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A herança colonial e neocolonial na criação das duas Américas Latinas

A influência do processo colonial na história da América Latina é assunto fartamente debatido. Michael Löwy, por exemplo, organizou uma coletânea de estudos marxistas latino- americanos em que os autores debatem se houve ou não feudalismo na região e como a colônia de exploração foi um processo que ora acelerou ora atrasou a acumulação capitalista81.

Albert Memmi e Frantz Fanon, dois autores estudados pelo filósofo francês Jean Paul Sartre, vão além do colonialismo e estudam o neocolonialismo. A influência, claro, é o processo de luta pela independência das colônias européias (principalmente as francesas) na Ásia e na África após a Segunda Guerra Mundial. Fanon e Memmi assumem postura revolucionária, conclamando os “colonizados” a lutar contra a opressão colonial. Mesmo se tratando de casos particulares, a descrição que os autores fazem da relação colonizador– colonizado servem de parâmetro para mostrar a cisão entre a América Latina Oficial burguesa – herdeira direta dos privilégios do colonizador e a a América Latina Popular – “caldo” que se formou do processo de colonização.

Jean Paul Sartre, no prefácio da obra de Fanon, atribui à Europa a sensação do Dr. Frankenstein diante do “monstro” que criou ao se deparar com a resposta das colônias em revolta. “Em suma, isso queria dizer: de nós fizestes monstros, vosso humanismo nos supõe universais e vossas práticas racistas nos particularizam”.82 Mais à frente, Sartre coloca em

xeque o discurso humanista europeu. Na realidade, a prática colonialista européia justificava a opressão e a repressão.

“Nossos soldados de ultramar rechaçam o universalismo metropolitano[..] uma vez que ninguém pode sem crime espoliar seu semelhante, escravizá-lo ou mata-lo , eles dão por assente que o colonizado não é o semelhante ao homem. Nossa tropa de choque recebeu a missão: [...] a ordem é rebaixar os habitantes do território anexado ao nível do macaco superior para justificar que o colono os trate como bestas de carga. A violência colonial procura desumanizá-los. Nada deve ser poupado para liquidar as suas tradições, para substituir a língua deles pela nossa, para destruir a sua cultura sem lhes dar a nossa; é

81 LÖWY, Michael (org.). O Marxismo na América Latina. São Paulo, Ed. Fundação Perseu Abramo,

1999.

82

SARTRE, Jean Paul. Prefácio de FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

preciso embrutecê-los pela fadiga. Desnutridos, enfermos, se ainda resistem, o medo concluirá o trabalho: assestam-se os fuzis sobre o camponês, vêm civis que se instalam na terra e o obrigam a cultivá-la para eles. Se resiste, os soldados atiram, é um homem morto; se cede, degrada-se não é mais um homem. [...] e a Europa, que faz ela? Isso não nos impedia de fazermos discursos racistas, negro sujo, judeu sujo, etc [...] um humanismo racista, uma vez que o europeu só pode fazer-se homem fabricando escravos e monstros.”83

Albert Memmi chama de pequeno colonizador ao privilegiado das colônias, que não dispõe de vários hectares de terras e nem controla as administrações.

“Muitos são vítimas dos senhores da colonização. São por eles economicamente explorados, politicamente utilizados, a fim de defenderem interesses que não coincidem com os seus próprios [...] Se o pequeno colonizador defende o sistema com tanto empenho, é porque é mais ou menos seu beneficiário. [...] para defender seus interesses muito limitados, defende outros infinitamente mais importantes, dos quais é, aliás a vítima. Mas, enganado e vítima, nisso encontra também suas vantagens. [...] Tem prolbemas com as leis? A polícia e mesmo a justiça ser-lhe-ão mais clementes. Tem necessidade de serviços da administração? Ela ser- lhe-á menos embaraçosa.”84

É assim que operam as elites da América Latina Oficial até hoje. Por mais subservientes que sejam às elites dos países centrais do capitalismo, essa condição lhes dá privilégios para garantir sua manutenção no poder local, mesmo que seja um poder muito menor que o das elites européias e norte-americanas. A grande imprensa, em especial a grande imprensa da América Latina Oficial, a serviço desta elite autóctone, também presta este papel de subserviência.

