo de formação

vegetal. Fonte: Adaptado de (Falcón, A. 2007)... 44

Tabela 2 - Adubação a aplicar anualmente. Fonte: (Caderno de encargos, 2008) ... 63

Tabela 3 - Principais doenças encontradas nos relvados: Fonte: (Wadington, D.V. et al. (1992). ... 64

Tabela 4 – Árvores plantadas e Áreas verdes criadas, pelas obras de beneficiação do Metro do Porto. Adaptado de (Metro do Porto, 2009) ... 78

Tabela 5 - Nome científico e nº de espécies avaliadas no estudo. (Acervo pessoal, 2010) ... 84

Tabela 6 - Área em m2 da superfície das sementeiras avaliadas ... 85

Tabela 7 Operações de manutenção a realizar nos relvados de tipologia I ... 128

Tabela 8 Operações de manutenção a realizar nos relvados de tipologia II ... 129

Tabela 9 Operações de manutenção a realizar nos prados regados de tipologia III ... 130

Tabela 10 Operações de manutenção a realizar nos prados regados de tipologia IV ... 131

Tabela 11 Operações de manutenção a realizar nas árvores de tipologia V ... 132

Tabela 12 Operações de manutenção a realizar nas árvores de tipologia V ... 133

Tabela 13 - Observações à manutenção realizada na estação de Botica ... 151

Tabela 14 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Botica ... 152

Tabela 15 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Botica ... 152

Tabela 16 Observações à manutenção realizada na estação de Verdes ... 153

Tabela 17 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Verdes ... 154

Tabela 18 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Verdes ... 154

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Tabela 21 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Fonte do Cuco ... 156 Tabela 22 Observações à manutenção realizada na estação da Senhora da Hora ... 157 Tabela 23 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Senhora da Hora... 157 Tabela 24 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação da Senhora da Hora ... 158 Tabela 25 Observações à manutenção realizada na estação de Vasco da Gama (Sector A) ... 159 Tabela 26 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Vasco da Gama (Sector A) ... 159 Tabela 27 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Vasco da Gama (Sector A) ... 160 Tabela 28 Observações à manutenção realizada na estação de Vasco da Gama (Sector B) ... 161 Tabela 29 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Vasco da Gama (Sector B) ... 161 Tabela 30 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Vasco da Gama (Sector B) ... 161 Tabela 31 Observações à manutenção realizada na estação de Estádio do Mar ... 163 Tabela 32 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Estádio do Mar ... 163 Tabela 33 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Estádio do Mar ... 163 Tabela 34 Observações à manutenção realizada na estação de Pedro Hispano ... 164 Tabela 35 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Pedro Hispano ... 165 Tabela 36 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Pedro Hispano ... 165 Tabela 37 Observações à manutenção realizada na estação de Parque de Real ... 167 Tabela 38 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Parque de Real ... 167 Tabela 39 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Parque de Real ... 167

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Tabela 40 Observações à manutenção realizada na estação da Câmara de Matosinhos ... 168 Tabela 41 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação da Câmara de Matosinhos ... 169 Tabela 42 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação da Câmara de Matosinhos ... 169 Tabela 43 Observações à manutenção realizada na estação de Matosinhos Sul ... 171 Tabela 44 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Matosinhos Sul ... 171 Tabela 45 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Matosinhos Sul ... 171 Tabela 46 Observações à manutenção realizada na estação do Mercado... 173 Tabela 47 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação do Mercado ... 173 Tabela 48 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação do Mercado ... 173 Tabela 49 Observações à manutenção realizada na estação de Senhor de Matosinhos ... 174 Tabela 50 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Senhor de Matosinhos ... 175 Tabela 51 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Senhor de Matosinhos ... 175 Tabela 52 Observações à manutenção realizada na estação de Esposade ... 176 Tabela 53 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Esposade ... 177 Tabela 54 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Esposade ... 177 Tabela 55 Observações à manutenção realizada na estação de Custóias... 178 Tabela 56 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Custóias ... 179 Tabela 57 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação

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Tabela 59 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Custió ... 181 Tabela 60 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Custió ... 181 Tabela 61 Observações à manutenção realizada na estação de Araújo ... 183 Tabela 62 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Araújo ... 183 Tabela 63 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Araújo ... 183 Tabela 64 Observações à manutenção realizada na estação de Pias ... 184 Tabela 65 Principais acções de manutenção a aplicar face a conclusões gerais na estação de Pias ... 185 Tabela 66 Entidades responsáveis pela manutenção e tipologias de espaços verdes na estação de Pias ... 185

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Índice de Planos

Plano 1 - 10.2.1 Plano de Manutenção Botica (zona 1) ... 134

Plano 2 - 10.2.2 Plano de Manutenção Botica (zona1) ... 135

Plano 3 - 10.2.3 Plano de Manutenção Botica (zona 2) ... 136

Plano 4 - 10.2.4 Plano de Manutenção Botica (zona 3) ... 137

Plano 5 - 10.2.5 Plano geral da estação de Custóias (Linha B) ... 138

Plano 6 - 10.2.6 Plano de Manutenção de Custóias ... 139

Plano 7 - 10.2.7 Plano geral da estação de Pedro Hispano (Linha A) ... 140

Plano 8 - 10.2.8 Plano de Manutenção de Pedro Hispano (zona 1) ... 141

Plano 9 - 10.2.9 Plano de Manutenção de Pedro Hispano (zona 2) ... 142

Plano 10 - 10.2.10 Plano geral da estação de Pias (Linha C)... 143

Plano 11 - 10.2.11 Plano de Manutenção de Pias ... 144

Plano 12 - Plano geral. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 151

Plano 13 - Plano geral. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 153

Plano 14 - Plano geral. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 155

Plano 15 - Plano de plantação de árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 158

