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6. CONCEITUAÇÃO DO PROJETO

7.3 ESTRUTURA DE GRID

7.3.2 Grid Final

Para a decisão final sobre o grid, optou-se pela priorização das áreas de respiro, dando leveza na composição entre texto e imagem. Na Figura 11 vemos um aumento significativo do espaço branco quando comparamos com as Figuras 9 e 10. Este grid utiliza uma estrutura retangular com interferências de grid de colunas para as páginas de textos (SAMARA, 2012, p. 34 - 35), assim dando equilíbrio para textos e fotos, para que um esteja acompanhando o outro em peso de igualdade.

Figura 11 - Grid final Fonte: autoria própria

Foram utilizadas uma coluna para cada página, visto que a composição é formada por uma foto na página da esquerda e um texto curto em versos na página da direita.

As páginas destinadas para fotos possuem grid retangular, que é definido por: margem interna de 3 cm, margem superior de 3 cm, margem externa de 2 cm e margem inferior de 3,5 cm, o módulo dessa página respeita a proporção de 2 : 3 das fotografias. Já as páginas que contém textos possuem margem direita de 2 cm, margem superior de 5 cm, margem interna de 4 cm e margem externa de 4 cm; a

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interferência de uma margem interna mais larga e uso de ​flowlines , que está a 3 cm2 abaixo da margem superior, geram o misto de grid retangular com o de colunas, valorizando os espaços brancos e criando uma estrutura calma (SAMARA, 2012, p. 35).

Os tamanhos das margens internas foram decididos de forma a garantir a visualização da fotografia e valorizar a distância entre texto e ilustração, de forma a equilibrar a composição.

7.4 COR

Não existe cor destituída de significado. A impressão causada por cada cor é determinada por seu contexto, ou seja, pelo entrelaçamento de significados em que a percebemos.

(HELLER, 2016, p.18)

Os textos estão divididos em quatro partes; para distinguir bem uma da outra optou-se por criar uma paleta de cores para cada parte baseando-se em conceitos de teoria da cor. A cor que está presente em todas as fotos é o preto, a representação da depressão; essa presença constante se dá porque a depressão não vai embora de forma total mas é possível aprender a lidar com ela, como é possível ver no vídeo “I had a black dog, his name was depression” da OMS (2012).

A divisão por estações foi um recurso utilizado pela autora para ilustrar fases da sua depressão: aparecimento (outono), a doença no seu grau mais intenso (inverno), busca por melhora (primavera) e a melhora onde se aprende a conviver com a depressão (verão).

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7.4.1 Outono

O livro começa no outono, que é a estação da troca de folhas e quando as noites progressivamente vão se tornando mais longas que os dias. Esta estação foi associada com os primeiros sintomas de depressão, quando começa a acontecer pequenas mudanças no comportamento da pessoa e aos poucos ela vai ficando com o humor mais desanimado e triste.

Figura 12 - Paleta de Outono Fonte: autoria própria

Para esta estação foi definida uma paleta com prevalência de tons de marrom.

O marrom é a cor mais frequentemente rejeitada. Ele pode representar aquilo que está definhando e murchando. “No marrom todas as cores luminosas desaparecem, desaparece toda a paixão” (HELLER, 2016, p. 256).

7.4.2 Inverno

Durante o inverno as noites são mais longas que os dias. Os tons frios foram escolhidos para caracterizar essa estação, com exceção do vermelho, cor quente cuja presença aqui tem o intuito de mostrar que ainda existe vida (HELLER, 2016, p. 55), mesmo de que uma forma mais apagada. Essa paleta tem cores menos vibrantes se comparadas às do outono.

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Figura 13 - Paleta de Inverno Fonte: autoria própria

Há a predominância do azul e do preto nas fotos dessa estação. O azul é a mais fria de todas as cores (HELLER, 2016, p. 55) e funciona bem como representação do inverno. Em inglês existe a expressão popular to feel blue que significa que uma 3

pessoa está triste ou decepcionada.

O preto é a ausência de luz, o que na depressão remete a ausência de sentido que a pessoa sente. É a cor da dor (HELLER, 2016, p. 129).

“Como um nada sem possibilidades, como um nada morto, após a extinção do sol, como um eterno calar, sem futuro e sem esperança: assim soa interiormente o preto.”

(KANDINSKY apud HELLER, 2016, p. 129)

A fala do pintor Kandinsky (19-) demonstra o significado emocional que o preto pode adquirir, remetendo a um estado de espírito depressivo.

7.4.3 Primavera

A Primavera é caracterizada pelos dias que vão ficando progressivamente mais longos que as noites, e pela florescimento das flores. Para esta estação, procurou-se a sensação de calmaria nas cores sem excesso de vibratilidade.

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Figura 14 - Paleta de Primavera Fonte: autoria própria

Os tons esverdeados são a expressão da esperança e da renovação, o verde está fortemente associado a Primavera. Em relação aos textos da primavera, os tons de verde realçam a esperança de melhora e da renovação da vida. (HELLER, 2016, p. 111).

7.4.4 Verão

O verão possui dias mais longos, havendo maior incidência dos raios solares. Esta estação está associada ao calor e cores vibrantes, por isso, grande parte da paleta é composta por tons quentes.

Figura 15 - Paleta de Verão Fonte: autoria própria

Anteriormente foi explicado o efeito desagradável que o marrom pode gerar, contudo, quando combinado com o amarelo ou o laranja, a cor torna-se agradável, gerando a sensação de aconchego (HELLER, 2016, p. 257).

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Acho que um médico pode ser útil para mim se o cachorro negro voltar. Ele parece estar distante agora, o que é um alívio. Todas as cores voltam à vida.

(CHURCHILL apud. Biernath, 2016)

Quando há alívio em relação a depressão, as coisas voltam a parecer ser mais vivas e a terem mais cor. A utilização do amarelo aqui se dá pelo caráter de leveza, luz, energia e alegria (HELLER, 2012, p. 85 - 86), tais sensações podem retornar a vida de pessoas com depressão quando elas recebem a ajuda necessária. Já os tons de laranja representam a transformação, que é o maior intuito da parte que encerra o livro, mostrar como é possível passar de um estado de completa depressão para algo positivo que consegue ter controle sobre a doença. (HELLER, 2016, p. 188)

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