Aos não privilegiados do sistema colonial e neocolonial restam a opressão e o racismo. Porque a colônia jamais será transformada a ponto de se tornar uma metrópole. É preciso marcar posições na ordem internacional do capitalismo: há os centros consumidores e produtores de manufaturas e os centros fornecedores de mão-de-obra e de produtos primários. A desqualificação dos colonizados, por meio do racismo, é a pedra-base da relação colônia–metrópole. “Um esforço constante do colonialista consiste em explicar, justificar e manter, tanto pela palavra, quanto pela conduta, o lugar e o destino do colonizado”.85

83 Idem. Op. Cit. p 9 a 17.

84 MEMMI, Albert. O Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. 3 ed. São

Paulo: Paz e Terra, 1989. p 27.

O colonizador cria o mito do colonizado sonso, ladrão e preguiçoso para justificar dois tipos de discurso: o da opressão e o discurso da missão civilizatório. Sartre argumenta que o colonizador enxergava o colonizado como um preguiçoso, pois foi uma maneira de justificar o uso da força contra um ser que “vive do nada”86.

Memmi diz que o colonizador usa o discurso da desqualificação para justificar a prática da ocidentalização e civilização, método empregado freqüentemente pelos EUA ao longo da história e mais recentemente na “cruzada contra o terrorismo” por todo o globo.

“Pela sua acusação, o colonizador institui o colonizado como ser preguiçoso. Decide que a preguiça é constitutiva da essência do colonizado. [...] Voltamos sempre ao racismo, que é bem uma substantificação, em proveito do acusador, de um traço real ou imaginário do acusado. [...] Graças a uma dupla reconstrução do colonizado e de si mesmo, procurará justificar-se: portador dos valores da civilização e da história, cumpre uma missão: tem o grande mérito de iluminar as trevas infamantes do colonizado. Que esse papel lhe traga vantagens e respeito nada mais justo: a colonização é legítima.”87

Desse processo de exploração vem a gênese da cisão entre as Américas Latinas. “A Europa multiplicou as divisões, as oposições, forjou classes e por vezes racismos, tentou por todos os meios provocar e incrementar a estratificação das sociedades colonizadas”. Pelo raciocínio de Sartre, as colônias, ao se libertarem das metrópoles, se a revolução nacional triunfasse, seriam socialistas. Caso fosse detidam, eram as burguesias nacionais forjadas pelos colonos que tomariam o poder. Desta forma, mesmo se formando um Estado nacional, o poder continuaria nas mãos dos imperialistas.88

Frantz Fanon, em Os Condenados da Terra descreve o mundo dividido dos colonizados, fabricado pelos colonizadores.

“O mundo colonizado é um mundo cindido em dois. A linha divisória, a fronteira é indicada pelos quartéis e delegacias de polícia. Nas colônias o interlocutor legal e institucional do colonizado, o porta-voz do colono e do regime de opressão é soldado. Nas sociedades do tipo capitalista, o ensino religioso ou leigo, a formação de reflexos morais transmissíveis de pai a filho, [...] criam em torno do explorado uma atmosfera de submissão e inibição que torna consideravelmente mais leve a tarefa das forças de ordem. Nas regiões coloniais , ao contrário, o soldado por sua presença imediata mantém contato com o colonizado e o aconselham, a coronhadas ou com explosões de napalm a não se mexer. Vê-se que o intermediário do poder utiliza uma linguagem de pura violência. O intermediário leva a violência à casa e ao cérebro do colonizado. A zona habitada pelos colonizados não é complementar da zona habitada pelos colonos. Estas duas zonas se opõem [...] obedecem ao princípio da exclusão recíproca. A cidade do colono é sólida, iluminada, asfaltada, onde os