Plano 16 - Plano de plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 158

Plano 17 - Plano de plantação de árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 160

Plano 18 - Plano de plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 160

Plano 19 - Plano de plantação de árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 162

Plano 20 - Plano de plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 162

Plano 21 - Plano de Plantação de Árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 164 Plano 22 - Plano de Plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto,

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Plano 24 - Plano de Plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto,

2004) ... 166

Plano 25 - Plano de Plantação de Árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 168

Plano 26 - Plano de Plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 168

Plano 27 - Plano de Plantação de Árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 170

Plano 28 - Plano de Plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 170

Plano 29 - Plano de Plantação de Árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 172

Plano 30 - Plano de Plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 172

Plano 31 - Plano de Plantação de Árvores. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 174

Plano 32 - Plano de Plantação de arbustos, herbáceas e sementeiras. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 174

Plano 33 - Plano Geral Esposade. Fonte: (Metro do Porto, 2003) ... 176

Plano 34 - Plano Geral Custóias. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 178

Plano 35 - Plano Geral Custió. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 180

Plano 36 - Plano Geral Araújo. Fonte: (Metro do Porto, 2004) ... 182

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Capitulo I 1 Introdução

O tema a desenvolver na presente dissertação é o da definição de Planos de Manutenção para os espaços verdes do Metro do Porto. Esta opção prende-se em primeiro lugar por estar directamente ligada à área da consolidação e implementação do projecto de Arquitectura Paisagista, e em segundo lugar, mas não menos importante, porque se pretende chamar à atenção, para a importância de se considerar a manutenção como uma área para além de técnica e científica, também conceptual.

O objectivo geral deste trabalho passa por contribuir para a melhoria das acções de manutenção dos espaços verdes públicos associados ao Metro do Porto. A manutenção dos espaços verdes públicos deve merecer a atenção continuada dos órgãos públicos, ou privados, que gerem essas mesmas áreas, e da população que os utiliza.

O sucesso de um espaço verde está dependente de um bom desenho, uma correcta selecção da vegetação e equipamentos a implantar mas, sobretudo, de uma boa manutenção do espaço ao longo de todo o ano e de anos sucessivos. O projecto de Arquitectura Paisagista inclui o plano de manutenção estando descritas e desenhadas as tarefas e periocidades a realizar anualmente, a fim de assegurar um correcto desenvolvimento da vegetação. As capacidades e conhecimentos técnicos dos profissionais, que realizam estas acções, assim como o dos seus responsáveis, são também factores que estão intimamente ligados ao êxito do Plano de Manutenção. Os princípios que devem prevalecer na execução dos planos de manutenção, devem passar pela combinação da satisfação dos seus utentes, com o bom estado vegetativo e fisiológico da vegetação.

Por esta razão o objectivo da dissertação passa pela elaboração de planos de manutenção que tenham em atenção a concepção final pretendida para o espaço e as necessidades de cada um dos espaços em função das tipologias de vegetação e de uso associado, obtendo-se assim diferentes tipologias de manutenção. A cada um dos tipos de manutenção estarão associadas as tipologias necessárias a realizar, bem como a frequência das mesmas.

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1.1 Importância do tema

Pretende-se com esta dissertação, investigar e aprofundar conhecimentos relacionados com a manutenção de espaços verdes, na perspectiva da consolidação e implementação do Projecto de Arquitectura Paisagista.

A importância deve-se ao facto de raramente a manutenção ser abordada do ponto de vista conceptual e temporal. A manutenção permite garantir o bom estado vegetativo do material vegetal sendo uma tarefa dinâmica, baseada num número elevado de conhecimentos técnicos, científicos e de percepção da evolução conceptual dos espaços ao longo do tempo, e não uma tarefa rotineira e sem criatividade. Uma manutenção de qualidade contribui para que as zonas verdes cumpram com a sua função ornamental, assim como contribui para a valorização do espaço público. Este aspecto produz um incremento da função social e de bem-estar entre os seus utilizadores. A ausência ou carência de manutenção, leva a que os espaços verdes não cumpram com as funções para que foram desenhados. De acordo com (Almeida, A. 2006) a necessidade de manutenção visa também a passagem de testemunho dos valores culturais e do património das épocas passadas para as gerações futuras.

Seleccionou-se o Metro do Porto por ser uma área que respondia a todas as questões que se pretendiam estudar, e por ser possível obter dados desde a data da plantação do material vegetal até à actualidade, quer relativos à vegetação quer relativos às equipas e tipologias de manutenção.

Apesar da manutenção incidir sobre todos os elementos vivos (vegetação) e inertes (pavimentos, rega, drenagem, etc.) presentes nos espaços verdes neste estudo, ir-se-á estudar a vegetação por ser o que apresenta maior dinâmica temporal nas acções a realizar.

