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CAPÍTULO 3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

3.2. GRUPO NANTA

O grupo Nanta é líder Ibérico no fabrico e comercialização de alimentos compostos para animais, e está edificado sobre sólidas bases na produção, investigação, desenvolvimento e comercialização de alimentos para animais com elevados níveis de qualidade, segurança e rastreabilidade. Emprega cerca de 650 pessoas e encontra-se sediado em Tres Cantos (Madrid). Conta com 21 fábricas distribuídas por Portugal e Espanha, sendo que a Nanta-Fábrica de Moagem do Marco, S.A. (Nanta Portugal) é a única empresa do grupo Nanta que se encontra em território Nacional. Localizada no Marco de Canaveses, distrito de Porto (Figura 11), emprega cerca de 60 trabalhadores e centra a sua atividade na produção de alimentos para aves, bovinos, suínos, ovinos e coelhos. Os alimentos para animais produzidos pretendem

cobrir todas as necessidades dos vários segmentos de mercado, situando-se ao lado dos produtores de animais de modo a criar valor acrescentado às suas atividades. A Nanta é uma empresa dinâmica, na medida em que são continuamente desenvolvidas novas soluções para a Figura 11 – Mapa da localização geográfica das 21 fábricas do grupo Nanta, em Espanha e em Portugal. Em especial, apresenta-se a vista geral exterior da Fábrica da Nanta no Marco de Canaveses, local onde foi realizado o estágio.

57 produção animal, contanto, para o efeito, com a presença de técnicos especializados na alimentação animal. Está dotada da mais moderna tecnologia, sendo o processo produtivo automatizado e informatizado (Figura 12).

Dada a sua importância na cadeia alimentar, encontra-se desde 1995 implementado a ISO 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade, tendo sido a primeira empresa do setor distinguida por esta certificação. Deste modo, o grupo Nanta aposta na obtenção de alimentos saudáveis e seguros para os animais que os consomem e, como consequência, para os próprios seres humanos, tendo sempre a saúde pública em primeiro plano (baseando-se na política “from the farm to the fork”). Para tal, possui ainda um sistema de SA baseado nos princípios do APPCC e, desde 2008, mantém ativos os requisitos da norma ISO 22000 – Sistemas de Gestão da Segurança Alimentar. Encontra-se ainda certificada pela ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental – e pela OHSAS 18001 – Segurança e Saúde no Trabalho.

3.2.1. Organigrama

A Nanta Portugal encontra-se dividida em quatro departamentos fundamentais (Figura 13), que, sendo departamentos independentes, cooperam entre si. Os Departamentos Administrativo e Controller, Qualidade, Produção e Compras remetem para o superior hierárquico, o Diretor Regional. No entanto, o Departamento de Compras remete também para o superior funcional, o Diretor Ibérico de Compras.

A equipa da Nanta Portugal é ainda composta por técnicos e comerciais, que atuam no terreno, dando apoio técnico especializado aos produtores pecuários.

Figura 12 – Sala de comando da empresa. A sala de comando destina-se ao controlo de toda a produção, desde a entrada de matérias-primas nos silos até à saída do produto acabado, seja em sacos, seja a granel.

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Figura 13 – Estrutura diretiva da Nanta Portugal. Esta encontra-se dividida em quatro departamentos fundamentais, sendo eles o Departamento Administrativo e Controller, o Departamento de Qualidade, o Departamento de Produção e o Departamento de Compras.

No caso específico do Departamento de Qualidade, este é composto pela Diretora da Qualidade (também designada por Garante de Qualidade) e pela Técnica de Laboratório, que rementem funcionalmente para o Diretor de Nutrição/Formulação do Grupo Nanta (na sede, em Tres Cantos, Madrid), que conta com um Responsável do espectrofotómetro NIR (ver Anexo II, a)) e Qualidade e ainda com um Técnico de qualidade e segurança alimentar. Esta equipa prima por uma comunicação constante e pela realização de reuniões periódicas que permitem um intercâmbio eficaz de informações e experiências relevantes, a realização de trabalhos em conjunto e também de reuniões de formação. O Departamento de Qualidade encontra-se munido de importantes ferramentas informáticas e um laboratório integrado, instrumentos essenciais para garantir a qualidade e segurança tanto das MP, como dos produtos acabados (PA).