86 SARTRE, Jean Paul. Op. Cit. p. 10. 87 MEMMI, Albert. Op. Cit. p.72 –9. 88 Idem. Op. Cit. p. 6.

caixotes de lixo regurgitam de sobras desconhecidas, jamais vistas, nem mesmo sonhadas. Os pés do colono nunca estão à mostra, salvo talvez no mar, mas nunca ninguém está bastante próximo deles. A cidade do colono é uma cidade saciada. A cidade do colono é uma cidade de brancos, de estrangeiro. A cidade do colonizado, ou pelo menos a cidade indígena, a cidade negra, é um lugar mal afamado, povoado de homens mal afamados. Aí se nasce não importa onde, não importa como. Morre-se não importa onde, não importa de que. É um mundo sem intervalos, onde os homens estão uns sobre os outros, as casas umas sobre as outras. A cidade do colonizado é uma cidade faminta, faminta de pão, de carne, de sapatos, de luz. A cidade do colonizado é uma cidade ancorada, uma cidade ajoelhada, uma cidade acuada. [...] Este mundo dividido em compartimentos, cindido em dois é habitado por espécies diferentes. [...] Nas colônias o estrangeiro vindo de qualquer parte se impôs como o auxílio de canhões e de suas máquinas. [...] A espécie dirigente é ates de tudo a que vem de fora, que não se parece com os autóctones.”89

O colono hoje é o cidadão da América Latina Oficial. O colonizado habita o restante da América Latina. Desta divisão surge a América Latina Popular, quase que totalmente ausente do noticiário da grande imprensa. A grande imprensa apenas nota a América Latina Popular em situações de interesses específicos que reforçam a separação entre elas. Presente apenas na imprensa alternativa, proletária, a América Latina Popular é condenada a sua solidão não só pela imprensa, mas por todo o aparato forjado pela América Latina Oficial.

89

FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. 2º ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. p 28-30.

Capítulo II

Los pueblos americanos

(Violeta Parra) Mi vida, los pueblos americanos, mi vida, se sienten acongojados, Mi vida, porque los gobernadores, mi vida, los tienen tan separados. Cuándo será ese cuando, señor fiscal, que la América sea sólo un pilar. Sólo un pilar, ay sí, y una bandera, que terminen los líos en las fronteras. Por un puñado de tierra no quiero guerra.

Pode-se discutir se o jornalismo é um espelho fiel, de imagens deformadas, fragmentado em diversos pedaços que refletem realidades diferentes ou uma mistura de todos estes cenários. Contudo, é fato que a produção jornalística reflete a sociedade à qual ele se liga organicamente. Esse espelho, no entanto, pode refletir os sentimentos de uma nação, unicamente os interesses das corporações que participam do jogo do poder ou apenas a sociedade em fragmentos. Mesmo um jornal de esportes pode refletir a frustração de um time de grande torcida ao perder um título em vez da alegria do time do interior que venceu o campeonato pela primeira vez. Há jornais que refletem a visão de alguns setores da sociedade. Os jornais de sindicatos refletem apenas os sentimentos das classes que representam. Da mesma forma, um jornal sediado no Rio de Janeiro pode refletir uma opinião diferente da opinião de um jornal de São Paulo sobre, por exemplo, a guerra fiscal entre os Estados.

Não se trata de hipocrisia. Os veículos de comunicação refletem apenas as ações e os discursos das sociedades em que estão inseridos. Os responsáveis pela seleção do que se vai refletir são os jornalistas. Até aí, não há novidades. O que se discute é que nessa seleção do que vai ser refletido nas páginas dos jornais e das revistas, nas manchetes dos radiojornais ou nas imagens dos telejornais da grande imprensa, a

diversidade e complexidade da América Latina não ganham espaço nem quantitativo, muito menos qualitativo.