1.2 Objectivos

O objectivo deste estudo passa pela elaboração de planos de manutenção para a vegetação com expressão gráfica, onde estejam descritas as operações de manutenção a realizar, assim como a sua frequência ao longo do ano. Estes planos deverão estar adequados às necessidades de cada área, tendo em conta a sua tipologia, visando uma distribuição de recursos humanos, tarefas e ferramentas para as áreas onde são mais necessários.

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Tendo em conta estes princípios, a dissertação tem por principais objectivos desenvolver planos de manutenção que assumam importância no sentido de:

1 - Optimizar a qualidade da vegetação nos espaços verdes, em termos de preservar ou melhorar a qualidade das paisagens e de garantir um bom estado botânico e fitossanitário assim como um elevado valor ornamental da vegetação.

2 - Definir planos de acção para a manutenção dos espaços verdes do Metro do Porto ao longo do ano desenhados e escritos tendo por base o projecto pré-existente.

3 - Aferir as necessidades efectivas de manutenção em espaços verdes recentemente construídos (em fase de pós instalação) em áreas verdes do Metro do Porto, tendo por base os levantamentos de campo realizados.

Com base nos objectivos de trabalho definidos, a metodologia proposta encontra-se estruturada de forma piramidal de maneira a permitir ao longo do trabalho uma constante síntese de informação, que resulta numa avaliação do actual estado da manutenção dos espaços verdes do Metro do Porto e posterior proposta.

2 Metodologia

Este ponto pretende explicitar as decisões metodológicas adoptadas, de forma a dar resposta aos objectivos que orientaram o desenvolvimento desta dissertação. Assim, inicia-se pela definição do método de investigação, diagrama do estudo, população e amostra, métodos utilizados, e os instrumentos e procedimentos de recolha de dados, adoptados na administração do tratamento estatístico utilizado na elaboração da proposta.

2.1 Definição do método de investigação

Para um conhecimento ser considerado científico, torna-se necessário determinar o método que possibilita chegar a esse conhecimento. Segundo (Gil, A.C. 1995: 27), “é o caminho para se chegar a determinado fim.” Tendo em conta a natureza do problema a investigar, a questão orientadora e os objectivos do estudo, esta investigação obedece, na sua globalidade, a um

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familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.” O carácter descritivo tem como objectivo “descriminar os factos determinantes ou conceitos que, eventualmente possam estar associados ao fenómeno em estudo”, (Duhamel & Fortin 2003: 162), e também transversal, porque segundo (Polit & Hungler 1995: 149), “os estudos transversais implicam uma recolha de dados num momento específico.”

Assim, perante uma situação onde se pretende um melhor conhecimento, surge a necessidade de estabelecer a questão central de investigação que consiste numa “…interrogação explícita relativa a um domínio que se deve explorar com vista a obter novas informações” (Fortin,

Vissandjée & Côté, 2003: 51), e que são “…premissas sobre as quais se apoiam os resultados de investigação (…) são mais precisas que o objectivo de onde elas decorrem” (Fortin, M.F.

2003: 101).

Desta forma com base nos objectivos gerais do trabalho, e questões metodológicas da investigação definidas, iniciou-se um processo de análise e reflexão, que levou à elaboração da questão central da investigação: Metro do Porto – Planos de manutenção nas diferentes tipologias de espaço verde público urbano.

Apoiado nas questões anteriormente enumeradas, foram definidas uma série de etapas, que visavam obter uma maior proximidade com o tema através da recolha de dados e informações, necessárias para a obtenção de resultados.

No diagrama a seguir apresentado encontram-se descritas todas as etapas realizadas ao longo da investigação. A primeira parte do trabalho consistiu na pesquisa bibliográfica como forma de analisar, compreender e estudar o significado da manutenção de espaços verdes, definição da área de estudo e realização de trabalhos de campo com o intuito de se avaliar a manutenção realizada. Posteriormente, procedeu-se a uma análise e cruzamento de todos os dados recolhidos, que iriam permitir a síntese de toda a informação, necessária à elaboração dos Planos de Manutenção.

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2.2 Diagrama da Metodologia

Metodologia

Levantamento topográfico e fotográfico Recolha de dados Elaboração de inquéritos aos utentes do metro Elaboração de fichas de campo

relativas ao estado de conservação

Análise do projecto Levantamento de campo Análise dos cadernos de encargos e manutenção

Pesquisa bibliográfica em publicações existentes Definição da área em estudo

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2.3 População / Amostra

A definição da população e da amostra consiste na definição de um “conjunto de sujeitos que partilham características comuns, e satisfazem os critérios de selecção definidos antecipadamente para os quais se deseja fazer generalizações, a fim de especificar o grupo que serve de base à pesquisa que se pretende efectuar”. (Polit & Hungler 1995: 16)

A população desta investigação abrange 17 estações do Metro do Porto distribuídas por 2 municípios da Área Metropolitana do Porto, são eles Matosinhos e Maia. As estações analisadas distribuem-se por 4 linhas:

- Linha A: Senhora da Hora | Senhor de Matosinhos - Linha B: Senhora da Hora | Esposade

- Linha C: Senhora da Hora | Custió - Linha E: Senhora da Hora | Botica

A escolha da população para este estudo deve-se ao facto de os projectos de Paisagismo nestas estações terem sido executados pela Arquitecta Paisagista Laura Roldão Costa, docente do curso de Arquitectura Paisagista na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que gentilmente me possibilitou o acesso a todos os dados relativos ao projecto e condições de execução da obra e por ser possível aceder aos cadernos de encargos das manutenções e não haver obstáculos por parte da Metro do Porto S.A, Câmara Municipal de Matosinhos e Câmara Municipal da Maia nos levantamentos de campo. Outro factor importante na decisão da área em estudo, foi o facto de estas áreas desempenharem uma elevada importância na Estrutura Ecológica da Área Metropolitana do Porto, apresentando um número significativo de espécies de exemplares arbóreos e herbáceos.

