• Nenhum resultado encontrado

As espécies de Hexasepalum ocorrem nas Américas, desde o sul dos Estados Unidos, até a porção tropical da América do Sul, com oito espécies citadas para o Brasil (Cabral & Bacigalupo 2005, Bacigalupo & Cabral 2006, Cabral & Fader 2010). No Rio Grande do Norte, ocorrem em áreas abertas como estradas vicinais, clareiras e bordas de matas, tanto em floresta estacional decidual quanto em floresta estacional semidecidual e restinga, encraves de Cerrado, em solos arenosos em Mata Atlântica ou pouco pedregosos na Caatinga. O gênero é caracterizado pelo esquizocarpo obovoide, dividido em dois mericarpos indeiscentes, com face ventral plana e face dorsal convexa.

2.1. Hexasepalum apiculatum (Willd.) Delprete & J.H. Kirkbr., J. Bot. Res. Inst. Texas 9(1):104. 2015.

Erva ereta a decumbente, caule 10–30 cm alt., tetrágono, glabro a pubescente, manchas vináceas nos ramos juvenis. Bainha estipular 1,5–3,3 × 1,5–3 mm, glabra a glabrescente, 5-10 setas, coléteres apicais. Folhas sésseis, nervuras inconspícuas, lâmina 6–30 × 1–4,7 mm, linear- lanceolada, cartácea, ápice agudo, base atenuada, glabra. Glomérulos reduzidos, 5-15 por ramo floral, 2 brácteas foliáceas. Cálice 2,3–2,5 mm compr., 4 lobos estreito-lineares, glabro a glabrescente, corola 4,5–10 mm compr., branca a lilás, infundibuliforme, glabra a glabrescente, estames adnatos à fauce da corola, anteras inclusas, ovário 0,4–0,5 mm compr., estilete 3–3,5 mm compr., estigma capitado. Esquizocarpo, 4–4,5 × 2,1–3 mm, obovado, 3-5 cristas conspícuas por mericarpo, glabro a glabrescente, tricomas híspidos no ápice. Semente 1,5–2,2 mm × 1,6–2 mm, obovoide, exotesta reticulada sulco ventral.

Material selecionado: BRASIL, Rio Grande do Norte: Ceará-Mirim, 11.VIII.2011, fl. fr., A.B. Jardim et al. 313 (UFRN); Extremoz, APA Jenipabu, 03.VIII.2012, fl. fr., T.P. Boeira et al. 02 (UFRN);

Grossos, Salina Caenga, 12.V.2007, fl.fr., A.A. Roque et al. 82 (UFRN); Natal, Parque da Cidade, 13.VIII.2014, fl.fr., T.P. Boeira et al. 62 (UFRN).

Hexasepalum apiculatum apresenta distribuição em toda a América do Sul (Kirkbride &

Delprete 2015), e ocorre amplamente em todo o Brasil (Cabral & Salas 2015a). No Rio Grande do Norte, foi encontrada em clareiras e bordas de floresta estacional decídua e semidecídua, na base

de afloramentos, em restinga e áreas antrópicas urbanas. Floresce e frutifica ao longo de todo o ano.

Espécie muito próxima morfologicamente e comumente confundida com Hexasepalum

teres, da qual difere por caracteres bastante sutis como folhas linear-lanceoladas, estreitas, cálice

com lobos longos, estreito-lineares, corola 4,5–10 mm compr. e mericarpos com 3-5 cristas conspícuas (vs. folhas lanceoladas, pouco estreitas, cálice com lobos curto-ovados, corola 4–5,5 mm compr. e mericarpos com três cristas pouco evidentes em H. teres).

2.2. Hexasepalum gardneri (K.Schum.) J.H.Kirkbr. & Delprete, J. Bot. Res. Inst. Texas 9(1): 104. 2015.

Subarbusto ereto a escandente, caule 1–3 m alt., tetrágono, pubescente. Bainha estipular 2,9–4,8 × 4,5–6,5 mm, pubescente ou pubescente, 8-9 setas, coléteres apicais. Folhas sésseis, nervuras conspícuas, lâmina 22,6–49,5 × 6,4–16,3 mm, ovada a lanceolada, cartácea, ápice acuminado, base atenuada, glabrescente na face superior e pubescente na face inferior. Glomérulos 4-15 por ramo floral, 2 brácteas foliáceas. Cálice 6,1–10,5 mm compr., 4 lobos lanceolados, glabrescente, corola 7,5–12,9 mm compr., branca, infundibuliforme, glabra a levemente pilosa, estames adnatos à fauce da corola, anteras exsertas, ovário 1,5–1,9 mm compr., estilete 7,5–11,3 mm compr., estigma capitado. Esquizocarpo 3–3,5 × 3,2–3,4 mm, obovoide, piloso. Semente 2,2–2,4 × 2–2,2 mm, obovoide, exotesta reticulada, sulco ventral.

Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Norte: Ceará-Mirim, rod. RN 309, 09.VIII.2014, fl. fr., J.G. Jardim et al. 6697 (UFRN); Doutor Severiano, 8 Km da sede municipal de Encanto, 18.IV.2015,

fl. fr., T.P. Boeira et al. 75 (UFRN); Portalegre, rodovia para Serrinha dos Pintos, 30.IV.2012, fl. fr.,

J.G. Jardim et al. 6243 (UFRN); São Miguel do Gostoso, Paraíso, 14.V.2007, fl., C. Paterno et al. 21

(UFRN).

Endêmica do Brasil, ocorre em Caatinga ou transição Caatinga-Cerrado na região Nordeste e em Minas Gerais (Cabral & Fader 2010, Cabral & Salas 2015a). No RN, foi encontrada em floresta estacional e associada a formações savânicas encravadas em Caatinga. Os espécimes apresentaram flores e frutos entre abril a setembro.