Ao explicar, no Capítulo I, a qual América Latina esta dissertação se refere, foi mencionada a questão do preconceito como uma das conseqüências do processo histórico de formação da região, uma história feita de confrontos entre as elites e as camadas populares. Desde os primeiros indígenas que resistiram à invasão espanhola até as passeatas contra a ALCA pelas grandes metrópoles, vários blocos de diferentes interesses e posições ideológicas se formaram na América Latina e três deles podem ser identificados especificamente para esta pesquisa.

Um é o bloco dos explorados, escravizados ou torturados. O bloco que resistiu, resiste e luta. O bloco que se considera latino-americano, formado ora por escravos indígenas ou africanos, ora por camponeses e operários, sempre as camadas mais pobres, excluídas do jogo do capital.

Outro é o bloco formado pelos conquistadores estrangeiros. Primeiro espanhóis, portugueses, franceses, holandeses. Depois ingleses. Finalmente, norte-americanos. Aqueles que fincaram seus dentes nestas terras e dela tudo sugaram. Da madeira ao ouro. Da fertilidade do solo à vida de trabalhadores. E sugaram também a liberdade. A liberdade de agir, de pensar, de seguir com as próprias pernas a história de cada povo.

O terceiro bloco é formado por aqueles que Pablo Neruda chamou de traidores na obra Canto Geral. São aqueles que, nascidos nestas terras, também deveriam se chamar latino-americanos e em determinados momentos da história até se valeram deste termo para alcançar o êxito de seus interesses. No entanto, tendo de escolher entre o primeiro e o segundo bloco, preferiram se aliar ao segundo, o dos opressores, contra o primeiro, dos explorados, isso para viver como apêndices ou agentes dos interesses estrangeiros e garantir privilégios, status, propriedades ou outras migalhas do capital.

É esse terceiro bloco de traidores, chamado aqui de América Latina Oficial, que detém os meios de comunicação de massa e que, ao longo da História, constrói a historiografia oficial. Hegemônico, domina corações e mentes, elevando alguns personagens

à categoria de heróis, de patriotas, enquanto relega outros ao esquecimento. A história da América Latina que se aprendeu até bem pouco tempo nos livros da Educação Básica e que se reproduz nas páginas de jornais e revistas e nas telas dos noticiários é a história por eles escrita.

O nascimento da América e o próprio nome do subcontinente já são motivos de polêmica. Quantos se perguntam porque esta faixa de terra se chama América e não Colômbia, já que seu descobridor foi Cristóvão Colombo e não Américo Vespúcio? A historiografia oficial é simplista e diz que o nome foi dado em homenagem a Américo, o primeiro a admitir que as terras eram um novo continente, mas essa explicação não revela a complexidade do caso. Dizer que a América era um novo continente era trair a Igreja, que pregava o mundo como uma massa de água com apenas a Europa, a Ásia e África. Admitir um novo continente, significava também "a abolição do velho mundo bíblico", característica marcante dos séculos XV e XVI. Américo Vespúcio poderia aboli-lo, sobre ele poderia cair a culpa por fazê-lo. Já Colombo, patrocinado pelos reis católicos, não poderia fazer o mesmo.

A partir daí, a América Latina tem mais de quinhentos anos de História, recheados de episódios tão fantásticos (ou até mais) quanto os reproduzidos exaustivamente nos filmes norte-americanos. As lutas de resistência dos indígenas – muitos com culturas avançadas como os incas, os maias e os astecas – geraram episódios fantásticos e heróis como Tupac Amaru. Da mesma forma as guerras de independência também são ricas de fatos e nomes importantes que merecem ser estudados como Simón Bolívar, San Martín, O’Higgins, Artigas, Manuel Rodriguez, Toussaint L’Ouverture e José Martí. As primeiras décadas do século XX marcaram a América Latina também com lutas e insurreições operárias que renderam nomes como Julio Mella, Miguél Mármol, Luis Emílio Recabarrén e Augusto César Sandino. Durante os anos 60, 70 e 80 as guerrilhas da América Central comoveram o mundo.