A amostra definida teve em conta as diferentes tipologias apresentadas nas várias estações. Assim foram escolhidas para a amostra espécies arbóreas e herbáceas de revestimento. Das herbáceas de revestimento fazem parte as sementeiras para relvado regado, e as sementeiras para prado de sequeiro, por serem as duas tipologias de sementeiras que se podem encontrar em todas as estações estudadas. O facto de o número de árvores da amostra ser muito elevado, levou a que fossem seleccionadas aleatoriamente, um total de 20% das árvores existentes de cada uma das espécies, em cada uma das estações em estudo de forma o obter uma amostra o mais uniforme e representativa das espécies avaliadas. No caso das sementeiras a escolha das

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amostras foi feita de modo a serem seleccionadas zonas com áreas de cobertura maiores, e com maior expressão visual. Esta tarefa foi realizada entre o dia 17 e 25 de Julho de 2010.

2.4 Métodos utilizados para a obtenção de dados

Atendendo aos objectivos e metodologia definidos para a elaboração da dissertação utilizaram-se para a obtenção de dados nas várias estações em estudo:

- Fichas de avaliação do estado de conservação de árvores e sementeiras, através do método VTA (Visual Tree Assessment, numa versão adaptada ao caso em estudo)

- Inquéritos aos utentes do Metro do Porto

A elaboração das fichas de avaliação foi adoptada a partir do método “Visual Tree Assessment” (VTA). Este método desenvolvido por Claus Mattheck & Helge Breloer em 1994, é um processo de diagnóstico que consiste na inspecção visual da árvore.

Segundo (Mattheck & Breloer 1994) o método VTA baseia-se em 3 fases:

1ª- Detecção de sintomas ou defeitos por observação visual. Se não se suspeitar ou

detectar a presença de qualquer defeito ou sintoma o processo de avaliação cessa nesta etapa;

2ª- Porém, se forem detectados defeitos, inicia-se a segunda fase de avaliação. Esta

consiste num estudo mais rigoroso, de forma a estimar a gravidade dos defeitos encontrados e quais as causas que levaram ao seu aparecimento;

3ª- A terceira e última fase, só serão levadas a cabo se o defeito for motivo de

preocupação grave, procedendo-se à medição da extensão do defeito e à determinação da força apresentada pela parte não afectada, sendo para isso importante a utilização de aparelhos de diagnóstico.

O método VTA baseia-se no axioma da tensão constante que considera que as árvores cresçam mantendo uma tensão e compressão constantes no lenho. Quando este modelo óptimo é alterado por um defeito, a árvore toma medidas para restabelecer o estado de equilíbrio. Para os observadores o material responsável pelo estabelecimento deste equilíbrio é o indicador do defeito. (Mattheck & Breloer 1994)

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As fichas de avaliação do estado de conservação são baseadas no método VTA incidindo essencialmente na fase 1 e 2, tendo-se introduzido parâmetros de carácter estético e de avaliação de crescimento que se consideraram fundamentais para o estudo que se estava a desenvolver. A ficha de avaliação pode ser consultada nos anexos.

Posteriormente, e no sentido de tornar o estudo mais consistente, foram elaborados e realizados 50 inquéritos aos utentes do Metro do Porto. Os inquéritos foram realizados apenas nas estações em estudo, nos dias 26 e 27 de Junho de 2010. Os entrevistados, foram escolhidos ao acaso, ao longo das estações, com o intuito de obter uma amostra adequada dos utentes do Metro. Os inquéritos podem ser consultados nos anexos.

2.5 Instrumentos de recolha de dados

A recolha de dados foi executada de acordo com a metodologia atrás definida. Para isso foram executadas as fichas de avaliação do estado de conservação e os inquéritos aos utentes. Estas, abordam inicialmente parâmetros gerais tais como: número da ficha, nome científico, data, hora, localização, data de plantação, número da espécie, e parâmetros dendrométricos: Perímetro à altura do peito (PAP) e altura. A segunda parte aborda itens que permitam fazer uma avaliação geral do estado fitossanitário da árvore, de modo a obtermos uma conclusão relativa à manutenção que nos permita dizer se está a ser bem executada ou não. Os parâmetros analisados são: aspecto geral, posição, raízes, tronco, copa, poda tutoragem e rega. No caso das sementeiras os tópicos analisados são: aspecto geral, corte, rega, doenças e infestantes, e fertilização. A escolha destes parâmetros justifica-se pelo facto de abordarem genericamente aspectos que nos irão permitir avaliar de que forma estão a ser executadas as operações e frequências de manutenção.

Os parâmetros da entrevista incluíram uma primeira parte de caracterização pessoal, e uma segunda parte, em que se pretendia analisar vários aspectos tais como: frequência de utilização do metro, preferência pelo metro subterrâneo ou de superfície, classificação das zonas verdes e da sua manutenção, quais as zonas envolventes a cada estação; estão mais bem mantidas, e por fim, qual a estação preferida dos utilizadores. O objectivo destes inquéritos é o de perceber qual a opinião dos utentes relativamente à qualidade dos espaços verdes e da manutenção.