3.2.2. Laboratório

No Regulamento (CE) n.º 183/2005 (ponto 2 do “Controlo de Qualidade” do anexo II) é referida a necessidade das empresas do setor dos alimentos para animais possuírem um laboratório, onde exista pessoal e equipamento adequados. No entanto, caso tal não seja viável, as empresas devem socorrer-se de laboratórios externos, preferencialmente acreditados (IACA, 2007).

Cada empresa produtora de alimentos para animais deve, na assunção do disposto no Anexo II do Regulamento (CE) n.º 183/2005 relativo ao “Controlo de Qualidade”, elaborar por escrito um plano de controlo de qualidade, onde constem os controlos realizados aos PCC, os processos e a respetiva frequência da amostragem (definidos no plano de amostragem), os métodos e frequência das análises (plano de controlo analítico), o respeito pelas especificações e o destino em caso de desrespeito das especificações a dar quer às MP, quer ao PA. O plano de controlo da

59 qualidade do grupo Nanta engloba também o plano de

controlo microbiológico e o plano de controlo das substâncias indesejáveis mais relevantes para a SA (destacando-se as micotoxinas – aflatoxina B1, toxina T2+HT2, zearalenona, desoxinivalenol e a fumonisina –, PCB, dioxinas, metais pesados, HAP – Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos – e pesticidas). Neste sentido, a

Nanta Portugal possui um laboratório integrado (Figura 14), no qual são analisadas todas as matérias-primas bem como os produtos acabados (uma amostra por cada produto a granel e uma amostra por lote de produto ensacado), de acordo com o plano de controlo de qualidade estabelecido internamente, sendo estas amostras guardadas no arquivo por quatro meses (Figura 15). Note-se que no caso da produção de alimentos para animais produtores de géneros alimentícios, as empresas são obrigadas a guardar, em local que não permita a alteração da sua composição ou adulterações, uma amostra de cada MP e uma amostra de cada lote de Produto Acabado (PA) (ou de cada fração da produção, no caso de produção em contínuo), devidamente identificada e selada, e de acordo com um protocolo previamente estabelecido pelo fabricante. No caso da empresa apenas produzir alimentos para animais não produtores de géneros alimentícios, vê-se obrigada a guardar apenas as amostras do PA.

Figura 15 – Arquivo da empresa, onde se contata a utilização de cores diferentes, para os diferentes produtos a guardar. Nas caixas a azul são guardadas amostras de todos os lotes de produto produzidos, por dia. a) Nas caixas a vermelho são armazenados os produtos fabricados que contenham medicamentos na sua composição, assim como uma amostra por cada lote de aditivo que chega à fábrica, de acordo com o plano de controlo de qualidade estabelecido. b) A branco estão as caixas onde são guardados todos os lotes de matéria-prima.

Em qualquer indústria é desejável a obtenção de resultados fiáveis e que sejam, ao mesmo tempo, processados em tempo útil, dado que de tal depende do encaminhamento a dar às MP e/ou PA, Figura 14 – Vista geral do laboratório da empresa.

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i.e., a aceitação/rejeição das cargas, a não colocação do PA no mercado caso seja detetado o problema atempadamente ou ainda a possível retirada do PA do mercado. Neste sentido, o espectrofotómetro NIR (ver Anexo II, a)) é uma ferramenta indispensável para a indústria alimentar.

No entanto, o “primeiro laboratório” é a inspeção visual que é realizada pelo pessoal da descarga na altura de recolher a amostra. Desta inspeção à cor, à forma física, ao odor e à isenção de contaminação por pragas, resultam muitas das não-conformidades ao nível das MP que chegam à fábrica.

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CAPÍTULO 4.

GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA OS INDUSTRIAIS DE PRÉ-MISTURAS