Hexasepalum gardneri é morfologicamente próxima a H. radulum, com a qual compartilha

as folhas ovadas com nervuras fortemente evidentes. As espécies diferem entre si pelo hábito subarbustivo escandente, cálice 6,1–10,5 mm compr., lobos mais largos e esquizocarpo piloso em

H. gardneri (vs. hábito herbáceo procumbente, cálice 2,2–2,7 mm compr. e esquizocarpo glabro

em H. radulum).

2.3. Hexasepalum radulum (Willd.) Delprete & J.H.Kirkbr., J. Bot. Res. Inst. Texas 9(1): 105. 2015. Erva procumbente, caule 30–40 cm compr., tetrágono, pubescente. Bainha estipular 1,9– 2,6 × 3,2–4,1 mm, pubescente, 8 setas, coléteres apicais. Folhas sésseis, nervuras conspícuas, lâmina 22–26,7 × 10–13,2 mm, ovada, cartácea, ápice acuminado, base atenuada, escabra na face superior, pubescente na face inferior. Glomérulos 4-13 por ramo floral, 2 ou 4 brácteas foliáceas. Cálice 2,2–2,7 mm compr., 4 lobos lanceolados, piloso, corola 6,5–8 mm compr., branca, hipocrateriforme, glabra, estames adnatos à fauce da corola, anteras exsertas, ovário 0,8–1,3, estilete 3–3,5 mm compr., estigma capitado-bilobado. Esquizocarpo 4,4 × 3,2, obovoide, glabro. Semente 2,3–2,6 × 1,9–2,7 mm, obovoide, exotesta reticulada, sulco ventral.

Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Norte: Macaíba, Assentamento Rural El Dorado dos Carajás, 15.II.2009, fl. fr., A.M. Marinho 67 (UFRN); Natal, Parque da Cidade, 24.V.2007, fl. fr.,

V.R.R. Sena et al. 83 (UFRN); ibid., 13.VIII.2014, fl. fr., T.P. Boeira et al. 63 (UFRN); ibid., 05.III.2016,

fl. fr., A.A. Roque 1771 (UFRN); Parnamirim, Bairro Bela Vista, 17.VII.2011, fl. fr., A.A. Roque et al.

1169 (UFRN); São Gonçalo do Amarante, Fazenda Arvoredo, 20.IX.2011, fl. fr., J.L. Costa-Lima et al. 595 (UFRN).

Ocorre nas Américas Central e do Sul (Kirkbride & Delprete 2015), amplamente distribuída em áreas de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica no Brasil (Cabral & Salas 2015a). No RN, foi encontrada em floresta estacional, restinga e encraves savânicos na Mata Atlântica. Floresce e frutifica ao longo de quase todo o ano, de março a novembro.

Hexasepalum radulum é morfologicamente semelhante a H. gardneri, da qual difere pelo

hábito herbáceo procumbente, cálice 2,2–2,7 mm compr., lobos mais afilados e esquizocarpo glabro (vs. hábito subarbustivo escandente, cálice 6,1–10,5 mm compr., lobos mais largos, e esquizocarpo piloso em H. gardneri).

2.4. Hexasepalum teres (Walter) J.H. Kirkbr., J. Bot. Res. Inst. Texas 8(1):17. 2014.

Erva ereta, caule 5–20 cm alt., tetrágono, pubescente a piloso. Bainha estipular 1,5–3 × 2– 2,6 mm, pubescente a pilosa, 5-9 setas, coléteres apicais. Folhas sésseis, nervuras inconspícuas, pouco evidentes, lâmina 15–29 × 3,5–8 mm, lanceolada, cartácea, ápice agudo, base atenuada,

pilosa. Glomérulos reduzidos, 3-15 por ramo floral, 2 brácteas foliáceas. Cálice 1,5–1,8 mm compr., 4 lobos curto-ovados, hirsuto, corola 4–5,5 mm compr., branca a lilás, infundibuliforme, glabrescente, estames adnatos à fauce da corola, anteras inclusas, ovário 0,5 mm compr., estilete 4,5–5 mm compr., estigma capitado. Esquizocarpo 2–4 × 2–3,5 mm, obovado, mericarpos com três cristas pouco evidentes, hirsuto. Semente 2,1–3 × 1,8–2,3, obovoide, exotesta reticulada, sulco ventral.

Material selecionado: BRASIL, Rio Grande do Norte: Extremoz, APA Jenipabu, 03.VIII.2012, fl. fr., T.P. Boeira et al. 02 (UFRN); Parnamirim, Mata do Jiqui, 30.IX.2009, fl.fr., D.F.F. Mól et al. 95

(UFRN); Venha Ver, estrada vicinal para o município de Coronel João Pessoa, 04.VIII.2010, fl.fr.,

A.A. Roque 867 (UFRN).

Amplamente distribuída da América do Norte à América do Sul (Kirkbride 2014), ocorre na maior parte dos domínios fitogeográficos do Brasil (Cabral & Salas 2015a). No Rio Grande do Norte, foi encontrada em bordas e clareiras de floresta estacional decídua e semidecídua, restinga e áreas antrópicas urbanas. Floresce e frutifica ao longo de todo o ano.

Apresenta caracteres morfológicos similares a H. apiculatum, diferindo desta por caracteres muito sutis como as folhas lanceoladas, lobos do cálice curto-ovados, corola 4–5,5 mm compr. e mericarpos com três cristas pouco evidentes (folhas linear-lanceoladas, cálice com lobos mais longos, estreito-lineares, corola 4,5–10 mm compr. e mericarpos com 3-4 cristas conspícuas).

Documentos relacionados