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A aposentadoria hibrida ou mista mais comumente chamada, foi uma novidade introduzida pela lei 11.718/2008, que em seu texto deu nova redação ao artigo 48 da lei 8.213/91, incluindo uma nova espécie de aposentadoria por idade, que pela doutrina é chamada e Hibrida ou Mista, se destinando ao trabalhador rural, quando a sua idade completar 65 anos quando homem, e 60 anos para a mulher. Porquanto, diferencia-se da aposentadoria especial, uma vez que há uma junção de tempos de serviços juntamente com o labor rural, porém aumenta-se de 5 anos, sendo que o período de carência não foi completado só no meio rural e sim em outro meio diferenciando-se da aposentadoria especial, onde o homem se aposenta com 60 anos e a mulher com 55 anos.

O artigo 48, § 3º expressa:

Os trabalhadores rurais de que trata o § 1º deste artigo que não atendam ao disposto no § 2º deste artigo, mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)

Diferentemente da aposentadoria por idade rural, que enquadra o trabalhador como segurado especial, aquela prevista no art. 48, § 2º, o tempo de contribuição urbana do segurado não implicará em indeferimento do benefício e sim utilizará para computação do tempo de carência para concessão da aposentadoria. Ou seja, o tempo de contribuição urbana não é mais um empecilho, pode haver a junção dos períodos, observados os limites mínimos de idade.

Dessa forma, de acordo com Lazzari e Castro (2009, pg.590), se trabalhadores rurais que não atendam os requisitos da lei, mas que satisfaçam a condição, caso forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias de segurado, apenas terão direito ao benefício ao completarem 65 anos, homem, e 60 anos mulher.

Assim, tem se posicionado o STF da seguinte forma:

Caso o trabalhador rural, ao atingir a idade prevista para a concessão da aposentadoria por idade rural (60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher), ainda não tenha alcançado o tempo mínimo de atividade rural exigido na tabela de transição prevista no art. 142 da Lei nª 8.213/1991, poderá, quando completar 65 anos, se homem, e 60 anos, se mulher, somar, para efeito de carência, o tempo de atividade rural aos períodos de contribuição sob outras categorias de segurado, para fins de concessão de aposentadoria por idade "híbrida ", ainda que inexistam contribuições previdenciárias no período em que exerceu suas atividades como trabalhador rural. A modalidade

"híbrida" foi introduzida pela Lei n° 11.718/2008 para permitir um a adequação da norma para as categorias de trabalhadores urbanos e rurais, possibilitando a o segurado especial a soma do tempo de atividade rural sem contribuições previdenciárias ao tempo de contribuição em outra classificação de segurado, com a finalidade de implementar o tempo necessário de carência. Com isso, o legislador permitiu ao rurícola o cômputo de tempo rural como período contributivo, para efeito de cálculo e pagamento do benefício etário. Assim, sob o enfoque da atuária, não se mostra razoável exigir do

segurado especial contribuição para obtenção da aposentadoria por idade híbrida, relativamente ao tempo rural. Por isso, não se deve inviabilizar a contagem do trabalho rural como período de carência.

REsp 1.367.479-RS, Rei. Min. Mauro Campbel/ Marques, julgado em 4/9/2014.

O STF conforme supracitado ampara-se no que consta na lei, e retoma a importância desta nova categoria que cobre uma profunda lacuna, onde as pessoas anteriormente não conseguiam se enquadrar conforme a lei para conseguir seus direitos, e não há nada mais correto do que se valer das contribuições, mesmo que sejam elas de duas categorias distintas, embora em tempos diferentes.

Para a concessão dos direitos é feito calculo expresso no artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/91, que consta o seguinte:

II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h do inciso

I do art. 182, na média aritmética simples dos maiores salários-de- contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo.

Diante do que expressa o artigo entende-se que será feita a média entre os maiores salários de contribuição, correspondendo ao salário 80% desta média. Para a concessão o valor mínimo considerado é o do salário mínimo, havendo a possibilidade do valor ultrapassar o mínimo possível, o que não ocorre na concessão da aposentadoria por idade rural "pura".

O INSS tem sido muito rígido quanto à comprovação do período de carência, e a partir disso muitos trabalhadores rurais que tentaram receber a aposentadoria por idade rural não tiveram direito ao benefício pela não comprovação do efetivo exercício quanto ao período exigido pela lei, porém geralmente, após a negativa do INSS as pessoas recorrem ao poder judiciário para desfrutar de seus direitos.

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Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; h) auxílio-acidente;

Destaca-se ainda que mesmo que não tenha a comprovação necessária do período urbano, mas que já possua o direito adquirido da aposentadoria rural pura, com o cumprimento de idade e carência, a aposentadoria poderá ser requerida no órgão institucional, o INSS, lembrando que cada situação possui suas peculiaridades, e que ainda não existe opção especifica da modalidade, e assim deve-se informar no requerimento a intenção de aposentação por idade rural na forma hibrida ou mista.

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