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2.6 Procedimento para a recolha de dados

A primeira fase do trabalho consistiu na recolha de dados e informação relacionada com o tema da investigação, através da pesquisa bibliográfica em publicações existentes. Posteriormente foi definida a área em estudo. Esta tarefa foi executada, a partir da análise da documentação gráfica (ficheiros em AutoCAD) e escrita (cadernos de encargos da manutenção) das zonas em estudo. Os elementos gráficos e escritos necessários ao desenvolvimento da dissertação foram atenciosamente fornecidos pela projectista, a Arquitecta Paisagista Laura Roldão Costa.

Foram então realizadas visitas ao local, com o objectivo de executar o levantamento topográfico e fotográfico das diferentes estações. Estas visitas permitiram ainda confrontar os Planos de Plantação propostos para estas zonas, com a vegetação existente. Revelou-se também importante, perceber quais as lacunas que existem a nível da manutenção, e a partir daí definir alguns parâmetros para serem introduzidos posteriormente nas fichas de avaliação do estado de conservação. Após esta fase foram executadas as fichas de avaliação do estado de conservação e os inquéritos aos utentes.

Entre os dias 17 e 25 de Julho de 2010 realizaram-se 318 fichas de avaliação do estado de conservação, e nos dias 26 e 27 do mesmo mês foram executados 50 inquéritos aos utentes. A fase seguinte passou por analisar e sintetizar toda a informação recolhida até este ponto. Mediante esta avaliação foram definidas questões relacionadas com o tema de investigação para serem colocadas em entrevistas aos responsáveis pela manutenção, projectistas e técnicos qualificados.

A entrevista aos responsáveis pela manutenção, assim como aos técnicos, permitiu confrontar os trabalhos de campo realizados, com o estipulado pelo caderno de encargos. Foi ainda importante avaliar a influência das capacidades e conhecimentos técnicos dos profissionais, no desempenho da actividade.

A entrevista aos projectistas, permitiu confrontar o que foi projectado, com o que foi executado, assim como abordar algumas questões relacionadas com a plantação, para perceber quais os

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Após estas entrevistas, foi avaliada a informação recolhida, tendo-se inventariado as questões que não ficaram bem definidas, tendo sido colocadas posteriormente a técnicos qualificados na área da manutenção, bem como a especialistas ou professores universitários de forma a colmatarem-se as lacunas existentes na informação.

Por fim foi realizada uma síntese de toda a informação obtida, para identificar todos os parâmetros essenciais á execução de uma proposta.

2.7 Tratamento e análise de dados

Tendo em conta que este estudo abrange uma área significativa relativamente à extensão total das linhas do metro, tornou-se essencial definir uma amostra abrangente, para que assim se possam obter dados que nos revelem de que forma está a ser realizada a manutenção das várias tipologias de espaços verdes. Neste sentido foram analisadas um total de 19 estações, distribuídas por 4 linhas.

Um outro aspecto importante nesta dissertação foi o facto de as zonas verdes estudadas dentro de cada uma das estações apresentarem diferentes tipologias, e por isso formas distintas e diferentes funções e usos no espaço verde público urbano. Este aspecto implica que em termos de manutenção, as operações e frequências a realizar também se irão adaptar à tipologia em que se encontram inseridos. Em cada uma das estações houve um cuidado de dividir as zonas verdes por tipologias, em:

- Linha do metro; - Estação;

- Zonas de estacionamentos; - Zonas de enquadramento.

A opção de dividir cada uma das estações estudadas em diferentes tipologias está também relacionada com o facto de durante os levantamentos de campo se ter observado discrepâncias relativamente à manutenção, em diferentes zonas dentro da mesma estação, e também por ser realizada por diferentes entidades. Este factor contribui para perceber que dentro de cada estação existem zonas que exigem inspecções visuais e tarefas de manutenção mais regulares, com o objectivo de não perturbar a normal circulação do metro, como é o caso das zonas verdes ao longo da linha do metro e a própria estação, ou dos seus utilizadores (zonas de estacionamentos). As zonas de enquadramento são aquelas que envolvem a estação e fazem a

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ligação desta com o território envolvente, onde as condicionantes relativamente ao seu normal desenvolvimento são menores.

Este zonamento realizado em cada uma das estações, tem ainda como objectivo fazer perceber aos seus utilizadores e à população em geral, que existem diferentes tipologias de zonas verdes urbanas, dentro de uma mesma área, e isso muitas vezes implica diferentes necessidades ou periodicidades de acções de manutenção.

Em relação às árvores, foram avaliadas 29 espécies, num total de 318 exemplares, que corresponde ao número de fichas de avaliação realizadas. Nas sementeiras, a área avaliada inerente aos relvados regados foi de aproximadamente 51269m2, e nos prados de sequeiro de 16612m2. Foram ainda realizados 50 inquéritos aos utilizadores, distribuídos pelas diferentes estações em estudo, para assim se perceber qual o grau de satisfação do utilizador comum relativamente às zonas verdes.