Esses exemplos mostram que a América Latina também tem uma História que merece a exibição em documentários, cadernos especiais, ou, no mínimo, reportagens em aniversários de datas importantes. São raros os jornais que fazem matérias sobre o golpe

de 11 de setembro de 1973 no Chile, por exemplo. A indústria cultural, nas mãos da América Latina Oficial, burguesa, considera mais rentável reproduzir o material norte- americano e a população média conhece mais sobre Lincoln e as Guerras de Independência e de Secessão norte-americanas do que sobre as guerrilhas de resistência às ditaduras militares.

A história de Salvador Allende e a inédita experiência do socialismo que ganha o poder pelo consenso lembram também que a América Latina tem uma triste história de sanguinários golpes de Estado contra as tentativas de libertação do jogo capitalista. Ditadores, como Pinochet que liderou o golpe de Estado no Chile, Trujillo, Videla, Stroissner e Somoza são alguns dos nomes dos traídores que, entre outros malefícios, contribuíram para associar a imagem do continente à imagem de ditadores militares corruptos. É necessário lembrar sempre que esses homens cometeram crimes em seus países e que histórias como essas não podem se repetir. E lembrar é dever dos meios de comunicação.

Além do preconceito e do fato dos meios de comunicação de massa pertencerem à América Latina Oficial, já estudados nesta dissertação, há outros fatores que excluem a América Latina Popular do noticiário: um deles é o histórico desgaste das lutas populares que enfraqueceram os setores populares resistentes à hegemonia – todas as manifestações de origem popular foram duramente reprimidas para servirem de exemplo do que não se podia fazer na América Latina.

Quando essas manifestações triunfaram, o sucesso não chegou ao conhecimento de toda a população seja em razão do silêncio dos meios de comunicação, seja em função da desconfiguração feita por eles. O MST é exemplo desse processo. A repressão histórica empreendida pelos latifundiários organizados no Congresso ou nos próprios meios de comunicação gerou a falsa idéia de que o movimento – a mais original manifestação de esquerda na América Latina a partir dos anos 80 – é um grupo de desordeiros e bandoleiros. A mesma pecha foi atribuída aos grupos de resistência ao golpe militar no Brasil. Não fosse um lento e insistente resgate histórico, as lutas de Marighella, Lamarca, e tantos outros, cairiam no esquecimento. Não que hoje os combatentes da esquerda armada

tenham reconhecimento devido – muitos familiares sequer conseguiram enterrar seus mortos, ainda constantes da lista de “desaparecidos”. Entretanto, isso não comove a mídia. As feridas da ditadura não cicatrizaram.

Ao MST resta o recurso da mídia alternativa. A organização produz o Jornal Sem

Terra e a Revista Sem Terra e auxilia diretamente no semanário Brasil de Fato. São

publicações organicamente ligadas à América Latina Popular. Não se pautam pelas notícias dos grandes veículos de comunicação e assumem outros horizontes de pauta, como será visto no Capítulo III. Porém, não estão livres do jogo capitalista: dependem do preço do papel, da gráfica, da distribuição. Os jornalistas que produzem esses veículos o fazem também por militância, mas não resistem por muito tempo, sendo obrigados, muitas vezes, a conseguir outras fontes de renda. Contudo, essas publicações resistem e seguem no dever de mostrar o lado do MST.

Esse quadro, uma verdadeira luta de classes entre a América Latina Popular e Oficial, associado à influência norte-americana na vida cultural (e “comunicacional”) do país e à degradação (impulsionada pelo neoliberalismo) das cidades latino-americanas condena a América Latina Popular à solidão. Esses fatores serão trabalhados neste capítulo.