Os dados obtidos através das fichas de avaliação tal como os inquéritos foram tratados estatisticamente, utilizando-se o programa Excell e o programa SPSS 13.0 (Statistical Package for the Social Sciences). A análise estatística irá facultar o cruzamento de dados estabelecidos nas fichas de avaliação e nos inquéritos, de forma a se obterem dados que nos levem a conclusões objectivas sobre a manutenção, e a partir daí encontrar soluções para serem apresentadas posteriormente na proposta.

2.8 Proposta

O objectivo da proposta passa pela elaboração de Planos de Manutenção com expressão gráfica, onde estejam descritas as operações a realizar, bem como a sua frequência ao longo do ano, em função da tipologia de espaço verde em que se encontram inseridas. A investigação desenvolvida ao longo do trabalho, pretende também contribuir para o aprofundamento dos conhecimentos relacionados com a manutenção. Na área da Arquitectura Paisagista, este estudo permitirá criar e explorar, uma nova forma de expressão gráfica no que toca à elaboração de Planos de Manutenção.

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Capitulo II

3 A importância dos espaços verdes públicos urbanos

Os primeiros assentamentos do Homem levaram ao surgimento das primeiras cidades. Desta forma o homem deixou de ser nómada para passar a estar ligado a um determinado local. O sedentarismo introduziu mudanças na sua forma de sobrevivência, adquirindo assim novos hábitos como o cultivo agrícola e a criação de gado. Como consequência surgiram as primeiras tentativas de organização do território. Para (Falcón, A. 2007) o Homem desde sempre utilizou a vegetação de maneira a satisfazer as suas necessidades básicas, como alimentação ou abrigo. A horta e o pomar, a mata e a compartimentação dos campos são disso exemplos e marcos da evolução da paisagem e da história.

Com a chegada da revolução agrícola, a Natureza tornou-se numa forma de sustento, esta era um sinónimo de fertilidade, vitalidade, e fonte de alimento. O Homem deixou de ser recolector para se poder alimentar, e deixou de ser nómada para se fixar a um determinado local. A crescente evolução das técnicas agrícolas levou a uma redefinição da relação do Homem com os sistemas naturais contudo, ainda muito dependentes do controlo da Natureza. As sociedades agrícolas viviam segundo ritmos naturais, sujeitos às leis da Natureza para o cultivo agrícola. Segundo (Cobham, R. 1990) no século XIX a gestão das paisagens era realizada pelos agricultores e proprietários de terras, que tinham como objectivo principal a produção de alimentos e madeira. A prática da manutenção estabeleceu-se com base nas técnicas e operações baseadas nos métodos agrícolas e hortícolas.

As actividades humanas relacionadas com a criação e manutenção de jardins e espaços verdes são quase tão antigas, como a existência do homem sedentário e civilizado. Desde as mais antigas civilizações, Egipto, Mesopotâmia, Grécia, etc, que este sentiu necessidade de ter parte da Natureza perto da sua vida quotidiana, criando espaços de proximidade tais como jardins e hortas. (Ros Horta,S. 2006) Esta tarefa foi desenvolvida ao longo dos anos inicialmente a uma escala mais pequena nos jardins das grandes quintas até à chegada dos parques públicos, campo de jogos e zonas verdes adjacentes aos edifícios nos meios urbanos. Os jardins da antiguidade surgiam sobretudo em propriedades privadas e haviam sido criados para o lazer e satisfação das necessidades de um determinado grupo de pessoas, como uma família do

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ao uso da sociedade do momento. (Falcón, A. 2007), refere que a principal diferença entre um jardim e um espaço verde público, não era o estilo artístico com que se identificavam, mas sim a maneira como eram tratados e utilizados os elementos que o compunham.

A evolução da definição e função de espaços verdes urbanos deu-se ao mesmo tempo que as cidades e sociedades se foram adaptando às constantes mudanças ocorridas ao longo da história. A paisagem não é estática, mas sim evolutiva, resultado da natureza e dos processos associados ao Homem. Para se perceber e identificar a morfologia da paisagem é necessário associá-la ao contexto cultural dos processos que levaram à sua formação, e desta forma tomar decisões acerca do seu uso no futuro, conservação desenvolvimento e gestão. (Bell, S. 2004)

Estas “antigas” civilizações, contribuíram para a evolução das ciências e das artes; paralelamente o paisagismo evolui como expressão artística. Como todas as manifestações artísticas, a arte de fazer jardins foi variando, de acordo com os critérios ditados pelos estilos arquitectónicos a que pertencem, por isso se fala em jardim romano, renascentista ou barroco, o tratamento da vegetação era feito mediante o estilo artístico da época. (Falcón, A. 2007).

Nos finais do século XVIII ocorreu a revolução industrial, dando origem a uma destruição massiva dos espaços naturais. (Rodrigues, E.C. 1994) refere que este facto agudizou a susceptibilidade do meio urbano a uma contaminação de materiais inertes, que de forma desordenada e desorientada foram destruindo a paisagem vegetal. Estes processos de urbanização exerceram um impacto negativo na vegetação das cidades, e na ligação entre o meio rural, urbano e as florestas. O aumento da concentração da população nas cidades, levou a que os centros urbanos se expandissem e se aproximassem das zonas rurais. A crescente urbanização motivou também uma maior exigência de matéria-prima inerente à floresta, levando a uma grande exploração destas.

Até ao século XIX as áreas verdes, eram vistas como complemento decorativo, e funcionavam como locais de encontro, de estadia ou de passeio público. De acordo com (Magalhães, M.R. 1992: 9) “Nesta época não se pensava em espaço verdes como forma de melhorar a qualidade do ambiente urbano e de uma vida futura”. (Carita & Cardoso 1990: 234) afirmam que “Uma das

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de resolver questões de falta de salubridade e higiene nas cidades. Para (Andersen, T. 2001: 109) “A partir do século XIX operam-se rápidos e decisivos avanços tecnológicos que fomentam o êxodo rural e a criação de uma população com características essencialmente urbanas e industriais, vivendo frequentemente em habitações privadas de espaços exteriores e em ambientes insalubres. ” O contexto de jardim público surge devido ao ambiente insalubre em que a população vivia, e começa a ser encarado como instrumento de reforma social, e como lugar de recreio às classes mais desfavorecidas. Desta forma, o jardim público surge como forma de implementar novos espaços e ajardinar espaços já existentes como antigos campos de feira. “O conceito de espaço público existiu desde sempre na Ágora, na Palestra e, mais tarde, na Praça ou no Adro da Igreja, como espaço de convívio e encontro, nas cidades de pequena dimensão, em que a paisagem envolvente se fazia dentro da própria urbe.” (Telles, G.R. 1997: 54)

Figura 1 - A ágora de assos. Fonte : (Martin, R. 1974)

Os primeiros passeios públicos eram espaços abertos ao público onde a população se reunia e socializava. Estes estiveram na base da criação dos primeiros parques públicos que acrescentavam aos passeios públicos, zonas de recreio e proporcionavam um maior contacto com a Natureza com o objectivo de promover a qualidade de vida dos habitantes. (Magalhães, M.R. 1992: 10) refere que “Foi á luz deste conceito que surgiram os principais parques londrinos tais como Hyde Park, e o St James Park, o Bois de Boulogne e o Bois de Vincennes, em Paris, e entre nós embora cerca de 100 anos mais tarde, o parque de Monsanto”. O arquitecto paisagista norte-americano Frederick Law Olmsted contribuiu de forma decisiva para uma nova concepção de espaço verde urbano. A obra mais emblemática realizada com este objectivo é o Parque

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cidade, traduz o conceito de “pulmão”, cuja função passa por produzir o oxigénio necessário à purificação da atmosfera poluída. Para (Madureira, H. 2008: 60) “Olmsted, após a concepção do Parque Central em Nova Iorque (1857), passou a defender que não basta um grande parque no interior da cidade, advogando a necessidade de um sistema integrado de parques, desde o jardim de quarteirão até ao grande parque. Nesta concepção se funda o conceito de parkway, elemento de conexão entre os diferentes parques e locais de interesse cénico que derivará, na segunda metade do séc. XX, no amplamente difundido conceito de greenway”.

Figura 2- Plano geral do Central Park. Fonte: (Jellicoe, Geoffrey & Susan. 1995)

Na cidade, a arborização das ruas também sofreu alterações. De acordo com (Cabral & Telles. 1999) na Idade Média as ruas eram estreitas e do domínio exclusivo da arquitectura, como aparece na baixa pombalina ou bairro alto. Apenas nas praças e largos havia uma ou outra árvore, geralmente notável. Até ao século XVIII, a árvore não se assumia como elemento da estrutura urbana, tendo sido nesta altura que as plantações sistemáticas nas ruas começam a surgir. (Pardal, S. et al. 2006). A rua arborizada do século XIX tem a sua expressão clássica nos “Boulevards” do Paris de Haussman. Haussman era um conservador e seguia a linha estética do barroco, com os seus alinhamentos e grandes perspectivas, este teve a preocupação de embelezar a cidade ao mesmo tempo que abria comunicações vitais na cidade (Paris), começando a crescer de uma forma desmedida.

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Estas vias de comunicação eram estratégicas, pois tinham como objectivo um rápido acesso policial, aos locais onde se produzissem distúrbios (Goitia, F.C. 2003). Uma das intervenções mais marcantes na cidade de Paris que visava a introdução de faixas de vegetação na cidade é o eixo Louvre-Étoile, construído com características do barroco (composição geométrica). Em Itália, surge pela primeira vez, a ideia de anel verde que servia de protecção às muralhas da cidade medieval de Lucca.

Figura 4- Cidade de Lucca, Itália. A faixa de protecção às muralhas em redor da cidade foi transformada numa cintura verde. Fonte: (Llardent, L.R.A. 1982)

Segundo (Telles, G.R. 1997) em Portugal o primeiro espaço verde público urbano aparece em Lisboa no século XVIII, altura em que é criado o Passeio Público, como área verde murada que surgia na sequência do Rossio. Este local tinha como objectivo servir de ponto de encontro das classes dominantes.

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Figura 5 - Passeio Público de Lisboa, 1839. Fonte: (Litografia de Viviam, G. 1951)

De acordo com (Andersen, T. 2001) os primeiros jardins públicos na cidade do Porto estão associados aos antigos campos da feira geralmente situados ao longo das principais saídas da cidade. Estes espaços iriam mais tarde dar lugar aos primeiros jardins públicos, que ainda hoje são essenciais na constituição da rede de espaços verdes públicos da cidade. São disso exemplos o campo do olival que deu origem ao Jardim da Cordoaria, o das hortas na Praça Nova, ou o de São Lázaro no Jardim do são Lázaro.

Figura 6 - A Praça Nova no Porto em finais do século XIX. Fonte: (Anderson, T. 2001)

3.1 Modelos urbanísticos que integravam espaços verdes

Dois modelos paradigmáticos que visavam recriar a natureza no interior da cidade surgiram na viragem do século XX: A Cidade Linear de Arturo Soria (1882) e a Cidade Jardim de Ebenezer Howard (1898).

(Telles, G.R. 1997: 57) afirma que “Na Cidade Linear, Arturo Soria propõe uma estrutura verde composta por cinco componentes lineares, paralelas a um eixo vertical. Na Cidade Jardim,

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campo, e a introdução de faixas de espaços verdes, com o objectivo de impedir o crescimento contínuo da edificação, sendo esta estrutura verde descontínua, pois não contempla ligações entre as diferentes faixas.

Figura 7 - Esquema da Cidade Jardim. Fonte: (Howard, E. 1898)

Para (Magalhães, M.R. 2001: 383) ”Foram vários os modelos propostos para a organização dos espaços verdes na cidade: os parques centrais e os sistemas de parques, o Green Belt da cidade jardim e as faixas paralelas da cidade linear, os grandes parques periurbanos e os boulevards de Haussman, todos eles tinham um objectivo comum, que era a melhoria da qualidade da atmosfera urbana, e a criação de zonas de lazer e recreio, que proporcionassem à população uma maior proximidade com a Natureza.” A estrutura proposta nestes modelos era descontínua, por não contemplar ligações perpendiculares ou radiais entre as diferentes faixas.

O surgimento das teorias racionalistas, consagradas na Carta de Atenas veio alterar o conceito de espaços verdes definidos até então. Estas teorias defendiam uma edificação tendo em conta os critérios de insolação, e o desenvolvimento desta em altura, de modo a libertar mais áreas para espaços verdes. Segundo (Telles, G.R. 1997) a partir dos modelos anteriormente definidos e com o aparecimento de uma nova ciência (Ecologia), que estuda as inter-relações entre os factores bióticos e abióticos, incluindo Homem, surgiu o conceito de “continuum naturale”, este começou por ser aplicado na reconstrução das cidades destruídas pela Segunda Grande Guerra. O modelo em causa, tem como objectivo uma maior interacção e ligação entre a cidade e o campo, de forma a conferir legibilidade e identidade à paisagem, assegurando ao mesmo tempo o equilíbrio dos sistemas ecológicos. Este é ainda o modelo mais usado actualmente. (Magalhães, M.R. 1992). Em suma o que se pretende com este modelo, é que a paisagem envolvente penetre na cidade de modo tentacular e contínuo, com o intuito de criar nichos ecológicos, e tipologias urbanas tais como espaços de lazer e recreio, praças ou ruas

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arborizadas e zonas de enquadramento a edifícios. Para tal, torna-se essencial a criação de novos espaços verdes e a recuperação dos existentes, com a sua ligação através de “corredores verdes” integrando percursos de peões e veículos.

De acordo com o professor Francisco Caldeira Cabral a definição do conceito de “Homeostasis”, em 1929, pelo americano Walter B.Cannon, revelou-se muito importante para se perceber o papel da Estrutura verde nas actuais cidades. Os conceitos que surgiram no âmbito da Ecologia vieram reforçar a ideia inerente aos anteriores modelos de Estrutura Verde que se baseavam no conhecimento da fisiologia vegetal (função clorofilina e ciclo de carbono) e em experiências relativas às variações microclimáticas da vegetação. (Telles, G. R. 1997)

Nas últimas décadas do século XX, as zonas verdes começam a ganhar mais importância, sobretudo quando estas se encontram dentro da malha urbana. Para se perceber o verdadeiro impacto do desenvolvimento urbano na vegetação e nos sistemas naturais, é necessário perceber a história do urbanismo e como os seus padrões de desenvolvimento influenciaram a paisagem urbana, e a interacção desta com as paisagens rurais reflectindo-se no planeamento futuro da vida urbana. Para (Falcón, A. 2007: 18), “A história dos espaços verdes públicos encontra-se mais vinculada à do urbanismo e evolução das cidades, que à dos jardins” (...) “Jardins, urbanismo e espaços verdes públicos partilham contudo de um início comum”. Para (Serdoura, F. 2006) revelou-se uma nova mentalidade urbanística, que se aproximou mais da realidade das cidades actuais, tentando perceber os seus problemas e as suas necessidades. Assim, foram estabelecidos objectivos estratégicos para o desenvolvimento sustentável nas cidades, entre eles a melhoria da qualidade do espaço público.

3.2 Importância da estrutura verde urbana

A coexistência do Homem com a paisagem que o rodeia é fundamental para a preservação dos sistemas ecológicos que lhes estão inerentes. (Magalhães, M.R. 2001) refere que para tal é fundamental a preservação das áreas de maior sensibilidade, tais como o solo, a água, a vegetação e a circulação de massas de ar, onde deve ser promovida a renovação natural. Estas

Imagem

Figura 10 - Desenho de uma ilha de calor numa área urbana. Fonte: (Akbari, H. 1992)
Figura 13 - Trajectória das correntes de ar em zonas arborizadas – obstrução. Fonte: (Miller, R.W
Figura 21 - Poda de elevação e rebaixamento da copa. Fonte:Holewinski et al, (1983)
Figura 27 - Mapa das linhas do Metro do Porto das estações avaliadas. Fonte: (Acervo pessoal, 2010)
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